1. Continuam a chegar até nós, por intermédio do nosso camarada José Teixeira, notícias de novas iniciativas da Tabanca Pequena ONGD em colaboração com a AD do nosso amigo Pepito.
Antemos à sua mensagem de 14 de Março de 2013:
Caros editores
A Tabanca Pequena continua a tentar ajudar os povos da Guiné-Bissau.
No caso presente é a educação para a saúde num plano de apoio à educação para a higiene oral das crianças, numa parceria entre a Tabanca Pequena que consegui o material de higiene oral, a AD que gere as escolas e a Associação Mundo a Sorrir, uma associação portuguesa que está no terreno.
Entre outros projetos pretende-se sensibilizar os professores do 1º Ciclo a necessidade de ensinarem as crianças a cuidarem da higiene oral. Material apropriado não lhe vai faltar.
Por favor ver site da AD: http://www.adbissau.org/
Abraço fraterno do
Zé Teixeira
Com a devida vénia à AD, reproduzimos a notícia inserta na sua página
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Nota do editor:
Vd. último poste da série de 10 DE MARÇO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11226: Ser solidário (143): Rádio Comunitária Papagaio, Buba: "SOS!!!!... Querem fechar-nos as portas!... Ajudem-nos a adquirir um filtro de harmónicos!".... (Luís da Silva, diretor)
Blogue coletivo, criado e editado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra col0onial, em geral, e da Guiné, em particular (1961/74). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que sáo, tratam-se por tu, e gostam de dizer: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
sexta-feira, 22 de março de 2013
Guiné 63/74 - P11293: Memória dos lugares (226): Vistas aéreas da doce e tranquila Bafatá, princesa do Geba (Humberto Reis, ex-fur mil op esp, CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71) (Parte I)
Guiné > Zona leste > Bafatá > Vista aérea > Foto nº 5 > Em primeiro plano, o rio Geba e a piscina de Bafatá (que tinha o nome do administrador Guerra Ribeiro e foi inaugurada em 1962, tendo sido construído - segundo a informação que temos - por militares de uma unidade aqui estacionada ainda antes do início da guerra).
Do lado esquerdo, o cais fluvial, uma zona ajardinada, a estátua do governador Oliveira Muzanty (1906-1909)... Ao centro, a rua principal da cidade. Vê-se, ao fundo, a estrada que conduz à saída para Nova Lamego (Gabu), à direita, e Bambadinca-Xime, à esquerda. À entrada de Bafatá, havia rotunda. Para quem entrava, o café do Teófiloi, o "desterrado", era à esquerda..
Do lado direito pode observar-se a traseira do mercado. Do lado esquerdo, no início da rua, um belo edifício, de arquitetura tipicamente colonial, pertencente à famosa Casa Gouveia, que representava os interesses da CUF, e que, no nosso tempo, era o principal bazar da cidade, tendo florescido com o patacão (dinheiro) da tropa. Por aqui passaram milhares e milhares de homens ao longo da guerra,. que aqui faziam as suas compras, iam aos restaurantes e se divertiam... comas meninas do Bataclã.
Foto nº 5 - > A piscina de Bafatá, na altura vazia
Foto nº 5-B > Cais do Rio Geba e jardim de Bafatá.. Ao centro a estátua do governador Oliveira Muzanty (1906-1909)
Foto nº 5- C > Do lado direito, o principal estabelecimento da cidade, pertencente à Casa Gouveia
Foto nº 5- D > Jardim, estátua de Oliveira Muzanty (governador, 1906-1909) e Casa Gouveia, no início da rua principal
Foto nº 5 - E > Rua Principal de Bafatá, com início na Casa Gouveia... O terceiro edifício parece ser o cinema (?) e o sexto a casa das libanesas... Ao fundo do lado esquerdo, a igreja católica de Bafatá. À frente à Casa Gouveia, do outro lado da rua, o Mercado de Bafatá, de estilo revivalista. [Ou o cinema era na rua do mercado que era perpendicular à rua principal ? Também não tenho a certeza onde era o edifício da administração civil... parece.-me que ficava a meio da rua principal, do lado direito, tal como o edifício dos correios. Também não consigo localizar aqui o restaurante A Transmontana].
Foto nº 2 > A mesquita de Bafatá (1)
Foto nº 2 - A > A mesquita de Bafatá (2)
Foto nº 5 - F > As traseiras do Mercado de Bafatá... Vê-se a sua fachada, de arquitetura revivalista, de inspiração árabe.
Foto nº 5- G > Vista parcial da cidade... Bafatá passou a concelho, pela reforma político-administartiva de 1963 (Decreto nº 45.372, de 22 de Novembro de 1963, que entrou em vigor em 1 de janeiro de 1964). Com o novo estatuto foram criado os seguintes concelhos, tendo a xâmara municipal como corpo administrativo: Bissau, Bissorã, Bolama, Bafatá, Catió, Gabu Mansoa, Farim e Cacheu. E ainda as seguintes circunscrições: Bijagós, Fulacunda e S. Domingos.
Bafatá foi elevada a cidade em março de 1970. No nosso tempo, meu e do Humberto Reis (CCAÇ 12, 1969/71), a cidade destacava-se pela beleza dos seus edifícios (incluindo os seus estabelecimentos comerciais) e a limpeza das ruas. Os lancis eram pintados a branco.
Fotos: © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: L.G.]
Guiné > Zona leste > Bafatá > Bafatá, a rua principal, vista de norte, com o Rio Geba ao fundo... Do lado direito, pintada a azul, a famosa casa das libanesas (restaurante e pensão). Foto do ex-alf mil op esp António Barbosa (2ª CART / BART 6523, Cabuca, 1973/74).
Guiné > Zona leste > Bafatá > Estátua de Oliveira Muzanty... Foto do o José Luís Tavares, do Esq Rec Fox 2640 (Bafatá, 1969/71), sentado à direita... Foto gentilmenmte cedida pelo Manuel Mata, nosso grã-tabanqueiro da primeira hora. Ao fundo, o edifício da Casa Gouveia.
Foto: © José Luís Tavares / Manuel Mata (2006). Todos os direitos reservados.
1. Esta é uma das sete vistas áreas de Bafatá, tiradas pela máquina fotográfica do Humberto Reis, o meu amigo, vizinho e camarada da CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71). O Reis tinha vários amigos na FAP e, de vez em quando, apanhava uma boleia de helicóptero ou de DO 27. Estas fotos foram tiradas de heli. E tem uma excelente resolução (mais de 2 MG), o que permitiu o seu recorte em várias imagens parciais.
Peço aos grã-tabanqueiros que viveram em Bafatá, como o Fernando Gouveia, antigo alf mil em Bafatá, no Comando de Agrupamento nº 2957 (1968/70), autor do livro "Na Kontra Ka Kontra" , e arquiteto de profissão, para as comentar e completar a legendagem. São imagens notáveis, e únicas, que nos ajudam a matar saudades da doce e tranquila Bafatá, princesa do Geba. (LG).
