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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Guiné 63/74 - P9392: No 25 de abril de 1974 eu estava em... (15): Gadamael e tinha mais de 10 mil granadas de obus em stock... (C. Martins, ex-alf, cmdt do Pel Art, Gadamael, 1973/74)

1. Seleção de comentários, ao poste P9368 (*), do nosso leitor (e camarada) C. Martins (ex-Alf Mil, Pel Art Gadamael, 1973/74, hoje médico, participou no nosso VI Encontro Nacional, em 4 de Junho de 2011, vd. foto à dierita, ao lado de J. Casimiro Carvalho):Só vou falar do que vivi no terreno e com factos concretos e sem especulações.


Sobre Copá, onde se encontrava um conterrâneo meu e que foi ferido, foi inqualificável a irresponsabilidade do comando de sector, colocar apenas um pelotão sem quase meios de defesa junto à fronteira.

Jemberém, deixo ao critério do camarada Joaquim Sabido comentar, apenas digo que fizemos fogo de artilharia de Gadamael para o perímetro de Jemberém, o que surpreendeu, digo eu, o PAIGC.

(,,,) [Nunca ouvi falar em] insubordinação do aquartelamento de Jemberém 'devido a frequentes ataques em junho' [...]. Se houve algum ataque a Jemberém foi nos primeiros dias de maio. Eu ainda não estou senil e recordo-me muito bem. [ O Joaquim Sabido diz que, no decurso do mês de maio, ainda embrulharam pelo menos umas seis vezes].

Bedanda foi atacada com viaturas blindadas, mas sem grande êxito, diga-se. Mais uma vez uma estratégia imcompreensível dos altos comandos, visto que entre Gadamael e Mampatá-Quebo não havia qualquer aquartelamento, o que tornava fácil a infiltração até Bedanda.

Gadamael: aqui falo com conhecimento de causa...

Se tentassem o ataque directo, nem com 3 mil homens lá entravam, e seria uma carnificina de parte a parte. Tínhamos material de guerra em quantidades astronómicas. Granadas de obus tínhamos à volta de 10 mil em stock, e em cada espaldão em média 300 e prontas a disparar, isto é, já com espoleta colocada.

Quando éramos flagelados era sempre ou quase sempre do território da Guiné-Conacri.

Foram mobilizados muitos graduados de artilharia de costa para serem reconvertidos em artilheiros de campanha.

Desde de janeiro até abril entregaram-se vários guerrilheiros.

Quando das conversações para o cessar fogo,vários altos quadros do PAIGC me confessaram que estavam exaustos de tantos anos de guerra. Quase metade dos efectivos, na principal base no sul, junto a Kandiafara, tinham gonorreia (isso mesmo,  "esquentamentos").

(...) Não sei precisar o dia, mas na segunda semana de Maio [de 1974] acompanhei Pedro Pires e outros altos dirigentes do PAIGC a Cacine,  onde decorreram conversações sobre o cessar fogo e retracção das NT.Para mim,  em termos políticos,  a guerra já estava perdida antes de ter começado, agora afirmar que estávamos a beira de um colapso militar em 74 vai uma grande distância.

Nos primeiros dias de junho iniciou-se a retracção em Gadamael. [...]


Em Gadamael, a retração para Cacine e Bissau foi feita como estava programada e em boa ordem e segundo as normas militares. [...] Aceitámos o cessar fogo com o PAIGC sem sequer consultar o QG, quanto mais pedir autorização. Eu, por exemplo, fui à Guiné-Conacri apenas com o consentimento do Comandante Heitor Patrício. [...]

A propaganda, mas que era apenas e só propaganda, faz parte de qualquer guerra.

Com todo o respeito pela opinião de cada um, eu falo de factos, EU ESTAVA LÁ.

Termino dizendo que "ainda bem que acabou daquela forma", porque se não tivesse sido assim, não sei se ainda estaria no mundo dos vivos.

Um alfa bravo para todos.

Um artilheiro de Gadamael,

C. Martins



Guiné > Região de Tombali > Gamael > Maio de 1974 > A primeira visita do PAIGC à tabanca e aquartelamento de Gadamael: Em primeiro plano, ao centro, o Comandante do COP5 (Cap Ten Fuzo Heitor Patrício ); do seu lado direito está o comissário político do PAIGC, de cigarro russo na boca. O nosso camarada José Gonçalves está atrás, na segunda fila,  entre os dois. Por sua vez, o capitão Pimentel, comandante da CCAÇ 4152,  está ao lado do José Gonçalves, por detrás do Comandante Heitor Patrício. 


Foto (e legenda): © José Gonçalves (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados


PS - Comentário a esta foto, feita pelo C. Martins, em 6 de julho de 2011:

(...) "A foto supra onde aparece o Comandante Patricío com um emblema do PAIGC, um oficial de marinha fuzileiro excepcional e considerado o 'pai' dos fuzos,  é bom que não se façam juizos de valor precipitados. Aquilo foi apenas circunstancial, resultou apenas e só da troca de 'galhardetes' entre as partes.. É que se o meu amigo e conterrâneo 'Pedras',  fuzo e guarda costas do Comandante Patrício na altura, com três comissões seguidas na Guiné, sabe que estão a pôr em causa a honaribilidade do Comandante Patrício,  ainda dá uma 'latada'...ah, ah, ah,  em alguém".(...)

________________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 18 de janeiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9368: Situação Militar no TO da Guiné no ano de 1974: Relatório da 2ª REP/QG/CTIG: Transcrição e adaptação de Luís Gonçalves Vaz (Parte I)

(**) Último poste da série > Guiné 63/74 - P9388: No 25 de Abril de 1974 eu estava em... (12): Bissau, Liceu Honório Barreto (Nuno Rodrigues / Luís Gonçalves Vaz)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8516: As nossas melhores fotos (3): Na senda do Cap Imaginário que eu conheci em Gadamael Porto, em 1974 (Joaquim Sabido, 3ª CART / BART 6520 e CCAÇ 4641, 1973/74)


Guiné > Região de Tombali > Gamael > Maio de 1974 > A primeira visita do PAIGC à tabanca e aquartelamento de Gadamael: Em primeiro plano, ao centro, o Comandante do COP5 (Cap Ten Fuzo Patrício ); do seu lado direito está o comissário político do PAIGC, de cigarro russo na boca. O nosso camarada José Gonçalves está atrás, na segunda fila,  entre os dois. Por sua vez, o capitão Pimentel, comandante da CCAÇ 4152 (***),  está ao lado do José Gonçalves, por detrás do Comandante Patrício. 


