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quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Guiné 61/74 - P17741: Manuscrito(s) (Luís Graça) (123 ): Nossa Senhora da Guia nos Valha!


Excerto do cartaz da festa de Nossa Senhora da Guia,  Atalaia, Lourinhã, 1-8 de setembro de 2017.

1. Amigos e camaradas: há anos que vou à festa da padroeira da Atalaia, Lourinhã, a Nossa Senhoar da Guia, que é sempre na primeira semana do mês de setembro.  

Tenho uma dívida de gratidão àquela santa ou talvez melhor às gentes que veneram aquela santa. Mas hoje não vou lá jantar ou petiscar, como tinha previsto,  com alguns camaradas da Tabanca de Porto Dinheiro (, os "duques do Cadaval e os primos do Seixal").

Tínhamos combinado lá aparecer e "açambarcar" uma mesa, comprida, por volta das 19h00, quando abrissem as "hostilidades"... Tenho pena de não poder lá estar, para marcar presença, conviver e provar algumas iguarias da festa, que é especialista nos pratos de marisco...

Motivos imprevistos, deúltima hora, impedem-me de cumprir a minha promessa este ano. O régulo da Tabanca de Porto Dinheiro também vai falhar, anda a preparar a festa de outra santa, na sua terra do Vimeiro. Mas, enfim, o Joaquim Pinto Carvalho, o Jaime Bonifácio Marques da Silva, o Belarmina Sardinha, mais as suas belas caras-metade, representam-nos bem, a mim e à Alice.

Em homenagem, aos "meus velhos", Luís Henriques e Maria da Graça, ao lar onde viveram os seus últimos anos, à festa da Atalaia, à sua padroeira, às gentes generosas e esforçadas que todos os anos erguem o arco e fazem a festa e deitam os foguetes e servem os saborosos mariscos da Atalaia, enfim, aos meus amigos e camaradas da Tabanca de Porto Dinheiro, deixo aqui um poema que fui repescar e rever...

À vida, à amizade, à camaradagem, e que para o ano haja mais! (LG)


Nossa Senhora da Guia nos valha!

por Luís Graça

Deixavas os teus velhos institucionalizados, 
nacionalizados,
algaliados.
sedados,
acorrentados à árvore do Estado-Providência,
na Atalaia,
no lar da Nossa Senhora da Guia,
a caminho do Porto das Barcas do Inferno.

Ficavam aos cuidados de uma ucraniana,
que era enfermeira na sua terra,
e da santa padroeira dos pescadores,
a Nossa Senhora da Guia,
que ele há sempre uma santa
para todas as aflições,
das dores do parto à hora da agonia,
m alto mar, em terra ou na guerra, 
mas que, às vezes, mais vale a morte, súbita,
que tal sorte, estúpida.

Em Alfragide, tinhas insónias às cinco da manhã,
mesmo sabendo que da janela
do quarto dos teus velhos
havia uma linda vista para as Berlengas,
e o Mar do Serro, 
e que a associação era
cultural, social e humanitária,

Passaste um dia pela loja do chinês,
fugido de Tiannamen,
e compraste um prato de Alcobaça, 
pintado à mão,
de contrafação,
com quadras pimbas
ao amor de mãe
para o "Dia da Mãe":

"Minha mãe, minha avozinha,
tens a graça até no nome,
não é por seres mais velhinha
que de amor passarás fome.

"Brilhas como uma estrela,
no teu quarto, lá no lar,
tens uma linda janela,
com vista de céu e mar."


(Quem foi, afinal,
o filho da mãe
que disse que a vida era bela,
e que as mães é que davam cabo dela ?)