Nota do editor:
Último poste da série > 11 de março de 2013 > Guiné 63/74 - P11239: Memória dos lugares (225): Olossato, anos 60, no princípio era assim (8) (José Augusto Ribeiro)
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Guiné 63/74 - P11292: Notas de leitura (467): A palavra aos desertores portugueses (Mário Beja Santos)
1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 18 de Março de 2013:
Queridos amigos,
Emigrados em França, Suíça, Países Baixos ou Suécia, os desertores foram rapidamente conquistados pelos movimentos anticolonialistas ou eles aderiram por explícita vontade.
Veremos adiante, na recensão do livro “Armas de Papel”, de José Pacheco Pereira, a natureza e os conteúdos dessa literatura panfletária, com um elevado sabor esquerdista.
O texto de hoje, é uma dessas amostras de jornais policopiados que estavam à venda num reduzido número de livrarias de Paris.
Três desertores resolveram dar a cara. Dois deles tiveram um destino trágico.
Um abraço do
Mário
A palavra aos desertores portugueses
Beja Santos
Vários grupos esquerdistas sediados em França publicaram dossiês que eram vendidos em diferentes livrarias. Este dossiê tem a data de 1970 e podia ser comprado na livraria La Comone, Rua Geoffroy St Hilaire, Paris 13. O ano é de 1970, apela-se, no editorial a um movimento revolucionário português para avançar e pôr termo às ilusões reformistas, recorda que a guerra colonial funciona como o motor dinâmico das lutas de classes. "A finalidade deste caderno é de fazer conhecer alguns aspetos da luta do povo português e favorecer o conhecimento internacional da problemática revolucionária portuguesa". Refere a invasão da Guiné Conacri. Traça um quadro de Alpoim Calvão e entrevista vários desertores, alguns deles combatentes na Guiné.
O primeiro é Manuel Alberto Costa Alfaiate, antigo fuzileiro naval. Queixa-se de que os seus oficiais lhe mentiram ao dizer que tinha vindo para a Guiné exclusivamente para manter a ordem. Um camarada de armas ter-lhe-á dito: se queres saber a verdade desta guerra, vai até à enfermaria. Depois de ter estado em serviço em Bissau, partiu para Garunti, onde viu um superior a matar um velho e uma criança. Desertou em Fevereiro de 1970.
Manuel Fernando Almeida Matos, primeiro-cabo, chegou à Guiné em Janeiro de 1969, participou em várias operações, sobretudo na região de Bula e desertou em Abril. Diz ter assistido a vários crimes praticados por um oficial e um sargento quando chegaram a uma tabanca o oficial ordenara aos seus soldados que executassem civis, os soldados recusaram, o oficial e o sargento executaram a sangue frio 14 homens. Mais tarde perto de Bula viu dois oficiais a cortar as orelhas a um prisioneiro. Afirma estar bem tratado pelos militantes do PAIGC que organizou a sua viagem para a Argélia onde foi recebido pela Frente Patriótica de Libertação Nacional.
Manuel Veríssimo Viseu pertencia à 15ª Companhia de Comandos, combateu em Jabadá, chegou à Guiné em Maio de 1968. Queixa-se que as companhias de comandos eram comandadas por autênticos torcionários, matavam prisioneiros do PAIGC. Quando a 15ª Companhia de Comandos estava em Cuntima, atravessou a fronteira e apresentou-se ao PAIGC. Afirma estar ciente de que lhe tinham imposto vir para a Guiné proteger os interesses dos capitalistas, a tropa estava enganada e ele não queria obedecer mais às ordens dos fascistas. Foi colocado no Lar do PAIGC em Dakar, e depois viajou para Conacri, onde fraternalmente recebido e fez declarações à rádio do PAIGC.
O dossiê inclui também uma notícia publicada no Le Monde de vários desertores portugueses que tinham denunciado numa conferência de imprensa, em Alger, cenas de tortura e execuções sumárias perpetradas por tropas portuguesas. Nessa conferência de imprensa esteve presente Amílcar Cabral que aproveitou para declarar que o Estado-maior português considerava ser impossível reconquistar os territórios da Guiné ocupados pelos guerrilheiros, e igualmente apelou à França para que mudasse a sua política com o regime de Lisboa.
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Nota do editor:
Vd. último poste da série de 18 DE MARÇO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11272: Notas de leitura (466): Texto policopiado e publicado pelo Comissariado Nacional da Mocidade Portuguesa - Ultramar (4) (Mário Beja Santos)
Queridos amigos,
Emigrados em França, Suíça, Países Baixos ou Suécia, os desertores foram rapidamente conquistados pelos movimentos anticolonialistas ou eles aderiram por explícita vontade.
Veremos adiante, na recensão do livro “Armas de Papel”, de José Pacheco Pereira, a natureza e os conteúdos dessa literatura panfletária, com um elevado sabor esquerdista.
O texto de hoje, é uma dessas amostras de jornais policopiados que estavam à venda num reduzido número de livrarias de Paris.
Três desertores resolveram dar a cara. Dois deles tiveram um destino trágico.
Um abraço do
Mário
A palavra aos desertores portugueses
Beja Santos
Vários grupos esquerdistas sediados em França publicaram dossiês que eram vendidos em diferentes livrarias. Este dossiê tem a data de 1970 e podia ser comprado na livraria La Comone, Rua Geoffroy St Hilaire, Paris 13. O ano é de 1970, apela-se, no editorial a um movimento revolucionário português para avançar e pôr termo às ilusões reformistas, recorda que a guerra colonial funciona como o motor dinâmico das lutas de classes. "A finalidade deste caderno é de fazer conhecer alguns aspetos da luta do povo português e favorecer o conhecimento internacional da problemática revolucionária portuguesa". Refere a invasão da Guiné Conacri. Traça um quadro de Alpoim Calvão e entrevista vários desertores, alguns deles combatentes na Guiné.
O primeiro é Manuel Alberto Costa Alfaiate, antigo fuzileiro naval. Queixa-se de que os seus oficiais lhe mentiram ao dizer que tinha vindo para a Guiné exclusivamente para manter a ordem. Um camarada de armas ter-lhe-á dito: se queres saber a verdade desta guerra, vai até à enfermaria. Depois de ter estado em serviço em Bissau, partiu para Garunti, onde viu um superior a matar um velho e uma criança. Desertou em Fevereiro de 1970.
Manuel Fernando Almeida Matos, primeiro-cabo, chegou à Guiné em Janeiro de 1969, participou em várias operações, sobretudo na região de Bula e desertou em Abril. Diz ter assistido a vários crimes praticados por um oficial e um sargento quando chegaram a uma tabanca o oficial ordenara aos seus soldados que executassem civis, os soldados recusaram, o oficial e o sargento executaram a sangue frio 14 homens. Mais tarde perto de Bula viu dois oficiais a cortar as orelhas a um prisioneiro. Afirma estar bem tratado pelos militantes do PAIGC que organizou a sua viagem para a Argélia onde foi recebido pela Frente Patriótica de Libertação Nacional.
Manuel Veríssimo Viseu pertencia à 15ª Companhia de Comandos, combateu em Jabadá, chegou à Guiné em Maio de 1968. Queixa-se que as companhias de comandos eram comandadas por autênticos torcionários, matavam prisioneiros do PAIGC. Quando a 15ª Companhia de Comandos estava em Cuntima, atravessou a fronteira e apresentou-se ao PAIGC. Afirma estar ciente de que lhe tinham imposto vir para a Guiné proteger os interesses dos capitalistas, a tropa estava enganada e ele não queria obedecer mais às ordens dos fascistas. Foi colocado no Lar do PAIGC em Dakar, e depois viajou para Conacri, onde fraternalmente recebido e fez declarações à rádio do PAIGC.