Guiné > Região de Tombali > Gamael > 1974 > O capitão Peixoto da CCAV 8452, de T-shirt branca com o seu nome estampado. De lado estão dois capitães do COP5 e de costas o Alf Mil Lobo, da CCAÇ 4152, a minha companhia. Esta foto foi tirada na messe de oficiais da CCAV 8452, construída com troncos e chapas de lata (**).

Fotos (e legendas): © José Gonçalves (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados

1. Comentário do nosso camarada Joaquim Sabido  [, foto à direita,] com data de 5 do corrente, ao poste P7187 [ O Joaquim Sabido é hoje advogado, reside em Évora e esteve presente no último encontro em Monte Real]: 


Caros Camaradas:

Att. José Gonçalves e C. Martins, porque se encontravam em Gadamael quando as fotografias foram obtidas, gostaria que, se ainda vierem a estes comentários [ao poste P7187], me confirmassem se o capitão que aparece na 1ª foto, ao lado direito do Comandante Patrício e na 2ª foto, ao lado esquerdo do Cap 
 Peixoto, não é o Cap Imaginário ? (****)

Na 1ª foto, ao lado esquerdo do comandante Patrício, aparece o cabo fuzileiro Pedras, o de barbas e com avantajada envergadura.

No comentário do Zé Gonçalves, do dia 30 de Outubro, [ ao supracitado poste  
P7187, ] posso confirmar que as posições que bombardearam após a visita do Comissário, foram para auxiliar o pessoal que se encontrava em Jemberém [ou Iemberém, como se diz hoje], pois continuámos a embrulhar e bastante nos ajudaram, especialmente o C. Martins, com os seus 14.

Um Abraço a todos os Camaradas, do

Joaquim Sabido, Évora
ex-Alf Mil Art,
3.ª Cart/Bart 6520/73 
e CCaç 4641/73
(Jemberém, Mansoa e Bissau, 1974)
_________________

Notas do Editor:

(*) Ultimo poste da série > 27 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8476: As nossas melhores fotos (2): O Major Pereira da Silva, num zebro, no Rio Mansoa, com outros oficiais, incluindo eu (J. Pardete Ferreira)

(**) A CCAV 8452/72 foi mobilizada pelo RC 4. Partiu para a Guiné a 29/5/1973 e regressou 6/9/1974. Esteve em Gadamael, Cacine, Cumeré e Brá. Comandante: Cap Mil  Cav José Ferreira Rodrigues Peixoto.Fonte: Matos Gomes, C.; Afonso, A. - Os anos da guerra colonial: volume 14: 1973 - Perder a guerra e as ilusões.  Matosinhos: QuidNovi. 2009.

(***) CCAÇ 4152/73:  Mobilizada pelo RI 1. SWeguiu oara a a Guiné em  29/12/1973 e regressou a 12/9/1974.   Esteve em Gadamael e Cufar. Comandante: Cap Mil Inf Rodrigo Belo de Serpa Pimentel. Fonte: Matos Gomes, C.; Afonso, A. - Os anos da guerra colonial: volume 14: 1973 - Perder a guerra e as ilusões. Matosinhos: QuidNovi. 2009.

(****) A única referência (lacónica) que temos no nosso blogue é do próprio Joaquim Sabino: (...) "Sr. Capitão Imaginário, que tive o grato prazer de conhecer em Gadamael Porto, aquando da minha visita ao local [, em 1974]".
 
Pergunta-se: Seria um oficial ligado ao COP5 ? Ou comandante de alguma companhia operacional ?

domingo, 22 de agosto de 2010

Guiné 63/74 - P6884: O Nosso Livro de Visitas (98): Joaquim Sabido, ex-Alf Mil da 3.ª CART/BART 6520 (Jemberem e Mansoa, 1973/74)

1. Joaquim Sabido (ex-Alf Mil Art.ª, Guiné/74, 3.ª Cart/Bart 6520/73 e CCaç 4641/72, Jemberém, Mansoa e Bissau), deixou esta mensagem no poste Guiné 63/74 - P6878: Memória dos lugares (86): No DFE 21, em Cacheu, nunca existiu num posto da PIDE nem nunca nenhum agente da PIDE lá pôs os pés, pelo menos no meu tempo (Zeca Macedo):

Meus Caros Camaradas;
Saúdo todos quantos estiveram no CTIGuiné, no cumprimento do serviço militar.

Cheguei a este sítio há pouco, na verdade, apenas no início deste mês de Agosto o descobri, já que pouco utilizo a rede, dada a minha inaptidão para lidar com a informática, mas a pouco e pouco vou conseguindo. Assim, desde o início do mês de Agosto que, quase diariamente venho lendo e acompanhando quanto aqui foi e vem sendo colocado, ou postado, como nesta linguagem se diz.

E é certo que, venho aferindo da formidável memória, dos conhecimentos e do domínio que alguns camaradas aqui manifestam, relativamente a tantas matérias, isto porque, muito honestamente, eu, de muitíssimas situações e locais já não me recordo, no essencial, quanto mais de pormenores. Todavia, admito que existam muitos camaradas que utilizavam diários, mas já estranho, quando alguns camaradas que se encontravam colocados p.ex. em Farim, tenham conhecimento do que se passava, sei lá, em Bissau e até nas Repartições do Estado-Maior do CTIG.

Daí que, os historiadores desta temática, como me parece ser o caso do Sr. Cor. Art.ª Nuno Rubim, exijam a validação documental dos factos, a bem do rigor científico.

Concretizando, direi, por exemplo, que li a matéria postada pelo camarada do STM (cujo nome não apontei e agora não sei voltar atrás), identificando que o serviço se situava junto à Amura e logo veio um outro camarada dizer que não, que ficava até a alguns quilómetros de distância.

No caso desta mensagem, reagiu de pronto o camarada Zeca Macedo, ao referido pelo camarada Inverno, seguramente, por ninguém querer ficar associado à PIDE, muito menos um Destacamento de Fuzileiros Especiais. Compreende-se e compreendo o essencial do que o Camarada Inverno escreve da sua vivência e da situação concreta que descreve, no entanto, não podemos, por vezes, querer chegar aos pormenores.