Hoje, mortos os teus velhos,
vieste fazer o difícil luto,
desligar o botão da televisão,
puxar o reposteiro da janela
donde vias o mundo a cor de rosa,
arrumar o cavalete
e as tintas desbotadas do teu arco-íris,
deitar fora as flores de plástico
e os velhos trapos,
salvar o que restava do teu álbum
de fotografias amarelecidas da infância…

E fostes até ao teu "Peraltabar",
na praia da Peralta,
e encomendaste uma posta de moreia frita
e um copo de vinto tinto
e um pôr do sol de vermelho retinto.

Na hora da doce melancolia
e do leve, algo amargo, sentimento de culpa
e da idiota reflexão sobre a idiossincrasia
de se ser velho, europeu e português,
na ponta da navalha
da economia,
da política,
da demografia,
da geografia
e da puta da sociologia que te calhou na rifa.

Escreveste um dia, 
sem pudor nem cinismo,
no teu diário de adolescente, existencialista,
que não havias escolhido nascer,
que não escolheste pai e mãe,
que não escolheste o pedaço de chão onde foste parido,
nem a língua com que expressavas a angústia existencial
de seres livre, afinal.

Hoje escreves um poema 
e não sabes o que fazer com ele,
que não vale um algoritmo
nem um simples teorema,
e que não conta para a contabilidade nacional,
e que não é de protesto
nem é manifesto, 
muito menos patriótico,
e nem sequer é panfleto promocional
da padroeira e do seu lar.

Afinal, entre a ciência, certa, da morte 
e a crença, vaga,  da ressurreição da carne, 
haverá sempre uma santa
que te valha,
ou uma azinheira ou uma carvalha
onde possas pôr uma vela a uma santa aparecida
que te salve da má consciência
da vida.

Lourinhã, Atalaia, 6 de agosto de 2014. 
Revisto nesta data, penúltino dia da festa da Atalaia.
_____________

Nota do editor:

Último poste da série > 18 de agosto de 2017 > Guiné 51/74 - P17679: Manuscrito(s) (Luís Graça) (122): um soneto de amor (dedicado àquela que amo e que faz hoje anos)

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Guiné 61/74 - P17524: Facebook...ando (46): o pesadelo da... festa do carneirinho (Joaquim Peixoto, prof ensino básico, reformado, Penafiel; ex-fur mil MA, CCAÇ 3414, "Os Falcões de Sare Bacar", Bafatá e Sare Bacar, 1971/73)





Penafiel > Corpo de Deus - Festa das Cidade de Penafiel > Cortejo do Carneirinho > 14 de junho de 2017 > O senhor professor Joaquim Peixoto convidou os seus ilustres amigos e camaradas para assistirem ao lindo cortejo e inteirarem-se desta tradição, única no País, "com a promessa de seguidamente rumarmos ao 'Ramirinho' para saborearmos o que de bom há nesta região"...

Fotos e texto: Página do Facebook do nosso camaradas Joaquim Carlos Rocha Peixoto [professor do ensino básico reformado, residente em Penafiel, ex-fur mil inf MA, CCAÇ 3414, Os Falcões de Sare Bacar (Bafatá e Sare Bacar, 1971/73, régulo da tabanca de Guilamilo, freguesia de Polvoreira, concelho de Guimarães].
O casal Peixoto, ambos professores do ensino
básico, reformados, dois dos nossos grã-tabanqueiros:
ele, Joquim, ela, Margarida.
Foto do Manuel Carmelita (2010)

1. Penafiel > O Pesadelo... do Dia do  Carneirinho

por Joaquim Peixoto


Hoje acordei mais cedo e um certo nervoso tomou conta de mim. Sim, era o dia do carneirinho, mas eu já o recebo há tantos anos que não sei por que motivo estou nervoso.

A verdade é que convidei alguns amigos para virem apreciar este cortejo. Queria que os meus amigos, tudo pessoas ilustres, vissem o carneirinho que os meus alunos me iam oferecer. O grupo de amigos era composto por um ilustre escritor, com alguns livros publicados, três fotógrafos (um deles fotojornalista desportivo), um Presidente de um Bando, um ex-enfermeiro, outros que vinham por curiosidade e outros que vinham “ só “ para comer.

