1. Conforme o solicitado em mensagem do dia 10 de Maio de 2014 pelo nosso camarada António Tavares (ex-Fur Mil da CCS/BCAÇ 2912,Galomaro, 1970/72), estamos a dar notícia do próximo Convívio do pessoal da CCS/BCAÇ 2912, a levar a efeito no próximo dia 7 de Junho de 2014 em Fátima.
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Nota do editor
Último poste da série de 10 DE MAIO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13126: Convívios (593): XVIII Almoço do pessoal da CART 2716 (Xime, 1970/72), dia 31 de Maio na cidade do Porto (José Martins Rodrigues)
Blogue coletivo, criado e editado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra col0onial, em geral, e da Guiné, em particular (1961/74). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que sáo, tratam-se por tu, e gostam de dizer: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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domingo, 11 de maio de 2014
quinta-feira, 8 de maio de 2014
Guiné 63/74 - P13115: A cidade ou vila que eu mais amei ou odiei, no meu tempo de tropa, antes de ser mobilizado para o CTIG (28): Caldas da Rainha onde frequentei o 1.º Ciclo do Curso de Sargentos Milicianos até me magoar, baixar ao HMP e regressar a casa com licença registada (António Tavares)
Estação dos combóios da Caldas da Rainha
1. Mensagem do nosso camarada António Tavares (ex-Fur Mil da CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72), com data de 1 de Maio de 2014:
Caro Vinhal,
Junto envio três fotografias e um texto sobre a minha passagem nas Caldas da Rainha.
Abraço de amizade
António Tavares
Foz do Douro – Caldas da Rainha
Ao ler o Post 12597 recordei a minha primeira viagem de comboio, na qualidade de soldado, com partida da estação de Porto - Campanhã.
A viagem foi atribulada com mudanças de comboio e excesso de mancebos nas carruagens mas tive de aguentar porque tinha sido alistado em 8 de Junho de 1968.
Chegados ao princípio da noite à estação da CP das Caldas da Rainha tínhamos entre outros um senhor, cego de nascença, à nossa espera. Oferecia alojamento.
O dito senhor depois de ter acertado o preço da dormida, naquela friíssima noite de 7 de Janeiro de 1969, conduziu-nos à sua habitação. Na distribuição dos quartos de casal fiquei com um conterrâneo. Ele conseguiu dormir, eu não.
Na manhã de quarta-feira 8 de Janeiro apresentei-me no Regimento de Infantaria nº 5 para a frequência do 1º Ciclo do Curso de Sargentos Milicianos. Deram-me alojamento na 4ª Companhia e o Posto de Soldado Recruta com o número 615/69. O meu primeiro número na tropa.
Desde logo apreendi que um militar da classe Praças era um número. O nome ficava à Porta de Armas. As roupas foram distribuídas ao acaso, isto é, o soldado instruendo em fila recebia dois pares de botas, um par de sapatilhas, uma farda de trabalho, etc… sem olharem às medidas de cada um. As trocas eram feitas entre os soldados mas era difícil acertarmos nas medidas.
A primeira noite passada no quartel foi aterradora para a maioria dos instruendos. Muitos choros se ouviram. Eu cansado consegui dormir menos mal. O ano de 1969 teve um Inverno rigoroso. Foi o ano do terramoto em Fevereiro.
Na manhã seguinte dada a alvorada às 6 horas e feita a higiene pessoal havia a formatura geral da Companhia junto à porta da caserna. Era tão escuro, frio e chuva, na maioria dos dias, que somente os instruendos que estavam na fila da frente tinham de ficar em boa ordem. Os restantes encostavam-se uns aos outros para protegerem-se do frio e da chuva. Esta entrava pelo pescoço, escorria pelo corpo e depositava-se dentro das botas. Os instrutores davam as ordens abrigados e assim não conseguiam ver todos os elementos do pelotão e pouco ou nada se molhavam.
Certa manhã andava o pelotão a apreender a acertar o passo sob uma chuva intensa quando um Major passou num veículo Volkswagen preto, parou, repreendeu o instrutor e mandou abrigar os instruendos. Um determinado dia na instrução aleijei-me. Levado para a enfermaria aí repousei 7 dias ao fim dos quais fui transportado numa ambulância Volkswagen para Lisboa. Fui acompanhado com outros instruendos por motivos idênticos. Do Hospital Militar Principal, à Estrela, fui parar ao Anexo, em Campolide - “Texas” - onde estive internado 6 dias. Nesta viagem os camaradas eram outros, entre os quais um militar da GNR. No dia da alta ao chegar a Santa Apolónia o último comboio com destino às Caldas da Rainha tinha acabado de partir. Telefonei para o quartel a dar conta da ocorrência. Na manhã do dia seguinte apanhei o comboio para as Caldas da Rainha. Ao apresentar-me ao Oficial de Dia, este de imediato deu-me ordem de prisão porque tinha de estar no quartel no dia anterior.
- Eu, preso? Porquê?
Tinha cometido um crime! Não compreendi porque há dias era bem comportado e colocado na 2ª classe de comportamento e naquele dia era um criminoso. Pelo quartel andei, de seca para Meca, até que os senhores me passaram uma licença. Eu disse adeus ao RI 5, que marcou a minha presença, sem qualquer punição. Recebi 2$50 - dois escudos e cinquenta centavos - de pré referente ao período em que fui hóspede do RI 5.
Os oficiais que conheci no RI 5:
- Capitão de Infantaria José Máximo Moncada Oliveira e Silva que era o Cmdt. da Companhia.
- Tenente de Infantaria Hermínio Couto Maçãs era o Chefe da Contabilidade.
- Major de Infantaria Manuel José Morgado era o Director de Instrução.
- Coronel de Infantaria Giacomino Mendes Ferrari era o Comandante do RI 5.
Como a Igreja e a Tropa eram inseparáveis tínhamos o Padre Tomás Marques Afonso com a patente de Tenente Capelão.
Assim começou a minha vida de militar que se prolongou por 38 meses, incluída uma permanência de 23 meses, nas matas do leste do Comando Territorial Independente da Guiné, em Galomaro. Passados uns meses no CISMI, em Tavira, comecei da estaca zero nova instrução e com outras aventuras e histórias.
António Tavares
Foz do Douro, 1 de Maio de 2014
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Nota do editor
Último poste da série de 29 DE ABRIL DE 2014 > Guiné 63/74 - P13068: A cidade ou vila que eu mais amei ou odiei, no meu tempo de tropa, antes de ser mobilizado para o CTIG (27): Guardo Elvas e as suas gentes no meu coração (Henrique Cerqueira)
sábado, 22 de março de 2014
Guiné 63/74 - P12882: O que é que a malta lia, nas horas vagas (27): Em Galomaro li "A Relíquia" e "O Primo Basílio" do Eça de Queirós, José Vilhena e outros autores, ouvi a Maria Turra e decifrei os escritos do 2.º CMDT do Batalhão (António Tavares)
1. Mensagem de António Tavares (ex-Fur Mil da CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72), com data de 16 de Março de 2014:
Caro Vinhal,
Junto envio um texto para publicação caso haja interesse.
Abraço de amizade.
António Tavares
O que lia em Galomaro?
Livros e revistas que passavam de mão em mão. Recordo “A Relíquia” e “O Primo Basílio”, de Eça de Queirós; livros de José de Vilhena, escritor humorístico preso pela PIDE em 1962, 1964 e 1966, e outros autores cujos nomes esqueci.
Livros emprestados por um Furriel e por um Alferes. Milicianos politicamente mais progressistas que eu, diria sem comparação.
Recordo que transportei um saco de lona cheio de livros para o Comandante do Batalhão de Nova Lamego. Saco igual ao que nos davam para transportar os nossos haveres. O senhor Tenente-Coronel vivia no Porto e através da sua esposa e de uma família amiga que tínhamos em comum foi feito o pedido a que anuí.
