1. Em mensagem do dia 17 de Abril de 2013, o nosso camarada Abílio Magro (ex-Fur Mil Amanuense. CSJD/QG/CTIG, 1973/74), enviou mais uma crónica para a sua série Um amanuense em terras de Kako Baldé.
A guerra vivida de modo mais soft mas não menos espectacular.
Um Amanuense em terras de Kako Baldé
(Para quem não sabe, Kako Baldé era o nome por que era conhecido, entre a tropa, o General Spínola. Kako – (caco) lente que o General metia no olho. Baldé – Nome muito comum na Guiné)
10 - Bombeiro (in)Voluntário
Tendo cumprido uma comissão militar na Guiné, entre Março de 1973 e Setembro de 1974, apenas ali passei um Natal; o de 1973.
No dia de Natal era habitual, segundo creio, todas as unidades militares na Guiné entrarem em prevenção a 100%, isto é: toda a gente a trabalhar durante as 24 horas do dia.
Dias antes, na CSJD/QG/CTIG onde eu prestava serviço, iniciaram-se as "conversações" no sentido de definir a contribuição que cada um iria dar para a realização de um convívio natalício naquela noite, o que abrangia toda a gente, incluindo o Chefe (TenCor Manuel de Moura).
Imaginava um são e alegre convívio, mas toda a noite sem dormir, comendo e bebendo de tudo um pouco (excepto água), afigurava-se-me uma prevenção a rondar talvez os 5%, na melhor das hipóteses.
Se numa qualquer repartição do QG/CTIG esse facto não parecia diminuir muito significativamente a sua "capacidade de defesa", já no mato não se poderia afirmar o mesmo, mas, ainda assim, parece que o convívio nessa noite também por lá se efectuava, a julgar pelos relatos de alguns ex-combatentes publicados neste e noutros blogues.
Seria um Natal diferente, longe da família, é certo, mas onde a camaradagem própria dos militares proporcionaria, certamente, alguns momentos de alegria atenuando minimamente a saudades próprias da época.
Tanto na tropa como na vida civil, um bom desempenho, coragem, grande sentido do dever, e outros atributos que me são característicos e que a minha modéstia me impede de referir, trazem-nos, por vezes, trabalhos redobrados, já que nos momentos mais difíceis somos os primeiros a ser chamados para a "frente de batalha".
E foi asim que, naquele Natal de 1973, me escalaram para o serviço de Sargento de Piquete.
O Piquete raramente era chamado para qualquer tarefa e limitava-se a estar pronto para o que "desse e viesse", mas originou o meu afastamento do convívio natalício com os meus camaradas e superiores da CSJD. Mas se andava algo entusiasmado com a ideia de um Natal diferente passado entre militares, não posso dizer que as minhas expectativas tivessesm saído frustadas, pois acabei por passar uma noite de Natal bem diferente e bem regada, entre militares, população e bombeiros.
Então não é que, a meio da noite, nos colocaram pás e picaretas nas mãos e nos mandaram para o Pilão atacar um incêndio que deflagrara numa tabanca?!
Se com a HK-21 não me entendia lá muito bem, apesar da formação obtida (+/- 10 minutos), imaginem a minha destreza a manusear uma pá, ou picareta sem nunca ter tido qualquer formação, nem tão pouco saber como se puxava a culatra atrás!
- "Os generais devem estar loucos!", pensava eu com os meus botões.
Lá seguimos de Unimog até ao Pilão, armados de pás e picaretas para fazer não sabia bem o quê.
Demoramos algum tempo a chegar ao objectivo já que o Unimog se deparava com algumas dificuldades de manobra dentro do Pilão e a tabanca em chamas se situava numa das extremidades do bairro.
Tivemos de circundar o bairro e, chegados lá, encontramos os bombeiros de Bissau a atacar o fogo que se circunscrevia apenas às travessas que suportavam o telhado de colmo que, entretanto, havia já sido consumido pelas chamas.
Sentindo-me perfeitamente ridículo no comando de um pelotão armado de pás e picaretas, por ali ficamos quedos e mudos na esperança que o breu da noite encobrisse a nossa triste figura.
O pessoal dos bombeiros era todo guinéu e tendo, provavelmente, detectado a nossa caricata presença, resolveu atacar o fogo pelo lado oposto àquele onde nos encontrávamos e como as agulhetas eram apontadas para as travessas do tecto, a água que não acertava nas mesmas, ia cair direitinha em cima do Piquete, no outro lado da tabanca.
E assim passei o meu Natal de 1973 bem regado, com alguns militares, no meio da população do Pilão e com bombeiros danados p'ra agulheta. (à falta de champagne...!)
Outros pequenos episódios
1 - Guarda de Honra em julgamento militar
Nos tribunais militares os julgamentos eram efectuados com a presença de uma Guarda de Honra e durante a minha comissão na Guiné, apenas uma vez fui escalado para comandar um pequeno pelotão numa "cena dessas".
De camuflado, luvas e cordões brancos, sob uma temperatura a rondar talvez os 40ºC e com alguns 80% de humidade no ar, lá fomos para a sala de audiências que não tinha ar condicionado, mas sim uma ventoinha "gigantola" no tecto.
Quando o Juíz entrava todo de branco fardado, fazendo lembrar um vendedor de gelados que ali bem-vindo seria, a Guarda levantava-se, eu dava ordens de sentido-ombro armas-apresentar armas, "comme d'habitude" nestas ocasiões.
Durante o julgamento permanecíamos de pé, de mãos quentinhas e com o suor a escorrer por todo o corpo, fazendo-nos sentir sermos nós os verdadeiros réus a cumprir já parte da pena.
Recordo-me que, nesse dia, foram três julgamentos seguidos (era talvez época de saldos).
A situação lá se foi aguentando (que remédio!), mas na hora da leitura da sentença é que a coisa se tornava feia. Todos em sentido enquanto o homem lia os "preliminares" e, quando proferia uma frase semelhante a: "Determino em nome da lei", eu dava voz de apresentar armas e assim permanecíamos até ao fim da leitura que demorava uma eternidade, fazendo com que as armas aumentassem exponencialmente de peso.
No meu caso a arma era uma FBP cujo peso era bem inferior ao da G3 e cujo apresentar d'armas era sobre o peito aguentando-se razoavelmente a posição, mas o resto de pessoal armado de G3, ao fim de alguns minutos já não conseguia manter a arma firme na vertical, tremendo como varas verdes.
De soslaio, apercebi-me que alguns foram aproximando as respectivas coronhas da barriga, acabando por as poisar no cinturão, transformando a Guarda de Honra num cerimonial com pouca verticalidade.
Segundo me recordo, um dos julgamentos referia-se a um soldado metropolitano que, a caminho de uma qualquer patrulha, saltou da viatura e regressou ao aquartelamento, desobedecendo ao Alferes. Este ter-lhe-á posteriormente aplicado apenas um castigo de alguns "reforços à benfica", castigo esse que foi considerado demasiado brando, o que terá originado, também, um processo disciplinar ao Alferes.
Quanto à pena sofrida pelo soldado, não me recordo bem, mas julgo que foi de alguma dureza.
Num outro julgamento o réu era um civil negro, já com algumas chuvas passadas, baixote, descalço (e eu de luvas brancas!) e de uma etnia qualquer que obrigou à presença de um outro militar, também negro, no papel de tradutor.
Não me recordo já de qual o crime cometido por aquele civil, nem da pena a que foi condenado, mas apenas que, após uma pergunta do Juíz, o "intérprete" ter entrado em longa algaraviada com o réu, finda a qual simplesmente respondeu:
- "Ele disse que não"
2 - Certidão de óbito cacimbada
Como referi anteriormente, quando cheguei à Guiné já lá se encontrava o meu irmão Álvaro que prestava serviço na Secretaria do HMBIS e a quem ainda faltava cerca de um ano para terminar a comissão.
Claro que eu, sendo "piriquito fresquinho", fui alvo de muita "música" do "velhinho", nomeadamente com telefonemas sobre os assuntos mais estapafúrdios que se possam imaginar.
Um certo dia encontro num dos processos que me chegaram às mãos uma certidão de óbito que, após a respectiva assinatura, continha mais ou menos, os seguintes dizeres:
Panderonga Parabó Lundó
Médico Anatomopato
Tratando-se embora de uma brincadeira algo tétrica, não deixei de esboçar um sorriso e associar aquele acto mórbido ao cacimbo entretanto já suportado pelo mano Álvaro.
Telefonei-lhe imediatamente para o Hospital e ele desatou a rir à custa da ignorância do "piriquito".
Afinal - Panderonga Parabó Lundó - era o nome de um médico Anatomopatologista, de origem indiana, que prestava serviço no HMBIS.
Ia lá eu adivinhar semelhante tal!
____________
Nota do editor:
Último poste da série de 20 DE MARÇO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11283: Um Amanuense em terras de Kako Baldé (Abílio Magro) (9): Rancho melhorado
Blogue coletivo, criado e editado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra col0onial, em geral, e da Guiné, em particular (1961/74). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que sáo, tratam-se por tu, e gostam de dizer: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
quinta-feira, 25 de abril de 2013
Guiné 63/74 - P11465: Convívios (514): Divulgação do Encontro de Confraternização da CCAÇ 763, dia 16 de Junho, em Arruda/Alverca (Mário Fitas)
1. O nosso camarada Mário Fitas, ex-Fur Mil OpEsp que pertenceu à CCAÇ 763, Cufar, 1965/67, enviou-nos uma mensagem solicitando a divulgação do próximo Almoço /Convívio da sua unidade.
COMPANHIA DE CAÇADORES 763
ENCONTRO DE CONFRATERNIZAÇÃO
16 de JUNHO de 2013
Quando, generosamente, arriscámos a nossa vida na Guerra da Guiné, era impensável que o agradecimento do país, agora que já estamos mais velhos, se viesse a traduzir em nos tratarem com desprezo, como “lixo”, que quanto mais depressa desaparecer, melhor.
