O nosso General Spínola fez uma escala em Lisboa e aproveitou para selecionar os comandos para a CART 11, os quais chegaram em Novembro de 70 a Bissau (os que embarcaram no Ana Mafalda foram os primeiros a chegar; o Capitão que seguia a bordo conseguiu ficar por Bissau e depois surgiu, e muito bem, o Capitão Almeida).
Não gostei de Spínola, não só por ter recorrido a Oficiais, Furriéis e Cabos Milicianos que já não estavam em lista de mobilizáveis (2 meses antes eu e o Teixeira tínhamos recusados 150.000$00 para tomar o lugar de um Furriel que era filho de um Coronel).
E não gostava também porque era prepotente...O facto de falar primeiro com os soldados e depois com o Comandante... era uma treta. Por trás...
Um aditamento, em 1970/72 a CCAÇ 11 / CART 11 esteve por toda a zona Leste. Estivemos ainda em Bafatá, Bolama, Galomaro, Pirada (antes também éramos viajados).
Spínola também era de Cascais (já era meu conhecido). Na recepção à chegada a Bissau disse-me:
- Lamento mas... prometo que quando fizeres 21 meses estás a caminho da Metrópole...
Foram 21 meses e 5 dias.
Podia e tinha condições para ser um grande Comandante. Faltou-lhe um pouco de humildade no relacionamento com os seus Homens. Uma nota final, dou-lhe nota positiva e agradeço o Louvor recebido.
Jaime Antunes
(Ex-Fur Mil Antunes, CART 11 / CCAÇ 11)
Guiné > Zona leste A> Paunca > Alguns furriéis da CCAÇ 11. O único que era da Guiné, cabo-verdiano, era o Reis Pires (em primeiro plano, ao centro). Foto do álbum de Adriano Lopes dos Santos Neto, ex-Fur Mil da CART 3521 (Piche) e CCAÇ 11 (Paunca), 1971/74.
Foto: © Adriano Neto(2011). Todos os direitos reservados.
Guiné > Zona leste A> Paunca > Alguns furriéis da CCAÇ 11. O único que era da Guiné, cabo-verdiano, era o Reis Pires (em primeiro plano, ao centro). Foto do álbum de Adriano Lopes dos Santos Neto, ex-Fur Mil da CART 3521 (Piche) e CCAÇ 11 (Paunca), 1971/74.
Foto: © Adriano Neto(2011). Todos os direitos reservados.
2. Outros comentários, anteriores, do Jaime Antunes (a quem reitero, mais uma vez, o convite para ingressar na nossa Tabanca Grande, juntando-se assim a outros camaradas da CART 2479, depois CART 11 e depois CCAÇ 11, que já aceitaram um lugar à sombra do nosso mágico e fraterno poilão, como o Renato Monteiro, o Abílio Duarte, o Adriano Neto...):
(i) 14 de dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9198: Tabanca Grande (311): Adriano Lopes dos Santos Neto, ex-Fur Mil da CART 3521 (Piche) e CCAÇ 11 (Paunca), 1971/74
(...) Comentário: Olá, uns anitos passados. Li com atenção a passagem por Paunca. O meu Camarada foi um dos que contribuiu para o meu regresso a Lisboa. Fui rendido em Agosto de 72 e o regresso a Lisboa via TAP em 5 de Setembro de 1972. O jovem que me rendeu veio de uma outra Companhia e... foi literalmente "sacado" para ir para a CART 11 (CCAÇ 11 foi alteração que se verificou a meio da minha comissão), por mim e um comerciante, de nome João Evangelista, radicado em Paunca na sua carrinha Toyota. Confesso que não me recordo do seu nome mas foi para me substituir no 4º Pelotão. (...)
(ii) 23 de dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2377: Em busca de ... (13): Malta da CCAÇ 11, Paunca, 1970/72 (Jaime Antunes)
(...) 1. Mensagem de Jaime Antunes, a quem saudamos e convidamos a integrar a nossa Tabanca Grande:
(...) Nestas coisas da vida há recordações que sempre perduram. Como muitos dos Portugueses, na minha juventude, também estive em África. Por uma escolha do Senhor General Spínola, 25 Milicianos, no dia 20 de Novembro de 1970, embarcaram no navio Ana Mafalda com destino ao CTIG. Todos classificados nos primeiros lugares dos cursos. Esta situação levantou-nos muitas dúvidas que foram esclarecidas à nossa chegada ao QG. Tínhamos sido selecionados para integrar uma Companhia de Africanos... a CCART 11. Posteriormente e porque uma Companhia de Artilharia... não era ... uma Companhia de Infantaria... o Senhor General ... passou-nos a CCAÇ 11 para que já não houvesse reclamações quanto às constantes saídas de Paunca para ir reforçar outras zonas.
Fui colocado no 4º Pelotão e ... cheguei em Novembro de 1970 e fui rendido em Setembro de 1972. Mantenho contacto com alguns dos elementos que estiveram nessa altura na CCAÇ 11 mas faltam outros a que perdemos o rasto. Manifesto a minha disponibilidade para conseguir reunir mais alguns camaradas (...).
___________
Nota do editor:
Último poste da série > 5 de fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11058: O Spínola que eu conheci (28): Figura incontornável da nossa História, que respeito mas não idolatro (Hélder Sousa, ex-fur mil trms TSF, 1970/72)
(ii) 23 de dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2377: Em busca de ... (13): Malta da CCAÇ 11, Paunca, 1970/72 (Jaime Antunes)
(...) 1. Mensagem de Jaime Antunes, a quem saudamos e convidamos a integrar a nossa Tabanca Grande:
(...) Nestas coisas da vida há recordações que sempre perduram. Como muitos dos Portugueses, na minha juventude, também estive em África. Por uma escolha do Senhor General Spínola, 25 Milicianos, no dia 20 de Novembro de 1970, embarcaram no navio Ana Mafalda com destino ao CTIG. Todos classificados nos primeiros lugares dos cursos. Esta situação levantou-nos muitas dúvidas que foram esclarecidas à nossa chegada ao QG. Tínhamos sido selecionados para integrar uma Companhia de Africanos... a CCART 11. Posteriormente e porque uma Companhia de Artilharia... não era ... uma Companhia de Infantaria... o Senhor General ... passou-nos a CCAÇ 11 para que já não houvesse reclamações quanto às constantes saídas de Paunca para ir reforçar outras zonas.
Fui colocado no 4º Pelotão e ... cheguei em Novembro de 1970 e fui rendido em Setembro de 1972. Mantenho contacto com alguns dos elementos que estiveram nessa altura na CCAÇ 11 mas faltam outros a que perdemos o rasto. Manifesto a minha disponibilidade para conseguir reunir mais alguns camaradas (...).
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Nota do editor:
Último poste da série > 5 de fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11058: O Spínola que eu conheci (28): Figura incontornável da nossa História, que respeito mas não idolatro (Hélder Sousa, ex-fur mil trms TSF, 1970/72)