Após um ou dois dias da minha chegada a Galomaro, aterra na pista de aviação um DO com um impedido do Ten-Cor para levantar a encomenda. Nunca vi o Ten-Cor e nunca me agradeceu o ter sido seu carregador. Sei que não fui o único caso em que éramos servidores e desprezados… Enfim… Coisas habituais na maioria dos tropas de carreira. Não conheciam a palavra: Obrigado.
De todas as leituras, aquela que me gastou horas e horas foi ter de decifrar os escritos do 2.º Comandante do meu Batalhão que tinha uma letra quase incompreensível. Depois de compreendida a letra dos documentos/rascunhos, estes tinham de ser ditados ao Cabo Escriturário para os dactilografar na máquina que vemos na foto.
Confesso que não foi dos piores serviços que fiz naqueles longínquos 692 dias passados nas matas do leste do Comando Territorial Independente da Guiné. Em dias de calor tórrido estar a trabalhar debaixo de chapas de zinco escaldantes era aborrecido e cansativo, porém nada comparável com quem andava em Operações nas matas. Repito: era impossível comparações.
Também ouvia boa música que o Comandante comprava para as Messes de Oficiais e Sargentos. No fim da comissão ofereceu um disco a cada Sargento e Oficial da CCS. O meu disco é o da imagem.
Jogávamos matraquilhos, cartas, xadrez.
A rádio e a “Maria Turra” também eram escutadas. Esta umas vezes dizia a verdade, outras inflaccionava os acontecimentos com o número de mortos e feridos das NT. Águas passadas… Em 1970/72.
(TEXTO ESCRITO SEGUNDO A ANTIGA ORTOGRAFIA)
António Tavares
Foz do Douro, 16 de Março de 2014
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Nota do editor
Último poste da série de 27 de Janeiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12643: O que é que a malta lia, nas horas vagas (26): A Bola, o Diário de Notícias, a Vida Mundial, Banda Desenhada... (Jorge Araújo, ex-fur mil, op esp/ ranger, CART 3494, Xime e Mansambo, 1972/1974)
Caro Vinhal,
Junto envio um texto para publicação caso haja interesse.
Abraço de amizade.
António Tavares
O que lia em Galomaro?
Livros e revistas que passavam de mão em mão. Recordo “A Relíquia” e “O Primo Basílio”, de Eça de Queirós; livros de José de Vilhena, escritor humorístico preso pela PIDE em 1962, 1964 e 1966, e outros autores cujos nomes esqueci.
Livros emprestados por um Furriel e por um Alferes. Milicianos politicamente mais progressistas que eu, diria sem comparação.
Recordo que transportei um saco de lona cheio de livros para o Comandante do Batalhão de Nova Lamego. Saco igual ao que nos davam para transportar os nossos haveres. O senhor Tenente-Coronel vivia no Porto e através da sua esposa e de uma família amiga que tínhamos em comum foi feito o pedido a que anuí.
Após um ou dois dias da minha chegada a Galomaro, aterra na pista de aviação um DO com um impedido do Ten-Cor para levantar a encomenda. Nunca vi o Ten-Cor e nunca me agradeceu o ter sido seu carregador. Sei que não fui o único caso em que éramos servidores e desprezados… Enfim… Coisas habituais na maioria dos tropas de carreira. Não conheciam a palavra: Obrigado.
De todas as leituras, aquela que me gastou horas e horas foi ter de decifrar os escritos do 2.º Comandante do meu Batalhão que tinha uma letra quase incompreensível. Depois de compreendida a letra dos documentos/rascunhos, estes tinham de ser ditados ao Cabo Escriturário para os dactilografar na máquina que vemos na foto.
Confesso que não foi dos piores serviços que fiz naqueles longínquos 692 dias passados nas matas do leste do Comando Territorial Independente da Guiné. Em dias de calor tórrido estar a trabalhar debaixo de chapas de zinco escaldantes era aborrecido e cansativo, porém nada comparável com quem andava em Operações nas matas. Repito: era impossível comparações.
Também ouvia boa música que o Comandante comprava para as Messes de Oficiais e Sargentos. No fim da comissão ofereceu um disco a cada Sargento e Oficial da CCS. O meu disco é o da imagem.
Jogávamos matraquilhos, cartas, xadrez.
A rádio e a “Maria Turra” também eram escutadas. Esta umas vezes dizia a verdade, outras inflaccionava os acontecimentos com o número de mortos e feridos das NT. Águas passadas… Em 1970/72.
(TEXTO ESCRITO SEGUNDO A ANTIGA ORTOGRAFIA)
António Tavares
Foz do Douro, 16 de Março de 2014
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Nota do editor
Último poste da série de 27 de Janeiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12643: O que é que a malta lia, nas horas vagas (26): A Bola, o Diário de Notícias, a Vida Mundial, Banda Desenhada... (Jorge Araújo, ex-fur mil, op esp/ ranger, CART 3494, Xime e Mansambo, 1972/1974)
terça-feira, 4 de março de 2014
Guiné 63/74 - P12792: Estórias avulsas (76): Cabritos (António Tavares)
1. Mensagem de António Tavares (ex-Fur Mil da CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72), com data de 21 de Fevereiro de 2013:
Cabritos…
Ao ver esta fotografia do Gil Ramos, tirada em Galomaro na 4ª Missão Dulombi – Março 2013, recordei que certa noite anterior a uma coluna auto a Bambadinca, o Cherifo Baldé pediu-me para transportar um primo com duas cabras.
De imediato disse que sim e combinei o local onde deveria estar.
Cherifo Baldé era um guia da CCS/BCAÇ 2912, em 1970/72. Eram todos primos e irmãozinhos quando pediam algum favor!
Na manhã do dia seguinte e já dentro da povoação de Galomaro aparece o Cherifo Baldé e o familiar (?) com um rebanho de cabras, 30 a 40 cabeças.
Depois de alguma discussão, porque não era o combinado, acedi à nova situação e começaram a carregar o gado para as viaturas. Os animais assustados tresmalharam-se e fizeram tanto barulho (balidos) que no quartel ouviram.
Entre a poeira que o rebanho levantava veio um dos Comandantes saber o que se passava porquanto a coluna já devia estar em andamento. Desculpas para o sucedido não faltaram e após o carregamento total das cabras, que não foi fácil, a coluna seguiu o rumo.
Em Bambadinca, descarregadas as cabras, cada interveniente seguiu o seu destino; o nosso, o reabastecimento no Pelotão de Intendência.
Em Galomaro fui chamado aos Comandos e perguntas não faltaram mas consegui desenrascar-me de um provável castigo e daquela tramóia inicial de duas cabras para um indisciplinado rebanho caprino.
Nunca percebi qual o motivo de tanto interrogatório embora estivéssemos numa época de perguntas e mais perguntas… Simplesmente pratiquei um bom acto, transporte de pessoas e animais, conforme instruções/escritos da REP.POP. COMCHEFE GUINÉ para colaboração com a POP…
Bem pregava Frei Tomás!
Passados uns dias o dono do rebanho deu-me um cabrito preto como recompensa, digo eu, dos trabalhos/arrelias que tive com a ocorrência. Aceitei-o de bom grado mas para que queria eu um cabrito? Vendi-o por 50 Pesos aos cozinheiros que o criaram e fizeram uma festa aquando da sua matança e eu fui um dos convidados pelo que fui duplamente beneficiado com uma mentira inteligente de um indígena.
Faço notar que o cabrito, herbívoro e ruminante, tinha menos valor do que uma cabra. Esta dava leite, crias, tinha a pele mais macia e a carne mais suculenta! Os Guinéus sabiam e conheciam o valor dos animais e o que dar ou trocar neste caso. Passou a haver um cabrito e uma cabra no quartel.
O Magusto, 1º Cabo da ferrugem, teve a paciência de domesticar a sua cabra que passeava livremente dentro do quartel. Cães, gatos, macacos, periquitos, esquilos e um frango domesticado não faltavam dentro do arame farpado de Galomaro… Um mini zoo. Eu justifiquei o adágio: “quem cabritos cria e cabras não têm de algum lado lhe vêm".