Tendo vindo a ler, algumas mensagens e comentários, verifico que, de entre muitos outros, p. ex., o camarada Mexia Alves, para além de, pessoalmente, concordar com a maioria das suas intervenções e comentários e do fado da Guiné de que gostei particularmente, nunca entra em detalhes, em pormenores, aborda as questões no essencial, deixando o acessório.

Já ouvi um meu camarada de Companhia, numa almoçarada dos alegados heróis - pançudos e carecas, a relatar uma situação por mim vivida na escadaria do Palácio do Governador, em Bissau, com um camarada sargento dos Comandos Africanos, que se encontrava paraplégico e que estava desesperado quanto à situação que iria viver após a nossa retirada.

Apresento o meu pedido de desculpas ao camarada Zeca Macedo, por me aproveitar da sua mensagem, para aqui vir pela primeira vez, sendo certo que em 11 de Agosto passado, enviei uma mensagem por correio electrónico ao camarada Luís Graça, que, eventualmente, ou não chegou ao destino dadas as minhas limitações já supra referidas em matéria computacional, ou devido ao período de férias, ou então, ainda, porque ali nada encontrou de interesse para ser aqui colocado.

Um grande Abraço a todos os Camaradas da Guiné.
Joaquim Sabido - Évora: o último militar português a sair do local onde se encontrava instalado o aquartelamento em Jemberém, sem que tivesse procedido à entrega do mesmo ao PAIGC.



2. Comentário de CV:

Caro Joaquim Sabido
Obrigado pelos teus contactos, este comentário e a mensagem que enviaste ao nosso Editor Luís Graça no dia 11 de Agosto, de que ainda não tiveste resposta por o Luís estar em férias. Vi que a mensagem estava já assinalada com uma estrela, sinónimo de que já tinha sido lida e de que terá tratamento tão breve quanto possível.

Deduz-se pelas tuas palavras que ainda não estarás à vontade nas lides da informática, mas com tempo vais ficar apto a navegar no nosso Blogue que tem imenso para ler. No lado esquerdo da página encontrarás umas palavras intituladas Marcadores/Descritores. Bastará clicares em cima da que queiras pesquisar e abrir-se-ão alguns postes como início de busca. Depois é só seguir os links apresentados no fim de cada um dos postes.
Experimenta que é aliciante.

Uma vez que já mandaste as duas fotos da praxe, julgo que queres pertencer à nossa tertúlia e ajudar-nos a elaborar a nossa própria história.

As considerações que fazes em relação aos pormenores que por vezes alguns camaradas ainda retêm, são pertinentes, pois até custa a acreditar que passados tantos anos ainda os retenhamos. Às vezes basta uma imagem ou uma palavra para se fazer luz.

Antes que me esqueça, as fotos que nos mandares futuramente a ilustrar as histórias que queiras ver publicadas, devem vir em formato JPEG (fotografia) ou inseridas nos textos (Word). Desta vez mandaste uma em ficheiro PDF o que é complicado para editar.

Posto isto, poderás aguardar a publicação do teu primeiro texto, ou começar a trabalhar e enviar mais, com ou sem fotos (devidamente legendadas) para irem sendo publicadas.

Recebe desde já um abraço colectivo destes teus 438 novos amigos.

Em nome dos editores,
Carlos Vinhal
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 28 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6801: O Nosso Livro de Visitas (97): António Inverno, ex-Alf Mil Cav Op Esp, S. Domingos, 1973, amante da "bela" Kalash

sábado, 9 de maio de 2009

Guiné 63/74 - P4307: Humor de caserna (11): Amizades muito especiais (António M. Conceição Santos / Magalhães Ribeiro)


Amigos, tenho andado aqui atrapalhado a arranjar uns minutos, para escrever estas palavras que se seguem.  
São palavras que demoram sempre muito tempo a delinear no pensamento e depois, outro tanto ou mais, a teclar no PC.  
Os meus professores - Luís e Vinhal -, lá me vão explicando como se trabalha com o blogue, que tipos de letra se devem usar, os tamanhos ideais e correctos para as fotos, etc.  
Podem crer que não tem sido nada fácil. Escrevo, apago, volto a escrever e volto a apagar.  
Depois é a colocação do material no blogue... XIÇA!  
É a foto que se introduz mal e, ou, não está formatada e, ou desapareceu! É o texto que se encavalita nas fotos, ou as fotos que se desenquadram... APRE!  
Só vos digo que isto, de "trabalhar" no blogue apostando-se na qualidade da disposição e apresentação de cada um dos "posts" custa... MUITO TEMPO.  
Bom, desde que comecei a dar uma mãozinha no blogue, quase ainda nem tive tempo para ver sequer os meus e-mails "culturais", que se vão acumulando nas "caixas".  
Mas agora que consegui uns minutos vou-vos contar que, para se apresentar aquilo que vos é dado ver no blogue, tem que haver outro tanto "trabalho" nos "bastidores", coisa que, como facilmente se pode deduzir, é indispensável à equipa Luís Graça, Virgínio Briote e Carlos Vinhal, agora com a minha ainda muito recente colaboração.  
Sosseguem não vos vou martirizar com a descrição dos tais "trabalhos" mas, tão simplesmente, contar-vos uma das diversas trocas de e-mails, que se tornou hilariante entre os envolvidos no passado dia 27 de Abril.  
A ver:  
1- Recebi um e-mail do António Manuel da Conceição Santos, de Faro  
Dizia assim:  
"Parabéns, já te vi no blogue de Luís Graça & Camaradas da Guiné. Agora é só ocupares o teu tempo, pois segundo penso, estás disponível para estas coisas. Dou-te a maior força deste mundo.  
Um abração para ti e para todos os membros do respectivo Blogue.  
Louvo-vos e ergo a minha voz aos céus com um só pensamento comum: 

