Guiné > Região do Oio > Cuntima > Outubro de 1970, com a macaca Xica ao colo
1. Mensagem de Eduardo Francisco da Cruz Estrela, nosso grã-tabanqueiro desde 29/2/2012 (*)
De: Eduardo Francisco da Cruz Estrela
Data: 19 de Fevereiro de 2013, 18:44
Luis!
Localizei a mensagem de 6 de Março de 2012, onde enviava as duas fotos que me tinhas pedido. Há momentos mandei uma e agora repito o envio de 2012, de modo a que publiques a outra fotografia.
Um abraço,
De: Eduardo Francisco da Cruz Estrela
Data: 19 de Fevereiro de 2013, 18:44
Luis!
Localizei a mensagem de 6 de Março de 2012, onde enviava as duas fotos que me tinhas pedido. Há momentos mandei uma e agora repito o envio de 2012, de modo a que publiques a outra fotografia.
Um abraço,
Eduardo Estrela
(ex-Fur Mil da CCAÇ 14, Cuntima, 1969/71) (*)
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Eduardo Estrela Date: Tue, 6 Mar 2012 13:13:49 -0100
Luis!
Em anexo remeto duas fotos conforme pedido feito. Uma actual e outra tirada em Outubro de 1970 em Cuntima, tendo ao colo a Xica
Um grande abraço
Eduardo Estrela
Foto: © António Bartolomeu (2007). Todos os direitos reservados.
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Nota do editor:
(*) Vd. poste de 29 de fevereiro de 2012 Guiné 63/74 - P9548: Tabanca Grande (322): Eduardo Estrela, ex-Fur Mil da CCAÇ 14 (Cuntima, 1969/71)
(...) Sou o ex-Fur Mil Eduardo Estrela e enquadrei o início da CCaç 14, originalmente CCaç 2592.
Embarcámos para a Guiné em 24 de maio de 1969 , no T/T Niassa, juntamente como outras companhias independentes como a 2590 e 2591 [, futuras CCAÇ 12 e 13], e depois de termos dado instrução aos militares africanos que compunham a Companhia (dado e recebido, pois muitos deles já tinham experiência de combate), partimos em 3 de novembro de 1969 para a zona operacional que nos tinha sido destinada, Cuntima, junto à linha de fronteira do Senegal.
Ainda em Bolama, onde a instrução foi dada e recebida e depois de uma operação mal programada para a zona de S. João, onde as CCaç 13 e CCaç 14 podiam ter sofrido sério revés, face ao local de desembarque escolhido, extremamente lodoso e onde vi camaradas atolados até à cintura, ainda em Bolama dizia, sofremos, à hora da saída da LDG, um ataque onde o PAIGC utilizou pela primeira vez foguetões terra-terra. Ninguém sabia que tipo de armamento o PAIGC utilizara e só em Bissau, no dia seguinte, nos foi comunicado o tipo de arma.
Em Cuntima, a actividade operacional era intensa pois estavam no mato permanentemente 2 ou mais grupos de combate, por períodos de 48 horas. A guarnição de Cuntima normalmente composta por 2 Companhias operacionais, Pelotão de Obuses e Pelotão de Milícias, para além das interdições ao corredor de Sitató, fazia picagens à estrada, escolta às colunas para Farim, segurança próxima e afastada ao aquartelamento e as operações militares que obrigavam a utilização de maiores meios.
Aquando do reordenamento de Cuntima, as colunas a Farim eram diárias e o desgaste físico e psíquico muito grande, pois volta não volta o PAIGC aparecia. O meu grupo de combate foi o primeiro a transitar para Farim, no início de dezembro de 1970 e não no fim de dezembro como já vi indicado, e durante um mês estivemos a reforçar a CCaç 2549 estacionada em Nema, a qual tinha estado anteriormente connosco em Cuntima.
Em Farim fazíamos interdição ao corredor de Lamel, numa época em que o PAIGC estava muito activo. De tal modo activo que entre o início de dezembro de 1970 e meados de janeiro de 1971, a guarnição do Batalhão 2879 sofreu na zona de Lamel 14 mortos, uns em combate e outros por acidente resultante de actividade operacional. Para além dos camaradas falecidos, também houve muitos feridos.
No final de 1970, o meu grupo de combate regressou a Cuntima e só no início de fevereiro de 1971 a CCAÇ 14 foi para Farim, tendo o meu grupo ficado em Cuntima para dar sobreposição à Cart 3331, até ao fim de fevereiro. (...)