Essa “garotada” que por aí anda a comandar os nossos destinos, ou não têm pais, ou não os conhecem ou se comportam tal qual “cão que não conhece dono”.
Mas nós sabemos bem, Companheiros, o valor que temos e não será com a afronta permanente e a injustiça, que serão capazes de nos tirar o orgulho de termos lutado heroicamente pelo país e por TODOS que nele viviam.
Só nós, Companheiros, somos capazes de compreender bem o que representou e ainda representa, os sacrifícios que fizemos naquela Guerra da Guiné e a dura vida de trabalho que a seguir tivemos de enfrentar para possibilitar o melhor possível, o bem-estar das nossas Famílias.
Porque assim é, Companheiros, vos convidamos, a vós e às vossas Famílias, para nos juntarmos em mais um ENCONTRO DE CONFRATERNIZAÇÃO e, assim, relembrar com saudade, aquela enorme aventura e, continuar a dizer, de cabeça erguida, que nós cumprimos o nosso dever e que a Pátria nos deve esse reconhecimento.
Venham daí dar a vossa prova de vida e confraternizar com alegria.
Um grande abraço
A COMISSÃO
Na foto: Eram 75 mas todas foram tiradas e a estrada para Bedanda foi aberta.
LOCAL DO ENCONTRO
QUINTA DO MARQUÊS DA SERRA
Estrada das Quebradas – ADANAIA
(a 3 Kms de Arruda e a 7 Kms de Alverca)
Horário:
Chegada – 11h30
Almoço - 13h00
Preço:
Militares e Familiares – 23,00 € p/ pessoa; Crianças – até aos 3 anos (inclusive) grátis e dos 4 aos 9 anos (inclusive) 11,50 €.
INSCRIÇÕES: Inscreve-te de imediato.
Foi muito difícil conseguir este preço, mas é preciso, rapidamente, sabermos quantos somos. Colabora. Não faltes!
Sem ti, o Encontro tem muito menos interesse.
ANDA DAÍ !!!! CONTAMOS CONTIGO !!!
EMENTA
Entradas:
Rissóis de marisco; Pastéis de bacalhau; Croquetes; Frutos secos; Queijos laminados; Chouriço, Farinheira e Morcela assados.
Sumo de laranja; Cerveja; Vermute; Vinho branco e tinto; Moscatel.
Pratos:
Creme de Legumes
Bacalhau fresco à Minhota
Perna de Porco recheada com Farinheira
Sobremesa:
Salada de Frutas
Mousse de chocolate
Bebidas:
Vinhos Branco, Tinto e Verde; Cerveja; Sumo de Laranja; Coca-Cola, 7up; Águas
- Digestivos servidos com o café
Bolo Comemorativo e Espumante
CONTACTOS:
Fernando Albuquerque…… 914908920 - Belarmino Acúrsio
Artur Teles ………………..... 969031452 - Camilo
Jorge Paulos ............... 962333356 – Amadeu Carreira
A Qta do Marquês da Serra foi o local onde realizámos o encontro de 2003 e que a maioria conhece
De qualquer modo juntamos em anexo um mapa com os 2 itinerários de acesso:
Pela A10 - Arruda, que não existia em 2003 e que é melhor
Pela EN10 – V.Franca, Alverca
LOCAL do ENCONTRO
Qta. do Marquês da Serra
( Estrada Alverca - Arruda dos Vinhos )
NOTAS:
Itinerário 1 - Saindo da Portagem de Alverca, na 1ª Rotunda, seguir na direcção de Vila Franca (EN10).
Dentro de Alverca, vira para Arruda dos Vinhos. Segue as placas para a Arruda, passa por Calhandriz, À-dos-Melros, e chega à ADANAIA, a 7 kms de Alverca, e vês à tua esquerda a Qta do Marquês da Serra, numaencosta da serra..
Desde a placa da ADANAIA à Quinta são 800 metros.
Itinerário 2 – Saída na A10 para a Arruda dos Vinhos.
Saindo da Portagem, logo na 1ªRotunda está uma placa de indicação da Qta. Do Marquês da Serra, que fica a 3KM. Há mais placas indicativas até lá.
Na dúvida, contacta a Comissão.
____________
Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
Guiné 63/74 - P11464: Tabanca Grande (396 ): Novo membro, o nº 615: Mário Vasconcelos (ex-alf mil trms, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro; COT 9, Mansoa, CCS/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1973/74)
1. Mensagem de 20 do corrente, Mário Vasconcelos [,. foto atual à direita]
Identificação
Ex Alf. Mil. Trms de Inf nº 06070666
Percurso
(i) Incorporado na EPI (Mafra) em 25/04/72;
(ii) Colocado no RAP3 (Fig. da Foz) em 16/10/72;
(iii) Embarque no UÍGE com destino à Guiné em 01/03/73;
(iv) Colocado na CCS do BCAÇ 3872 (Galomaro) em 02/03/73 sob o comando do Ten Cor Inf José Castro e Lemos (rendição individual do ex Alf Mil Trms Mota, falecido por doença);
(v) Após fim de comissão do BCAÇ 3872 (Março 73), colocado no COT 9 (Mansoa) sob o comando do Ten Cor Inf Pedro Henriques, nas transmissões e adjunto na secção de informações, na direcção do Maj Inf Eurico César Moreno;
(vi) Desactivado o COT9, adido à CCS/BCAÇ 4612/72 (Mansoa) sob o comando do Ten Cor Inf Eurico Simões Mateus;
(vii) Colocado no Cumeré em 13/08/74, sob o comando do Ten Cor Inf António Cândido de Lucena Gaya, funções de conferência e entrega de material de guerra, em Bissau;
(viii) Passagem à disponibilidade em 01/10/74.
Apenas uma breve nota:
No período de 1972 a 1974, meus pais tiveram três dos seus actuais filhos, no serviço militar obrigatório, em territórios africanos distintos. Assim, para além do meu caso pessoal:
- José Manuel Lage Sampaio Vasconcelos, Fur Mil Sapador: teve por unidade mobilizadora o Regimento de Infantaria nº 1 (Amadora); pertenceu ao Batalhão de Caçadores nº 3885 (CCS/CCAÇ 3550/51/52) colocado na Região militar de Moçambique e aquartelado em Fingoé, Zambué e Muze no período (Abril72/Julho74); Passagem à disponibilidade em Julho de 1974;
- Fernando António Lage Sampaio Vasconcelos, Alf Mil: foi incorporado em Jan/72 nas Caldas da Rainha para o curso de Sargentos Milicianos; Em Abril/72 frequentou em Mafra o curso de oficiais milicianos e em Ago/72, o de operações especiais em Lamego (CIOE); embarque em Mar/73, em Companhia de Intervenção Independente instalada no Quartel do Grafanil (RI 20) em Luanda; regressou em 11 de Dezembro de 1974 com passagem à disponibilidade.
Nas botas, da parada donde vim,
Ecoa o som da marcha compassada
Fustigando em louco frenesim
Minh ’alma caminhando destroçada.
Vale-me a força do querer,
No tempo d´hoje ou já distante;
Ter a sorte de entender,
Que o tempo cai, em cada instante.
Saí quando, praticamente, se foram fechando as portas de armas na Guiné. Seja…, fui um “pira “de todos vós. Contudo, para o não ser sempre, desejaria, após esta minha entrada na Tabanca, ver novas entradas firmadas, dando-me alguma velhice.
Não se trata de hierarquia ou recriação de estatuto, apenas ver aumentar o usufruir desta encetada abertura, a todos os títulos digna de nota.
Ainda não li todo o correio criado, coisa que demora o seu tempo. Apesar disso, e com o que já observei, sente-se todo um fluir num percurso bem agilizado. De lápis nas mãos, que as armas foram já recolhidas, senti ao longo de todas as picadas, percorridas nos mapas mentais de nossas recordações, atiradores perfeitamente fixados nos objectivos, sapadores levantando minas e armadilhas das nossas vivências, artilheiros centrados nos trilhos das nossas memórias, marinheiros percorrendo em botes águas pessoais ou de grupo, gentes da manutenção e transmissões mantendo de pé esta estrutura, e pessoal de todos os ramos, que, sem notarem, são autênticos aviadores de mentes, quando chegam nas asas da poesia.
São muitas as descrições pessoais e colectivas narradas, traduzidas em desabafos libertadores e abraços de amizade que a escrita permite trocar. Vai-se fazendo história contando estórias.
Recordando um pouco:
Uma das primeiras missões, algum tempo depois da minha integração na CCS do BCAÇ3872, fui chamado ao comando para diligenciar um auto de averiguações. Tinha por base, a disputa havida entre um soldado da CCS e um milícia local.
Como é normal, procedi à audição separada dos intervenientes. Não foi difícil entender as respostas, verdadeiras ou falsas, prestadas pelo nosso tropa. O problema surgiu quando chegou a vez do milícia. Como não tinha experiência suficiente sobre o dialecto local, fiquei baralhado de todo. É que, para mim, ambos se incriminavam ou inocentavam do mesmo modo. Nessa altura “cá quero”, “cá tem”, “cá bai”, ainda significavam, quero, tem ou vai, e não o contrário como seria esperado.
Fechei o auto. Fui ao comando e informei, dadas as circunstâncias, que era de todo impossível especificar qual o réu ou o inocente, no que às partes dizia respeito. Claro, levei a minha primeira estocada, verbal por ora, na condição de me apurar linguisticamente para o futuro. Por sorte, ou não, o certo é que não tive para esse futuro qualquer outro auto.