  • Ao Luís Graça, com toda a justiça te digo, parabéns por continuares com esta tarefa inacabada;
  • Ao Carlos Vinhal, com toda a justiça te digo, parabéns por continuares com esta tarefa inabalável;
  • Ao Virgílio Briote, com toda a justiça te digo, parabéns por continuares com esta tarefa sem fim;
  • Ao Humberto Reis, com toda a justiça te digo, parabéns por continuares com esta tarefa indestrutível;
  • Ao Magalhães Ribeiro, com toda a justiça te digo, parabéns por continuares com esta tarefa imperdível.  
É que, este trabalho só terá fim, quando todos os camaradas que passaram pela Guiné entre 1963 e 1974, tenham contado as suas histórias. Muitos, mas muitos já contaram as suas, mas ainda faltam muitos, mais que ainda não as contaram.  
Histórias de recordações, boas ou más. Histórias de angústia. Histórias de dor, de amor e de saudades.  
São as nossas histórias, memórias do passado, que neste singelo blogue nos é permitido escrever.  
Um grande alfa-bravo para a equipa.  
De um leitor que faz parte da lista do vosso/nosso blogue.  
António Manuel da Conceição Santos - Faro 
Ex-Furriel de Operações Especiais - Ranger 
Guiné (Cadique) 1972 a 1974 - CCAÇ 4540  
2- Logo de seguida reenviei-o para o L. Graça, C. Vinhal e B. Vriote 
Amigos Luís, Vinhal e Briote,
Reenvio-vos o e-mail abaixo, que me foi enviado, para vosso conhecimento. 
Já estou a receber parabéns e ainda não fiz nada... eheheheheheheh... 
Estas palavras são 100% para vós! Merecidas sem qualquer dúvida.  
Um abraço para todos vós do MR  
3- Respondi então ao Santos
Boa noite Amigo Santos,
Vamos a ver se eu consigo dar conta do recado. 
Eu, na EDP, estou só c/ mais 4 engenheiros mecânicos para a manutenção de cerca de 30 grandes barragens e quase 50 mini-hídricas.  
Além de ter que "alimentar" o meu blogue... eheheheheheh... ainda dou algum contributo, para 4 Associações, pois neste momento, sou Vice-Presidente da Delegação do Porto, da A.P.V.G. (Associação Portuguesa de Veteranos de Guerra), Membro da Assembleia Geral da A.O.E. (Associação de Operações Especiais), Membro da Assembleia Geral da L.A.M.M.P. (Liga dos Amigos de Museu Militar do Porto) e Membro da Assembleia Geral da Beneficiência do Porto. 
Tenho a meu favor o método e a organização, senão estava lixado.  
Tempo precisava 27 ou 28 horas por dia... eheheheheheheh... 
São assim os RANGERS.  
Grande abraço para ti e até 10 de Junho se Deus quiser. 
MR  
4- Passados uns minutos recebi do Santos
Desculpa a minha intromissão: "como é que tens tempo para trik e trik?" heheheheheheh.   
5- A minha resposta 
Ó pá a mulher ainda não se queixou... palavra de honra!
Quando saio para as barragens, por muitos dias e durmo fora, ela vai comigo... eheheheheheheheh...  
Abraço Amigo do MR 


A Barragem de Belver situada no Rio Tejo, a cerca de 7 kms a montante da cidade Abrantes, está equipada com 6 grupos geradores
_________
Nota de MR:
Vd. último poste da série de:


quarta-feira, 29 de abril de 2009

Guiné 63/74 - P4266: Louvores e condecorações (7):O 10 de Junho de 1973 - Um louvor, uma estrada e suas gentes: Cadique/Jemberém (António Manuel da Conceição Santos)

 



António Manuel da Conceição Santos 
Ex-Furriel Miliciano de Operações Especiais - RANGER da CCAÇ 4540






CCAÇ 4540 – CADIQUE (Região de Cantanhez – zona libertada) 1972 a 1974 

Breve resumo da minha trajectória na Guiné 


Desembarquei na Guiné em 26 de Outubro de 1972.
Como a CCAÇ 4540 já se encontrava no Norte da Guiné na localidade de Bigene, mandaram-me para lá com uma guia de marcha (transporte em coluna terrestre). Quem emitiu a guia de transporte não sabia as dificuldades que se deparavam para lá chegar, por esta via. Tenho impressão que, se não me tivesse "desenrascado", ainda hoje andava à procura de uma coluna militar com o mesmo destino. 
Todavia, encontrei em Bissau, um sargento meu amigo, cá dos "Algarves", que se prontificou a ir comigo ao Quartel-general de Bissau e responsabilizar-se pelo meu transporte até Bigene. 

Como ele era da marinha e precisamente nessa semana (finais de Outubro/1972) se deslocava a Bigene, para efectuar um reabastecimento à nossa Companhia de Caçadores, deu-me "boleia" e assim cheguei à minha guerra. 
A 12 de Dezembro de 1972, desembarcamos em Cadique – região de Cantanhez – zona libertada do PAIGC, cuja história conto e ilustro neste texto. 
Em finais de Agosto 1973, regressamos a Bissau e fomos colocados a 8 de Setembro de 1973 em Nhacra, ficando eu a comandar a secção de Ensalmá, que efectuava o controlo de viaturas que circulavam numa pequena estrada, que passava sob uma pequena ponte junto a esta localidade, muito próxima de Bissau. 
Em 25 de Agosto de 1974 regressei à Metrópole no paquete UÍGE, que chegou a Lisboa em 30 do mesmo mês, tendo passado à disponibilidade em 22 de Setembro de 1974. 
"10 de Junho de 1973" 
UM LOUVOR, UMA ESTRADA E SUAS GENTES 
Estávamos a 12 de Dezembro de 1972, quando desembarcámos de bordo, da LDG BOMBARDA, na localidade de Cadique, situada na península dos rios Cumbijã e Cacine. Levávamos como missão, recuperar a zona de Cantanhez ao PAIGC. Tal feito foi conseguido com o auxílio da Força Aérea Portuguesa e um bi-grupo da Companhia de Caçadores Paraquedistas – 121. Sua Exª O General António de Spínola (Governador e Comandante-Chefe das Forças Armadas), acompanhou sempre de perto o desenrolar desta operação que ainda tenho no meu pensamento. Foi designada por: “GRANDE EMPRESA” e durou até ao dia 17 de Agosto de 1973.  