Queria que os meus amigos ouvissem os meus alunos a gritarem bem alto:
- Viva o Professor Peixoto!!!

Como estava a dizer, levantei-me cedo e fui para as ruas de Penafiel escolher o melhor local para ver o desfile. Ainda o trânsito não estava interrompido e as ruas muito desertas. Passado muito tempo começaram a aparecer os meus amigos. Escolhemos um local estratégico. Finalmente o desfile dos alunos com os carneirinhos ia começar. À frente vinha a Serpe e os bombos. Embora o barulho fosse ensurdecedor lá expliquei aos amigos o que era e representava a Serpe.

Passaram, em primeiro lugar, os alunos dos infantários. Carneirinhos muito bem enfeitados e os miúdos a darem “ vivas “ às Educadoras de Infância.

Iam passando os carneirinhos. Uns iam em carros de supermercados, outros em tractores engalanados com bandeiras e flores. Cada vez que passava um carneirinho bem enfeitado, eu dizia para os amigos:
- Quando vier o meu, vão todos ficar admirados.

Passaram os alunos do meu amigo Carlos Rocha. O carneirinho ia muito bem ornamentado. Os fotógrafos não paravam de tirar fotos. Eu ia avisando:
- Não gastem o rolo todo. Esperem que venham os meus alunos.

Não valeu de nada este meu aviso. Continuavam a fotografar tudo. O cortejo ia passando há muito tempo, e os meus alunos não apareciam com o animal. Comecei a ficar preocupado. Cartazes a falarem dos Professores José, Isabel Laura, Miguel etc… Do Professor Peixoto … nada.

Passou o último… As lágrimas vieram-me aos olhos. Estava desanimado e envergonhado. Desanimado por não ver os meus alunos a compreenderem o meu trabalho. Envergonhado, porque o que iriam dizer os meus amigos. Tentaram animar-me. Dizia um:
- Talvez o carneiro tenha fugido e os alunos andem a procurá-lo.

Logo outro dizia:
- Devem-se ter enganado no caminho e ido para outro lado.

Um enfermeiro das Medas queria dar-me uma “pastilha” para me acalmar. Nada disto me animava até que veio o Zé Manel da Régua com a piadinha do costume:
- Seria o Cancela que o apanhou?!!!

Não gostei nada da piada. O amigo Cancela não era capaz de me roubar o carneirinho (*). Ele não estava na Guiné. Para me animarem iam-me dando palmadas nas costas. Uma, talvez fosse com mais força chamou-me a atenção e ouvi a minha mulher a dizer:
- ACOOOOORDA!!!. Estás a ter um pesadelo!

Acordei. Claro que tinha que ser um pesadelo. Já estou reformado há seis anos. Virei-me para o outro lado para tentar dormir. Não conseguia adormecer. Porque seria? Levantei os olhos. Olhei para o relógio da mesinha de cabeceira: onze horas da madrugada. (**)

2. Nota do editor:

Segundo a página oficial da Câmara Municipal de Penafiel,  "o cortejo do Carneirinho, tradição única no país, que remonta ao ano de 1880, [marca] o início das festas da cidade [, que são na semana do feriado no Corpo de Deus], onde centenas de crianças, de várias escolas do 1.º ciclo do concelho, [percorrem] as avenidas principais da cidade. Cada turma leva consigo o seu carneirinho, enfeitado, que por sua vez, será oferecido ao seu Professor, como sinal de gratidão e respeito. O cortejo concentrar-se-á no Largo Conde Torres Novas, vulgarmente designado por Campo da Feira, percorrendo depois as principais ruas da cidade, enchendo de cor e alegria o primeiro dia de comemorações da festa da cidade."
_______________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 6 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17438: Memórias boas da minha guerra (José Ferreira da Silva) (43): O Zé Manel dos Cabritos e os amigos invejosos

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Guiné 63/74 - P15002: Blogpoesia (419): as romarias do Portugal profundo que teima em não morrer...(J. L. Mendes Gomes)


Marco de Canaveses > Paredes de Viadores > Candoz > Quinta de Candoz  > Girassol, símbolo do nosso querido mês de agosto, o mês das festas do Portugal profundo que ainda teima em não morrer... Os mais velhos, nas aldeias do interior, queixam-se de que os mais novos não querem mais saber das tradições populares...