Deste desaguisado, havido entre os contendores, o milícia ficou com o relógio de pulso avariado. Como boa alma, predispus-me a tentar compor-lhe a máquina e que assim sendo, me procurasse dias depois. Acedeu. E não é que, com uma pancada aqui, o espevitar da mola acolá e uns toques no volante, o referido bicho retornou à vida diária.
O assustador foi, dias depois da entrega, ser chamado à porta de armas para atender alguns africanos com outros relógios para consertar.
A tempo larguei a tarefa na base de que para cada galho o seu macaco. Hoje, face à crise de trabalho que no país grassa e nos desgraça, fico-me a pensar em como nessa altura se conseguiria ser empreendedor.
2. Comentário de L.G.:
Camarada Mário: O teu pedido de ingresso nesta comunidade virtual a que chamamos Tabanca Grande honra-nos a todos, a nós, a ti, à tua familia. Não importa o posto, a arma, a especialidade, a antiguidade: qualquer camarada da Guiné tem, por direito próprio, um lugar à sombra do nosso mágico e fraterno poilão!
Gostei da originalidade da tua apresentação ao nosso coletivo: penso que apanhaste e descreveste muito bem o espírito e o propósito que nos anima. Parafraseando o teu poema Vale-nos a força do querer,
No tempo d´hoje ou já distante; /Ter a sorte de entender, / Que o tempo cai, em cada instante. Somos um blogue também contra o esquecimento, mesmo sabendo que temos o tempo, inexorável, a contar contra nós...
Tens já aqui muita malta das unidades por onde passaste. Já vi que conheces os cantos da Tabanca Grande. Põe-te, por isso, à vontade. Para memória futura dos muitos tabanqueiros que cá estão e dos demais que ainda hão de vir, tu és o nº 615. Ficas agora com a responsabilidade de arranjar um "pira" para continuar a manter viva e ativa a nossa Tabanca Grande. Gostaria de te conhecer pessoalmente no nosso próximo encontro, em Monte Real, 8 de junho de 2013.
Um Alfa Bravo caloroso.
Luis Graça.
Nota do editor:
Último poste da série > 24 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11460: Tabanca Grande (395): Francisco Alberto Cardoso Santiago, ex-1.º Cabo TRMS da CCS/BART 3873 (Nhabijões, 1972/74)
Identificação
Ex Alf. Mil. Trms de Inf nº 06070666
Percurso
(i) Incorporado na EPI (Mafra) em 25/04/72;
(ii) Colocado no RAP3 (Fig. da Foz) em 16/10/72;
(iii) Embarque no UÍGE com destino à Guiné em 01/03/73;
(iv) Colocado na CCS do BCAÇ 3872 (Galomaro) em 02/03/73 sob o comando do Ten Cor Inf José Castro e Lemos (rendição individual do ex Alf Mil Trms Mota, falecido por doença);
(v) Após fim de comissão do BCAÇ 3872 (Março 73), colocado no COT 9 (Mansoa) sob o comando do Ten Cor Inf Pedro Henriques, nas transmissões e adjunto na secção de informações, na direcção do Maj Inf Eurico César Moreno;
(vi) Desactivado o COT9, adido à CCS/BCAÇ 4612/72 (Mansoa) sob o comando do Ten Cor Inf Eurico Simões Mateus;
(vii) Colocado no Cumeré em 13/08/74, sob o comando do Ten Cor Inf António Cândido de Lucena Gaya, funções de conferência e entrega de material de guerra, em Bissau;
(viii) Passagem à disponibilidade em 01/10/74.
Apenas uma breve nota:
No período de 1972 a 1974, meus pais tiveram três dos seus actuais filhos, no serviço militar obrigatório, em territórios africanos distintos. Assim, para além do meu caso pessoal:
- José Manuel Lage Sampaio Vasconcelos, Fur Mil Sapador: teve por unidade mobilizadora o Regimento de Infantaria nº 1 (Amadora); pertenceu ao Batalhão de Caçadores nº 3885 (CCS/CCAÇ 3550/51/52) colocado na Região militar de Moçambique e aquartelado em Fingoé, Zambué e Muze no período (Abril72/Julho74); Passagem à disponibilidade em Julho de 1974;
- Fernando António Lage Sampaio Vasconcelos, Alf Mil: foi incorporado em Jan/72 nas Caldas da Rainha para o curso de Sargentos Milicianos; Em Abril/72 frequentou em Mafra o curso de oficiais milicianos e em Ago/72, o de operações especiais em Lamego (CIOE); embarque em Mar/73, em Companhia de Intervenção Independente instalada no Quartel do Grafanil (RI 20) em Luanda; regressou em 11 de Dezembro de 1974 com passagem à disponibilidade.
Mafra, EPI- Escola Prática de Infantaria, Abril de 1972, 3º pelotão, da 3ª CI.
Nas botas, da parada donde vim,
Ecoa o som da marcha compassada
Fustigando em louco frenesim
Minh ’alma caminhando destroçada.
Vale-me a força do querer,
No tempo d´hoje ou já distante;
Ter a sorte de entender,
Que o tempo cai, em cada instante.
Saí quando, praticamente, se foram fechando as portas de armas na Guiné. Seja…, fui um “pira “de todos vós. Contudo, para o não ser sempre, desejaria, após esta minha entrada na Tabanca, ver novas entradas firmadas, dando-me alguma velhice.
Não se trata de hierarquia ou recriação de estatuto, apenas ver aumentar o usufruir desta encetada abertura, a todos os títulos digna de nota.
Ainda não li todo o correio criado, coisa que demora o seu tempo. Apesar disso, e com o que já observei, sente-se todo um fluir num percurso bem agilizado. De lápis nas mãos, que as armas foram já recolhidas, senti ao longo de todas as picadas, percorridas nos mapas mentais de nossas recordações, atiradores perfeitamente fixados nos objectivos, sapadores levantando minas e armadilhas das nossas vivências, artilheiros centrados nos trilhos das nossas memórias, marinheiros percorrendo em botes águas pessoais ou de grupo, gentes da manutenção e transmissões mantendo de pé esta estrutura, e pessoal de todos os ramos, que, sem notarem, são autênticos aviadores de mentes, quando chegam nas asas da poesia.
São muitas as descrições pessoais e colectivas narradas, traduzidas em desabafos libertadores e abraços de amizade que a escrita permite trocar. Vai-se fazendo história contando estórias.
Recordando um pouco:
Uma das primeiras missões, algum tempo depois da minha integração na CCS do BCAÇ3872, fui chamado ao comando para diligenciar um auto de averiguações. Tinha por base, a disputa havida entre um soldado da CCS e um milícia local.
Como é normal, procedi à audição separada dos intervenientes. Não foi difícil entender as respostas, verdadeiras ou falsas, prestadas pelo nosso tropa. O problema surgiu quando chegou a vez do milícia. Como não tinha experiência suficiente sobre o dialecto local, fiquei baralhado de todo. É que, para mim, ambos se incriminavam ou inocentavam do mesmo modo. Nessa altura “cá quero”, “cá tem”, “cá bai”, ainda significavam, quero, tem ou vai, e não o contrário como seria esperado.
Fechei o auto. Fui ao comando e informei, dadas as circunstâncias, que era de todo impossível especificar qual o réu ou o inocente, no que às partes dizia respeito. Claro, levei a minha primeira estocada, verbal por ora, na condição de me apurar linguisticamente para o futuro. Por sorte, ou não, o certo é que não tive para esse futuro qualquer outro auto.
Deste desaguisado, havido entre os contendores, o milícia ficou com o relógio de pulso avariado. Como boa alma, predispus-me a tentar compor-lhe a máquina e que assim sendo, me procurasse dias depois. Acedeu. E não é que, com uma pancada aqui, o espevitar da mola acolá e uns toques no volante, o referido bicho retornou à vida diária.
O assustador foi, dias depois da entrega, ser chamado à porta de armas para atender alguns africanos com outros relógios para consertar.
A tempo larguei a tarefa na base de que para cada galho o seu macaco. Hoje, face à crise de trabalho que no país grassa e nos desgraça, fico-me a pensar em como nessa altura se conseguiria ser empreendedor.
2. Comentário de L.G.:
Camarada Mário: O teu pedido de ingresso nesta comunidade virtual a que chamamos Tabanca Grande honra-nos a todos, a nós, a ti, à tua familia. Não importa o posto, a arma, a especialidade, a antiguidade: qualquer camarada da Guiné tem, por direito próprio, um lugar à sombra do nosso mágico e fraterno poilão!
Gostei da originalidade da tua apresentação ao nosso coletivo: penso que apanhaste e descreveste muito bem o espírito e o propósito que nos anima. Parafraseando o teu poema Vale-nos a força do querer,
No tempo d´hoje ou já distante; /Ter a sorte de entender, / Que o tempo cai, em cada instante. Somos um blogue também contra o esquecimento, mesmo sabendo que temos o tempo, inexorável, a contar contra nós...
Tens já aqui muita malta das unidades por onde passaste. Já vi que conheces os cantos da Tabanca Grande. Põe-te, por isso, à vontade. Para memória futura dos muitos tabanqueiros que cá estão e dos demais que ainda hão de vir, tu és o nº 615. Ficas agora com a responsabilidade de arranjar um "pira" para continuar a manter viva e ativa a nossa Tabanca Grande. Gostaria de te conhecer pessoalmente no nosso próximo encontro, em Monte Real, 8 de junho de 2013.
Um Alfa Bravo caloroso.
Luis Graça.
_______________
Nota do editor:
Último poste da série > 24 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11460: Tabanca Grande (395): Francisco Alberto Cardoso Santiago, ex-1.º Cabo TRMS da CCS/BART 3873 (Nhabijões, 1972/74)
Guiné 63/74 - P11463: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (26): Respostas (51/52): Armando Fonseca (Pel Rec Fox 42, Guileje e Aldeia Formosa, 1962/64); e Joaquim Peixoto (CCAÇ 3414, Bafatá e Sare Bacar, 1971/73)
Adicionar legenda |
(1) Quando é que descobriste o blogue ?