(**) Último poste da série > 25 de março de 2013 > Guiné 63/74 - P11312: Tabanca Grande (391): António Baldé, fula, natural de Contuboel, português, apicultor, pai do Umaro e da Alicinha, ex-1º cabo, CIM, Bolama (1966/69), Pel Caç Nat 57 (São João, 1969/70) e CART 11 (Paunca e Sinchã Queuto, 1970/71), grã-tabanqueiro nº 610
Eduardo Estrela Date: Tue, 6 Mar 2012 13:13:49 -0100
Luis!
Em anexo remeto duas fotos conforme pedido feito. Uma actual e outra tirada em Outubro de 1970 em Cuntima, tendo ao colo a Xica
Um grande abraço
Eduardo Estrela
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2. Comentário de L.G.:
Camarada Eduardo, afinal já tínhamos as fotos. A duplicação, às vezes, não tem mal. A tua mensagem acaba por ser um ensejo para a gente falar da nossa viagem comum (partimos de Lisboa, no mesmo dia, e no mesmo navio, as CCAÇ 2590, 2591 e 2592, independentes, que deram depois origem às CCAÇ 12, 13 e 14) e das nossas peripécias no CTIG. Mas também de amigos e camaradas comuns, como é o caso do Joaquim Fernandes. Afinal, contigo, tudo começou porque andavas à procura dele. Tinha estado no CISMI, em Tavira, na mesma altura que tu... (e julgo que também na mesma altura em que eu lá estive, embora a minha especialidade fosse a de armas pesadas). Dei-te alguns contactos do Joaquim, mas não me chegaste a dizer se o encontraste depois disso.
Gostava, por outro lado, de te pedir mais fotos da tua passagem pela Guiné, por Bolama e por Cuntima, integrado na CCAÇ 14. Não me arranjas fotos tuas, com boa resolução e com as respetivas legendas ? Como sabes, eu tenho um especial carinho pelas companhias africanas. Das 3 companhias acima citadas, a tua é a que tem menos informação no nosso blogue. E representantes só tem dois, se não me engano: tu e o António Bartolomeu, que entrou para a Tabanca Grande, o nosso blogue, em 31/5/2007.
Aproveito para saudar os dois e pedir-lhes para nos arranjarem mais rapaziada da CCAÇ 2592/ CCAÇ 14 para engrossar as nossas fileiras e alimentar este bicho "alarve e sedento" que o nosso blogue (**)... Olhem, era uma bela prenda de aniversário: vamos fazer 9 anos, no próximo dia 23 de abril... Penso que, tru, Estrela, continuas a viver no Algarve, é isso ? E o Bartolomeu na Cova da Piedade, Almada. Um grande Alfa Bravo para os dois. Luís Graça.
PS - Podem ver, na página do Carlos Silva, Guerra na Guiné 63/74, informação mais completa e detalhada (e fotos diversas do pessoal) da vossa companhia, a CCAÇ 2592 / CCAÇ 12. [Há lá fotos cedidas pelo António Bartolomeu].
Guiné > Zona Leste > Contuboel > CCAÇ 2592/CCAÇ 14 (1969/71) > O Fur Mil António Bartolomeu, que esteve a dar instrução de especialidade a um pelotão de mandingas, na mesma altura (Junho/Julho de 1969) em que estávamos (a CCAÇ 2590) a formar a CCAÇ 12, uma das unidades da nova força africana. Este pelotão, o 4º esteve depois em Aldeia Formosa, quarto meses, reunindo-se mais tarde à companhia, em Bolama,. e seguindo depois para Cuntima. Viemos no mesmo, o Niassa, tendo partido de Lisboa em 24/5/1969.
Esta companhia tinha uma composição heterogénea: mandingas, manjacos e felupes, além de quadros e especialistas metropolitanos. (LG)
2. Comentário de L.G.:
Camarada Eduardo, afinal já tínhamos as fotos. A duplicação, às vezes, não tem mal. A tua mensagem acaba por ser um ensejo para a gente falar da nossa viagem comum (partimos de Lisboa, no mesmo dia, e no mesmo navio, as CCAÇ 2590, 2591 e 2592, independentes, que deram depois origem às CCAÇ 12, 13 e 14) e das nossas peripécias no CTIG. Mas também de amigos e camaradas comuns, como é o caso do Joaquim Fernandes. Afinal, contigo, tudo começou porque andavas à procura dele. Tinha estado no CISMI, em Tavira, na mesma altura que tu... (e julgo que também na mesma altura em que eu lá estive, embora a minha especialidade fosse a de armas pesadas). Dei-te alguns contactos do Joaquim, mas não me chegaste a dizer se o encontraste depois disso.