Foto (e legenda): © Luís Graça (2015). Todos os direitos reservados




O poeta J. L. Mendes Gomes,
ex-alf mil, CCAÇ 728,
Cachil, Catió e Bissau, 1964/66;
autor de Baladas de Berlim
 [Lisboa, Chiado Editora, 2013, 229 pp.]
Romarias

por J. L. Mendes Gomes


Em Agosto multiplicam-se as        
               [festas pelo meu País.
Há foguetes.
Se estreiam roupas.
Fazem-se farnéis
e, pela sombra fresca,
sobe-se aos montes.
Fazem-se festadas.
Toca-se viola.
Dançam as moças,
estremecem-lhe os seios,
mostram as pernas.
à rapaziada.

Até os pedintes,
de mão estendida,
expõem as chagas,
morrem de esperança.
Há o sermão de entrada.
Das boas vindas.
Um prégador distinto.
E, pelas tendas de pano,
serve-se o vinho,
caneca ou canada.

Tanta alegria brilhando nos olhos.
E a pequenada corre atrevida,
ao meio da mata,
no foguetório.
Buscam as canas
para o papagaio.
Na procissão, passam andores,
nos ombros bem firmes
da rapaziada.
Chovem flores.
Há rosmaninho.
Anjinhos que choram,
vão de mão dada.
E os corações batem tão quentes.
Se enlaçam as famílias.
É dia de festa!...

Mafra, 1 de Agosto de 2015, 17h50m

Joaquim Luís Mendes Gomes
_______________

Nota do editor:

Último poste da série > 21 de julho de  2015 > Guiné 63/74 - P14913: Blogpoesia (418): J. L. Mendes Gomes, em mês de aniversário natalício: seleção de cinco baladas de Berlim, Roses e Mafra

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Guiné 63/74 - P14994: Nas férias do verão de 2015, mandem-nos um bate-estradas (19): Festa de Ferrel, 2015 - a burricada... Afinal, o que é faz correr o/a burro/a, a cenoura ou o chicote?... E hoje há sardinhada na nova tabanca de Ferrel, organização do régulo Joaquim Jorge, coadjuvado pelo régulo da tabanca de Porto Dinheiro, Eduardo Jorge Ferreira... De Lisboa vem expressamente o João Sacôto (Luís Graça)


Vídeo (1' 09''). Alojado em You Tube > Luís Graça



Foto nº 1 


Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4


Foto nº 5


Foto nº 6


Foto nº 7


Foto nº 8


Foto nº 9


Foto nº 10


Foto nº 11


Foto nº 12


Foto nº 13

Peniche > Freguesia e Vila de Ferrel > Festas 2015 > 8 de agosto > A tradicional burricada na terra de Portugal que já teve mais burros por habitante...  A corrida de burros nas festas de Ferrel é uma tradição com quase meio século, atraindo largas centenas, se não milhares,  de visitantes...

Ferrel é também a terra do nosso novo grã-tabanqueiro, Joaquim Jorge,  que se vai estrear hoje como  régulo da tabanca local... Há uma sardinhada à  espera de 24 bocas... Na organização do evento participa também o régulo da tabanca de Porto Dinheiro, Lourinhã, o Eduardo Jorge Ferreira (, o tal que na outra encarnação se cobriu de glória na batalha do Vimeiro, em 21 de agosto de 1808)...