R: Descobri o blogue em Novembro de 2009
(2) Como ou através de quem ? (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada)
R: Informação de um camarada Ex Alferes de minas e armadilhas que esteve na guerra por volta dos anos 63/64
(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia) ? Se sim, desde quando ?
R: Desde o inicio de 2010
(4) Com que regularidade visitas o blogue ? (Diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...)
R: Diariamente
(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.) ?
R: Já mandei alguns que foram publicados e outros não, talvez por falta de interesse
(6) Conheces também a nossa página no Facebook [Tabanca Grande Luís Graça] ?
´R: Sim e vejo com regularidade
(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue ?
R: Não geralmente visito os dois
(8) O que gostas mais do Blogue ? E do Facebook ?
R: As crónicas sobre as vivencias de cada um durante a sua permanencia na guerra
(9) O que gostas menos do Blogue ? E do Facebook ?
R: As tricas que por vezes são levantadas por opiniões diferentes sem que sejam respeitadas as opiniões de cada um
(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue ? (Tem havido queixas de lentidão no acesso...)
R: Nunca senti dificuldades
(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti ? E a nossa página no Facebook ?
R: Relembrar factos passados e apreender outros factos passados por outros camaradas
(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais ?
R: Não, nunca participei em nenhum encontro
(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real ?
R: Ainda estou a pensar, mas as condições económicas agravam-se cada vez mais?
(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar ?
R: Claro que tem força suficiente para continuar, até porque estão a aparecer novos colaboradores
(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer.
R: Sem mais comentários
Resposta nº 51 > Joaquim Peixoto [ex-Fur Mil Inf MA, CCAÇ 3414, Bafatá e Sare Bacar, 1971/73]
1 – Descobri o blogue em 22 de Maio de 2007
2 – Descobri-o através duma pesquisa no Google. Procurei a palavra “Sare Bacar”, localidade onde estive na Guiné. Fiquei muito impressionado, porque perguntavam no blogue quem conhecia determinado camarada que tinha falecido na Guiné. Esse camarada era da minha companhia e tinha falecido ao meu lado. De imediato escrevi um pequeno texto a contar a situação.
3- Comecei a ser membro da Tabanca Grande passados poucos dias.
4 – Visito o Blogue diariamente.
5 – Tenho mandado poucos artigos ( quase sempre por preguiça) e alguns comentários.
6 – Conheço muito mal a página do Facebook, porque ainda não me adaptei bem a este sistema.
7 – Vou muito mais vezes ao Blogue.
8 – No Blogue gosto das pequenas histórias, contadas de uma maneira muito simples, e dos conhecimentos que fui adquirindo e do reviver de vivências do passado.
9 – Não há assuntos que possa dizer que não gosto. Todos eles são interessantes, cheios de recordações e de calor humano que só os” camarigos” sabem reconhecer.
10- Nunca tive qualquer espécie de dificuldade.
11 – O blogue representa uma companhia feita de amizade, onde cada um de nós manifesta, sem receio, o que foi a sua juventude e o que lhes vai na alma.
12 - Desde que sou membro da Tabanca Grande participei em todos os encontros nacionais, assim como a minha mulher.
13 – Já estou inscrito para o próximo encontro.
14 – Claro que sim. Ainda estamos vivos. A nossa amizade, os nossos conhecimentos vividos lá ou cá, a nossa força e vontade de gritar aos quatro ventos que fomos uma juventude sacrificada, mas que vencemos e hoje somos uma “família”, faz com que continuemos… Para é morrer!
15 – Todos os que têm acesso ao Blogue participem, contando com fervor o que calam ainda nas suas entranhas.
Obrigado ao Luís Graça e a todos que contribuíram para a criação deste Blogue, proporcionando assim o desabafo de muitos e o alívio de outros que puderam, sem receio libertarem-se do azedume que lhes consumia a alma.
1 – Descobri o blogue em 22 de Maio de 2007
2 – Descobri-o através duma pesquisa no Google. Procurei a palavra “Sare Bacar”, localidade onde estive na Guiné. Fiquei muito impressionado, porque perguntavam no blogue quem conhecia determinado camarada que tinha falecido na Guiné. Esse camarada era da minha companhia e tinha falecido ao meu lado. De imediato escrevi um pequeno texto a contar a situação.
3- Comecei a ser membro da Tabanca Grande passados poucos dias.
4 – Visito o Blogue diariamente.
5 – Tenho mandado poucos artigos ( quase sempre por preguiça) e alguns comentários.
6 – Conheço muito mal a página do Facebook, porque ainda não me adaptei bem a este sistema.
7 – Vou muito mais vezes ao Blogue.
8 – No Blogue gosto das pequenas histórias, contadas de uma maneira muito simples, e dos conhecimentos que fui adquirindo e do reviver de vivências do passado.
9 – Não há assuntos que possa dizer que não gosto. Todos eles são interessantes, cheios de recordações e de calor humano que só os” camarigos” sabem reconhecer.
10- Nunca tive qualquer espécie de dificuldade.
11 – O blogue representa uma companhia feita de amizade, onde cada um de nós manifesta, sem receio, o que foi a sua juventude e o que lhes vai na alma.
12 - Desde que sou membro da Tabanca Grande participei em todos os encontros nacionais, assim como a minha mulher.
13 – Já estou inscrito para o próximo encontro.
14 – Claro que sim. Ainda estamos vivos. A nossa amizade, os nossos conhecimentos vividos lá ou cá, a nossa força e vontade de gritar aos quatro ventos que fomos uma juventude sacrificada, mas que vencemos e hoje somos uma “família”, faz com que continuemos… Para é morrer!
15 – Todos os que têm acesso ao Blogue participem, contando com fervor o que calam ainda nas suas entranhas.
Obrigado ao Luís Graça e a todos que contribuíram para a criação deste Blogue, proporcionando assim o desabafo de muitos e o alívio de outros que puderam, sem receio libertarem-se do azedume que lhes consumia a alma.
______________
Nota do editor:
Último poste da série > 24 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11458: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (25): Respostas (48 e 49) dos nossos camaradas Joaquim Cruz, ex-Sold Cond Auto Rodas da CCS/BCAÇ 4512 (Farim, 1972/74) e Kuís Fonseca, ex-Fur Mil TRMS da CCAV 3366 (Suzana e Varela, 1971/73)
Guiné 63/74 - P11462: Convívios (513): Divulgação do 14º Convívio da CCAÇ 3491, dia 25 de Maio, em Folgosinho, Cativelos, Gouveia (Luís Dias)
1. O nosso Camarada Luís Dias, ex-Alf Mil At Inf da CCAÇ 3491/BCAÇ 3872, Dulombi e Galomaro, 1971/74, enviou-nos a seguinte mensagem solicitando a divulgação do próximo Almoço /Convívio da sua unidade.
Caros Editores
Solicito aos camaradas que publicitem no nosso Blogue "Tabanca Grande", o 14º Convívio da CCAÇ 3491, que terá lugar no dia 25 de Maio, em Folgosinho, Cativelos, Gouveia.
Um abraço para todos.
Luís Dias
___________
Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
25 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11461: Convívios (512): Divulgação do XXV Almoço/Convívio do BCAÇ 2884, dia 01 de Junho de 2013 no Fundão (José Rodrigues Firmino)
Guiné 63/74 - P11461: Convívios (512): Divulgação do XXV Almoço/Convívio do BCAÇ 2884, dia 01 de Junho de 2013 no Fundão (José Rodrigues Firmino)
1. O nosso Camarada José Rodrigues Firmino, que foi Sold. Atirador da CCAÇ 2585/BCAÇ 2884, Jolmete, 1969/1971, solicita-nos a divulgação do próximo Almoço /Convívio da sua unidade.
XXV Almoço/Convívio do BCAÇ 2884
dia 01 de Junho de 2013
O XXV almoço de confraternização do BCAÇ 2884 “Mais Alto”, composto pelas seguintes companhias: “2584 Có”, “2585 Jolmete”, “2586 e CCS Pelundo”, no periodo entre 07 de Maio de 1969 a 02 de Março de 1971, vai realizar-se este ano no Fundão.
Atenção camaradas do Batalhão 2884 “Mais Alto”:
Mais um ano, mais uma chamada para aquele que será o XXV almoço anual, desta vez a ter lugar na bonita cidade do Fundão, com concentração junto ao Seminário do Fundão às 11horas.
Ás 11horas e 30 minutos celebração da missa pelos camarados falecidos, finda esta seguiremos ao hotel Palace do Fundão para o almoço, chegados ao hotel com alguma conversa pelo meio, uma outra foto para os netos mais tarde recordar.
Pede a organização para que façam as inscrições atempadamente, lembrar aos camaradas do norte, que como de costume, sairá de Braga a camioneta com horário previsto para 06,45 horas junto ao antigo “Feira Nova” com paragem em Famalicão na estação de camionagem pelas 07,15 horas e no Porto, às 07,45 horas na Estação do Metro junto ao Estádio do Dragão.
Para o repasto temos a seguinte ementa:
Enchidos da Região, Rissóis, Orelha em Vinagrete, Pastéis de Bacalhau
Sopa de Legumes
Bacalhau Assado com Batata à Murro
Lombo à Serrana
Salada de Frutas e Semi-Frio
Vinho Tinto da Casa, Vinho Verde Branco, Refrigerantes, Águas e Café
Bolo e Espumante
Digestivos: Whisky Novo, Carolans, Licor Beirão, Macieira, Aguardente Velha
Preço por pessoa 30 roquetadas, as crianças até aos 5 anos não pagam e dos 5 aos 12 pagarão 15 roquetadas.