O dossiê inclui também uma notícia publicada no Le Monde de vários desertores portugueses que tinham denunciado numa conferência de imprensa, em Alger, cenas de tortura e execuções sumárias perpetradas por tropas portuguesas. Nessa conferência de imprensa esteve presente Amílcar Cabral que aproveitou para declarar que o Estado-maior português considerava ser impossível reconquistar os territórios da Guiné ocupados pelos guerrilheiros, e igualmente apelou à França para que mudasse a sua política com o regime de Lisboa.
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Nota do editor:
Vd. último poste da série de 18 DE MARÇO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11272: Notas de leitura (466): Texto policopiado e publicado pelo Comissariado Nacional da Mocidade Portuguesa - Ultramar (4) (Mário Beja Santos)
Guiné 63/74 - P11291: Parabéns a você (549): José Lino Oliveira, ex-Fur Mil Amanuense da CCS/BCAÇ 4612/74 (Guiné, 1974)
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Nota do editor:
Vd. último poste da série de 17 DE MARÇO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11264: Parabéns a você (548): José Armando F. Almeida, ex-Fur Mil TRMS da CCS/BART 2917 (Guiné, 1970/72)
Nota do editor:
Vd. último poste da série de 17 DE MARÇO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11264: Parabéns a você (548): José Armando F. Almeida, ex-Fur Mil TRMS da CCS/BART 2917 (Guiné, 1970/72)
quinta-feira, 21 de março de 2013
Guiné 63/74 - P11290: Humor de caserna (32): Estou a fazer voar o meu pensamento (Tony Borié) (5): A Família Mauser K98 (2)
1. Em mensagem do dia 7 de Março de 2013, o nosso camarada Tony Borié (ex-1.º Cabo Operador Cripto do Cmd Agru 16, Mansoa, 1964/66), enviou-nos mais este pensamento voador...
Ora cá estamos de novo com outro tema de guerra, tristeza, angústia, e mais um sem número de coisas que os amigos antigos combatentes e não só, ao lerem, se tiverem pachorra para lerem, vão ficar com o coração a transbordar de saudades, e também alguma mágoa destas jovens, que desprotegidas, viram no seu alistamento nas forças militares do seu país, um meio de sobrevivência.
De novo o Cifra vai começar com aquele blá, blá, blá, que já conhecem, e pedindo antecipadamente desculpas às digníssimas leitoras, que sempre têm a amabilidade de abriram a página do Luís Graça & Camaradas da Guiné, ao Luís Graça, Carlos Vinhal e demais editores, que são de uma paciência que “brada aos céus”, mas a linguagem é correcta, é uma cópia da verdade dos factos, só alguns dos antigos combatentes e não só, é que pensam logo coisas que não são, portanto, para os que vivem no mundo onde se fala inglês, vão por certo dizer:
- That story more poignant, the Cipher brings us today!
No mundo onde se fala francês, dizem:
- Cette histoire plus poignante, le Cipher nous apporte aujourd’hui!
Onde se fala germânico, friamente dizem:
- Diese Geschichte umso ergreifender, bringt das Cipher uns noch heute!
No mundo que se fala espanhol, entre dois ou três “zzz”, dizem:
- La historia más conmovedora, la Cifra nos lleva hoy!
Os chineses, põem os pauzinhos de parte, se estiverem a comer, e depois dizem:
Perceberam? Não? Deixem lá, pois o Cifra também não percebeu!
E nós portugueses dizemos, numa expectativa quase frustrada:
- Que história mais comovedora o Cifra traz hoje!
Portanto cá vai.
Era uma família rural que vivia num país frio e do que lhe dava a natureza, os tempos não eram de paz, andavam em guerra, os homens eram raros, e os que havia foram combater, muitos morreram.
Elas desde pequenas, habituadas a viver em constante sobressalto, e como os tempos não eram de paz, toda a sua família morreu, ou em combate, ou única e simplesmente ao frio, à fome ou com aquelas enfermidades que sempre vêm a seguir à guerra.
Elas, as duas irmãs órfãs, que restaram desta família, não vendo outro meio de sobrevivência, resolveram alistar-se nas forças militares do seu país, iam para o que desse e viesse, como é costume dizer-se, pois pelo menos, não só iriam ter quem lhes desse de comer, dormir e alguma roupa para vestir, mas acima de tudo, iriam ser como nós já fomos, COMBATENTES. Logo nos primeiros tempos de treino, verificaram que se sentiam bem, mesmo muito bem, a mais velha adorava-a, principalmente quando a colocava, direita, entre as suas pernas, como podem admirar na foto, e a mais nova encostava-se a ela, estamos a falar da Mauser K98, agarrava-lhe no cano, depois com a mão percorria toda a distância que ia até à curva, onde estava o gatilho, aí introduzia o seu dedo indicador, mas nunca apertava, pois podia haver o perigo de um disparo, e no final encostava-a ao peito, com alguma ternura, como podem ver na foto, e fazia-o com tal confiança, como abraçasse a coisa mais importante do mundo, às vezes até dizia que ela, a sua querida Mauser K98, era a razão da sua sobrevivência.
Essa irmã mais nova era uma previlegiada, pois tinha muita pontaria, e os seus superiores vendo essas virtudes logo lhe deram treino e colocaram um telescópio na sua querida Mauser K98, iria ser no futuro uma “sniper”, como podem admirar também na foto, onde ela colocava o olho, mas só no momento de acção, pois às vezes as cápsulas das balas, na altura em que a sua querida Mauser K98 disparava, vinham-lhe pró olho direito, pois o esquerdo estava fechado fazendo pontaria, e ela, podia dar tudo do seu corpo, em favor do seu país, mas no olho, é que não queria levar, com as cápsulas das balas, não, isso não, podia levar em tudo menos no olho, pois a visão era o que ela considerava mais importante, e queria manter para o resto da sua vida.
O Cifra, em homenagem a esta família de combate, vai chamar-lhe “Família Mauser K98”, e virá de novo com mais informações a seu respeito, pois nós antigos combatentes, devido ao nosso passado de combate, temos tendência a gostar que nos falem de “armas e bombas”.
Às vezes dizem que uma boa foto equivale a mil palavras, e neste caso é verdade.
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Nota do editor:
Vd. último poste da série de 7 DE MARÇO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11206: Humor de caserna (31): Estou a fazer voar o meu pensamento (António Borié) (4): A família Mauser K98
Ora cá estamos de novo com outro tema de guerra, tristeza, angústia, e mais um sem número de coisas que os amigos antigos combatentes e não só, ao lerem, se tiverem pachorra para lerem, vão ficar com o coração a transbordar de saudades, e também alguma mágoa destas jovens, que desprotegidas, viram no seu alistamento nas forças militares do seu país, um meio de sobrevivência.