E de Lisboa vem o João Sacôto, que foi camarada do Joaquim Jorge no BCAÇ 619 (Catió, 1964/66)... Mais uma prova de que o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. Não se veem há 50 anos...

O meu obrigado ao Joaquim pela hospitalidade e generosidade. As festas de 2015 acabaram na segunda-feira, dia 10, e o Joaquim e a Esmeralda estão a precisar de mudar de ares e de descansar...  Mesmo assim não viraram a cara à nossa sugestão, minha e do Jaime, de juntar a malta numa sardinhada, na sua terra, em pleno mês de agosto...

Obrigado também ao  Eduardo, pela cumplicidade e participação na organização. Obrigado ao Jaime Bonifácio Marques da Silva e ao João Sacôto, dois nossos grã-tabanqueiros, por terem alinhado desde a primeira hora...

Até mais logo, camaradas e amigos, por volta do meio dia...
Marcamos encontro em Ferrel.
LG

Fotos: © Luís Graça (2015). Todos os direitos reservados 
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sábado, 8 de agosto de 2015

Guiné 63/74 - P14984: Nas férias do verão de 2015, mandem-nos um bate-estradas (18): Há festa em Ferrel e nasceu mais uma tabanca, de que será régulo o Joaquim Jorge, ex-alf mil, CCAÇ 616 / BCAÇ 619 (Empada, 1964/66)


Peniche > Ferrel > 5 de agosto de 2015 > Cartaz anunciando as festas (sempre grandiosas e muito concorridas) da vila (e freguesia) de Ferrel, que estão a decorrer entre 5 e 10 de agosto... Hoje, sábado, por volta das 16h, haverá a tradicional "burricada"... em homenagem aos tempos em que os ferralejos eram valentes almocreves, e o burro era um importante meio de trabalho...



Peniche > Ferrel > 5 de agosto de 2015 > Início das festas da vila e freguesai de Ferrel cuja origem (documentada) remonta a 1639... A padroeirta da terra é a Nossa Sra da Guia, tradicionalmente padroeira dos pescadores.


Peniche > Ferrel > 5 de agosto de 2015 > Início das festas da vila e freguesai de Ferrel  
>  Tradicional procissão com a imagem da padroeira, em que participaram diversas associações de ex-combatentes (caso, por ex,,  do Núcleo de Peniche  da Liga dos Combatentes, da AVECO - Associação dos Vetersanos Combatenets do Oeste, com sede ma Lourinhã).


Peniche > Ferrel > 5 de agosto de 2015 > Início das festas da vila e freguesai de Ferrel  
>  Tradicional procissão com a imagem da padroeira, em que participaram diversas associações de ex-combatentes... Do lado direito, de direito, de perfil, óculos e camisola azul, o "régulo da tabanca de Ferrel", o nosso movo grã-tabanqueiro Joaquim Jorge.



Peniche > Ferrel > 5 de agosto de 2015 > Início das festas da vila e freguesai de Ferrel  
>  Tradicional procissão com a imagem da padroeira > A capela local, seiscentista.




Peniche > Ferrel > 5 de agosto de 2015 > Placa. no adro da igreja, evocativa da luta do povo de Ferrel, os ferralejos, contra a tentativa de construção de um central nuclear no pós.25 de abril de 1974, e de que o Joaquim Jorge foi um dos líderes.


Lourinhã > Praia da Areia Branca > 5 de agosto de 2015 >  A Ilha das Berlengas, ao pôr do sol... Vista  á distância de 26 km, depois do regresso de Ferrel.


Lourinhã > Praia da Areia Branca > 5 de agostod e 2015 > Pôr do sol (1)


Lourinhã > Praia da Areia Branca > 5 de agostod e 2015 > Pôr do sol (2)

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2015). Todos os direitos reservados


1. O nosso camarada Joaquim da Silva Jorge, ex-alf mil,  CCAÇ 616 (Empada, 1965/66), 1.  já me prometeu, por boca e por escrito, que vai as fotos da praxe para poder integrar, de pleno direito, a nossa Tabanca Grande...  