Data limite para inscrição: 25 de Maio de 2013.
Fundão Palace Hotel***
Estrada Nacional nº 18 – Quinta Nova
6230 - 476 Fundão
Tel. (+351) 275 779 340
Fax. (+351) 275 779 349
Para os interessados nas dormidas:
Quarto duplo 45 euros
Individual 35 euros
Crianças 20 euros
Organizadores:
Almerindo Serra Lopes e Américo António Pinto da Costa: Fixo - 224 020 024 e Telm. 919 227 959, Email: aguicostamaisalto@gmail.com
Até lá abraço camaradas.
____________
Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
12 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11379: Convívios (514): XXIII Encontro do pessoal da CCAÇ 2381, dia 27 de Abril de 2013 em Rio Maior (José Teixeira)
quarta-feira, 24 de abril de 2013
Guiné 63/74 - P11460: Tabanca Grande (395): Francisco Alberto Cardoso Santiago, ex-1.º Cabo TRMS da CCS/BART 3873 (Nhabijões, 1972/74)
1. Mensagem do nosso camarada e novo tertuliano Francisco Alberto Cardoso Santiago, ex-1.º Cabo TRMS da CCS/BART 3873, Nhabijões, 1972/74, com data de 20 de Abril de 2013:
Amigos Luis Graça e Carlos Vinhal:
Com um singelo pedido para que me aceitem ou abriguem no seio desta prestigiante tertúlia, identifico-me então:
Francisco Alberto Cardoso Santiago
Ex-1º Cabo Trms
CCS/BART 3873 - 1972/74
Monitor Escolar Militar
PEM 69
Nhabijões
Naturalidade Teixoso - Covilhã
Nasc. 12.04.1950
Camaradas tertulianos:
Depois de me tornar há muito leitor assiduo deste extraordinário convivio que é a vivência deste bloggue, venho trazer algumas imagens, para quem e não foram poucos, passaram por aqui.
Fui destacado logo no inicio para Nhabijões [, reordenamento do setor L1, Bambadinca], na formação de uma equipa de reordenamentos, nas quais me cabiam a responsabilidade não só das transmissões mas também a de Monitor Escolar, esta, no seio da população, e por vontade própria.
Devo dizer aqui que, para quem tinha apenas o ensino primário, foi uma experiência tão grata para as crianças, mas muito mais para mim.
Tive assim a possibilidade de ter permanecido destacado em Nhabijões todo o tempo da comissão, facto que limita, em parte, a existência de histórias, por outros camaradas de armas.
Quero saudar todos cordialmente, em especial os que fazem parte desta Familia, pois assim se deixa a história, não esquecendo os que fizeram parte do estágio escolar realizado em Bissau, creio em 73, pois a história também se fez convosco.
Um alfa bravo para todos
Francisco Santiago
Vista do destacamento de Nhabijões, em 73/74, diferente de quando cheguei. Ao lado esquerdo havia uma tenda de lona onde dormi as primeiras noites entre africanos
2. Comentário do editor:
Caro camarada Francisco Santiago, sê bem-vindo à família.
Instala-te o melhor que puderes e começa a contar-nos a tua experiência como Monitor Escolar. Nem só de tiros e emboscadas vive o Blogue. As nossas memórias são diversas, cabendo aqui todas, independentemente do Posto, Especialidade, local e funções onde cada um as exerceu.
Já reparei que tens belas fotos, pena que as cores não estejam tão próximas das da natureza como seria desejável. Mas não te coibas de as mandar porque despertarás a memória de quem passou por Nhabijões antes e depois de ti.
Os teus meninos serão hoje uns cinquentões, ou quase, porque afinal não éramos assim tão mais velhos do que eles. Que éramos nós se não meninos retirados à família e enviados para a guerra?
Julgo que te enganaste na útlima foto porque a legenda que mandaste não condiz com a imagem. Já agora, se tiveres outra foto da qual eu possa fazer uma tipo passe, fardado, por favor envia-ma porque a que fiz não está muito apresentável.
Julgo que não precisas de mais esclarecimentos, a não ser que deves enviar a tua correspondência para o editor Luís Graça (luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com) e para um dos editores, o Eduardo Magalhães Ribeiro (magalhaesribeiro04@gmail.com) ou Carlos Vinhal (carlos.vinhal@gmail.com). Toma nota, és o tabanqueiro nº 614.
A terminar deixo-te o habitual abraço de boas-vindas em nome da tertúlia e dos editores.
O editor de serviço
Carlos Vinhal
____________
Nota do editor
Último poste da série de 23 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11452: Tabanca Grande (394): Agostinho Valentim Sousa Jesus, ex-1.º Cabo Mec Auto da CCS/BCAÇ 4612/72 (Mansoa, 1972/74) e Carlos Alberto Simões Órfão, ex-1.º Cabo Op Cripto da CCS/BCAÇ 4610/72 (Bissorã, 1972/74)
Amigos Luis Graça e Carlos Vinhal:
Com um singelo pedido para que me aceitem ou abriguem no seio desta prestigiante tertúlia, identifico-me então:
Francisco Alberto Cardoso Santiago
Ex-1º Cabo Trms
CCS/BART 3873 - 1972/74
Monitor Escolar Militar
PEM 69
Nhabijões
Naturalidade Teixoso - Covilhã
Nasc. 12.04.1950
Camaradas tertulianos:
Depois de me tornar há muito leitor assiduo deste extraordinário convivio que é a vivência deste bloggue, venho trazer algumas imagens, para quem e não foram poucos, passaram por aqui.
Fui destacado logo no inicio para Nhabijões [, reordenamento do setor L1, Bambadinca], na formação de uma equipa de reordenamentos, nas quais me cabiam a responsabilidade não só das transmissões mas também a de Monitor Escolar, esta, no seio da população, e por vontade própria.
Devo dizer aqui que, para quem tinha apenas o ensino primário, foi uma experiência tão grata para as crianças, mas muito mais para mim.
Tive assim a possibilidade de ter permanecido destacado em Nhabijões todo o tempo da comissão, facto que limita, em parte, a existência de histórias, por outros camaradas de armas.
Quero saudar todos cordialmente, em especial os que fazem parte desta Familia, pois assim se deixa a história, não esquecendo os que fizeram parte do estágio escolar realizado em Bissau, creio em 73, pois a história também se fez convosco.
Um alfa bravo para todos
Francisco Santiago
Com os alunos do PEM 69 Nhabijões. (Por onde andarão e como passam estes meninos ?)
Vista do destacamento de Nhabijões, em 73/74, diferente de quando cheguei. Ao lado esquerdo havia uma tenda de lona onde dormi as primeiras noites entre africanos
Junto do PEM, Nhabijões
Nhabijões: Dias de festa e competição balanta, cheguei a presenciar a mesma competição entre bajudas.
Nhabijões: Dança balanta
2. Comentário do editor:
Caro camarada Francisco Santiago, sê bem-vindo à família.
Instala-te o melhor que puderes e começa a contar-nos a tua experiência como Monitor Escolar. Nem só de tiros e emboscadas vive o Blogue. As nossas memórias são diversas, cabendo aqui todas, independentemente do Posto, Especialidade, local e funções onde cada um as exerceu.
Já reparei que tens belas fotos, pena que as cores não estejam tão próximas das da natureza como seria desejável. Mas não te coibas de as mandar porque despertarás a memória de quem passou por Nhabijões antes e depois de ti.
Os teus meninos serão hoje uns cinquentões, ou quase, porque afinal não éramos assim tão mais velhos do que eles. Que éramos nós se não meninos retirados à família e enviados para a guerra?
Julgo que te enganaste na útlima foto porque a legenda que mandaste não condiz com a imagem. Já agora, se tiveres outra foto da qual eu possa fazer uma tipo passe, fardado, por favor envia-ma porque a que fiz não está muito apresentável.
Julgo que não precisas de mais esclarecimentos, a não ser que deves enviar a tua correspondência para o editor Luís Graça (luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com) e para um dos editores, o Eduardo Magalhães Ribeiro (magalhaesribeiro04@gmail.com) ou Carlos Vinhal (carlos.vinhal@gmail.com). Toma nota, és o tabanqueiro nº 614.
A terminar deixo-te o habitual abraço de boas-vindas em nome da tertúlia e dos editores.
O editor de serviço
Carlos Vinhal
____________
Nota do editor
Último poste da série de 23 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11452: Tabanca Grande (394): Agostinho Valentim Sousa Jesus, ex-1.º Cabo Mec Auto da CCS/BCAÇ 4612/72 (Mansoa, 1972/74) e Carlos Alberto Simões Órfão, ex-1.º Cabo Op Cripto da CCS/BCAÇ 4610/72 (Bissorã, 1972/74)
Guiné 63/74 - P11459: Questões politicamente (in)correctas (43): Meu caro Cherno Baldé, a maioria dos militares da minha companhia não era racista nem se comportava como tropa ocupante (Paulo Salgado,ex-alf mil op esp, CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72)
Guiné > Região do Oio > Olossato > CCAV 2721 (Olossato e Nhacra, 1970/72) > O alf mil cav, op espe, Paulo Salgado, no Olossato, prestando ajuda como voluntário ao fur mil enf Carvalho. Professor primário, ele já tinha vocação, na época, para a administração de serviços de saúde. E particular motivação e sensibilidade para as questões da cooperação e da solidariedade. Irei encontrá-lo, mais tarde, no início dos anos 80, em Lisboa, como aluno do Curso de Especialização em Administração Hospitalar, da Escola Nacional de Saúde Pública. Mas só depois da criação do blogue, é que demos conta que éramos também "camaradas da Guiné" e tínhamos uma "paixão comum por África"... Faz parte da Tabanca Grande desde fevereiro de 2006, se não erro (LG).