De novo o Cifra vai começar com aquele blá, blá, blá, que já conhecem, e pedindo antecipadamente desculpas às digníssimas leitoras, que sempre têm a amabilidade de abriram a página do Luís Graça & Camaradas da Guiné, ao Luís Graça, Carlos Vinhal e demais editores, que são de uma paciência que “brada aos céus”, mas a linguagem é correcta, é uma cópia da verdade dos factos, só alguns dos antigos combatentes e não só, é que pensam logo coisas que não são, portanto, para os que vivem no mundo onde se fala inglês, vão por certo dizer:
- That story more poignant, the Cipher brings us today!
No mundo onde se fala francês, dizem:
- Cette histoire plus poignante, le Cipher nous apporte aujourd’hui!
Onde se fala germânico, friamente dizem:
- Diese Geschichte umso ergreifender, bringt das Cipher uns noch heute!
No mundo que se fala espanhol, entre dois ou três “zzz”, dizem:
- La historia más conmovedora, la Cifra nos lleva hoy!
Os chineses, põem os pauzinhos de parte, se estiverem a comer, e depois dizem:
Perceberam? Não? Deixem lá, pois o Cifra também não percebeu!
E nós portugueses dizemos, numa expectativa quase frustrada:
- Que história mais comovedora o Cifra traz hoje!
Portanto cá vai.
Era uma família rural que vivia num país frio e do que lhe dava a natureza, os tempos não eram de paz, andavam em guerra, os homens eram raros, e os que havia foram combater, muitos morreram.
Elas desde pequenas, habituadas a viver em constante sobressalto, e como os tempos não eram de paz, toda a sua família morreu, ou em combate, ou única e simplesmente ao frio, à fome ou com aquelas enfermidades que sempre vêm a seguir à guerra.
Elas, as duas irmãs órfãs, que restaram desta família, não vendo outro meio de sobrevivência, resolveram alistar-se nas forças militares do seu país, iam para o que desse e viesse, como é costume dizer-se, pois pelo menos, não só iriam ter quem lhes desse de comer, dormir e alguma roupa para vestir, mas acima de tudo, iriam ser como nós já fomos, COMBATENTES. Logo nos primeiros tempos de treino, verificaram que se sentiam bem, mesmo muito bem, a mais velha adorava-a, principalmente quando a colocava, direita, entre as suas pernas, como podem admirar na foto, e a mais nova encostava-se a ela, estamos a falar da Mauser K98, agarrava-lhe no cano, depois com a mão percorria toda a distância que ia até à curva, onde estava o gatilho, aí introduzia o seu dedo indicador, mas nunca apertava, pois podia haver o perigo de um disparo, e no final encostava-a ao peito, com alguma ternura, como podem ver na foto, e fazia-o com tal confiança, como abraçasse a coisa mais importante do mundo, às vezes até dizia que ela, a sua querida Mauser K98, era a razão da sua sobrevivência.
Essa irmã mais nova era uma previlegiada, pois tinha muita pontaria, e os seus superiores vendo essas virtudes logo lhe deram treino e colocaram um telescópio na sua querida Mauser K98, iria ser no futuro uma “sniper”, como podem admirar também na foto, onde ela colocava o olho, mas só no momento de acção, pois às vezes as cápsulas das balas, na altura em que a sua querida Mauser K98 disparava, vinham-lhe pró olho direito, pois o esquerdo estava fechado fazendo pontaria, e ela, podia dar tudo do seu corpo, em favor do seu país, mas no olho, é que não queria levar, com as cápsulas das balas, não, isso não, podia levar em tudo menos no olho, pois a visão era o que ela considerava mais importante, e queria manter para o resto da sua vida.
O Cifra, em homenagem a esta família de combate, vai chamar-lhe “Família Mauser K98”, e virá de novo com mais informações a seu respeito, pois nós antigos combatentes, devido ao nosso passado de combate, temos tendência a gostar que nos falem de “armas e bombas”.
Às vezes dizem que uma boa foto equivale a mil palavras, e neste caso é verdade.
____________
Nota do editor:
Vd. último poste da série de 7 DE MARÇO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11206: Humor de caserna (31): Estou a fazer voar o meu pensamento (António Borié) (4): A família Mauser K98
Guiné 63/74 - P11289: Blogpoesia (330): No Dia Mundial da Poesia... Como é bom rever-te, Lisboa, Tejo e tudo (Luís Graça)
Lisboa, Mouraria, Largo da Severa > 11 de setembro de 2011
Foto: © Luís Graça (2011). Todos os direitos reservados
1. No Dia Mundial da Poesia, 21 de março de 2013... Para os amantes de Lisboa, para a Lisboa dos amantes... LG
O reordenamento de Lisboa, Tejo e tudo
Luís Graça
Lisboa, sete colinas,
o rio, uma paixão,
que deram origem
à arte e à ciência da olissipografia.
E tu, querida, eras uma das meninas
que ficava bem,
à janela,
recortada em pórtico manuelino
da Casa dos Bicos
ou no laranjal
da estória da Nau Catrineta,
desenhando frágeis castelos de Espanha
nas areias movediças de Portugal.
Lisboa, menina e moça,
tu podias não saber nada
de geografia,
nem da didática da educação de adultos,
nem da fisiologia do coração,
nem de macroeconomia,
nem de desenho a três dimensões,
nem do risco sísmico,
nem sequer do simples risco de existir e de estar viva.
Mas sempre tiveste por perto
o estúpido pirata de perna de pau,
vesgo e maneta,
irrompendo os teus sonhos
com o pesadelo do sentimento de um ocidental
na ponta mais fina de uma espada
guardada na Torre de Belém.
Lisboa, o casario, o castelo, a mouraria,
e rente ao chão,
a devoção, a procissão
da Senhora da Saúde,
que nos valia nos anos de peste,
nos meses de guerra,
nas semanas de fome
e nos dias de depressão,
a depressão funda, cavada,
do vale de Alcântara até Xabregas.
Lisboa, a Torre do Tombo,
os livros, os incunábulos,
os alfarrabistas,
as pedras, as cantarias,
as traves mestras
que nos falam da cidade
em construção,
dos arquitetos,
dos trolhas,
dos estucadores,
das gaiolas pombalinas,
dos tristes, saudosos da partida,
dos pintores de tabuletas
e de retábulos dourados das igrejas,
dos aguadeiros,
do poço do mouros
dos tristes, saudosos da partida,
dos pintores de tabuletas
e de retábulos dourados das igrejas,
dos aguadeiros,
do poço do mouros
e do poço dos negros,
dos almoxarifes,
dos vedores,
dos provedores,
dos coveiros da pátria,
dos enfermeiros-mores,
dos coveiros da pátria,
dos enfermeiros-mores,
dos físicos e dos tísicos,
do Carmo e da Trindade,
outrora de pedra e cal,
dos agiotas,
das tenças e das mercês,
dos engenheiros hidráulicos,
dos agrónomos,
dos agrimensores,
dos silvicultores do pinhal d’el-rei,
dos santos inquisidores,
das freiras e das frieiras
que é coçá-las e deixá-las
no cemitério de todos os prazeres.
Ah, aí onde a vida acaba
na ponta de uma naifa
no Bairro Alto
das fadistas
e na Baixa Chiado dos seus chulos.
Mas não de tédio,
minha querida,
diz o pregão da varina,
nem de desesperança,
que ainda a noite é uma criança,
e enquanto houver o 28 para a (Des)Graça
com bilhete de ida e volta,
as Escadinhas do Duque
ou a Calçada do Combro
e os escombros do terramoto
por subir, trepar ou escalar.