Tudo foi muito difícil. Não havia nenhuma estrutura montada, a situação era de total isolamento e a logística era muito precária. Mas começamos por ir desbravando a mata que, naquela região era muito densa. Depois com a ajuda de máquinas de engenharia militar construímos as nossas “fortalezas”, uns pequenos buracos feitos no chão, tapados com paus de palmeiras e terra por cima (não fosse cair alguma morteirada lá em cima). Abrimos estradas, poços e construímos um heliporto e um cais. Assim criamos as mais ínfimas e elementares condições para sobreviver. 
Mais à frente da nossa posição, existia uma ou outra “tabanca” dispersas, ocupadas por velhos e crianças, pois os mais novos debandaram e juntaram-se ao PAIGC. Fomos desbravando a mata com muito custo e suor. O sol não nos ajudava muito, com um brilho intenso, passava repentinamente a escuro e barulhento. Trovoadas e chuvas intensas, faziam de nós farrapos humanos, mas lá conseguimos montar o nosso aquartelamento dentro de uma clareira que conquistamos àquela mata tropical. 
Assim, embora o terreno fosse plano estávamos cercados, por um lado por uma extensa bolanha, e pelo outro lado, pela extensa mata de Cantanhez até à aldeia de Jemberém. A Norte passava o Rio Bixanque que desagua no Cumbijã e a Sul tínhamos o Rio Macobum. Rodeados de mosquitos por todos os lados. 

Um pouco mais distante, mas não muito, encontramos a aldeia de Cadique Nalú e de Cadique Imbitina, com a existência de alguma população e um pouco mais a Norte, encontramos a aldeia de Cadique Iala, um importante aglomerado populacional. 
A minha CCAÇ 4540 (Companhia de Caçadores), esteve quase sempre acompanhada por uma Companhia de Paraquedistas, depois por uma Companhia de Fuzileiros e, finalmente, por uma Companhia de Comandos.  

Os primeiros contactos que tivemos fisicamente com os turras, eram quase diários, pelo que optamos pelas emboscadas. Nestas confrontações posso afirmar, sem qualquer sombra de dúvida, que a seguinte era sempre mais difícil que a anterior. Muitas foram as nossas acções programadas e concretizadas com a intenção de por fim à intensificação dosa ataques do inimigo que, cada vez mais, se fazia sentir naquela região de Cantanhez. 
Tinha que se fazer alguma coisa para por fim àquela flamejada situação. Então, politicamente, foi decidido construir uma estrada desde Cadique a Jemberém. 
Para tal, foi desbravada a floresta, palmo a palmo por uma Companhia de Engenharia Militar sendo que, a nossa Companhia de Caçadores 4540 ficou incumbida de fazer a protecção diária à obra, aos adstritos trabalhos da construção da estrada (*) e aos respectivos trabalhadores militares e civis. 
10 de Junho de 1973 
Assim, no dia 10 de Junho de 1973, em Cadique, fomos atacados com tiros de canhão sem recuo e morteiradas de 82, bem como com fogo de canhão 6F7-66 e 6F5-95. Nesse dia estávamos a descarregar a LDG “Bombarda”, que tinha vindo reabastecer as nossas tropas. Foi um inferno, só assim sei descrever, felizmente não houve vítimas, mas a destruição foi enorme. 
De imediato, as nossas tropas reagiram ao fogo do IN (inimigo) com morteiros de 60, bazucas, G3 e HK21, tendo também a LDG "Bombarda" reagido ao ataque do IN e, em simultâneo, foi pedido, por nós, apoio de fogo com obus a Cufar. 

Estava eu a chegar ao acampamento numa Berliet atestada de mantimentos que tinha ido carregar à LDG, quando subitamente, fomos atacados com artilharia pesada já dentro do acampamento. 
Acto contínuo (poucos dias antes tinha visualizado a zona numa carta militar), orientei o tiro do morteiro 81 para um “azimute” virtual, afim de determinar a localização do IN e, calculando mentalmente a distância então visualizada, fiz calmamente "cantar" o seu tubo. A raiva era tanta que acertei em cheio na base de fogo do IN, tendo-se feito um silêncio profundo e terminado o tiroteio de ambos os lados. 
Por estes factos fui assim, naquele dia 10 de Junho de 1973, louvado pelas altas patentes militares, pela eloquente maneira como reagi debaixo do intenso fogo IN. Fi-lo fora da minha posição de defesa, tornando-me útil ao acorrer de imediato ao espaldão do morteiro 81 e ao ser ainda o primeiro homem a reagir, acertadamente, ao ataque do IN. 

Após a construção daquela estrada, deixamos Cadique. É certo que ficámos com saudade, pois foi com muito sacrifício que ajudamos a construir aquela estrada. Posteriormente, colaboramos na construção de várias tabancas naquelas aldeias perdidas no mato e contrubuímos para o desenvolvimento e a prosperação daquela região de Cantanhez.  
Lá ficou um pedaço de nós todos, do nosso suor e muitas lágrimas derramadas e partilhadas com as nossas mães. Os nossos pais aguardavam desesperadamente o nosso regresso, pois as notícias tardavam e os meios de comunicação eram deficientes. Lembro-me, como se fosse hoje, do dia em que se ouvia o helicóptero chegar trazendo os nossos aerogramas. Eram notícias da civilização que se dissipavam à medida que se deixava de ouvir o ruído daquela máquina voadora. 

Dizia um, olha o meu filho já diz papá… mais ao lado, dizia outro com a voz triste e meio chorosa, chorosa sim, porque estava angustiado, que a namorada não aguentava mais tão longa separação e que sua mãe estava a passar mal. Outros encostados aos troncos das árvores, estavam em silêncio, daquele silêncio que todos nós já estávamos habituados, até que se ouviu um camarada, que olhando para o infinito do céu, murmurou: “Não tenho notícias da minha gente... há mais de três semanas que não recebo nenhum aerograma, não sei o que fazer”. 
Tudo isto meus amigos, meus camaradas de armas, marcou-nos de facto e como disse o nosso Capitão Manuel Varanda Lucas: “Pedaços de nós todos ficaram indissoluvelmente ligados para sempre a Cadique”.
Por muito que nós tivéssemos feito, ficou ainda muito por fazer, nomeadamente, não conseguimos transmitir os nossos usos e costumes às gentes daquelas aldeias, que viviam em tribos e se vestiam apenas com uma tanga. O seu modo de estar na vida, a sua alimentação era muito deficiente e o conceito de trabalho não existia. Estes nossos valores inquestionáveis não foram aceites por aquelas raças Balantas e Nalus. 
Hoje, tal como no passado, devemos erguer a nossa voz, para que as Organizações Internacionais interfiram junto dos mais jovens, na tentativa de encontrarem melhor sorte de vida. 