Foto: © Paulo Salgado (2005). Todos os direitos reservados.
1. Mensagem do Paul Salgado [, transmontano de Moncorvo; administrador hospitalar reformado; consultor, especialista em gestão de serviços de saúde, cooperante na Guiné-Bissau e em Angola; ex-Alf Mil, CCAV 2721,Olossato e Nhacra, 1970/72]:
Enviado: quarta-feira, 24 de Abril de 2013 10:50
Para: Luís Graça; luigracaecamaradadaguine@gmail.com
Assunto: Racismo
Caro Luís,
Esta minha maneira de ver sobre o que o Cherno Baldé pensa peca por tardia. mas vai a tempo. Seria de analisar este assunto com mais profundidade. Ou não?
Paulo Salgado, com uma saudação.
Caros Tertulianos,
«Aos soldados apeteciam-lhes fazer sexo e descarregar suas baterias com as nativas e mais nada, pois a mentalidade colonial de superioridade racial debaixo dos seus camuflados não lhes permitia ter outra forma de ver as coisas e de se relacionar com o nativo, "indígena" logo inferior" (Cherno Baldé dixit).
É o Cherno Baldé, "menino e moço de Fajonquito", que escreve esta frase, ou é o Dr. Cherno Baldé, homem grande e pai de família? Obrigado, amigo e irmão, pelo teu depoimento sobre a situação em Fajonquito nos últimos anos da guerra, no que diz respeito às relações entre a tropa e a população local.» [vd.comentário ao poste P11360]
Estão acima uma afirmação do Cherno Baldé e uma pergunta e comentário àquela, do Luís Graça.
Em primeiro lugar, devo afirmar aqui categoricamente que as palavras do Cherno Baldé encerram alguma coisa de verdade: pois não é certo que, cercados por arame farpado, muitas vezes (ou quase sempre), com população do lado dos tugas, ou não, muitos soldados e muitos graduados tinham necessidades fisiológicas que, certamente aproveitando-se da situação de "superioridade" material (que não psicológica, friso bem isto: que não psicológica), mantinham relações sexuais com algumas bajudas? E também não é verdade que a masturbação era prática corrente? Quem pode escamotear esta verdade?
Mas já discordo abertamente do Cherno Baldé quando faz a afirmação, diria gratuita, da tal "superioridade racial", de atitudes com "mentalidade colonial".
É verdade, caros tertulianos, que havia comportamentos aparentemente racistas, todavia não dos soldados em geral, repito: não dos soldados em geral. Claro que praticavam actos que não abonavam nada; claro que quem tinha algum dinheiro no bolso, apesar da miséria do pré recebido mensalmente, abusava dessa materialidade. O que é manifestamente um ultraje à relação entre homem e mulher, se forçada – como creio que era, em muitas situações, exactamente por causa dessa materialidade.
Mas confundir estas situações vivenciadas pelos militares – que queriam ardentemente que o tempo passasse – com racismo, com atitudes colonialistas, é uma ofensa. Eu tomo-a como ofensa. Eu sei que a maioria dos militares da minha companhia não era racista (não digo todos, porque seria colocar as mãos no lume). Sinto-me ofendido pela generalização que o caro Cherno Baldé faz.
Se formos verificar a História, se a analisarmos bem, o Cherno Baldé encontrará sempre atitudes de indignidade e de ultraje em momentos de guerra. Para não ir mais longe e mais lá atrás: nas invasões francesas a Portugal, os militares franceses, roubaram e saquearam, violaram, maltrataram, mataram; e nos últimos anos, o que tem acontecido em vários países de África?
Não defendo os militares que se comportaram mal. O que não posso crer é que se diga que, enquanto militares na guerra colonial, que mataram e foram mortos, fossem racistas. Não eram. Na sua grande maioria.
Uma saudação tertuliana, caros Cherno e Luís.
Paulo Salgado
(ex-alferes, hoje com 66 anos)
_______________
Nota do editor:
Último poste da série > 7 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10632: Questões politicamente (in)correctas (42): As trocas de comissões, por dinheiro, durante as guerras coloniais (Zeca Macedo, EUA, ex-2º ten, DFE 21, Cacheu e Bolama, 1973/74)
Guiné 63/74 - P11458: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (25): Respostas (49 e 50) dos nossos camaradas Joaquim Cruz, ex-Sold Cond Auto Rodas da CCS/BCAÇ 4512 (Farim, 1972/74) e Luiz Fonseca, ex-Fur Mil TRMS da CCAV 3366 (Suzana e Varela, 1971/73)
1. Mensagem do nosso camarada Joaquim Cruz (ex-Soldado Condutor Auto-Rodas da CCS/BCAÇ 4512, Farim, 1972/74), com as suas respostas ao nosso questionário:
Amigo e camarada Luís Graça
Como não podia deixar de ser aqui estou eu a dizer persente à vossa solicitação sobre o questionário
(1) Quando é que descobriste o blogue?
R - Nos finais de 2011.
(2) Como ou através de quem?
R - Foi através do nosso camarada Manuel Mendes da Ponte que tal como eu pertenceu à CCS do BCAÇ 4512 que esteve sediado em Farim 72/74.
(3) És membro da nossa Tabanca Grande (tertúlia)?
R-Sim desde Julho de 2012.
(4) Com que regularidade visitas o blogue?
R - Diariamente só falto se por algum motivo não estiver em casa o que ultimamente tem sido muito raro.
(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.?
R - Já enviei um pequeno resumo do que foi a minha passagem pela vida militar, com varias fotos incluídas, oportunamente penso vir a enviar mais alguns episódios que por lá vivi.
(6) Conheces também a nossa página do Facebook (Tabanca Grande Luís Graça)?
R - Sim conheço mas não sou frequentador.
(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue?
R - Ao Blogue como é evidente.
(8) O que gostas mais no Blogue? E no Facebook?
R - Das histórias que cada um de nós lá viveu, das fotos, de tudo o que nos faz recordar aquela terra, onde apesar dos sacrifícios que por lá passamos, uns mais que outros, acabamos por ficar ligados a ela para sempre.
(9) O que gostas menos no Blogue? e no Facebook?
R - De tudo o que se afaste da realidade do que foi a nossa passagem por aquelas terras. Por vezes surgem alguns comentários que eram dispensáveis, estamos entre amigos camaradas que pisamos os mesmos trilhos que tivemos as mesmas vivências, podemos e devemos narrar as nossas histórias de vida sem azedumes dentro do maior respeito entre todos incluindo os nossos antigos IN. Já passaram muitos anos sobre os factos, a memória vai-nos pregando umas partiditas, também é verdade que não podemos pensar todos da mesma maneira e assim sendo há que ser tolerante e seguir em frente deixando para trás aquilo que não nos interessa.
(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue?
R - Não nunca senti qualquer dificuldade em entrar na página.
(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti? E a nossa página no Facebook?
R - Não frequento o Facebook.
(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais?
R - Não ainda não houve essa oportunidade.
(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de Junho, em Monte Real?
R- Não, gostaria muito mas este ano não me é possível.
(14) E por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra… para continuar?
R - Claro que sim, basta pensarmos que somos apenas uma pequeníssima parte de uma enorme quantidade de camaradas que por lá passaram durante o conflito, portanto enquanto estiverem vivos ex-combatentes haverá por certo muitas centenas de histórias por contar.
(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer?
R - Criticas não tenho a fazer, pelo contrário tenho muitos elogios a fazer aos digníssimos Editores, pelo grande empenho esforço e dedicação que tem dedicado a esta grande obra que nos enobrece a todos os que por lá passamos, envio-vos os meus parabéns e um grande abraço.
J.Cruz
2. Mensagem do nosso camarada Luiz Fonseca, ex-Fur Mil Trms da CCAV 3366/BCAV 3846, Suzana e Varela, 1971/73, com as suas respostas ao nosso questionário:
(1) Quando é que descobriste o blogue?
R - Penso que em fins de 2006
(2) Como ou através de quem?
R - Por mero acaso por pesquisa na Net
(3) És membro da nossa Tabanca Grande (tertúlia)?
R - Desde 23JUL2007
(4) Com que regularidade visitas o blogue?
R - Quase diariamente
(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.?
R - Sim. Já enviei algum material.
(6) Conheces também a nossa página do Facebook (Tabanca Grande Luís Graça)?
R - Sim, tenho conhecimento mas não gosto do FB
(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue?
R - Prefiro o Blogue
(8) O que gostas mais no Blogue? E no Facebook?
(9) O que gostas menos no Blogue? e no Facebook?
R - Não se trata de gostar muito ou pouco. Representa, para mim, além de conhecimento adquirido e informação, o recordar de situações passadas pela nossa geração. Pena que material relacionado com zonas do noroeste da Guiné, Norte do Cacheu, sejam pouco visiveis.
(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue?
R - Até ao momento sem dificuldades.
(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais?
R - Não.
(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de Junho, em Monte Real?
R - Ainda não é este ano.
(14) E por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra… para continuar?
R - Ultrapassdos alguns problemas comunicacionais entre nós, quero acreditar que sim, embora não com a mesma força e dinâmica.
(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer?
R - Quanto a este ponto: Sem comentários a apontar.
Com um Kasumai
Luiz Fonseca
____________
Nota do editor:
Último poste da série de 24 de Abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11453:9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (24): Respostas (nº 45/46/47): Victor Garcia ( CCAV 2639, Binar, Bula e Capunga, 1969/71), José Carlos Neves (STM, Cufar, 1974]), Sousa de Castro (CART 3494, Xime e Mansambo, 1971/74)
Amigo e camarada Luís Graça
Como não podia deixar de ser aqui estou eu a dizer persente à vossa solicitação sobre o questionário
(1) Quando é que descobriste o blogue?
R - Nos finais de 2011.