E os filetes de alfaquique
ou peixe-galo
com açorda de ovas
que não vão à mesa do rei.
E os pastéis de Belém com IVA
e o bife dos ricos
à Marrare
e as iscas, dos pobres, com elas
nas carvoarias dos galegos
e o cheiro a carvão e a sardinha,
linda que tresanda
nas ruelas e vielas dos bairros populares,
por fim reordenados,
e livres do tifo, da febre amarela, da cólera,
do bacilo de Koch
e das paixões cegas da alma.
E o Portugal very tipical
do António de Ferro,
descalço e de barrete,
com que te quiseram tramar;
e as sécias e os peraltas da Belle Époque
que a Avenida da Liberdade
acaba na rotunda das edificantes públicas virtudes
e no beco dos mais torpes vícios privados.
Tu, terna, eterna, Olissipo,
onde o azul do céu é único,
diz o ofício do turismo,
e nos leva a todos os caminhos do infinito.
Ulisses sabia-o
e bem guardado estava o segredo
do mais fundo do tempo.
E por isso fundeou no estuário do teu Tejo,
e te fundou e fecundou,
e trouxe com ele
do Carmo e da Trindade,
outrora de pedra e cal,
dos agiotas,
das tenças e das mercês,
dos engenheiros hidráulicos,
dos agrónomos,
dos agrimensores,
dos silvicultores do pinhal d’el-rei,
dos santos inquisidores,
das freiras e das frieiras
que é coçá-las e deixá-las
no cemitério de todos os prazeres.
Ah, aí onde a vida acaba
na ponta de uma naifa
no Bairro Alto
das fadistas
e na Baixa Chiado dos seus chulos.
Mas não de tédio,
minha querida,
diz o pregão da varina,
nem de desesperança,
que ainda a noite é uma criança,
e enquanto houver o 28 para a (Des)Graça
com bilhete de ida e volta,
as Escadinhas do Duque
ou a Calçada do Combro
e os escombros do terramoto
por subir, trepar ou escalar.
E os filetes de alfaquique
ou peixe-galo
com açorda de ovas
que não vão à mesa do rei.
E os pastéis de Belém com IVA
e o bife dos ricos
à Marrare
e as iscas, dos pobres, com elas
nas carvoarias dos galegos
e o cheiro a carvão e a sardinha,
linda que tresanda
nas ruelas e vielas dos bairros populares,
por fim reordenados,
e livres do tifo, da febre amarela, da cólera,
do bacilo de Koch
e das paixões cegas da alma.
E o Portugal very tipical
do António de Ferro,
descalço e de barrete,
com que te quiseram tramar;
e as sécias e os peraltas da Belle Époque
que a Avenida da Liberdade
acaba na rotunda das edificantes públicas virtudes
e no beco dos mais torpes vícios privados.
Tu, terna, eterna, Olissipo,
onde o azul do céu é único,
diz o ofício do turismo,
e nos leva a todos os caminhos do infinito.
Ulisses sabia-o
e bem guardado estava o segredo
do mais fundo do tempo.
E por isso fundeou no estuário do teu Tejo,
e te fundou e fecundou,
e trouxe com ele
a caixinha de Pandora,
e os perfumes inebriantes
e os perfumes inebriantes
das mais belas:
troianas,
fenícias, gregas,
cartaginesas, romanas,
celtas, ibericíssimas,
godas, visigóticas,
mouras, berberes, azenegues,
Que te importa, amor,
se Lisboa já não é
uma praça forte,
uma bolsa contra os valores
daqui d’ el-rei
que o paço e o terreiro,
o trono e a régia cabeça,
tremem e estremecem,
entre o Martinho e a Arcádia,
na iminência de um ataque
terrorista
ou da implosão do euro.
Dantes chamava-se anarquista,
à bomba regicida,
quando a palavra de ordem era
a bolsa ou a vida, abaixo o Estado!
E não havia as avenidas novas,
do Ressano Garcia,
nem o risco dos engenheiros,
nem o cordão sanitário,
nem a construção a custos controlados,
nem o prémio Valmor,
nem o Siza nem o Moura,
nem o fundo de mão de obra,
nem o Dow Jones ou o NASDAK.
fenícias, gregas,
cartaginesas, romanas,
celtas, ibericíssimas,
godas, visigóticas,
mouras, berberes, azenegues,
futa-fulas, mandingas, pretas da Senegâmbia,
crioulas de carapinha e olhos verdes,
ameríndias, guaranis,
bárbaras, belas, pérfidas,
crioulas de carapinha e olhos verdes,
ameríndias, guaranis,
bárbaras, belas, pérfidas,
ubérrimas,
santas e penitentes,
errantes, caminhantes,
místicas, algures perdidas,
loucamente perdidas
nos caminhos marítimos para as Índias.
santas e penitentes,
errantes, caminhantes,
místicas, algures perdidas,
loucamente perdidas
nos caminhos marítimos para as Índias.
Que te importa, amor,
se Lisboa já não é
uma praça forte,
uma bolsa contra os valores
daqui d’ el-rei
que o paço e o terreiro,
o trono e a régia cabeça,
tremem e estremecem,
entre o Martinho e a Arcádia,
na iminência de um ataque
terrorista
ou da implosão do euro.
Dantes chamava-se anarquista,
à bomba regicida,
quando a palavra de ordem era
a bolsa ou a vida, abaixo o Estado!
E não havia as avenidas novas,
do Ressano Garcia,
nem o risco dos engenheiros,
nem o cordão sanitário,
nem a construção a custos controlados,
nem o prémio Valmor,
nem o Siza nem o Moura,
nem o fundo de mão de obra,
nem o Dow Jones ou o NASDAK.
Nem a apagada e vil tristeza
que te matou, meu irmão Luís de Camões.
E estavas tu, querida,
postada à janela,
descalça e de xaile preto,
em sossego e bom recato,
com vistas largas
para o casario, a sé, o castelo,
o mar da palha,
o mundo vário,
a rua do ouro e a da prata,
o augusto senhor dom José a mata-cavalos,
a serra, a arrábida fóssil,
a armada outrora invencível,
a ribeira das naus,
o turista, o voyeurista,
o motorista
do senhor ministro sem pasta
nem forragem para o gado na canícula do verão,
nem para os puros sangues lusitanos da alcáçova,
nem sangue nem soro para os heróis menores, anónimos,
da guerra colonial
que vieram morrer na praia
E estavas tu, querida,
postada à janela,
descalça e de xaile preto,
em sossego e bom recato,
com vistas largas
para o casario, a sé, o castelo,
o mar da palha,
o mundo vário,
a rua do ouro e a da prata,
o augusto senhor dom José a mata-cavalos,
a serra, a arrábida fóssil,
a armada outrora invencível,
a ribeira das naus,
o turista, o voyeurista,
o motorista
do senhor ministro sem pasta
nem forragem para o gado na canícula do verão,
nem para os puros sangues lusitanos da alcáçova,
nem sangue nem soro para os heróis menores, anónimos,
da guerra colonial
que vieram morrer na praia
do 10 de junho,
o velho do Restelo,
que já foi praia sem bandeira azul nem glória,
o velho do Restelo agora ainda mais velho
e mais estupidamente lúcido e cruel,
o Cesário e a sua idiossincrasia,
o Cesário, verde e rubro,
nos estádios dos eurofutebóis,
mais o Eça de Queiroz,
o estrangeirado,
que te amava à maneira dele,
a Sofia, a deusa, a olímpica,
o Almada e os seus marinheiros sem futuro,
o Ary, provocateur, panfletário,
mais o O'Neil, que era tão louco quanto irlandês,
e o luminoso Eugénio de Andrade,
e ainda a Amália
e a nossa estranha forma de vida,
e tantos outros poetas que te cantaram,
que já foi praia sem bandeira azul nem glória,
o velho do Restelo agora ainda mais velho
e mais estupidamente lúcido e cruel,
o Cesário e a sua idiossincrasia,
o Cesário, verde e rubro,
nos estádios dos eurofutebóis,
mais o Eça de Queiroz,
o estrangeirado,
que te amava à maneira dele,
a Sofia, a deusa, a olímpica,
o Almada e os seus marinheiros sem futuro,
o Ary, provocateur, panfletário,
mais o O'Neil, que era tão louco quanto irlandês,
e o luminoso Eugénio de Andrade,
e ainda a Amália
e a nossa estranha forma de vida,
e tantos outros poetas que te cantaram,
e que morreram de amores por ti.
