Manuel Ferreira (1917-1992), cap SGE reformado, escritor, professor universitário
(Foto: cortesia de João Serra / Página do Facebook Antifascistas da Resistência)
(Foto: cortesia de João Serra / Página do Facebook Antifascistas da Resistência)
Capa da 1ª edição de Morabeza: contos de Cabo Verde, Lisboa: Agência Geral do Ultramar, 1958.
João Serra |
1. Mensagem de João Serra, com data de 20 do corrente:
Caro Luis Graça,
Preparei este texto sobre o Manuel Ferreira no Mindelo, em complemento da publicação e apelo que fizeste recentemente na tua Tabanca (termo aliás também referido pelo MF nesta selecção que te envio). (*)
Se achares que vale a pena publicá-lo, fica à tua disposição. (**)
Segue também duas fotos das capas de Morabeza.
Um forte abraço,
João Serra
2. Mindelo 1941-1946, visto por Manuel Ferreira
por João Serra
Capa da 2ª edição, refundada e aumentada (Lisboa, Ulisseia, 1965) |
Data de 1958, a 1ª edição de Morabeza, o livro de contos de Manuel Ferreira, escrito no ano anterior, nas Caldas da Rainha, onde chefiava a secretaria do Regimento de Infantaria 5.
A primeira impressão que se colhe quando se fundeia no Porto Grande de São Vicente é a de estarmos diante de uma terra áspera, ardente, dominada pela solidão e pela tristeza, como se tivesse sido colocada em meio do oceano para penitência perpétua. [p. 11]
Por assim dizer, terra sem árvores, a ilha de São Vicente, por onde os cicerones de ocasião rebentam por todos os lados, na esperança de magras moedas, encaminhando, muitas vezes, o turista a locais de amor duvidoso - não possui nenhuma daquelas atracções que prendem logo de entrada o visitante. Há nela um ar tristonho, baço, em certos dias; carregado de luz crua, noutros. Pensões improvisadas, casas de café e chá sem espavento; desguarnecida de pontos tornados aprazíveis pela arborização cuidada ou jardinagem de esmero - forasteiro que a percorra mais do que uma escassa hora encontra-se saciado e convencido de que Mindelo está visto - e Cabo Verde é aquilo. Terra de calor. De montes secos e requeimados. Terra de solidão. [p. 13]
Não, poderei agora afirmar. Cabo Verde não era apenas a terra de solidão. A terra de calor. Terra de còladera e rochedos vulcânicos talhados a pique sobre o mar. Não, não era, amigos.
E além do que procurei dizer, dando uma tosca ideia de alguns aspectos e anotando, ao de leve, vários episódios, há ainda qualquer coisa mais que me escapa e não saberei definir, concretizar. [...].
Mas aquilo que assinalei a esse encanto indefinível e lírico que anda esparso, ao cair de certas tardes macias, ao pôr do Sol, mesmo ao rés do mar, e ainda a simplicidade das gentes, formarão, de algum modo, aquele conjunto de elementos que me levaram a admirar a também a amar, de maneira estranha, a terra mestiça plantada a meio do oceano Atlântico. [p. 37]
Por isso se precavenha o passageiro apressado, o turista à procura de exotismo. Cabo Verde não será apenas aquilo que os seus olhos observam quando o navio fundeia no Porto Grande de São Vicente. Nem tão-pouco a pobreza que depois se depara na cidade. Mesmo que vá a Santo Antão e oiça a toada plangente do trapiche e dê uma saltada ao interior de Santiago para se surpreender com o batuque ou a tabanca, corra à Brava a admirar as belas mulheres de tez clara - está longe de saber o que é a terra mestiça.