E a nós, “gentes” que tão bem, melhor do que nos ensinaram, soubemos defender a nossa Pátria, quais “Bandos” porque somos agora intitulados, mas que jamais ousamos voltar as costas ao perigo, mesmo nas mais sangrentas confrontações (e agora deixo de utilizar o termo IN), com os guerrilheiros do PAIGC. 

Que ousadia meu Deus, utilizar aquele termo de “bandos” que ofendeu muitos milhares de ex-militares que passaram por Angola, Moçambique, Guiné ou Timor. Quantos lá não ficaram, quantos regressaram mortos ou feridos, quantos não ficaram inutilizados para o resto da vida, quantos meu Deus?! 

Passados tantos anos, muitos ainda sofrem de doenças graves e apresentam traumas da guerra. 

Quantos não vieram sem pernas, ou sem braços?!

Quantos são aqueles que hoje nos apelidam de “Bandos”? 

Tu que está a ler este texto, dizes para contigo, conhecido “somente um”, que Deus o perdoe porque não sabe o que diz. 
__________
(*) - Estou a construir um blogue, cujo endereço é: http://www.umraiodeluzefezseluz.blogspot.com/, onde coloquei um ficheiro: “A MINHA GUERRA 1972 a 1974 Guiné” onde se pode ver essa mesma estrada e uma das aldeias. 
(António Manuel C. Santos, Ex-Furriel Miliciano de Operações Especiais/RANGER) 

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Guiné 63/74 - P3781: O Nosso Livro de Visitas (55): Carlos Figueira, ex-Fur Mil da CCAÇ 4946, Jemberem, Cacine e Bolama (1974)

1. Mensagem de Carlos Figueira, ex-Fur Mil da CCAÇ 4946/73, Jemberem, Cacine e Bolama, 1974, com data de 20 de Janeiro de 2009:

Caro Sr.
Na pesquisa para encontrar os restos mortais do falecido piloto do Paquete "Santa Maria" que faz amanha 21 de Janeiro, 48 anos. Como o piloto era meu amigo... (Eu estive para ser a 1.ª vítima conforme pode ver no blog http://somisabe.blogspot.com/)
foi quando eu encontrei o vosso blogue que muito me satisfez (Boa ideia).

Tenho pena também de desconhecer as datas em que os ex-militares da Guiné se reunem pois estou no Funchal, Ilha da Madeira. Com pena minha eu perdi os contactos com os meus colegas graduados naturais de Portugal Continental.

A título de curiosidade - a minha Companhia chegou à Guiné em 5 de Janeiro de 1974 e regressou a 16 de Agosto do mesmo ano.

Mesmo assim, fui ferido no braço direito por estilhaços a 5 de Fevereiro e transportado para o Hospital de Bissau. Não sei bem o que se passou, mas muitos dos meus documentos militares encontram-se desaparecidos dos arquivos militares, mas tenho o essencial.

Recebam todos um grande abraço pelo projecto e desejo a todos vós um Ano cheio de saúde e de amor.

Sempre ao vosso dispor
Carlos Alberto R Figueira
____________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 22 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3777: O Nosso Livro de Visitas (54): Um camarada da diáspora, José Câmara, da açoriana CCAÇ 3327 (1971/73)

domingo, 4 de janeiro de 2009

Guiné 63/74 - P3696: Para a história da madeirense CCAÇ 4942/72, Os Galos do Cantanhez (Vítor Negrais)


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Iemberém > Visita dos participantes do Simpósio Internacional de Guileje > 2 de Março de 2008 > Monumento assinalando a passagem, por aqui, da CCAÇ 4942/72, de origem madeirense, conhecida por Os Galos do Cantanhez. Estiveram em Jemberém (os guineenses hoje dizem Iemberém) entre Março de 1973 e Fevereiro de 1974.

Fotos: ©
Luís Graça (2008). Direitos reservados.

1. Comentário que Vítor Negrais deixou ao poste de 8 de Janeiro de 2008 >Guiné 63/74 - P2421: Em busca de... (15): Pessoal da companhia madeirense que esteve em Jemberem (1973/74) (Luís Candeias, amigo do Arsénio Puim)


Caro Luís Candeias.

Assunto: Pessoal da companhia madeirense CCAÇ 4942/72 que esteve em Jemberém.

Mesmo que tardiamente, quero contribuir para um melhor conhecimento do que foi o papel da CCAÇ 4942/72 (*).

Quero referir que a foto publicada com um membro feminino de uma ONG em Jemberem não corresponde ao deixado no local pela CCAÇ 4942/72 (**). O símbolo adoptado pela companhia foi um galo multicolor associado à designação Galos do Cantanhez.

(i) A CCAÇ 4942/72 foi formada no Funchal, no BII19.

(ii) Rumou à Guiné no Uíge que saiu de Lisboa a 27 de Dezembro de 1972, ocorrendo o seu desembarque em Bissau em 3 de Janeiro de 1973.

(iii) A companhia, como era usual na altura, rumou ao Cumuré onde fez o IAO.

(iv) Concluido este, foi para Mansoa, por um curto período de tempo, tendo colaborado na protecção da construção da estrada entre Jugudul e Bambadinca.

(v) Após este curto período, tomou o rumo de Cadique, no Cantanhez, e esteve na abertura da estrada entre Cadique e Jemberem, localidade onde se fixou cerca de 1 ano (1 ano bem animado).

(vi) Posteriormente, em Fevereiro de 1974 a companhia foi deslocada para o Norte, para Barro mantendo um pelotão em Bigene junto do COP3.

(vi) A companhia regressou a Portugal em 9 de Setembro de 1974, depois de muitas peripécias, sem nenhuma baixa.

Cumprimentos a Luís Graça e camaradas da Guiné e parabéns pela manutenção deste espaço de convívio.

Vítor Negrais

2. Comentário de L.G.:

Obrigado, Vítor, por estas preciosas achegas sobre Os Galos do Cantanhez. Obrigado também pelas tuas simpáticas referências ao nosso blogue. Não te apresentaste, mas presumo que tenhas pertencido à CCAÇ 4942/72. És do continente ou da RAM ?

Se quiseres, junta-te a nós, que formamos já a maior Tabanca virtual... da Guiné. Basta leres e aceitares as nossas regras de convívio (que podes e deves ler na folha de rosto do nosso blogue, coluna do lado esquerdo: Tabanca Grande > Dez normas de conduta). Manda também as duas fotos da praxe (um do tempo da tropa e outra actual).