Ah, e o Pessoa, subindo e descendo o Chiado,
de braço dado contigo,
recitando-te o heterónimo:
A rapariga inglesa, tão loura, tão jovem, tão boa
Que queria casar comigo…
Que pena eu não ter casado com ela…
Teria sido feliz.
Mas como é que eu sei se teria sido feliz ?
Esquece o Álvaro, o Campos, o sedutor,
e deixa-me pôr-te a caminhar
pelos caminhos ínvios e íngremes
desta cidade-sortilégio,
que nós amamos no singular
Ah, e o Pessoa, subindo e descendo o Chiado,
de braço dado contigo,
recitando-te o heterónimo:
A rapariga inglesa, tão loura, tão jovem, tão boa
Que queria casar comigo…
Que pena eu não ter casado com ela…
Teria sido feliz.
Mas como é que eu sei se teria sido feliz ?
Esquece o Álvaro, o Campos, o sedutor,
e deixa-me pôr-te a caminhar
pelos caminhos ínvios e íngremes
desta cidade-sortilégio,
que nós amamos no singular
e maltratamos no plural…
E se, contudo,
há um privilégio,
é sempre o da amizade e do amor,
é esse de poder ter-te
ao alcance da mão e do coração
há um privilégio,
é sempre o da amizade e do amor,
é esse de poder ter-te
ao alcance da mão e do coração
dos amantes,
entre a Rua Augusta e o Cais de Sodré,
ou de permeio,
no Terreiro do Paço,
entre a liberdade sem rua nem abrigo
entre a Rua Augusta e o Cais de Sodré,
ou de permeio,
no Terreiro do Paço,
entre a liberdade sem rua nem abrigo
e os segredos de polichinelo da tua caixa de correio.
É, enfim, esse privilégio de poder dizer-te,
É, enfim, esse privilégio de poder dizer-te,
no regresso da última nau do império:
Como é bom rever-te,
Lisboa, Tejo e tudo.
Como é bom rever-te,
Lisboa, Tejo e tudo.
Lisboa, Terreiro do Paço, maio de 2006
Revisto em 21/3/2013
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Nota do editor:
Último poste da série > 20 de março de 20013 > Guiné 63/74 - P11280: Blogpoesia (329): No Dia Mundial da Poesia... Eugénio de Andrade (1923-2005): (i) Sobre o Tejo; (ii) Três ou quatro sílabas; (iii) Canção da mãe de um soldado de partida para a Bósnia
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Nota do editor:
Último poste da série > 20 de março de 20013 > Guiné 63/74 - P11280: Blogpoesia (329): No Dia Mundial da Poesia... Eugénio de Andrade (1923-2005): (i) Sobre o Tejo; (ii) Três ou quatro sílabas; (iii) Canção da mãe de um soldado de partida para a Bósnia
Guiné 63/74 - P11288: (De) caras (13): Guerra Ribeiro, natural de Bragança: de administrador colonial no tempo do Schulz a intendente no tempo de Spínola (Paulo Santiago / Cherno Baldé / António Rosinha)
Foto 1> Guiné > Zona leste > Bambadinca > BART 2917 (1970/729 > Março de 1972 > Carreira de tiro > Da direita para a esquerda: (i) na primeira fila: o general Spínola e o ten cor Polidoro Monteiro (comandante do BART 2917); e atrás, na segunda fila, (ii) o antigo administrador de Bafatá, o então intendente Guerra Ribeiro.
Foto 1> Guiné > Zona leste > Bambadinca > BART 2917 (1970/729 > Março de 1972 > Carreira de tiro > Da direita para a esquerda: (i) na primeira fila: Comandante do CAOP 2, General Spínola, e o ten cor Polidoro Monteiro (comandante do BART 2917); e atrás, na segunda fila, (ii) o Paulo Santiago (,de bigode e óculos escuros, o ten-cor Tiago Martins e o antigo administrador de Bafatá, o então intendente Guerra Ribeiro.
Foto 2-A > Guiné > Zona leste > Bambadinca > BART 2917 (1970/729 > Março de 1972 > Carreira de tiro > em primeiro plano, dois civis, da administração colonial , sendo o segundo o Guerra Ribeiro), no meio de militares, com o gen Spínola ao centro; ao fundo, à direita o nosso grã-tabanqueiro Paulo Santiago, na altura instrutor e comandante de companhia de milícias.
Foto 2 > Guiné > Zona leste > Bambadinca > BART 2917 (1970/729 > Março de 1972 > Foto de conjunto das autoridades civis e militares em visita à carreira de tiro de Bambadinca.
Fotos (e legendas): © Paulo Santiago (2013). Todos os direitos reservados [Fotos editadas pro L.G.]
Fotos (e legendas): © Paulo Santiago (2013). Todos os direitos reservados [Fotos editadas pro L.G.]
Olá, Luís
No P 11281 (*) fala-se do Guerra Ribeiro, Administrador de Bafatá. Conheci a pessoa num dia em que apareceu no Saltinho,e lá pernoitou.
Mais tarde,apareceu em Bambadinca na cerimónia de encerramento do curso de Milícias. Nesta altura, já não era Administrador, era Intendente, e penso que estava em Bissau, mas sei muito pouco sobre estes cargos da Administração Civil. [Voltei a Bambadinca em Janeiro de 72 e, durante o novo curso de milícias, tive duas visitas do Com-Chefe, uma aí pelo meio e a outra no final tendo, desta vez, sido cumprido todo o programa de encerramento, que incluiu uma deslocação de viatura à carreira de tiro, que ficava para lá do destacamento da Ponte de Udunduma, a caminho do Xime].