(2) Como ou através de quem?
R - Foi através do nosso camarada Manuel Mendes da Ponte que tal como eu pertenceu à CCS do BCAÇ 4512 que esteve sediado em Farim 72/74.
(3) És membro da nossa Tabanca Grande (tertúlia)?
R-Sim desde Julho de 2012.
(4) Com que regularidade visitas o blogue?
R - Diariamente só falto se por algum motivo não estiver em casa o que ultimamente tem sido muito raro.
(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.?
R - Já enviei um pequeno resumo do que foi a minha passagem pela vida militar, com varias fotos incluídas, oportunamente penso vir a enviar mais alguns episódios que por lá vivi.
(6) Conheces também a nossa página do Facebook (Tabanca Grande Luís Graça)?
R - Sim conheço mas não sou frequentador.
(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue?
R - Ao Blogue como é evidente.
(8) O que gostas mais no Blogue? E no Facebook?
R - Das histórias que cada um de nós lá viveu, das fotos, de tudo o que nos faz recordar aquela terra, onde apesar dos sacrifícios que por lá passamos, uns mais que outros, acabamos por ficar ligados a ela para sempre.
(9) O que gostas menos no Blogue? e no Facebook?
R - De tudo o que se afaste da realidade do que foi a nossa passagem por aquelas terras. Por vezes surgem alguns comentários que eram dispensáveis, estamos entre amigos camaradas que pisamos os mesmos trilhos que tivemos as mesmas vivências, podemos e devemos narrar as nossas histórias de vida sem azedumes dentro do maior respeito entre todos incluindo os nossos antigos IN. Já passaram muitos anos sobre os factos, a memória vai-nos pregando umas partiditas, também é verdade que não podemos pensar todos da mesma maneira e assim sendo há que ser tolerante e seguir em frente deixando para trás aquilo que não nos interessa.
(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue?
R - Não nunca senti qualquer dificuldade em entrar na página.
(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti? E a nossa página no Facebook?
R - Não frequento o Facebook.
(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais?
R - Não ainda não houve essa oportunidade.
(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de Junho, em Monte Real?
R- Não, gostaria muito mas este ano não me é possível.
(14) E por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra… para continuar?
R - Claro que sim, basta pensarmos que somos apenas uma pequeníssima parte de uma enorme quantidade de camaradas que por lá passaram durante o conflito, portanto enquanto estiverem vivos ex-combatentes haverá por certo muitas centenas de histórias por contar.
(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer?
R - Criticas não tenho a fazer, pelo contrário tenho muitos elogios a fazer aos digníssimos Editores, pelo grande empenho esforço e dedicação que tem dedicado a esta grande obra que nos enobrece a todos os que por lá passamos, envio-vos os meus parabéns e um grande abraço.
J.Cruz
********************
2. Mensagem do nosso camarada Luiz Fonseca, ex-Fur Mil Trms da CCAV 3366/BCAV 3846, Suzana e Varela, 1971/73, com as suas respostas ao nosso questionário:
(1) Quando é que descobriste o blogue?
R - Penso que em fins de 2006
(2) Como ou através de quem?
R - Por mero acaso por pesquisa na Net
(3) És membro da nossa Tabanca Grande (tertúlia)?
R - Desde 23JUL2007
(4) Com que regularidade visitas o blogue?
R - Quase diariamente
(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.?
R - Sim. Já enviei algum material.
(6) Conheces também a nossa página do Facebook (Tabanca Grande Luís Graça)?
R - Sim, tenho conhecimento mas não gosto do FB
(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue?
R - Prefiro o Blogue
(8) O que gostas mais no Blogue? E no Facebook?
(9) O que gostas menos no Blogue? e no Facebook?
R - Não se trata de gostar muito ou pouco. Representa, para mim, além de conhecimento adquirido e informação, o recordar de situações passadas pela nossa geração. Pena que material relacionado com zonas do noroeste da Guiné, Norte do Cacheu, sejam pouco visiveis.
(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue?
R - Até ao momento sem dificuldades.
(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais?
R - Não.
(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de Junho, em Monte Real?
R - Ainda não é este ano.
(14) E por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra… para continuar?
R - Ultrapassdos alguns problemas comunicacionais entre nós, quero acreditar que sim, embora não com a mesma força e dinâmica.
(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer?
R - Quanto a este ponto: Sem comentários a apontar.
Com um Kasumai
Luiz Fonseca
____________
Nota do editor:
Último poste da série de 24 de Abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11453:9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (24): Respostas (nº 45/46/47): Victor Garcia ( CCAV 2639, Binar, Bula e Capunga, 1969/71), José Carlos Neves (STM, Cufar, 1974]), Sousa de Castro (CART 3494, Xime e Mansambo, 1971/74)
Guiné 63/74 - P11457: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (66): Cap Cmd Maurício Saraiva, aqui evocado pela sua sobrinha Luciana Saraiva Guerra (Florianópolis, Santa Catarina, Brasil) e pelo nosso coeditor Virgínio Briote
Foto nº 1
Foto nº 2
Foto nº 3
Foto nº 4
Foto nº 5
Foto nº 6
Foto nº 7
Fotos: © Virgínio Briote (2013). Todos os direitos reservados
1. Mensagem de Luciana Andrade Guerra:
Data: 21 de Abril de 2013 à43 02:06
Assunto: Cap Maurício Saraiva
Olá a todos.
Meu nome é Luciana, sou sobrinha do Cap Maurício Saraiva !
Moro em Florianópolis, Brasil, há 12 anos. Sou filha do irmão mais novo de meu tio (Gustavo).
Encontrei vosso Blogue por acaso, aproveito esta oportunidade para cumprimentar a todos que conviveram com meu tio.
Eu, quando adolescente, costumava passar os Natais com ele e o resto de minha família. Tenho saudades.
Saudações a todos, espero que vossa "Tabanca" continue crescendo.
Sou do Sporting, tal como meu tio Maurício era ! hi hi
Luciana Saraiva Guerra
2. Comentário, de 21 do corrente, do Virgínio Briote [foto a esquerda, ex-alf mil cmd, 1965/67], a quem pedi um comentário a esta mensagem e o envio de fotos, "para reavivar a memória" deste nosso camarada da Guiné, que foi cap cmd Saraiva:
Caro Luís,
Tenho muito material sobre o Cor Maurício Leonel Saraiva. Fotos, documentos e memórias de acontecimentos, histórias que corriam na altura, outras de que fui testemunha e uma ou outra em que até fui protagonista. Gostaria de fazer um trabalho sobre o Saraiva (já em tempos encomendado pelo Presidente da Associação de Comandos, mas que não pude levar adiante).
Foi ele, o Saraiva, que como tenente me convidou a concorrer aos comandos e, dois meses mais tarde, como capitão, foi meu director de instrução. Acontece que estou com uma semana algo incerta, já que ando comprometido com o Hospital de Santa Maria e não sei quando posso fazer esse trabalho. A minha sogra está internada e eu, que há cerca de um mês fui lá operado, estou na iminência de o voltar a ser, embora desta vez seja outra história. Assim não posso prometer nada. Amanhã, conforme for a evolução dos dois casos, dou notícias.
Recebe um abraço e, de passada, vou ver se insiro aqui algumas fotos do Saraiva, com ass respetivas lkegendas
bv
Fotos (e legendas):
Recebe um abraço e, de passada, vou ver se insiro aqui algumas fotos do Saraiva, com ass respetivas lkegendas
bv
Fotos (e legendas):
1. Alf mil Saraiva em Angola, em 1963, aquando da frequência do curso de Cmds;
2. Emblema de braço do grupo Fantasmas de que o Saraiva foi cmdt;
3. Formatura em Brá dos Cmds (fase de grupos) em que se vê à frente o então tenente Jaime Cardoso, director de instrução do 1º curso de Cmds em Brá, e vê-se o Saraiva na formatura numa extremidade de óculos escuros;
4. Aposição dos crachás, referentes ao mesmo curso, com o ten Saraiva na ponta esquerda;
5. Aqui, já como director do 2º curso (Set 65), o cap Saraiva à direita assiste à imposição dos crachás;
6. Cap Saraiva à frente da CCmds do CTIG em Set 65;
7. Na mesma data, o cap Saraiva rodeado pelo J. Parreira, Virgínio Briote e Marques de Matos.
3. Comentártio de L.G.:
Temos já uma dúzia de postes sobre o Maurício Saraiva. Agradecemos ao Virgínio Briote as fotos que nos fez chegar. Aproveito para lhe desejar uma boa recuperação do problema de saúde do foro (oftalmológico) que o preocupa de momento. Vai ser operado a uma vista, muito em breve, no Hospital de santa Maria, mas eu espero poder rapidamente abraçá-lo, o mais tardar no nosso VIII Encontro Nacional«, em 8 de junho de 2013. em Monte Real. A eele e à Irene, a quem também também as melhoras da sua perninha...
Quanto à nossa leitora e amiga Luciana, espero que ela tenha aprendido algo mais sobre o seu tio e que divulgue estas fotos entre a família. Fico feliz por saber que vive em Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, cidade onde tenho amigos e parentes. A nós compete-nos a honrar a memória de todos os nossos camaradas que fizeram a guerra da Guiné. Teremos muito gosto em publicar fotos, em formato digital, que estejam na posse da família do Maurício Saraiva, que foi instrutor, comadante e camarada de alguns de nós, que integram a Tabanca Grande.
Peço à Luciana que transmita à família (e em particular ao seu pai) as nossas saudações mais calorosas, e que aceite o nosso convite para integrar a nossa Tabanca Grande onde há lugar também para os familiares dos nossos camaradas já falecidos. Como vê, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!