Ainda recentemente, a 3 do corrente, me mandou o seguinte mai


Amigo Luís Graça: Antes de mais quero pedir-te desculpa de ainda não te ter enviado a foto e os dados para a minha inscrição. Fá-lo-ei depois do dia dez porque até lá ando envolvido
com as festas de Ferrel.


Este ano o convívio da minha companhia, a CCAÇ 616, foi no passado fim de semana, dia 25 e 26 de Julho, no hotel Pax em Fátima. No sábado a partir das 14h00 começou a chegada da "malta". Às 19h00 na capela do seminário dos Missionários da Consolata foi celebrada a nossa Missa.
Seguiu-se o jantar com uma bacalhauzada bem regada que terminou com a partilha do bolo da Companhia.

Depois, no anfiteatro do Hotel, fizemos um serão bem divertido, com notícias dos companheiros que não  puderam estar presentes, com a organização do convívio do próximo ano [, 2016,] em que comemoramos os 50 anos do nosso regresso e com algumas oportunas intervenções, destacando-se a de um camarada que esteve recentemente em Empada e a de outro que tem uma neta missionária em Empada. 

O domingo de manhã foi ocupado com a continuação do convívio e visita ao Santuário. Seguiu-se o almoço com mais alguns companheiros que não puderem vir no sábado. Por volta das 16h00 começou a debandada para o regresso a casa.
Agradeço que me envies o email do [João] Sacôto, da CCAÇ 617.
Até breve! Um abraço do Joaquim Jorge

2. Comentário de LG:

No passado dia 5, 4ª feir, fui ter com o Joaquim Jorge, "régulo da tabanca de Ferrel"... A terra está em festa, toda esta semana, até 2ª feira, dia 10... Devo dizer vos, camaradas,  que fiquei impressionado com a grandeza dos festejos locais, que superam já as festas de Peniche, sede de concelho...

Há 50 anos Ferrel era uma terra de gente pobre, esquecida e até discriminada... Hoje a vila de Ferrel orgulha-se de estar na lista da frente das terras do concelho, graças ao emigração dos seus filhops e ao desenvolvimento da sua agricultura.

Assisti à procissão, ao fim da tarde, que teve também a participação do núcleo de Peniche da Liga dos Combatentes (LC), bem como da AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste, entre outras... O Joaquim esteve á frente do núcleo de Peniche da LC durante uns anos...

A coordenação da parte religiosa da festa está a cargo do Joaquim que é um homem muito querido e estimado na sua terra, pela sua generosididade e trabalho feito no campo da acção social e apostólica, da solidariedade, do voluntariado, do desenvolvimento comunitário...

Não deu, desta vez, para eu visitar as instituições locais a cuja história ele está ligado (associação cultural e recreativa, creche, centro de dia, lar de idosos). Além disso, é uma pessoa simples, hospitaleira e excelente conversador... É um regalo ouvi-lo contar histórias da Guiné. Fomos beber um copo com ele, depois da procissão... É, em todos os aspetos, um camarada que nos orgulha a todos, amigo do seu amigo, camarada do seu camarada...

Combinámos, depois do dia 10, fazer uma sardinhada, na nova "tabanca de Ferrel".. Estamos a montar a operação, e já temos data: 4ª feira, dia 12... O João Sacôto virá, de propósito, de Lisboa.  Outros camaradas, aqui do oeste (Louirnhã e Peniche) estarão também presentes... Do meu lado, já arregimentei o Eduardo Jorge Ferreira,  régulo da Tabanca de Porto Dinheiro, o Jaime Bonifácio Marques da Silva, o Pinto Carvalho...