Gostava, por outro lado, de te pedir mais fotos da tua passagem pela Guiné, por Bolama e por Cuntima, integrado na CCAÇ 14. Não me arranjas fotos tuas, com boa resolução e com as respetivas legendas ? Como sabes, eu tenho um especial carinho pelas companhias africanas. Das 3 companhias acima citadas, a tua é a que tem menos informação no nosso blogue. E representantes só tem dois, se não me engano: tu e o António Bartolomeu, que entrou para a Tabanca Grande, o nosso blogue, em 31/5/2007.
Aproveito para saudar os dois e pedir-lhes para nos arranjarem mais rapaziada da CCAÇ 2592/ CCAÇ 14 para engrossar as nossas fileiras e alimentar este bicho "alarve e sedento" que o nosso blogue (**)... Olhem, era uma bela prenda de aniversário: vamos fazer 9 anos, no próximo dia 23 de abril... Penso que, tru, Estrela, continuas a viver no Algarve, é isso ? E o Bartolomeu na Cova da Piedade, Almada. Um grande Alfa Bravo para os dois. Luís Graça.
PS - Podem ver, na página do Carlos Silva, Guerra na Guiné 63/74, informação mais completa e detalhada (e fotos diversas do pessoal) da vossa companhia, a CCAÇ 2592 / CCAÇ 12. [Há lá fotos cedidas pelo António Bartolomeu].
Guiné > Zona Leste > Contuboel > CCAÇ 2592/CCAÇ 14 (1969/71) > O Fur Mil António Bartolomeu, que esteve a dar instrução de especialidade a um pelotão de mandingas, na mesma altura (Junho/Julho de 1969) em que estávamos (a CCAÇ 2590) a formar a CCAÇ 12, uma das unidades da nova força africana. Este pelotão, o 4º esteve depois em Aldeia Formosa, quarto meses, reunindo-se mais tarde à companhia, em Bolama,. e seguindo depois para Cuntima. Viemos no mesmo, o Niassa, tendo partido de Lisboa em 24/5/1969.
Esta companhia tinha uma composição heterogénea: mandingas, manjacos e felupes, além de quadros e especialistas metropolitanos. (LG)
Foto: © António Bartolomeu (2007). Todos os direitos reservados.
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Nota do editor:
Embarcámos para a Guiné em 24 de maio de 1969 , no T/T Niassa, juntamente como outras companhias independentes como a 2590 e 2591 [, futuras CCAÇ 12 e 13], e depois de termos dado instrução aos militares africanos que compunham a Companhia (dado e recebido, pois muitos deles já tinham experiência de combate), partimos em 3 de novembro de 1969 para a zona operacional que nos tinha sido destinada, Cuntima, junto à linha de fronteira do Senegal.
Ainda em Bolama, onde a instrução foi dada e recebida e depois de uma operação mal programada para a zona de S. João, onde as CCaç 13 e CCaç 14 podiam ter sofrido sério revés, face ao local de desembarque escolhido, extremamente lodoso e onde vi camaradas atolados até à cintura, ainda em Bolama dizia, sofremos, à hora da saída da LDG, um ataque onde o PAIGC utilizou pela primeira vez foguetões terra-terra. Ninguém sabia que tipo de armamento o PAIGC utilizara e só em Bissau, no dia seguinte, nos foi comunicado o tipo de arma.
Em Cuntima, a actividade operacional era intensa pois estavam no mato permanentemente 2 ou mais grupos de combate, por períodos de 48 horas. A guarnição de Cuntima normalmente composta por 2 Companhias operacionais, Pelotão de Obuses e Pelotão de Milícias, para além das interdições ao corredor de Sitató, fazia picagens à estrada, escolta às colunas para Farim, segurança próxima e afastada ao aquartelamento e as operações militares que obrigavam a utilização de maiores meios.
Em Farim fazíamos interdição ao corredor de Lamel, numa época em que o PAIGC estava muito activo. De tal modo activo que entre o início de dezembro de 1970 e meados de janeiro de 1971, a guarnição do Batalhão 2879 sofreu na zona de Lamel 14 mortos, uns em combate e outros por acidente resultante de actividade operacional. Para além dos camaradas falecidos, também houve muitos feridos.
No final de 1970, o meu grupo de combate regressou a Cuntima e só no início de fevereiro de 1971 a CCAÇ 14 foi para Farim, tendo o meu grupo ficado em Cuntima para dar sobreposição à Cart 3331, até ao fim de fevereiro. (...)
(**) Último poste da série > 25 de março de 2013 > Guiné 63/74 - P11312: Tabanca Grande (391): António Baldé, fula, natural de Contuboel, português, apicultor, pai do Umaro e da Alicinha, ex-1º cabo, CIM, Bolama (1966/69), Pel Caç Nat 57 (São João, 1969/70) e CART 11 (Paunca e Sinchã Queuto, 1970/71), grã-tabanqueiro nº 610