Gostaríamos que nos contasses mais peripécias dos teus Galos do Cantanhez. Tens tido notícias dos teus camaradas ? Presumo também que tenhas histórias e fotos da vossa permanência no Cantanhez, bem como do período do pós-25 de Abril. Estive em Março de 2008 no Cantanhez e registei em fotografia os vestígios da vossa passagem por Jemberém.

Um abraço. Desejo-te as melhores perspectivas possíveis para o ano que agora começa. Luís Graça

_____________


Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 29 de Março de 2008 >
Guiné 63/74 - P2695: Uma semana inolvidável na pátria de Cabral (29/2 a 7/3/2008) (11): Iemberém, uma luz ao fundo do túnel

(**) Há três locais e datas assinaladas no monumento: Mansoa, 3/2/73; Cadique, 27/3/73; Jemberém, 20/4/73. O brazão da companhia era constituído por um Galo, com os dizeres Cantamos de Galo. (...)
Sabemos como se chamavam os seus Grupos de Combate: Os Primitivos (1º Gr Comb); Os Descavilhados (2º Gr Comb); O Zigue-Zague (3º Gr Comb); Os Tais (4º Gr Comb).

O nosso camarada A. Marques Lopes já há tempos tinha referido, na lista das unidades que passaram por Barro, na região do Cacheu (onde ele esteve com a sua CCAÇ 3), a existência desta CCAÇ 4942/72, cuja actividade operacional era resumida nestes termos:

(i) Em princípios de Abril de 1973, seguiu para Cadique, na zona de acção do COP 4, a fim de tomar parte na operação Caminho Aberto, com vista à instalação de uma subunidade em Jemberém [hoje, Iemberém].

(ii) Em 20 de Abril de 1973, após o desembarque [em LDM ou LDG ?] e ocupação daquela área, assumiu a responsabilidade do subsector de Jemberém [ou Iemberém], então criado, iniciando a construção do respectivo aquartelamento e ficando integrada no dispositivo e manobra do COP 4 e depois do BCAÇ 4514/72, e ainda, após reformulação dos limites dos sectores, do COP 5 [ que incluía Guileje].

(iii) Foi substituída no subsector de Jemberém pela CCAÇ 4946/73.

(iv) Instalou-se em Barro, a partir de 23 de Fevereiro de 1974, a fim de efectuar a sobreposição e render a CCAÇ 3519.

(v) Em 12 de Março de 1974, assumiu a responsabilidade do respectivo subsector de Barro, ficando integrada no dispositivo e manobra do COP 3 e depois do BART 6522/72 e ainda do BART 6521/74. Destacou ainda um pelotão para Bigene, em reforço da guarnição local.

Em resumo: esta companhia - de pessoal maioritariamente madeirense - chegou até Jemberém, no coração do mítico Cantanhez, numa região que o PAIGC considerava de há muito libertada, construiu aqui, de raíz, um aquartelamento (de que não há muitos vestígios, visíveis, actualmente), e depois foi substituída por uma companhia mais nova, a CCAÇ 4946/73, em Fevereiro de 1974.


Guiné-Bissau > Região de Tomboli > Parque Nacional do Cantanhez > Jemberém (ou Iemberém, de acordo com a toponomia actual) é uma localidade onde a AD - Acção para o Desenvolvimento tem a sua base operacional (instalações de apoio aos projectos desenvolvidos no Cantanhez, inclouindo o ecoturismo). Por aqui também passou a 1ª CART do BART 6521/72 (entre Janeiro de 1973 e Abril de 1973)... Esta subunidade foi substituída pela CCAÇ 4942/72.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2481: Guileje: Simpósio Internacional (1 a 7 de Março de 2008) (11): Malan Camará... e a maldição dos 3 G + 1 J (Manuel Rebocho)

Guiné > Região de Tombali > Cantanhez > Cachambas Balantas, próximo de Jemberém (hoje, ois guineenses dizem e escrevem Iemberém)> CCP 123 / BCP 12 (1972/74) >12 de Fevereiro de 1973 > O Cabo Álvaro, o militar à esquerda na fotografia, pouco depois da captura do mais prestigiado chefe da Guerrilha no Cantanhez, o Comandante de Bigrupo Malan Camará, ferido por um disparo de Sneb (1), "que eu próprio mandei disparar" (Manuel Rebocho).


Foto: Costa Ferreira (gentilmente cedida pelo Manuel Rebocho) (2007).


Malan Camará, um antigo guerrilheiro do PAIGC, que operou na zona do Cantanhez, um dos convidados especiais do Simpósio Internacional de Guiledje. No âmbito do Projecto Guiledje, foi entrevistado pelas equipas de investigadores da AD - Acção para o Desenvolvimento (que gravaram o seu depoimento em DVD). O Manuel Rebocho quer saber se é o mesmo Malan Camará, da foto de cima, ferido e capturado pelo seu Grupo de Combate da CCP 123 / BCP 12, em 12 Fevereiro de 1973. Acontece que Malan é um nome vulgar, entre fulas e mandingas, e Camará é também um apelido muito frequente entre os fulas... Na CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71) tínhamos vários Malan e vários Camará, embora nenhum Malan Camará (que julgo ser nome de mandinga) (LG).

Foto: Guiledje - Simpósio Internacional (2007) (com a devida vénia...).


1. Texto do nosso camarada Manuel Rebocho, ex-sargento paraquedista da CCP 123 / BCP 12 (Guiné, Maio de 1972/Julho de 1974), hoje Sargento-Mor Pára-quedista, na Reserva, e doutorado pela Universidade de Évora em Sociologia da Paz e dos Conflitos (tese de doutoramento: "A formação das elites militares portuguesas entre 1900 e 1975") (2).


Amigos Luís Graça e Pepito:

Na sequência da publicação, no nosso blogue, de algumas fotografias, de antigos guerrilheiros do PAICG, verifiquei, particularmente, a de Malan Camará (3). Enviei um e-mail para o Pepito solicitando a gravação das declarações de Malam Camará.

O Pepito respondeu-me, de imediato dizendo:

“Conto passar por Portugal no final de Março e nessa altura dar-te-ia a gravação da entrevista do Malan Camará. Vou pedir que me façam uma gravação em DVD.
abraço
pepito”


No meu mail não especifiquei a razão do meu interesse. O que eu pretendo saber é se o Malam Camará que surge no blogue, é o mesmo que está na fotografia em anexo, a qual consta na minha obra de doutoramento.