______________
Nota do editor:
Último poste da série > 16 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11406: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (65): Carlos Afeitos encontra, em 2011, restos da CCAÇ 1422 (1965/67), no K3 / Saliquinhedim
2. Emblema de braço do grupo Fantasmas de que o Saraiva foi cmdt;
3. Formatura em Brá dos Cmds (fase de grupos) em que se vê à frente o então tenente Jaime Cardoso, director de instrução do 1º curso de Cmds em Brá, e vê-se o Saraiva na formatura numa extremidade de óculos escuros;
4. Aposição dos crachás, referentes ao mesmo curso, com o ten Saraiva na ponta esquerda;
5. Aqui, já como director do 2º curso (Set 65), o cap Saraiva à direita assiste à imposição dos crachás;
6. Cap Saraiva à frente da CCmds do CTIG em Set 65;
7. Na mesma data, o cap Saraiva rodeado pelo J. Parreira, Virgínio Briote e Marques de Matos.
3. Comentártio de L.G.:
Temos já uma dúzia de postes sobre o Maurício Saraiva. Agradecemos ao Virgínio Briote as fotos que nos fez chegar. Aproveito para lhe desejar uma boa recuperação do problema de saúde do foro (oftalmológico) que o preocupa de momento. Vai ser operado a uma vista, muito em breve, no Hospital de santa Maria, mas eu espero poder rapidamente abraçá-lo, o mais tardar no nosso VIII Encontro Nacional«, em 8 de junho de 2013. em Monte Real. A eele e à Irene, a quem também também as melhoras da sua perninha...
Quanto à nossa leitora e amiga Luciana, espero que ela tenha aprendido algo mais sobre o seu tio e que divulgue estas fotos entre a família. Fico feliz por saber que vive em Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, cidade onde tenho amigos e parentes. A nós compete-nos a honrar a memória de todos os nossos camaradas que fizeram a guerra da Guiné. Teremos muito gosto em publicar fotos, em formato digital, que estejam na posse da família do Maurício Saraiva, que foi instrutor, comadante e camarada de alguns de nós, que integram a Tabanca Grande.
Peço à Luciana que transmita à família (e em particular ao seu pai) as nossas saudações mais calorosas, e que aceite o nosso convite para integrar a nossa Tabanca Grande onde há lugar também para os familiares dos nossos camaradas já falecidos. Como vê, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!
______________
Nota do editor:
Último poste da série > 16 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11406: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (65): Carlos Afeitos encontra, em 2011, restos da CCAÇ 1422 (1965/67), no K3 / Saliquinhedim
Guiné 63/74 - P11456: Estórias do Xitole (David Guimarães, ex-fur mil, CART 2716, 1970/72) (2): Nem santos nem pecadores
Guiné > Zona Leste > Setor L1 (Bambadinca) > Xitole > CART 2716, Xitole, 1970/1972) > A Helena e o David, em 1970.
Tal como Bambadinca, o Xitole era um posto administrativo, pertencente à circunscrição administrativa (concelho) de Bafatá. Com a guerra, tinha perdido importância económica e demográfica. "Sede do Posto Administrativo do mesmo nome, sede da CART 2716, com uma população normal de 300 habitantes, dispõe de 3 lojas comerciais em funcionamento. Sofreu forte repressão na sua importância comercial (principais fontes de riqueza, coconoto e madeira), com a guerra" (Fonte: História do BART 2917, Bambadinca, 1970/72).
Tal como Bambadinca, o Xitole era um posto administrativo, pertencente à circunscrição administrativa (concelho) de Bafatá. Com a guerra, tinha perdido importância económica e demográfica. "Sede do Posto Administrativo do mesmo nome, sede da CART 2716, com uma população normal de 300 habitantes, dispõe de 3 lojas comerciais em funcionamento. Sofreu forte repressão na sua importância comercial (principais fontes de riqueza, coconoto e madeira), com a guerra" (Fonte: História do BART 2917, Bambadinca, 1970/72).
Foto: © David J. Guimarães (2005). Todos os direitos reseravdos
É bom lembrar que, se a antiguidade fosse um posto, na nossa Tabanca Grande (ou tertúlia, como dizias no princípio), então o David já era general... De facto, ele foi dos primeiros camaradas a aparecer, a dar a cara, a expor-se, a desenterrara as memórias do baú, a escrever... Ele, o Sousa de Castro, o Humberto Reis, o A. Marques Lopes...
É por isso que as suas "estórias do Xitole" merecem, pelo menos algumas, ser reeditadas. Vai ser a nossa prenda de aniversário. O David merece. Foi também ele um dos primeiros a fazer uma viagem de saudade, à Guiné, em 2001... Aí vai, pois, o poste nº 2 de um série que tem estado interrompida. (*).. Em homenagem ao nosso tertuliano nº 3..., que é um tipo bonacheirão, nortenho, músico, camarada do seu camarada, amigo do seu amigo... Bebo um copo à tua, meu! (LG).
2. Estórias do Xitole (2) > Nem santos nem pecadores (**)
por David Guimarães
Até que enfim!... Acho que sim — não poderá haver tabus e ainda bem que o Zé Neto, o Zé Teixeira, o Jorge Cabral e o Luís são, afinal, os responsáveis por quebrarem o tabu... Falaram de algo que também é guerra... Foi e marcou a nossa guerra: a lavadeira, o cabaço, etc, etc... Ai, ai, ai, que começo a falar demais, ou talvez não...
Creio que nunca houve grandes abusos nesse sentido, nunca foi preciso apontar a G3 a nenhuma bajuda, já uns pesos, enfim ... Que mal fazia, se era dinheiro de guerra?!...
Também é importante todos dizermos que, nesse capítulo, não fomos nem santos nem pecadores. èramos humanos, soldados que passávamos uma vida metidos entre matos, entre perigos e guerras esforçados... E pela noite dentro, a escapadela da ordem, na tabanca. Ai que maravilha!... Foram muitos e belos romances... E aqueles que podiam ir a Bafatá, eram uns sortudos... Eu só no fim da comissão é que soube o que era Bafatá!...
Lembro-me de um romance de um camarada que comprou a liberdade de uma mulher. Os nativos pensaram que ele se tinha casado com ela... Bem, porreiro para ele! Não é segredo, foi verdade, e a testemunha foi o chefe de posto, isso mesmo, aquele que a mulher — linda ali, no Xitole!!! — morria de amores por um camarada nosso, já falecido...
E não vamos contar a do tenente que, às 4 horas da manhã, estava sentado no colo de um soldado.... Tudo boquiaberto? Aconteceu no Saltinho, sim ... Fora aquele camarada — ai Senhor do Céu ! — que, um dia, estava eu a dormir no palácio das confusões, e ele por cima de mim:
— Guimarães! — dizia o B..., camarada do Xime — porra, estás bem?
— Deixem-me dormir! — pedia eu... — Porra!...
— Pois é, estás porreiro!!!
Pois é e pois é... E eu dormi mesmo....De manhã fui perguntar se estava tudo com os copos durante a noite, que nem me deixavam dormir... Então disseram-me:
— Ó seu c..., então não sabes que o fulano tem uma amante que é um cabo !? —. Respondi eu:
— F...-se, que perigo em que eu estava... Porra!!! Já viram, a mina mesmo ali, mesmo por cima de mim?!...
Estávamos num beliche... Quem me perguntar, prometo que não digo o nome do camarada furriel — nem me lembro do nome... Sei apenas que foi meu carmarada de recruta nas Caldas da Rainha... Um dia, a CCAÇ 12 acompanhou uma coluna ao Saltinho... Houve no caminho um acidente onde morreu um soldado africano, condutor, e um furriel ficou ferido... Bem, lá ficou o camarada em convalescença no Xitole:
— Ai que vocês são tão simpáticos....
— Bem, bem...
[Foto à esquerda: David Guimarães, no Xitole, em 2001]
E o Cardoso (outro furriel que estava lá desde 1966) ... Esse pedia-me para eu fazer guarda mais pela noite... Vinha-me acordar, para eu seguir para a tabanca: vinha sempre de casa da Mariana, com as calças na mão, descomposto... E ria, ria... Lá ia eu, sempre furioso:
— Seu porco! — e ia ter com a Mariana e ela, coitada, queixava-se:
— Guimarás — pronúncia dela —, Cardoso manga de tolo, mas Mariana gostar dele....
Isto também era guerra — ou, se quiserem, os intervalos de guerra, que eram poucos... O suficiente, afinal, para se apanhar uma borracheira ou ir, com lindos penteados, passear à tabanda, para bajuda ver ou para quem aparecesse, pelos vistos....
_____________
Notas do editor:
(*) Vd. último poste da série > 18 de novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2278: Estórias do Xitole (David Guimarães, ex-fur mil, CART 2716, 1970/72) (1): A triste sorte do sapador Quaresma... morto por aquela maldita granada vermelha
(**) I Série, poste de 17 de fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - DXLVIII: Nem santos nem pecadores (David Guimarães)
(*) Vd. último poste da série > 18 de novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2278: Estórias do Xitole (David Guimarães, ex-fur mil, CART 2716, 1970/72) (1): A triste sorte do sapador Quaresma... morto por aquela maldita granada vermelha
(**) I Série, poste de 17 de fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - DXLVIII: Nem santos nem pecadores (David Guimarães)
Guiné 63/74 - P11455: Parabéns a você (567): David Guimarães, ex-Fur Mil da CART 2917 (Guiné, 1970/72)
********************
A pedido do nosso camarada David Guimarães, aqui fica desde as 15h30 esta gravura com que ele pretende agradecer os votos de feliz aniversário que lhe foram, e ainda virão a ser, enviados.
____________
Nota do editor:
Último poste da série de 21 de Abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11431: Parabéns a você (566): António Branquinho, ex-Fur Mil do Pel Caç Nat 63 (Guiné, 1969/71)
Subscrever:
Mensagens (Atom)