Actualmente esta história real passada nas matas do leste do CTIGuiné tem o valor que tem. Valor tem um grupo de jovens que fazem parte da MISSÃO DULOMBI, uma organização sem fins lucrativos, nascida em 2010.
Gil Ramos na 1ª Viagem Humanitária que fez à Guiné quis conhecer a aldeia, Dulombi, onde seu pai combateu na CCaç.2700 do BCaç.2912.
Amanhã, sábado 22 de Fevereiro iniciar-se-á a 6ª viagem da Missão Dulombi, de ajuda humanitária à Guiné-Bissau, focada nas aldeias de Dulombi e Galomaro.
Um abraço,
António Tavares
Foz do Douro, 21 de Fevereiro de 2014
Fotos: Missão Dulombi, com a devida vénia
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Nota do editor
Último poste da série de 26 DE FEVEREIRO DE 2014 > Guiné 63/74 - P12774: Estórias avulsas (75): Quando, em 18/12/1976, na fronteira de Valença, ia eu comprar à vizinha Espanha o bacalhau p'ro Natal e os caramelos da ordem, e me exigem a famigerada Licença Militar... Dois anos depois de eu passar à disponibilidade... (Henrique Cerqueira, ex-fur mil, 3.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/72, Biambe e Bissorã, 1972/74)
Cabritos…
Ao ver esta fotografia do Gil Ramos, tirada em Galomaro na 4ª Missão Dulombi – Março 2013, recordei que certa noite anterior a uma coluna auto a Bambadinca, o Cherifo Baldé pediu-me para transportar um primo com duas cabras.
De imediato disse que sim e combinei o local onde deveria estar.
Cherifo Baldé era um guia da CCS/BCAÇ 2912, em 1970/72. Eram todos primos e irmãozinhos quando pediam algum favor!
Na manhã do dia seguinte e já dentro da povoação de Galomaro aparece o Cherifo Baldé e o familiar (?) com um rebanho de cabras, 30 a 40 cabeças.
Depois de alguma discussão, porque não era o combinado, acedi à nova situação e começaram a carregar o gado para as viaturas. Os animais assustados tresmalharam-se e fizeram tanto barulho (balidos) que no quartel ouviram.
Entre a poeira que o rebanho levantava veio um dos Comandantes saber o que se passava porquanto a coluna já devia estar em andamento. Desculpas para o sucedido não faltaram e após o carregamento total das cabras, que não foi fácil, a coluna seguiu o rumo.
Em Bambadinca, descarregadas as cabras, cada interveniente seguiu o seu destino; o nosso, o reabastecimento no Pelotão de Intendência.
Em Galomaro fui chamado aos Comandos e perguntas não faltaram mas consegui desenrascar-me de um provável castigo e daquela tramóia inicial de duas cabras para um indisciplinado rebanho caprino.
Nunca percebi qual o motivo de tanto interrogatório embora estivéssemos numa época de perguntas e mais perguntas… Simplesmente pratiquei um bom acto, transporte de pessoas e animais, conforme instruções/escritos da REP.POP. COMCHEFE GUINÉ para colaboração com a POP…
Bem pregava Frei Tomás!
Passados uns dias o dono do rebanho deu-me um cabrito preto como recompensa, digo eu, dos trabalhos/arrelias que tive com a ocorrência. Aceitei-o de bom grado mas para que queria eu um cabrito? Vendi-o por 50 Pesos aos cozinheiros que o criaram e fizeram uma festa aquando da sua matança e eu fui um dos convidados pelo que fui duplamente beneficiado com uma mentira inteligente de um indígena.
Faço notar que o cabrito, herbívoro e ruminante, tinha menos valor do que uma cabra. Esta dava leite, crias, tinha a pele mais macia e a carne mais suculenta! Os Guinéus sabiam e conheciam o valor dos animais e o que dar ou trocar neste caso. Passou a haver um cabrito e uma cabra no quartel.
O Magusto, 1º Cabo da ferrugem, teve a paciência de domesticar a sua cabra que passeava livremente dentro do quartel. Cães, gatos, macacos, periquitos, esquilos e um frango domesticado não faltavam dentro do arame farpado de Galomaro… Um mini zoo. Eu justifiquei o adágio: “quem cabritos cria e cabras não têm de algum lado lhe vêm".
Actualmente esta história real passada nas matas do leste do CTIGuiné tem o valor que tem. Valor tem um grupo de jovens que fazem parte da MISSÃO DULOMBI, uma organização sem fins lucrativos, nascida em 2010.
Gil Ramos na 1ª Viagem Humanitária que fez à Guiné quis conhecer a aldeia, Dulombi, onde seu pai combateu na CCaç.2700 do BCaç.2912.
Amanhã, sábado 22 de Fevereiro iniciar-se-á a 6ª viagem da Missão Dulombi, de ajuda humanitária à Guiné-Bissau, focada nas aldeias de Dulombi e Galomaro.
Um abraço,
António Tavares
Foz do Douro, 21 de Fevereiro de 2014
Fotos: Missão Dulombi, com a devida vénia
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Nota do editor
Último poste da série de 26 DE FEVEREIRO DE 2014 > Guiné 63/74 - P12774: Estórias avulsas (75): Quando, em 18/12/1976, na fronteira de Valença, ia eu comprar à vizinha Espanha o bacalhau p'ro Natal e os caramelos da ordem, e me exigem a famigerada Licença Militar... Dois anos depois de eu passar à disponibilidade... (Henrique Cerqueira, ex-fur mil, 3.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/72, Biambe e Bissorã, 1972/74)
domingo, 27 de outubro de 2013
Guiné 63/74 - P12209: Memória dos lugares (247): Galomaro e Cutia, ontem e hoje (António Tavares / José Teixeira)
1. Mensagem do nosso camarada António Tavares (ex-Fur Mil da CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72), com data de 13 de Julho de 2013, a propósito de um monumento existente em Galomaro que terá a ver com uma homenagem da CCAÇ 2405:
Em 1970 junto ao heliporto do quartel de Galomaro existia um monumento de HOMENAGEM DA CCAÇ 2405 A (?) …
Eu leio: C I P. PIL. AT. ANTÓNIO F. M…
A certeza, não tenho!
Nas duas primeiras imagens vemos os proprietários das fotos.
Fotos do tempo das CCS dos BCaç 2912 e 3872 portanto de 1970 a 1974.
Passados 42 anos esse monumento ainda existe como se vê na terceira fotografia, da autoria de Gil Ramos, da Missão Dulombi - 2012.
A CCaç 2405 era muito respeitada e lembrada pela POP de Galomaro talvez a razão de o monumento, com as deteriorações devidas ao tempo, ainda ser visível.
A história da CCaç 2405 consta de escritos na Tabanca Grande, nomeadamente no P11835.
Aos autores das fotografias as devidas vénias e agradecimentos.
António Tavares
Foz do Douro, 13 de Julho de 2013
1. Mensagem do nosso camarada José Teixeira (ex-1.º Cabo Enf.º da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70), com data de 22 de Outubro de 2013:
Caros editores
No poste 12150 mostra uma foto de Cutia no texto do Ernesto Duarte.
Em 2013 passei por Cutia e tirei as fotos que se seguem e creio que correspondem ao mesmo abrigo.
Abraço
Zé teixeira
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Nota do editor
Último poste da série de 5 DE SETEMBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12011: Memória dos lugares (246): Gabu / Nova Lamego, 1972/73 (Joaquim Cardoso)
HOMENAGEM DA CCAÇ 2405 A (?) …
Em 1970 junto ao heliporto do quartel de Galomaro existia um monumento de HOMENAGEM DA CCAÇ 2405 A (?) …
Eu leio: C I P. PIL. AT. ANTÓNIO F. M…
A certeza, não tenho!
Nas duas primeiras imagens vemos os proprietários das fotos.