Nas fotos juntas, Março de 72, aparece o então Intendente Guerra Ribeiro. Na primeira, é a pessoa de farda amarela, atrás do Polidoro Monteiro e do Spínola. Na segunda, está a olhar para o lado esquerdo, e vê-se, também fardado,um outro elemento da Administração Civil que não sei quem é. (**)
Nas fotos juntas, Março de 72, aparece o então Intendente Guerra Ribeiro. Na primeira, é a pessoa de farda amarela, atrás do Polidoro Monteiro e do Spínola. Na segunda, está a olhar para o lado esquerdo, e vê-se, também fardado,um outro elemento da Administração Civil que não sei quem é. (**)
Abraço, Paulo Santiago
2. Comentário de Cherno Baldé ao poste P11281 (*):
O Guerra Ribeiro, Administrador da Circunscrição, depois Concelho de Bafatá nos anos 60, era o terror dos nativos "indígenas" que viviam nos arredores ou visitavam a cidade, por força de uma medida administrativa que mandava prender e açoitar todos os nativos que nela entrassem de pés descalços.
A medida era inédita, controversa e paradoxal, porque no seu ambiente natural, salvo raras excepções (personalidades politicas ou religiosas), o nativo guineense, em geral, não usava sapatos no seu dia-a-dia e, também na fase inicial da colonização, o uso de sapatos entre o "gentio" ou era mal visto ou simplesmente proibido pela administração.
E, de repente, nos anos 60, o Administrador de Bafatá confundiu a mentalidade dos nativos com esta medida que intrigava muita gente e teria sido motivo para o surgimento de casos caricatos que ainda hoje se contam e são motivo de divertidas gargalhadas.
Com esta medida histórica, quem tivesse que passar por Bafatá, por qualquer motivo, sabia de antemão ao que era obrigado, mesmo que, por isso, tivesse que arrastar os pés ou andar como um coxo, porque os cipaios de Guerra Ribeiro estavam lá para fazer cumprir a ordem.
Assim, na região de Bafatá a história do uso de sapatos está intimamente ligada ao nome de Guerra Ribeiro, e a maioria dessas pessoas compravam o seu par de sapatos exclusivamente para satisfazer
o Senhor Administrador de Bafatá.
O nome de Guerra Ribeiro está também ligado a construção do Bairro-de-Ajuda, o único Bairro digno deste nome na periferia da antiga Bissau, construído na base de trabalho obrigatório.
É por estas e outras coisas que, hoje, face a situação actual do pais, muita gente questiona (em especial os mais velhos) se não era melhor manter a ordem e a disciplina coloniais.
3. Comentário do António Rosinha ao poste P11281 (*):
Sempre houve chefes de Posto, ou Administradores coloniais, que deixaram marcas como este Guerra Ribeiro que talvez o nosso Cherno só já conheceu de ouvir falar.
Mas não sei se existiu mesmo uma lei colonial ou não que se contava: "Nas Repartições do Estado, não podem entrar nem cães, nem pretos descalços".
Mas o trabalho obrigatório como o bairro da Ajuda já fora da Chapa-Bissau (moderno), esse trabalho teve mais ou menos o mesmo processo do trabalho criticado políticamente pelos movimentos PAIGC, MPLA...que era os "contratados" em Angola.
Também lá em Angola eram os Chefes de posto ou Administradores que, como Guerra Ribeiro, arrebanhavam, convocavam, obrigavam, "contratavam" os jovens das tabancas a prestarem trabalhos
temporários, que eram sempre remunerados e com normas.
E, como diz o Cherno, a "disciplina colonial", também eu digo sempre, que os velhos régulos "gostavam" dos chefes de posto. Mas não é fácil de explicar, quem poderia explicar bem era um Luís Cabral, um Nino, e mesmo Amílcar Cabral.
Os que politicavam antes da guerra diziam que, se se produz tanta riqueza para o branco com trabalho obrigatório, quando for a trabalhar para nós...imagine-se.
Ainda trabalhei com guineenses na Tecnil que conheceram esse muito afamado Guerra Ribeiro, para o povo era tão afamado como Spínola. Sempre que ouvia falar nele era no tom como aqui se fala do Salazar, quando se diz agora só "dois salazares".
A minha vida em Angola foi trabalhar com "contratados", e só soube analisar o que isso era depois de trabalhar 13 anos na Guiné com "voluntários". E cá, com brasileiros, guineenses, moldavos e ucranianos.
4. Comentário do editor:
A expressão "Guerra Ribeiro - Bafatá" aparece num documento, de 5 páginas, manuscrito, de Amílcar Cabral, sem data, disponível no Arquivo Amílcar Cabral: "Título: Ordens de Missão. Assunto: Apontamento com Ordens de Missão manuscrito por Amílcar Cabral. "Guerra Ribeiro - Bafatá". Data: s.d. Observações: Doc. Incluído no dossier intitulado Manuscritos de Amílcar Cabral (Organização Militar, Organização do Lar, Estratégia Militar)".
No museu da RTP há um outro documento se ciat o nome do Guerra Ribeiro: trata-se do texto do programa "Crítica literária, por José Blanc de Portugal", que passou na Emissora Nacional, em 27 de julho de 1966, às 14h50.
Nesse programa fala-se do livro de crónicas do jornalista e escritor Amândio César, Guiné 1965: Contra-ataque. Numa dessas crónicas, aparece o nome de Guerra Ribeiro, que faz de tradutor para o Amândio César, numa cerimónia de juramento de bandeira de soldados do recrutamento local, em Nhacra, cerimónia essa que é abrilhantada com cânticos e danças mandingas. Diz o José Blanc de Portugal:, citando o cronista "Eu não, eu não sou terrorista. Sou português da Guiné Portuguesa". E comenta Amândio César: "Era o fim desta maravilhosa. Os versos traduzia-mos Guerra Ribeiro, um bragançano que se encontra há muito na Guiné Portuguesa. O povo continuou a comemorar aquela festa de ronco pelo dia adiante. Tinha direito a esta festa que era portuguesa e pelos pretos da Guiné portuguesa" (...).
Noutro documento do museu da RTP, disponível na Net, Amândo César refere-se a Guerra Ribeiro como administrador de Bissau.
Ficamos, portanto, a saber que o administrador Guerra Ribeiro era natural de Bragança, bragançano ou bragantino.
_____________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 20 de março de 2013 > Guiné 63/74 - P11281: Álbum fotográfico de Abílio Duarte (fur mil art da CART 2479, mais tarde CART 11/ CCAÇ 11, Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70) (Parte VII): Bafatá, uma piscina para três mil...
(**) Último poste da série > 9 de julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10133: (De) caras (12): Foi com um arrepio que voltei ao Xime e a Mansambo, ao ver o vídeo sobre o quotidiano da Cart 2339 (António Vaz, ex-cap mil, CART 1746, Bissorã e Xime, 1967/69)
Ficamos, portanto, a saber que o administrador Guerra Ribeiro era natural de Bragança, bragançano ou bragantino.
_____________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 20 de março de 2013 > Guiné 63/74 - P11281: Álbum fotográfico de Abílio Duarte (fur mil art da CART 2479, mais tarde CART 11/ CCAÇ 11, Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70) (Parte VII): Bafatá, uma piscina para três mil...