Cabo Verde tem de grande, e isso deve ser motivo de orgulho, uma afectividade que nos amarra e seduz. É a "morabeza", sentimento intrínseco do povo crioulo. Amorabilidade, característica da raça e se traduz nos seus modos ternos, na sua dedicação, na afabilidade da sua gente simples:
Gente do Mindelo
Nô abri nô braço
Nô pô coraçon na mão
Pá nô dâ um abraço
Abraço de morabeza
De nôs de São Vicente
5 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17434: Efemérides (255): centenário do nascimento do escritor, investigador e professor de literatura africana de expressão portuguesa, o leiriense Manuel Ferreira (1917-1992), capitão SGE reformado, ex-furriel miliciano, expedicionário em Cabo Verde, São Vicente, Mindelo, mobilizado em 1941 pelo RI 7 (Leiria)...Também fez comissões na Índia (1948-54) e em Angola (1965-67). "Creio que se pode perceber que estamos perante uma trajectória humana singular" (disse-nos o seu biógrafo, João B. Serra)
(**) Último poste da série > 22 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17502: Memória dos lugares (360): Murteira, união das freguesias de Lamas e Cercal, concelho de Cadaval: monumento aos 61 ex-combatentes da guerra do ultramar (1954-1975): Cabo Verde (1), Angola (31), Índia (2), Timor (1) , Moçambique (12) e Guiné (14) (Jorge Narciso, ex-1.º Cabo Especialista MMA, Bissalanca, BA 12, 1968/69)
A obra foi em 1957 distinguida com o prémio Fernão Mendes Pinto e editada pela Agência Geral do Ultramar. Uma segunda edição, “refundida e aumentada”, saiu em 1965, com prefácio de José Cardoso Pires. Desta edição não constam os textos iniciais da primeira, uma espécie de crónica da chegada e encontro do autor, furriel miliciano do exército expedicionário português, com São Vicente e o Mindelo.
Recorde-se que Manuel Ferreira permaneceu em São Vicente entre 1941 e 1947, ali concluiu o antigo curso liceal (secção de letras), casou [, com Orlanda Amarílis,] e teve o seu primeiro filho.
O texto que se segue é uma pequena antologia sobre a experiência cultural de Manuel Ferreira nesses longínquos anos 40 do século passado, organizada a partir dos textos da 1º edição de Morabeza (e que não constam da 2ª).
O texto que se segue é uma pequena antologia sobre a experiência cultural de Manuel Ferreira nesses longínquos anos 40 do século passado, organizada a partir dos textos da 1º edição de Morabeza (e que não constam da 2ª).
(i) A primeira impressão:
terra de solidão
A primeira impressão que se colhe quando se fundeia no Porto Grande de São Vicente é a de estarmos diante de uma terra áspera, ardente, dominada pela solidão e pela tristeza, como se tivesse sido colocada em meio do oceano para penitência perpétua. [p. 11]
Por assim dizer, terra sem árvores, a ilha de São Vicente, por onde os cicerones de ocasião rebentam por todos os lados, na esperança de magras moedas, encaminhando, muitas vezes, o turista a locais de amor duvidoso - não possui nenhuma daquelas atracções que prendem logo de entrada o visitante. Há nela um ar tristonho, baço, em certos dias; carregado de luz crua, noutros. Pensões improvisadas, casas de café e chá sem espavento; desguarnecida de pontos tornados aprazíveis pela arborização cuidada ou jardinagem de esmero - forasteiro que a percorra mais do que uma escassa hora encontra-se saciado e convencido de que Mindelo está visto - e Cabo Verde é aquilo. Terra de calor. De montes secos e requeimados. Terra de solidão. [p. 13]
(ii) Impressão corrigida:
amorabilidade
Não, poderei agora afirmar. Cabo Verde não era apenas a terra de solidão. A terra de calor. Terra de còladera e rochedos vulcânicos talhados a pique sobre o mar. Não, não era, amigos.
E além do que procurei dizer, dando uma tosca ideia de alguns aspectos e anotando, ao de leve, vários episódios, há ainda qualquer coisa mais que me escapa e não saberei definir, concretizar. [...].