Fotos do tempo das CCS dos BCaç 2912 e 3872 portanto de 1970 a 1974.
Passados 42 anos esse monumento ainda existe como se vê na terceira fotografia, da autoria de Gil Ramos, da Missão Dulombi - 2012.
A CCaç 2405 era muito respeitada e lembrada pela POP de Galomaro talvez a razão de o monumento, com as deteriorações devidas ao tempo, ainda ser visível.
A história da CCaç 2405 consta de escritos na Tabanca Grande, nomeadamente no P11835.
Aos autores das fotografias as devidas vénias e agradecimentos.
António Tavares
Foz do Douro, 13 de Julho de 2013
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1. Mensagem do nosso camarada José Teixeira (ex-1.º Cabo Enf.º da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70), com data de 22 de Outubro de 2013:
Caros editores
No poste 12150 mostra uma foto de Cutia no texto do Ernesto Duarte.
Em 2013 passei por Cutia e tirei as fotos que se seguem e creio que correspondem ao mesmo abrigo.
Abraço
Zé teixeira
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Nota do editor
Último poste da série de 5 DE SETEMBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12011: Memória dos lugares (246): Gabu / Nova Lamego, 1972/73 (Joaquim Cardoso)
sábado, 13 de julho de 2013
Guiné 63/74 - P11834: Parabéns a você (602): António Tavares, ex- Fur Mil SAM do BCAÇ 2912 (Guiné, 1970/72) e Rogério Ferreira, ex-Fur Mil Inf MA da CCAÇ 2658 (Guiné, 1970/71)
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Nota do editor
Último poste da série de 12 de Julho de 2013 > Guiné 63/74 - P11828: Parabéns a você (601): António Dâmaso, Sargento-Mor Paraquedista das CCP 122 e 123/BCP 12 (Guiné)
Nota do editor
Último poste da série de 12 de Julho de 2013 > Guiné 63/74 - P11828: Parabéns a você (601): António Dâmaso, Sargento-Mor Paraquedista das CCP 122 e 123/BCP 12 (Guiné)
segunda-feira, 24 de junho de 2013
Guiné 63/74 - P11756: Os nossos médicos (52): Com o pessoal do meu batalhão, partiram, em 24/4/70, no T/T Carvalho Araújo, très alf mil médicos: Vitor Veloso, José A. Martins Faria e Eduardo Teixeira de Sousa (António Tavares, ex-fur mil, CCS/ BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72)
Lisboa > Pessoal do BCAÇ 2912 no Cais Marítimo de Alcântra, na manhã de 24 de abril de 1970, a caminho da Guiné
Guine > Zona leste > Setor L5 > Galomaro > BCAÇ 2912 (1970/72) > O nosso aquartelamento, em maio de 1970
Fotos: © António Tavares (2013). Todos os direitos reservados.
Fotos: © António Tavares (2013). Todos os direitos reservados.
1. Resposta, com data de 22 do corrente, ao questionário sobre os nossos médicos (*), por parte do António Tavares, (ex-Fur Mil da CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72) . foto direita
Médicos do BCaç.2912 – Galomaro em 1970/72
(a) - Partiram no Carvalho Araújo, em 24-04-1970, três Alferes Milicianos Médicos.
Vítor Manuel Veloso da Silva, José Alberto Martins Faria e Eduardo Teixeira de Sousa.
(a) - Partiram no Carvalho Araújo, em 24-04-1970, três Alferes Milicianos Médicos.
Vítor Manuel Veloso da Silva, José Alberto Martins Faria e Eduardo Teixeira de Sousa.
(b) – CCS (Galomaro), CCaç.2701 (Saltinho) e Bissau (HMR 241).
(c) – Conheci-os no IAO em Santa Margarida.
O Dr. Vitor Veloso [, foto à esquerda, ] é Cirurgião e Presidente do Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Foi Presidente do IPO do Porto. É membro Fundador da Sociedade Portuguesa de Senologia (foi criada em 1989) e ex- Presidente da mesma em 2001 a 2003.
No CTIGuiné esteve em Galomaro e Bafatá. As NT e a POP de Galomaro tiveram o privilégio de beneficiar dos conhecimentos médicos da sua esposa que conviveu connosco durante uns tempos. O Dr. Vitor Veloso habitava uma casa particular na Tabanca de Galomaro. Foi médico da CCAÇ 2700 (Galomaro e Dulombi).
No CTIGuiné esteve em Galomaro e Bafatá. As NT e a POP de Galomaro tiveram o privilégio de beneficiar dos conhecimentos médicos da sua esposa que conviveu connosco durante uns tempos. O Dr. Vitor Veloso habitava uma casa particular na Tabanca de Galomaro. Foi médico da CCAÇ 2700 (Galomaro e Dulombi).
O Dr. José Alberto Martins Faria era de Guimarães e faleceu em 2007. No CTIGuiné era o médico responsável da Zona de Acção da CCaç.2701. O Saltinho era uma das poucas companhias operacionais do CTIGuiné que tiveram médico permanente.
O Dr. Eduardo Teixeira de Sousa [, foto à direita,] é um reconhecido especialista de Psiquiatria no Porto. Penso que ficou em Bissau no HM 241.
Foi o Director do Departamento de Psiquiatria no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia.
Foi o Director do Departamento de Psiquiatria no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia.
Em 1971 o Dr. V. Veloso foi para Bafatá como Delegado de Saúde. Foi substituído pelo Dr. José Guedes, ex-Otorrino no Hospital Geral de Santo António do Porto.
Em Janeiro de 1972 o Dr. António Manuel Pereira Coelho [,. foto à esquerda,] ficou adido à CCS/BCaç 2912.
O Prof. Doutor Pereira Coelho dedicou-se à investigação e com a sua equipa, do Hospital de Santa Maria, de Lisboa, foi o pioneiro da fertilização “in vitro” em Portugal. O primeiro bebé (nasceu em 1986), resultante deste tratamento, foi jogador de futebol no Sporting Club de Portugal.
(d) – Sim.
(e) – Sim. Paludismo agudo. Em Maio de 1970 fui dos primeiros tropas a estrear a inacabada enfermaria de Galomaro. Certo dia começou a chover e os meus camaradas enfermeiros, por diversas vezes, mudavam a minha cama para um local onde não chovesse. Vómitos de sangue, febres altas, frio, desmaios e diarreias imobilizaram-me uns tempos na enfermaria.
(f) – Não.
(g) – Não.
(h) – Paludismo.
(i) – Sim. Bastante afluência de tropas e nativos. Consultas, injectáveis, curativos. Recordo ter visto, quando estava internado, um pénis, de um nativo, que de imediato imaginei uma banana cheia de pintas, escrevo mesmo podre.
Todo o pessoal dos Serviços de Saúde, que esteve em Galomaro, era muito estimado quer pelas NT quer pela população local. As suas qualidades de trabalho e humanas jamais serão esquecidas por quem com eles viveu nas matas do leste da Guiné em 1970/72.
Observações: - Fotografias próprias e outras a circular na internet. Aos seus autores as devidas vénias e agradecimentos. Texto escrito de acordo com a antiga ortografia.
António Tavares
Foz do Douro, 22 de Junho de 2013
Observações: - Fotografias próprias e outras a circular na internet. Aos seus autores as devidas vénias e agradecimentos. Texto escrito de acordo com a antiga ortografia.
António Tavares
Foz do Douro, 22 de Junho de 2013
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Último poste da séroe > 19 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11731: Os nossos médicos (51): O BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) teve pelo menos 4 médicos e prestava assistência à população civil (Benjamim Durães)
(i) Quantos médicos seguiram com o vosso batalhão, no barco ?
(ii) Quantos médicos é que o vosso batalhão teve e por quanto tempo ?
(iii) Lembram-se dos nomes de alguns ? Idades ? Especiallidades ?
(iv) Precisaram de alguma consulta médica ?