(**) Último poste da série > 9 de julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10133: (De) caras (12): Foi com um arrepio que voltei ao Xime e a Mansambo, ao ver o vídeo sobre o quotidiano da Cart 2339 (António Vaz, ex-cap mil, CART 1746, Bissorã e Xime, 1967/69)
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quarta-feira, 20 de março de 2013
Guiné 63/74 - P11287: Convívios (504): 30.º Encontro nacional dos Oficiais, Sargentos e Praças do BENG 447, dia 20 de Abril de 2013 em Fátima (Lima Ferreira)
1. A pedido do nosso camarada Lima Ferreira, ex-Fur Mil do BENG 447, leva-se ao conhecimento dos possíveis interessados a realização do 30.º Encontro Nacional dos Oficiais, Sargentos e Praças daquele BENG, no dia 20 de Abril de 2013, em Fátima.
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Nota do editor:
Vd. último poste da série de 20 DE MARÇO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11286: Convívios (503): 14.º Almoço da CCS do BCAÇ 1861, dia 27 de Abril de 2013 na Sertã (Júlio César)
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Nota do editor:
Vd. último poste da série de 20 DE MARÇO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11286: Convívios (503): 14.º Almoço da CCS do BCAÇ 1861, dia 27 de Abril de 2013 na Sertã (Júlio César)
Guiné 63/74 - P11286: Convívios (503): 14.º Almoço da CCS do BCAÇ 1861, dia 27 de Abril de 2013 na Sertã (Júlio César)
Realiza-se no próximo dia 27 de Abril, o 14º almoço/convívio da CCS do Batalhão de Caçadores 1861.
O almoço/convívio será no Ponte Velha Restaurante, na Sertã.
Os interessados em participar devem contactar:
Boaventura Videira, pelo telefone 964 534 332
Participa
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Nota do editor:
Vd. último poste da série de 20 DE MARÇO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11285: Convívios (502): 3.º Encontro dos Bedandenses, dia 29 de Junho de 2013 na Mealhada (António Teixeira)
Guiné 63/74 - P11285: Convívios (502): 3.º Encontro dos Bedandenses, dia 29 de Junho de 2013 na Mealhada (António Teixeira)
1. Mensagem do nosso camarada António Teixeira (ex-Alf Mil da CCAÇ 3459/BCAÇ 3863 - Teixeira Pinto, e CCAÇ 6 - Bedanda; 1971/73) com data de 18 de Março de 2013, com o anúncio do 3.º Encontro dos Bedandenses:
Caros amigos e Bedandenses.
Vai-se realizar no próximo dia 29 de Junho o nosso 3º Encontro, que esperamos tenha o mesmo sucesso dos anos anteriores.
Como do costume (equipa que ganha não se mexe), será na Mealhada, no Restaurante / Estalagem "Portagem", essencialmente devido à sua generosa localização, bem no centro do país, com grandes facilidades de estacionamento, dando ainda a possibilidade de pernoita no local para todos aqueles que assim o desejem.
A exemplo do ano anterior, teremos todo prazer de receber também os familiares daqueles que pisaram aquele chão.
Em breve, será aqui disponibilizado a ementa (será preciso? Estamos na Bairrada), assim como os preços da refeição e de quarto.
Para informações e reservas, os contactos são os seguintes:
António Teixeira - 917 803 681 - toniteixeira@gmail.com
Hugo Moura Ferreira - 969 922 669 - mouraferreira@gmail.com
Um grande e fraterno abraço para todos
António Henrique Teixeira
____________
Nota do editor:
Vd. último poste da série de 19 DE MARÇO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11276: Convívios (501) 14º almoço/convívio da CCS do BCAÇ 1861 (Buba, 1965/67): Sertã, 27 de abril de 2013 (Boaventura Videira)
Caros amigos e Bedandenses.
Vai-se realizar no próximo dia 29 de Junho o nosso 3º Encontro, que esperamos tenha o mesmo sucesso dos anos anteriores.
Como do costume (equipa que ganha não se mexe), será na Mealhada, no Restaurante / Estalagem "Portagem", essencialmente devido à sua generosa localização, bem no centro do país, com grandes facilidades de estacionamento, dando ainda a possibilidade de pernoita no local para todos aqueles que assim o desejem.
A exemplo do ano anterior, teremos todo prazer de receber também os familiares daqueles que pisaram aquele chão.
Em breve, será aqui disponibilizado a ementa (será preciso? Estamos na Bairrada), assim como os preços da refeição e de quarto.
Para informações e reservas, os contactos são os seguintes:
António Teixeira - 917 803 681 - toniteixeira@gmail.com
Hugo Moura Ferreira - 969 922 669 - mouraferreira@gmail.com
Um grande e fraterno abraço para todos
António Henrique Teixeira
____________
Nota do editor:
Vd. último poste da série de 19 DE MARÇO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11276: Convívios (501) 14º almoço/convívio da CCS do BCAÇ 1861 (Buba, 1965/67): Sertã, 27 de abril de 2013 (Boaventura Videira)
Guiné 63/74 - P11284: Convite (11): Museu da Guerra Colonial, a visitar em Ribeirão, Vila Nova de Famalicão (António Teixeira)
1. Mensagem do nosso camarada António Teixeira (ex-Alf Mil da CCAÇ 3459/BCAÇ 3863 - Teixeira Pinto, e CCAÇ 6 - Bedanda; 1971/73) com data de 15 de Março, dando-nos a conhecer o Museu da Guerra Colonial situado em Ribeirão - Vila Nova de Famalicão:
Caro Carlos Vinhal
Com pedido de publicação
Grande abraço,
Antonio Henrique Teixeira
MGC - Museu da Guerra Colonial
No ùltimo encontro de Bedandenses do Norte que realizamos perto de Famalicão, tivemos a grata surpresa de sermos presenteados por um dos anfitriões, o ex-Fur. Miliciano José Augusto Carvalho, a este espaço fantástico que dá pelo nome de "Museu da Guerra Colonial".
Trata-se de um espaço que continua em constante transformação e que evoca através de diversos temas o que foi a presença portuguesa na chamada guerra de Africa. E tudo isto graças à carolice e boa vontade de uns poucos, que como nós, calcaram aquele chão.
Para além do material já exposto, este Museu tem também mantido um papel fundamental na divulgação daquilo que foi a nossa presença em Àfrica, sobretudo junto das gerações mais novas, que frequentemente em grupos escolares o visitam.
O Museu fica bem perto de Famalicão, na estrada que une esta cidade à Trofa, num local que se chama "Lago Discount", em Ribeirão. Logo à entrada, a presença imponente de uma "Panhard", como podem ver na foto abaixo, que em breve terá a companhia de um "Alouette" (O lugar já lá está reservado).
Quero aqui manifestar o meu reconhecimento a estes verdadeiros "entusiastas", que praticamente sem apoio algum, e sobretudo sem apoio oficial, tanto têm lutado para manter este espaço vivo e em constante evolução. Bem hajam.
Não quero colocar o nome aqui seja de quem for, pois corria o risco de me esquecer de alguém, o que seria uma grande injustiça. Fica no entanto o apelo para todos frequentam este blogue que quando passarem por aquelas bandas, façam uma visita porque garanto-vos que vão apreciar.
Junto algumas fotos do local.
Um grande abraço a todos
António Henrique Teixeira
____________
Nota do editor:
Vd. último poste da série de 23 DE AGOSTO DE 2011 > Guiné 63/74 - P8700: Convite (10): Os ex-combatentes, as alcunhas e as suas origens, no Programa da Manhã da TVI, dia 25 de Agosto de 2011
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