Mas aquilo que assinalei a esse encanto indefinível e lírico que anda esparso, ao cair de certas tardes macias, ao pôr do Sol, mesmo ao rés do mar, e ainda a simplicidade das gentes, formarão, de algum modo, aquele conjunto de elementos que me levaram a admirar a também a amar, de maneira estranha, a terra mestiça plantada a meio do oceano Atlântico. [p. 37]
Por isso se precavenha o passageiro apressado, o turista à procura de exotismo. Cabo Verde não será apenas aquilo que os seus olhos observam quando o navio fundeia no Porto Grande de São Vicente. Nem tão-pouco a pobreza que depois se depara na cidade. Mesmo que vá a Santo Antão e oiça a toada plangente do trapiche e dê uma saltada ao interior de Santiago para se surpreender com o batuque ou a tabanca, corra à Brava a admirar as belas mulheres de tez clara - está longe de saber o que é a terra mestiça.
Cabo Verde tem de grande, e isso deve ser motivo de orgulho, uma afectividade que nos amarra e seduz. É a "morabeza", sentimento intrínseco do povo crioulo. Amorabilidade, característica da raça e se traduz nos seus modos ternos, na sua dedicação, na afabilidade da sua gente simples:
Gente do Mindelo
Nô abri nô braço
Nô pô coraçon na mão
Pá nô dâ um abraço
Abraço de morabeza
De nôs de São Vicente
...
Xavier Cruz, Morna [p. 39-40]
Mas certa vez, na pensão nha Camila confraternizava um grupo de rapazes, moços do liceu, que se reencontravam em São Vicente, regressados de férias nesse dia. Brindes, abraços, canções. E, pressentindo-nos desembarcados de recente data, quiseram que se lhes juntássemos e bebêssemos em comum. Violas, cavaquinhos, e violinos deliciaram-nos com sambas e mornas. Retribuir-lhes com fados, como propuseram, não foi possível. Nem com uma simples canção popular - o mais apropriado ao ambiente. [p. 19]
Muitos de vocês, nos seus verdes dezassete anos, viviam um período de curiosidade e alguns mesmo de autêntica inquietação.
Eram poetas esses rapazes que eu fui encontrar. Novos, todos alunos do liceu, estudantes de sonho, queiriam descortinar e interpretar o mundo que os rodeava, nesse tempo ensanguentado pelas invasões nazis. [p. 20]
Nada conhecia de Cabo Verde, e nesse tempo, muito longe andava se pensar que ali começava a germinar uma literatura característica, mas de feição universalista. [p. 22]
E, um belo dia, apareceram com três números de Claridade. Revelação que me deu fundo contentamento por verificar fenómeno de inteligência e sensibilidade tão eloquentemente documentado naquelas terras distantes. Pouco depois lia Arquipélago e Ambiente, do Jorge Barbosa, nesse tempo "na ilha tão desolada rodeado pelo Mar" [Ilha do Sal] a ver passar os barcos, ficando
"... por instantes
construindo
fantasiando
cidades
terras distantes
..."
Tudo isto me dava uma sensação íntima, o gozo de imprevista descoberta! [p. 24]
Em resumo: um mundo novo nascia para mim, ali no meio do mar nas ilhas solitárias:
...
que não são
San Sebastian, Carlton ou Palm-Beach
Tantas
quantos
os dedos compridos da mão
...