(v) Estiveram alguma vez internados na enfermeria do aquartelamento (se é que existia) ?
(vi) Foram a alguma consulta de especialidade no HM 241 ?
(vii) Foram evacuados para a metrópole, para o HMP ?
(viii) Tiveram alguma problema de saúde que o vosso médico ou o enfermeiro conseguiu resolver sem evacuação?
(ix) O vosso posto sanitário também atendia a população local ?
(x) (E se sim, o que é mais que provável:) Há alguma estimativa da população que recorria aos serviços de saúde da tropa ?...
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quarta-feira, 10 de abril de 2013
Guiné 63/74 - P11371: Convívios (512): XXVI Encontro do pessoal da CCAÇ 2382, dia 4 de Maio de 2013 em Vila de Rei e XX Encontro do pessoal da CCS/BCAÇ 2912, dia 1 de Junho de 2013 em Esposende (José Manuel Cancela / António Tavares)
A pedido do nosso camarada José Manuel Cancela (ex-Soldado Apontador de Metralhadora da CCAÇ 2382, Bula, Buba, Aldeia Formosa, Contabane, Mampatá e Chamarra, 1968/70) estamos a dar conhecimento do XXVI Encontro/Convívio do pessoal da sua Unidade no dia 4 de Maio de 2013 em Vila de Rei, conforme programa abaixo:
************
2. A pedido do nosso camarada António Tavares (ex-Fur Mil da CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72), estamos a dar notícia do XX Convívio da sua Unidade, a levar a efeito no dia 1 de Junho de 2013 em Esposende conforme Convite abaixo.
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Nota do editor:
Último poste da série de 7 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11354: Convívios (511): Divulgação do Almoço/Convívio da CCAV 1483, 1965/1967, dia 25 de Maio de 2013, em Palmela (Albino Santos)
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Guiné 63/74 - P10480: In Memoriam (128): Laranjinha, Oliveira, Barreto, Monteiro e Soares, da CCS/BCAÇ 2912, vítimas de um manuscrito no dia 01OUT71 em Duas Fontes (António Tavares)
Manuscrito
1. Mensagem de António Tavares (ex-Fur Mil da CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72), com data de 1 de Outubro de 2012:
PATRULHAMENTO AUTO POR TODAS AS A/D DA CCS/BCAÇ 2912
O original deste “manuscrito” tem 41 anos.
Manuscrito que nada tem a ver com uma obra escrita à mão mas um assassinato escrito à mão.
Manuscrito que traduz uma das ordens dadas (1970/72) nas matas do leste do CTIGuiné.
Poderes incompetentes! Poder que receberam e foram ensinados, na Academia Militar, para praticá-lo bem.
Manuscrito que levou ao encontro da morte cinco jovens emboscados em Duas Fontes/Bangacia na noite de 01 de Outubro de 1971.
Manuscrito que no Hospital Militar 241 (Bissau) originou mais mortes dos quatro feridos graves evacuados na manhã de 02 de Outubro.
Manuscrito igual a outros anteriores em que só mudavam os nomes.
Manuscritos que levaram diariamente militares (só Praças e Furriéis) em patrulhamentos (nocturnos) auto às tabancas em A/D da CCS e no regresso traziam informações.
Recordo que certa noite numa das tabancas em A/D sentíamos e ouvíamos os rebentamentos e o Homem Grande da tabanca dizia-me:
- Vai embora… vai embora…
Chegados ao quartel confirmamos que tinha havido um ataque na ZA de Nova Lamego.
Manuscrito escrito antes ou depois de ter havido informações de que havia vestígios que o IN andava na zona de acção das nossas tropas nesse dia 01 de Outubro. Movimentação de indígenas (POP e Milícia) foram vistos dentro do quartel antes da partida da coluna auto.
Coluna auto pronta a partir (20h00) e retardada para integração do Capitão. Elemento que foi o último a subir para um dos Unimogs mas o primeiro a chegar ao quartel depois de ter ouvido o tiro (IN) de sinal de que as NT estavam debaixo da área de fogo do PAIGC. Estes (posicionados) só tiveram de aguardar as viaturas e fazer fogo, felizmente atabalhoado para as NT. Caso contrário o número de mortos seria maior.
O Oficial, a chorar e desarmado, chega ao quartel com a justificação de que vinha pedir auxílio. Entretanto (no local) os guerrilheiros do PAIGC matavam, feriam e tentavam levar um prisioneiro. Prisioneiro que foi arrastado e uns metros à frente morto (à queima-roupa) e encostado a um poilão. Sentado com as pernas e braços cruzados e uma bala na boca (a fazer de cigarro) assim o encontraram.
Tudo testemunhado e narrado por quem viu nas Duas Fontes/Bangacia e confirmado no quartel pelos camaradas que trataram dos corpos.
Manuscrito que marcou tragicamente a família do BCaç 2912 e a história da Guerra Colonial.
Manuscrito inserido na página 39 do Livro: “Guineíadas - Memórias de uma Comissão – BCaç 2912 CCS – X Encontro - Tavira”.
Os corpos de:
Alfredo Tomás LARANJINHA,
José Peralta OLIVEIRA,
Leonel José Conceição BARRETO,
José Guedes MONTEIRO e
Rogério António SOARES
depois de recolhidos em Duas Fontes/Bangacia e arranjados em Galomaro seguiram (coluna auto) para Bambandinca e acompanhados (por um camarada da CCS) até Bissau onde embarcaram no “Carvalho de Araújo” até Lisboa. O mesmo “Carvalho Araújo” que os havia transportado há dezassete meses e uns dias ao chão do Teatro de Operações da Guiné
Foram sepultados nas suas terras. Paz às suas almas!
António Tavares
Foz do Douro, 01 Outubro 2012
OBS:
- Título do poste da responsabilidade do editor
- Uma chamada de atenção para o camarada António Tavares porque a sua caixa de correio devolve sistematicamente as nossas mensagens.
____________
Nota de CV:
Vd. último poste da série de 1 de Outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10464: In Memoriam (127): António Martins, ex-1.º Cabo Enf.º da CCAÇ 675 - Presente (José Eduardo Oliveira)
sexta-feira, 13 de julho de 2012
Guiné 63/74 - P10147: Parabéns a você (449): António Tavares, ex-Fur Mil da CCS/BCAÇ 2912 e Rogério Ferreira, ex-Fur Mil da CCAÇ 2658/BCAÇ 2905
Para aceder aos poste dos nossos camaradas António Tavares e Rogério Ferreira, clicar nos seu nomes
____________Nota de CV:
Vd. último poste da série de 12 de Julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10143: Parabéns a você (445): António Dâmaso, Sargento-Mor Paraquedista (BCP 12) na situação de Reforma
terça-feira, 10 de julho de 2012
Guiné 63/74 - P10140: Em busca de... (196): Fur Mil Rânger Peixeiro da CCS/BART 2920 (Bafatá, 1970/72)
1. Mensagem de António Tavares (ex-Fur Mil da CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72), com data de 5 de Julho de 2012:
Caro Vinhal,
A pedido de um camarada, ex-Furriel Mil. Rádio TRMS, no CTIGuiné, procura o contacto do ex-Fur. Mil. Ranger PEIXEIRO, homem das Operações e Informações da CCS/BArt.2920, de Bafatá, em 1970/72.
Desde já agradeço a colaboração no pedido através da Tabanca Grande.
António Tavares
Foz do Douro, 05.Julho.2012
____________
Nota de CV:
Vd. último poste da série de 6 de Julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10122: Em busca de... (195): Informação sobre o Soldado Escriturário Carlos da CCAÇ 3476, Canjambari, Chugué, 1971/73 (Jaime Vieira)
Caro Vinhal,
A pedido de um camarada, ex-Furriel Mil. Rádio TRMS, no CTIGuiné, procura o contacto do ex-Fur. Mil. Ranger PEIXEIRO, homem das Operações e Informações da CCS/BArt.2920, de Bafatá, em 1970/72.