Como diz o Joaquim, Jorge, recordar é viver e temos que aproveitar bem o tempo que nos sobra (ou resta)  para viver e recordar. Aqui ficam algumas fotos do dia 5, incluindo um magnífico pôr do sol que apanhei no regresso a casa. 

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14947: Nas férias do verão de 2015, mandem-nos um bate-estradas (12): Há festa na aldeia!...O Grupo de Bombos do Grilo, Baião, na Tabanca de Candoz, Paredes de Viadores, Marco de Canaveses


Marco de Canaveses  > Paredes de Viadores >  Candoz >  Tabanca de Candoz > 25/7/2015 >  Grupo de Bombos Verão Azul,  Grilo, Baião, a atuar no peditório para a festa em honra de Nossa Senhora do Socorro, Paredes de Viadores   (24-26 de julho de 2015) >O líder do grupo é o António Porfírio Cardoso, o mais velho.


Marco de Canaveses > Paredes de Viadores >  Candoz > Tabanca de Candoz > 25/7/2015 > Grupo de Bombos Verão Azul,  Grilo, Baião, a atuar no peditório para a festa em honra de Nossa Senhora do Socorro, Paredes de Viadores  > Elemento de contacto: António Porfírio Cardoso, telemóvel nº  914 253 500



Vídeo (4' 20''). Alojado em You Tube > Luís Graça

Marco de Canaveses > Paredes de Viadores > Candoz > Tabanca de Candoz >  25/7/2015 > Grupo de Bombos Verão Azul,  Grilo, Baião, a atuar no peditório para a festa em honra de Nossa Senhora do Socorro (que é sempre no último fim de semana de julho)



Marco de Canaveses > Paredes de Viadores > Capela de N. Sra.do Socorro > 25 de julho de 2015 > Fim de tarde...


Marco de Canaveses > Paredes de Viadores  >  Capela de N. Sra.do Socorro > 25 de julho de 2015 > Interior, com os andores, prontos para a procissão de domingo, dia 26...



Vídeo (6' 33''). Alojado em You Tube > Luís Graça

Marco de Canaveses > Paredes de Viadores  >  Festa de N. Sra.do Socorro > 26 de julho de 2015 > No sábado para domingo, ao darem as 24 badaladas, rebenta o monumental fogo de artifício que é, de há muito, um dos momentos altos desta festa popular... São quase 30 minutos de fogo... Ninguém sabe quanto custa... Todo o povo contribui generosamente para este e outros encargos da festa de N. Sra. do Socorro. 

Fotos e vídeos: © Luís Graça (2015). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: LG)



1. Este ano foi o Grupo de Bombos Verão Azul, da vizinha freguesia do Grilo, concelho de Baião, que animou o peditório para a festa em honra da N. Sra. do Socorro, de Paredes de Viadores, da freguesia de Paredes de Viadores e Manhuncelos, onde se situa a Tabanca de Candoz... Terras antiquíssimas, estas, com forte trradições de que são guardiãs e continuadoras as nobre e valentes gentes desta região do Douro Litoral...

Estas festas fazem parte dos "nossos seres, saberes e lazeres" e são acarinhadas pelo pessoal da Tabanca de Candoz... Nunca é de mais lembrar, por outro lado,  que o extenso concelho do Marco de Canaveses pagou um pesado imposto em sangue, suor e lágrimas durante a guerra colonial, tendo 45 dos seus filhos lá morrido, em terras de Angola, Guiné e Moçambique (vd lista nominal no portal Ultramar Terraweb).

Em chegando o verão, há foguetes e alegria no ar.  Há festa, há a festa anual da padroeira de Pareces de  Viadores, da freguesia do mesmo nome (mas agora mais comprido, já a Paredes de Viadores juntou-se também a antiga freguesia de Manhuncelos). A Nossa Senhora do Socorro  tem uma capela que remonta ao séc. XIX, num dos pontos altos do território da freguesia...