Atentas vigias do mar
Nuno Miranda, nº 1 da Certeza, [p. 26]
Entretanto lia Chiquinho em folhas dactilografadas, o bom romance de Baltasar Lopes da Silva. [p. 26]
Ouvia de António Aurélio Gonçalves novelas de sua autoria e recebia dele os primeiros e grandes conselhos sobre o fenómeno da criação literária, técnica de romance, factura do conto - a propósito de capítulos e pequenas histórias que lhe levava a casa, trémulo e feliz, nas tardes serenas e pacatas do Mindelo... [p. 26]
... Mindelo, cidade sem imprensa, sem tertúlias, sem rádio durante o dia - e, de noite, só quando a central Bonnoci se dignava. [p. 26]
Eis como descobrira a grande, a bela face de Cabo Verde: a sua espiritualidade. A sua vida criadora, a sua integração no mundo do progresso das ideias, a sua participação no domínio da Cultura. [28]
Durante a última guerra, com a presença da tropa, o ritmo da vida do arquipélago, em muitos aspectos foi alterado, e daí terem surgido várias mornas alusivas a factos que mais chocaram a população, principalmente a de São Vicente [Bèlèza, pseudónimo de Xavier Cruz, compôs uma morna intitulada “punhal de vingança” onde refere que as moças agora só se encantam com “furrié”]. [p. 30]
E houve um momento em que comecei a sentir a morna na própria carne, comunicando-me emoção profunda, virgem. Ouvia um fado - e ele pouco me dizia à minha saudade de emigrante. Ouvia uma morna e sentia a força emocional a dominar-me, a percorrer-me de alto a baixo, como se este canto trouxesse o mistério da minha raça. E então chegava à conclusão de que se assim acontecia era porque eu estava identificado com a gente das ilhas. É porque lhes sentia o sofrimento, os anseios, comungava das suas dores, vivia o seu drama e a sua luta. [p. 31]
Evidentemente que para esta identificação com o povo cabo-verdiano muito contribuiu também a sua hospitalidade, o convívio. [p. 33]
O cabo-verdiano faz questão de receber a gente do Continente. Sem subserviências, sem mesuras. De coração nas mãos. Ama as reuniões íntimas, com chá, com música, com historietas e conversas alegres, limpas de linguagem. É um povo comunicativo e expansivo. [p. 33]
_________________
Notas do editor:
(*) Vd. postes de:
21 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17499: Agenda cultural (568): Exposição comemorativa do 1º centenário do nascimento de Manuel Ferreira (1917-1992), a ser inaugurada em 18 de julho próximo, no Museu José Malhoa, Caldas da Rainha, e que deverá seguir depois, em setembro, para a terra natal do escritor e oficial do exército, Leiria (João B. Serra)
Xavier Cruz, Morna [p. 39-40]
(iii) Encontro e descoberta: identificação
com a gente das ilhas
Mas certa vez, na pensão nha Camila confraternizava um grupo de rapazes, moços do liceu, que se reencontravam em São Vicente, regressados de férias nesse dia. Brindes, abraços, canções. E, pressentindo-nos desembarcados de recente data, quiseram que se lhes juntássemos e bebêssemos em comum. Violas, cavaquinhos, e violinos deliciaram-nos com sambas e mornas. Retribuir-lhes com fados, como propuseram, não foi possível. Nem com uma simples canção popular - o mais apropriado ao ambiente. [p. 19]
Muitos de vocês, nos seus verdes dezassete anos, viviam um período de curiosidade e alguns mesmo de autêntica inquietação.
Eram poetas esses rapazes que eu fui encontrar. Novos, todos alunos do liceu, estudantes de sonho, queiriam descortinar e interpretar o mundo que os rodeava, nesse tempo ensanguentado pelas invasões nazis. [p. 20]
Nada conhecia de Cabo Verde, e nesse tempo, muito longe andava se pensar que ali começava a germinar uma literatura característica, mas de feição universalista. [p. 22]
E, um belo dia, apareceram com três números de Claridade. Revelação que me deu fundo contentamento por verificar fenómeno de inteligência e sensibilidade tão eloquentemente documentado naquelas terras distantes. Pouco depois lia Arquipélago e Ambiente, do Jorge Barbosa, nesse tempo "na ilha tão desolada rodeado pelo Mar" [Ilha do Sal] a ver passar os barcos, ficando
"... por instantes
construindo
fantasiando
cidades
terras distantes
..."