Desde já agradeço a colaboração no pedido através da Tabanca Grande.
António Tavares
Foz do Douro, 05.Julho.2012
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 6 de Julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10122: Em busca de... (195): Informação sobre o Soldado Escriturário Carlos da CCAÇ 3476, Canjambari, Chugué, 1971/73 (Jaime Vieira)
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Guiné 63/74 - P9996: Convívios (446): O XIX Encontro da CCS/BCAÇ 2912 foi no dia 26 de Maio de 2012 no RI14 de Viseu (António Tavares)
1. Mensagem de António Tavares (ex-Fur Mil da CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72), com data de 31 de Maio de 2012:
XIX CONVÍVIO DA CCS/BCAÇ 2912
Passados 43 anos almocei num refeitório militar. Foi em 26-05-2012, no Regimento de Infantaria n.º 14, em Viseu, no XIX Convívio da CCS/BCaç 2912.
Como fui o segundo elemento a chegar ao quartel tive honras militares, ou seja, a sentinela saiu da Casa da Guarda e abriu a cancela da porta de armas, fez continência, saudou-me, inquiriu-me da minha presença e foi falar com o 1.º Sargento para saber onde estacionar o meu veículo. Recebidas as ordens, foi comigo estacionar o veículo na parada e heliporto do quartel. Depois de ter estacionado o veículo deparei-me com as cerimónias do render da guarda. Toques de clarim, marchas, apresentações ao Oficial de Dia. Todos os militares em sentido e eu sem saber o que fazer, há décadas que sou civil. Imobilizado assisti às cerimónias que há muito não via.
Quando vi os militares do RI 14 a movimentarem-se à vontade também o fiz e fui esperar, à porta de armas, os meus camaradas da CCS/BCaç 2912 e seus familiares. A maioria é repetente, nos convívios, mas este ano teve um “periquito” o ANACLETO, pintor de automóveis e professor na tropa. O RODOLFO, do Pel. Rec., outro dos professores numa das Tabancas da quadrícula do batalhão, sediado em Galomaro, apareceu este ano depois de um longo afastamento destes eventos.
A homenagem aos mortos (foto), com honras militares, visita à unidade, museu (do RI 14) e missa foram relevantes neste convívio guiado por elementos do RI 14.
Vencida a burocracia inicial, com cinco comparências do organizador do convívio, André Rodrigues, ao RI 14, todos os militares da Unidade estão de parabéns pela simpatia que nos dispensaram.
Almoçamos na ala Sul do Refeitório das Praças. Num quartel o RANCHO (Rancho à RI 14) não faltou e estava bom, como aliás todo o menu servido por militares homens e mulheres exemplarmente fardados e com aventais. Refeição ao nível dos melhores restaurantes do país. Os pratos eram em porcelana, impensável nos anos da Guerra Colonial.
Conversas não faltaram… As mulheres na tropa foi um dos muitos comentários ouvidos aos meus camaradas de 1970/72. A tropa actualmente não é obrigatória. É um trabalho bem remunerado!
Foi convidado, de um dos meus camaradas, um amigo que em 1963 fez a recruta no RI 14 e retive a sua afirmação: “ali havia uma maior quantidade de oliveiras… eram os tropas que apanhavam as azeitonas… muitas apanhei… “
António Tavares
____________
Nota de CV:
Vd. último poste da série de 4 de Junho de 2012 > Guiné 63/74 - P9995: Convívios (263): Encontro da Magnífica Tabanca da Linha (José Manuel M. Dinis)
XIX CONVÍVIO DA CCS/BCAÇ 2912
Passados 43 anos almocei num refeitório militar. Foi em 26-05-2012, no Regimento de Infantaria n.º 14, em Viseu, no XIX Convívio da CCS/BCaç 2912.
Como fui o segundo elemento a chegar ao quartel tive honras militares, ou seja, a sentinela saiu da Casa da Guarda e abriu a cancela da porta de armas, fez continência, saudou-me, inquiriu-me da minha presença e foi falar com o 1.º Sargento para saber onde estacionar o meu veículo. Recebidas as ordens, foi comigo estacionar o veículo na parada e heliporto do quartel. Depois de ter estacionado o veículo deparei-me com as cerimónias do render da guarda. Toques de clarim, marchas, apresentações ao Oficial de Dia. Todos os militares em sentido e eu sem saber o que fazer, há décadas que sou civil. Imobilizado assisti às cerimónias que há muito não via.
Quando vi os militares do RI 14 a movimentarem-se à vontade também o fiz e fui esperar, à porta de armas, os meus camaradas da CCS/BCaç 2912 e seus familiares. A maioria é repetente, nos convívios, mas este ano teve um “periquito” o ANACLETO, pintor de automóveis e professor na tropa. O RODOLFO, do Pel. Rec., outro dos professores numa das Tabancas da quadrícula do batalhão, sediado em Galomaro, apareceu este ano depois de um longo afastamento destes eventos.
A homenagem aos mortos (foto), com honras militares, visita à unidade, museu (do RI 14) e missa foram relevantes neste convívio guiado por elementos do RI 14.
Vencida a burocracia inicial, com cinco comparências do organizador do convívio, André Rodrigues, ao RI 14, todos os militares da Unidade estão de parabéns pela simpatia que nos dispensaram.
Almoçamos na ala Sul do Refeitório das Praças. Num quartel o RANCHO (Rancho à RI 14) não faltou e estava bom, como aliás todo o menu servido por militares homens e mulheres exemplarmente fardados e com aventais. Refeição ao nível dos melhores restaurantes do país. Os pratos eram em porcelana, impensável nos anos da Guerra Colonial.
Conversas não faltaram… As mulheres na tropa foi um dos muitos comentários ouvidos aos meus camaradas de 1970/72. A tropa actualmente não é obrigatória. É um trabalho bem remunerado!
Foi convidado, de um dos meus camaradas, um amigo que em 1963 fez a recruta no RI 14 e retive a sua afirmação: “ali havia uma maior quantidade de oliveiras… eram os tropas que apanhavam as azeitonas… muitas apanhei… “
António Tavares
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 4 de Junho de 2012 > Guiné 63/74 - P9995: Convívios (263): Encontro da Magnífica Tabanca da Linha (José Manuel M. Dinis)
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Guiné 63/74 - P9152: Blogpoesia (171): Guineíades - Memórias de uma Comissão (António Tavares)
1. Mensagem de António Tavares* (ex-Fur Mil da CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72), com data de 4 de Dezembro de 2011:
Caro C Vinhal,
Se tiver a tua aprovação para publicação, envio umas quadras inseridas no livro "Guineíadas".
Sei que há camaradas do BCaç 2912 que seguem o blogue mas desconhecem o livro.
A tua colaboração no enquadramento das fotos em anexo.
Um abraço.
(...)