Por estas terras também andou o lendário herói do "banditismo social", Zé do Telhado ( Castelões de Recesinhos, Penafiel, 1818 / Mucari, Malanje, Angola, 1875). e o seu bando, cujas façanhas ficaram na memória das gentes dos vales do Sousa e Tâmega (onde nasceu Portugal). Desterrado, Zé do Telhado morreu em Angola (onde a sua memória ainda é, ao que parece, venerada). 

Por aqui, Marco de Canaveses e Baião,  passa também a rota do românico... que os portugueses devem fazer pelo menos uma vez na vida!...

O Grupo de Bombos Verão Azul, do Grilo, Baião, não tem página no Facebook.  Prometi editar um dos vídeos que fiz, naTabanca de Candoz. Aqui vai... também a pensar no nosso grâ-tabanqueiro Álvaro Vasconcelos que da igreja do Grilo vê a Tabanca de Candoz! (LG)

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Nota do editor.

Último poste da série > 24 de julho de  2015 > Guiné 63/74 - P14927: Nas férias do verão de 2015, mandem-nos um bate-estradas (11): Vimeiro, Lourinhã, 17 a 19 de julho de 2015: recriação histórica da batalha do Vimeiro (1808) e mercado oitocentista - Parte II: Fogo à peça!... Oxalá, inshallah, enxalé a gente se possa voltar a encontrar para o ano!

domingo, 5 de abril de 2015

Guiné 63/74 - P14434: Manuscrito(s) (Luís Graça) (52): A sagração da primavera, em louvor do sável






















O mundo visto da Tabanca de Candoz...

Foto: © Luís Graça (2015). Todos os direitos reservados





Sagração 
da primavera



por Luís Graça






Come-se o sável da tradição
que transborda as margens  dos rios da nossa memória,
na semana santa em que o pecado era a carne
ou a tentação da carne ou a falta dela.

Frita-se o sável no azeite dos pobres,
supremo luxo, na sexta feira santa
em que Cristo morreu por todos nós,
os inocentes, os pecadores 
e todos os que nunca tomam partido
entre a veemência do mal e a urgência do bem. 
E quem não tem sável, come savelha,
que de sáveis por São Marcos enchiam-se os barcos.

Vem o sável apanhado nas redes
das pesqueiras do Douro quando o sável e a lampreia 
chegavam a Porto Antigo e daqui à tua aldeia,
e os barcos rabelos eram endiabrados brinquedos
que caíam no buraco negro dos cachões,

carregados do vinho fino
que não matava a fome á pobreza.

Boa era a truta, bom o salmão,
e melhor o sável quando sazão,
diziam o fidalgo e o abade 
que eram mais carneiros do que peixeiros.
E quem tem bula, que coma carne!


Comia-se o sável um vez por ano,
na cozinha gourmet dos camponeses
de entre Douro e Minho.
Aleluia, aleluia, Cristo ressuscitou!, 
traz a boa nova o compasso
que bate a todas as portas dos cristãos.


E estalam foguetes no ar,
e rebentam em flor as cerejeiras 
(aqui chamam-se cerdeiras),
e as videiras dão gamões,
e o verde é mais verde
sob o azul do céu das serras
que estrangulam os vales e os lameiros
e o rio Douro quando era selvagem e livre.


É a primavera que chega,
e há de ser o solstício do verão,
regulando a vida circadiana dos adoradores do sol
e dos comedores de sável.


É vida que triunfa sobre a morte.
é a Páscoa aqui no Norte,
é a festa da brava gente
que sempre teve engenho e arte,
quer na paz quer na guerra.

Pois que seja boa e santa  e feliz a Páscoa,
para todos,
em toda a terra,
por toda a parte.

Tabanca de Candoz, Paredes de Viadores, Marco de Canaveses,
4 de abril de 2015

v2

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Nota do editor;

Último poste da série >  28 de março de 2015 > Guine 63/74 - P14412: Manuscrito(s) (Luís Graça) (51): Morreu um poeta