Tudo isto me dava uma sensação íntima, o gozo de imprevista descoberta! [p. 24]
Em resumo: um mundo novo nascia para mim, ali no meio do mar nas ilhas solitárias:
...
que não são
San Sebastian, Carlton ou Palm-Beach
Tantas
quantos
os dedos compridos da mão
...
Atentas vigias do mar
Nuno Miranda, nº 1 da Certeza, [p. 26]
Entretanto lia Chiquinho em folhas dactilografadas, o bom romance de Baltasar Lopes da Silva. [p. 26]
Ouvia de António Aurélio Gonçalves novelas de sua autoria e recebia dele os primeiros e grandes conselhos sobre o fenómeno da criação literária, técnica de romance, factura do conto - a propósito de capítulos e pequenas histórias que lhe levava a casa, trémulo e feliz, nas tardes serenas e pacatas do Mindelo... [p. 26]
... Mindelo, cidade sem imprensa, sem tertúlias, sem rádio durante o dia - e, de noite, só quando a central Bonnoci se dignava. [p. 26]
Eis como descobrira a grande, a bela face de Cabo Verde: a sua espiritualidade. A sua vida criadora, a sua integração no mundo do progresso das ideias, a sua participação no domínio da Cultura. [28]
Durante a última guerra, com a presença da tropa, o ritmo da vida do arquipélago, em muitos aspectos foi alterado, e daí terem surgido várias mornas alusivas a factos que mais chocaram a população, principalmente a de São Vicente [Bèlèza, pseudónimo de Xavier Cruz, compôs uma morna intitulada “punhal de vingança” onde refere que as moças agora só se encantam com “furrié”]. [p. 30]
E houve um momento em que comecei a sentir a morna na própria carne, comunicando-me emoção profunda, virgem. Ouvia um fado - e ele pouco me dizia à minha saudade de emigrante. Ouvia uma morna e sentia a força emocional a dominar-me, a percorrer-me de alto a baixo, como se este canto trouxesse o mistério da minha raça. E então chegava à conclusão de que se assim acontecia era porque eu estava identificado com a gente das ilhas. É porque lhes sentia o sofrimento, os anseios, comungava das suas dores, vivia o seu drama e a sua luta. [p. 31]
Evidentemente que para esta identificação com o povo cabo-verdiano muito contribuiu também a sua hospitalidade, o convívio. [p. 33]
O cabo-verdiano faz questão de receber a gente do Continente. Sem subserviências, sem mesuras. De coração nas mãos. Ama as reuniões íntimas, com chá, com música, com historietas e conversas alegres, limpas de linguagem. É um povo comunicativo e expansivo. [p. 33]
_________________
Notas do editor:
(*) Vd. postes de:
21 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17499: Agenda cultural (568): Exposição comemorativa do 1º centenário do nascimento de Manuel Ferreira (1917-1992), a ser inaugurada em 18 de julho próximo, no Museu José Malhoa, Caldas da Rainha, e que deverá seguir depois, em setembro, para a terra natal do escritor e oficial do exército, Leiria (João B. Serra)
5 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17434: Efemérides (255): centenário do nascimento do escritor, investigador e professor de literatura africana de expressão portuguesa, o leiriense Manuel Ferreira (1917-1992), capitão SGE reformado, ex-furriel miliciano, expedicionário em Cabo Verde, São Vicente, Mindelo, mobilizado em 1941 pelo RI 7 (Leiria)...Também fez comissões na Índia (1948-54) e em Angola (1965-67). "Creio que se pode perceber que estamos perante uma trajectória humana singular" (disse-nos o seu biógrafo, João B. Serra)
(**) Último poste da série > 22 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17502: Memória dos lugares (360): Murteira, união das freguesias de Lamas e Cercal, concelho de Cadaval: monumento aos 61 ex-combatentes da guerra do ultramar (1954-1975): Cabo Verde (1), Angola (31), Índia (2), Timor (1) , Moçambique (12) e Guiné (14) (Jorge Narciso, ex-1.º Cabo Especialista MMA, Bissalanca, BA 12, 1968/69)