O Batalhão 2912
Estava distribuído assim
C.C.S. em Galomaro, 2701 no Saltinho
2700 no Dulombi e 2699 em Cancolim
A C.C.S. em Galomaro
Também conhecido por Cossé
Ficava a 40Kms de Bafatá
Na parte leste da Guiné
O quartel era novo
Ainda estava por concluir
Foi a CCaç 2405 que substituímos
Que o começou a construir
A poente ficava a população
Estava bem situado
A sul e um pouco mais a norte bolanhas
E a nascente um descampado
O primeiro inimigo que enfrentámos
Muitos p’ra enfermaria mandava
Com febres, vómitos e diarreias
Eis o que o paludismo provocava
Vivemos lá alguns tempos
Sem as mínimas condições
As necessidades eram feitas a céu aberto
Numas valas com frequentes desinfecções
O cheiro era nauseabundo
Junto daquela latrina
As moscas eram mais que muitas
Mesmo sendo desinfectado com creolina
Os balneários para dar banho
Eram dois bidões em cima dum telheiro
Umas chapas que serviam de paredes
Uma mangueira com torneira e chuveiro
Os locais onde dormíamos
Eram todos feitos à mesma semelhança
Não tinham nenhumas condições
Mas davam-nos segurança
As obras estavam acabadas
Devemo-lo à Secção de Engenharia
Para aquilo que estávamos habituados
Houve uma grande melhoria
As quadras acima, escritas em Galomaro, em 1970, por camaradas da CCS, fazem parte do livro “Guineíadas” Memórias de uma Comissão, que começa assim:
Ano de 1970
Que tantas recordações trazes
Estas trovas eu invento
Para os briosos rapazes
24 de Abril a partida
1 de Maio a chegada
Cá estamos na nossa lida
Ó brava rapaziada
Como tudo tem seu uso
Todos sabem como é
Saímos do Carvalho Araújo
E pisámos terras da Guiné
Chegámos a Bissau
O que foi grande chatice
Ponde-vos a pau
Logo nos avisou a velhice
As primeiras coisas que se viram
Foram pretos com chapéu na mão
Pois eles muito queriam
Que lhe déssemos “patacão”
Viaturas nos esperavam
Quando chegámos cá
Foram elas que nos levaram
Aos adidos em "Brá"
Três dias a ração de combate
Outros tantos a dormirmos no chão
O corpo sentiu o abate
E assim começa a nossa comissão
Arma e cartucheira
E para agora já chega
Com muito boas maneiras
Lá viemos subindo o rio “Geba”
No “Xime” desembarcamos
Como estava determinado
Mais viaturas para marcharmos
P´ro quartel de “Galomaro”
(…)
O BCaç 2912 embarcou às 12H00 de 24 de Abril de1970, no Cais Marítimo de Alcântara, no navio Carvalho de Araújo.
Desembarcou no cais de Pindjiguitti, Bissau, em 01 de Maio de 1970.
O aeroporto militar de Figo Maduro, Lisboa, recebeu-nos em 23 de Marlo de 1972.
Partiram mais de 500 HOMENS, regressaram, infelizmente, menos.
HOMENS que ficaram sempre na nossa memória.
Aos autores das quadras e do livro, Joaquim J. Conceição, o agradecimento de quem convosco passou 692 dias nas matas do leste do CTIGuiné.
António Tavares
Foz do Douro, 04 de Dezembro de 2011
____________
Notas de CV:
(*) Vd. poste de 8 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8245: Convívios (326): XVIII Encontro do pessoal da CCS/BCAÇ 2912, dia 11 de Junho de 2011 na cidade da Maia (António Tavares)
Vd. último poste da série de 23 de Novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9083: Blogpoesia (170): Oração em poesia (Armor Pires Mota, Baga-baga, 1967)
Caro C Vinhal,
Se tiver a tua aprovação para publicação, envio umas quadras inseridas no livro "Guineíadas".
Sei que há camaradas do BCaç 2912 que seguem o blogue mas desconhecem o livro.
A tua colaboração no enquadramento das fotos em anexo.
Um abraço.
(...)
O Batalhão 2912
Estava distribuído assim
C.C.S. em Galomaro, 2701 no Saltinho
2700 no Dulombi e 2699 em Cancolim
A C.C.S. em Galomaro
Também conhecido por Cossé
Ficava a 40Kms de Bafatá
Na parte leste da Guiné
O quartel era novo
Ainda estava por concluir
Foi a CCaç 2405 que substituímos
Que o começou a construir
A poente ficava a população
Estava bem situado
A sul e um pouco mais a norte bolanhas
E a nascente um descampado
O primeiro inimigo que enfrentámos
Muitos p’ra enfermaria mandava
Com febres, vómitos e diarreias
Eis o que o paludismo provocava
Vivemos lá alguns tempos
Sem as mínimas condições
As necessidades eram feitas a céu aberto
Numas valas com frequentes desinfecções
O cheiro era nauseabundo
Junto daquela latrina
As moscas eram mais que muitas
Mesmo sendo desinfectado com creolina
Os balneários para dar banho
Eram dois bidões em cima dum telheiro
Umas chapas que serviam de paredes
Uma mangueira com torneira e chuveiro
Os locais onde dormíamos
Eram todos feitos à mesma semelhança
Não tinham nenhumas condições
Mas davam-nos segurança
As obras estavam acabadas
Devemo-lo à Secção de Engenharia
Para aquilo que estávamos habituados
Houve uma grande melhoria
As quadras acima, escritas em Galomaro, em 1970, por camaradas da CCS, fazem parte do livro “Guineíadas” Memórias de uma Comissão, que começa assim:
Ano de 1970
Que tantas recordações trazes
Estas trovas eu invento
Para os briosos rapazes
24 de Abril a partida
1 de Maio a chegada
Cá estamos na nossa lida
Ó brava rapaziada
Como tudo tem seu uso
Todos sabem como é
Saímos do Carvalho Araújo
E pisámos terras da Guiné
Chegámos a Bissau
O que foi grande chatice
Ponde-vos a pau
Logo nos avisou a velhice
As primeiras coisas que se viram
Foram pretos com chapéu na mão
Pois eles muito queriam
Que lhe déssemos “patacão”
Viaturas nos esperavam
Quando chegámos cá
Foram elas que nos levaram
Aos adidos em "Brá"
Três dias a ração de combate
Outros tantos a dormirmos no chão
O corpo sentiu o abate
E assim começa a nossa comissão
Arma e cartucheira
E para agora já chega
Com muito boas maneiras
Lá viemos subindo o rio “Geba”
No “Xime” desembarcamos
Como estava determinado
Mais viaturas para marcharmos
P´ro quartel de “Galomaro”
(…)
O BCaç 2912 embarcou às 12H00 de 24 de Abril de1970, no Cais Marítimo de Alcântara, no navio Carvalho de Araújo.
Desembarcou no cais de Pindjiguitti, Bissau, em 01 de Maio de 1970.
O aeroporto militar de Figo Maduro, Lisboa, recebeu-nos em 23 de Marlo de 1972.
Partiram mais de 500 HOMENS, regressaram, infelizmente, menos.
HOMENS que ficaram sempre na nossa memória.
Aos autores das quadras e do livro, Joaquim J. Conceição, o agradecimento de quem convosco passou 692 dias nas matas do leste do CTIGuiné.
António Tavares
Foz do Douro, 04 de Dezembro de 2011
____________
Notas de CV:
(*) Vd. poste de 8 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8245: Convívios (326): XVIII Encontro do pessoal da CCS/BCAÇ 2912, dia 11 de Junho de 2011 na cidade da Maia (António Tavares)
Vd. último poste da série de 23 de Novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9083: Blogpoesia (170): Oração em poesia (Armor Pires Mota, Baga-baga, 1967)
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Guiné 63/74 - P8547: Parabéns a você (291): António Tavares, ex-Fur Mil da CCS/BCAÇ 2912 e Rogério Ferreira, ex-Fur Mil da CCAÇ 2658/BCAÇ 2905 (Tertúlia / Editores)
PARABÉNS A VOCÊS
DIA 13 DE JULHO DE 2011
E
NESTE DIA DE ANIVERSÁRIO DOS NOSSOS CAMARADAS ANTÓNIO TAVARES E ROGÉRIO FERREIRA, A TERTÚLIA E OS EDITORES VÊM POR ESTE MEIO DESEJAR-LHES AS MAIORES FELICIDADES E UMA LONGA VIDA COM SAÚDE, JUNTO DE SEUS FAMILIARES E AMIGOS.
____________
Notas de CV:
António Tavares foi Fur Mil na CCS do BCAÇ 2912 que esteve em Galomaro nos anos de 1970 a 19772
Rogério Ferreira foi Fur Mil Inf Minas e Armadilhas na CCAÇ 2658/BCAÇ 2905 que esteve em Nhamate e Galomaro nos anos de 1970 a 1971
Vd. último poste da série de 12 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8545: Parabéns a você (290): Agradecimento e convite à tertúlia de Joaquim Peixoto
terça-feira, 21 de junho de 2011
Guiné 63/74 - P8455: Memória dos lugares (156): Texas, o anexo do Hospital Militar Principal, na Rua da Artilharia Um, em Lisboa (Carlos Rios / Rogério Cardoso / Jorge Picado / António Tavares)
Guiné > Bissau > Hospital Militar 241 > O Carlos Filipe, radiomontador, da CCS/BCAÇ (Galomaro, 1972/74) esteve internado 32 dias em Bissau, antes de ser evacuado para o Hospital Militar da Estrela em Lisboa, onde esteve 173 dias. Com hepatite C... (Embora luta contra outra doença, não infectiosa, mas não menos tramada...Daqui vai, para ele, um abraço camarigo de toda a Tabanca Grande, dando-lhe coragem e esperança).
Houve homens, camaradas nossos, como Carlos Rios, que lá passaram anos, por estes sítios, alguns tenebrosos como o Texas... Esperemos que nos cheguem, ao blogue, mais testemunhos destas dolorosas estadias no back office da guerra... Em relação ao Hospital Militar Principal, em Lisboa, na Estrela, quantos anexos afinal havia ? Campolide, Artilharia Um, Graça (*)...
Foto © Juvenal Amado(2008). Todos os direitos reservados.
1. Excertos de mensagens e comentários sobre o famigerado Anexo Texas, do Hospital Militar Principal (Estrela), sito na Rua Artilharia Um (**)... Tudo começou com o António Santos a contar como foi parar ao HMP, para fazer caixões de pinho, enquanto não o mandavam para a Guiné:
Carlos Rios
Ex-Furriel Mil
CCAÇ 1420
(Fulacunda, 1965/67)
(…) Fui dos que passou pelas instalações e sofri as piores atribulações [n]aquelas miseráveis e desumanas instalações, principalmente o anexo (Texas), do Hospital Militar Principal.
Ali passei seis anos com imensas operações, vindo a ficar estropiado, de 1966 a 72. O director era um déspota bem como a maioria do pessoal ligado àquilo que deveria ser o lenitivo para as misérias que nos atingiam mas que afinal se vinha a transformar como que um castigo por termos sido feridos. De tal maneira que já no Depósito de Indisponíveis, onde se encontrava o pessoal em tratamentos ambulatórios, termos sido metidos nas escalas de serviço, como se os doentes em tratamento estivessem numa Unidade.
Imagina um Oficial de dia quase maneta e eu próprio, já coxo, a fazer o içar da bandeira na porta de armas, vindo ao exterior a comandar a guarda e dar ordens militares para o caso. Fui um espectáculo macabro, eu só consigo andar com uma bengala. Calcula o ridículo.
No decrépito anexo não havia um espaço onde pudessemos ter um bocadinho de lazer, havendo apenas uma horrorosa cantina pequena para largas centenas de todo o tipo de doentes, cegos, amputados, loucos, etc...tudo á mistura. Não podiamos estar nas camas depois das nove horas nem sair para o exterior antes das catorze, exceptuando os acamados. Era-nos sugerido, quase obrigado, que não andássemos fardados. Enfim atribulações e peripécias dos pobres que eram arrancados às familias para servir alguém.
Rogério Cardoso
Ex-Fur Mil Cart 643, Águias Negras
(Bissorã, 1964/66)
(…) Também eu passei as passas do Algarve no chamado Texas, [na Rua da Artilharia 1]. Estive lá de Fevereiro de 1966 a meados de 1967.
De facto o Director era uma pessoa intragável, assim como muito do pessoal lá destacado. Voltando ao director, assisti uma vez, ele dar uma bofetada num 2º Sarg Enf por ele não ter chamado á atenção de um Fur Mil que estava deitado em cima da cama, pelo meio da manhã. O homem até chorou, pela humilhação sofrida. (…)
(…) Estou lembrado de mais uma cena humilhante. Nós, sargentos, instalados no anexo Texas, frequentemente tíonhamos consultas no HMP Estrela, estou a falar no ano 1966. A deslocação era feita numa carrinha Mercedes, salvo erro de 18 lugares. Até aqui tudo bem, mas a nossa vestimenta era pior do que a de um recluso. Calças de cotim com dezenas de carimbos com uma estrela, com os dizeres HMP, camisa branca sem colarinho tipo moço de estrebaria, também com carimbos, casaco cinzento de golas largas (capote cortado a 3/4) e barrete branco de algodão, igual aos que os velhotes usavam para dormir no século XIX, além de sapatilhas brancas.A nossa vestimenta era mais do que ridícula, os reclusos eram uns "pipis" comparando. Era o tratamento a que os combatentes que tiveram azar, eram sujeitos. (…)
Jorge Picado
Ex-Cap Mil na CCAÇ 2589/BCAÇ 2885,
Mansoa, na CART 2732, Mansabá e no CAOP 1, Teixeira Pinto, 1970/72
(...) No Hospital, Anexo ou Texas, existente na Rua de Artilharia 1, tive as primeiras visões horríveis, do que me poderia esperar, qualquer que fosse o TO que me saísse na rifa. Isto aconteceu talvez nos finais de Setembro de 1969, quando estava a frequentar o CPC em Mafra. Aí funcionavam, não sei se outras, as consultas de Ortopedia, para onde fui encaminhado pelo Oficial Médico Mil da EPI, face aos problemas da coluna lombar de que já padecia.
Para chegar à zona das consultas tinha de percorrer vários corredores (ou seria só um muito comprido, mas dividido por várias portas?), atulhados com macas ocupadas por estropiados brancos e negros, meio ao "Deus dará". Da primeira vez fiquei meio "zonzo" com aquelas cenas e nas seguintes procurava chegar rapidamente ao local olhando par o ar...Quanto ao Cap Med do QP, chefe da Ortopedia, fiquei com as piores recordações, respondendo-lhe "torto" e chamando-lhe a atenção que não estava a falar para um analfabeto, mas sim para
um licenciado como ele, mas isso são outros contos. (...)
António Tavares
Ex-Fur Mil
CCS/BCAÇ 2912
(Galomaro, 1970/72)
Em Janeiro de 1969 estive internado no anexo do HMPrincipal, R Artilharia 1, onde vi e assisti a episódios sem classificação...Impossível a sua descrição.
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Notas do editor:
(*) Último poste da série > 8 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8243: Memória dos lugares (155): Bedanda 1972/73 - A Mulher, Menina, Bajuda de Bedanda (2) (António Teixeira)
(**) 18 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8438: (Ex)citações (141): Hospital Militar Principal: Sofri as piores atribulações naquelas miseráveis e desumanas instalações, principalmente o anexo, o Texas (Carlos Rios, ex-Fur Mil, CCAÇ 1420, Fulacunda, 1965/67)
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domingo, 8 de maio de 2011
Guiné 63/74 - P8245: Convívios (332): XVIII Encontro do pessoal da CCS/BCAÇ 2912, dia 11 de Junho de 2011 na cidade da Maia (António Tavares)
XVIII CONVÍVIO DA CCS/BCAÇ 2912 - GALOMARO, 1970-1972, DIA 11 DE JUNHO DE 2011 NA CIDADE DA MAIA
Convite enviado pelo nosso camarada António Tavares, ex-Fur Mil da CCS/BCAÇ 2912, em mensagem do dia 8 de Maio de 2011
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 7 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8237: Convívios (325): 11.º Encontro da Tabanca do Centro com comemoração dos aniversários da Giselda e Miguel Pessoa, ocorrida no dia 27 de Abril de 2011 (Joaquim Mexia Alves)
Convite enviado pelo nosso camarada António Tavares, ex-Fur Mil da CCS/BCAÇ 2912, em mensagem do dia 8 de Maio de 2011
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 7 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8237: Convívios (325): 11.º Encontro da Tabanca do Centro com comemoração dos aniversários da Giselda e Miguel Pessoa, ocorrida no dia 27 de Abril de 2011 (Joaquim Mexia Alves)
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