No blogue diz o Pepito hoje, dia 25 de Janeiro de 2008, referindo-se à apresentação pública do Simpósio sobre Guiledje:

“Como o assunto era relativo à História e Cultura, a televisão nacional e a RTP África, sempre mais preocupadas em dar relevo a outras questões mais relevantes como o narcotráfico e a presença da AL-QAEDA, primaram pela ausência. Critérios....”

Naturalmente que é assim, e assim será no futuro, pois não te esqueças que as histórias são sempre contadas pelos vencedores. E, nem os vencedores (PAIGC), nem os heróis portugueses, de Guiledje e Gadamael, integram “a classe de poder em Portugal”. Nota, que classe de poder não significa classe no poder, são classes diferentes.

As discussões que envolvam Guiledje, Gandamael Porto e Guidaje (os três G’s, como define o nosso amigo Leopoldo Amado) e ainda Jemberém, que eu lhe acrescento, não interessam àqueles que se consideram “os donos do 25 de Abril” e que, a partir de méritos que não são seus, se constituem na classe de poder em Portugal.

Só uma pequena achega para ilustrar um pouco esta ideia que é científica, pois resulta da minha tese de doutoramento, na qual me foi atribuída a classificação máxima.

Na sequência do abandono de Guiledje, em que as tropas portuguesas fugiram para Gadamael Porto, no dia 22 de Maio de 1973, ficaram instalados neste último Destacamento cerca de 600 homens, 4 companhias, o equivalente a 1 Batalhão, a que correspondia 1 Tenente-Coronel, 2 Majores e 4 Capitães. No entanto, aqueles homens eram comandados apenas por dois Capitães, e estes milicianos, naturalmente.

Os capitães milicianos foram feridos e evacuados no dia 30 de Maio de 1973, do que resultou que aquelas 4 companhias, ou aquele amontoado de militares portugueses, ficassem tão só sob o comando de um Alferes miliciano, ou de ninguém, para ser mais preciso.

Ao mesmo tempo, em Jemberém, que fica a cerca de 18 km a oeste de Gadamael Porto, no coração do Cantanhez, como sabemos, estavam colocadas duas companhias, também elas, comandadas por um Alferes miliciano (já nem os Capitães milicianos queriam estar nas zonas de combate, sobrava já tudo para os Alferes milicianos).

Se a guerra tivesse continuado, só lá ficavam os Soldados, estou certo. Como afirmo na minha tese de doutoramento, os Oficiais de carreira fugiram literalmente das zonas de combate.

No dia 22 de Maio de 1973, o dia da fuga de Guiledje, Spínola enviou uma nota ao Ministro do Ultramar, dizendo que não tinha meios para continuar a guerra. Em resposta, o governo fez publicar, no dia 13 de Julho seguinte, o Decreto-Lei n.º 353/73, onde determinava uma nova metodologia de formar Capitães, o que desagradou aos Capitães da Academia, que se viam recambiados para o mato, onde eles não queriam estar.

Para combater esta decisão, que não lhe agradava, revoltaram-se contra quem os formou e lhe atribuiu o estatuto que possuíam. Afirmando-se então, que tal revolta, tinha origens em princípios democráticos, o que não era verdade.

Por tudo isto, há que silenciar estes 4 nomes, [(Guiledje, Gandamael Porto, Guidaje (onde estava colocada uma Companhia de nativos, a 19.ª, cujos graduados eram europeus milicianos, e onde a vergonha ainda foi maior) e Jamberém] que eu não apago da minha memória, mas que, como disse, incomodam a classe de poder.

Portanto, meu amigo Pepito, não estranhes e conta só com o silêncio. Mas nem tudo será mau, contas com muitos amigos e com o nosso blogue que não se cala.

Percebeste um pouco da minha mágoa em não estar no “teu/nosso Simpósio”, mas também percebeste porque não posso.

Nota:

Se o Malan Camará das duas fotografias é o mesmo, posso adiantar-te que o ferimento lhe foi provocado no dia 12 de Fevereiro de 1973, nas Cachambas Balantas, próximo de Jemberém (4), por um disparo de Sneb, que eu próprio mandei disparar – era ele, ou eu e os meus homens – foi assim a guerra, que só a conheceu quem a fez.

Malan Camará, ou os homens sob o seu comando, mataram-me um soldado, o Azinheirinha, e feriram gravemente o Alferes, razão pela qual assumi o comando do pelotão.

Mas como vês, ou se pode ver, Malam Camará foi tratado e evacuado de helicóptero para o Hospital Militar de Bissau, onde foi bem tratado. E não foi evacuado por engano, eu pedi uma quarta aterragem de helicóptero, dizendo expressamente que era para evacuar um elemento IN ferido. O General Spínola, que estivera no local falando connosco, ouviu as comunicações rádio e não se opôs, o que permite que eu afirme que este género de humanidade era assumido pela mais alta hierarquia. (*)

Hoje, os que fugiram da guerra, para o ar condicionado, dizem de Spínola “cobras e lagartos”, mas têm mais defeitos do que ele, enquanto o não assemelham nas virtudes.

A guerra em que eu participei, foi uma guerra violenta, mas humana, dentro do possível claro. Não a do ar condicionado nem a da violência gratuita.

Um grande abraço aos dois

E que o nosso Simpósio seja um sucesso

Manuel Rebocho

________________

Notas de L.G.:

(*) Bold da responsabilidade do editor

(1) SNEB: rocket antipessoal, de calibre 37 mm, que equipava o T-6 e que também era usado pelos pára-quedistas (e depois, por outras forças) como LGFog.

(2) Vd. postes do Manuel Rebocho:

14 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P877: Nós, os que não fazemos parte da história oficial desta guerra (Manuel Rebocho)

"(...) tomei contacto com o vosso/nosso blogue, através do então Furriel Miliciano José Casimiro Carvalho, da CCAV 8350 (a que abandonou Guileje, em 22 de Maio de 1973), o grande herói de Gadamael Porto, que, não obstante isso, também não faz parte da história oficial da Guerra da Guiné"(...).

28 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P919: Vamos trasladar os restos mortais dos nossos camaradas, enterrados em Guidage, em Maio de 1973 (Manuel Rebocho)

21 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1099: O cemitério militar de Guidaje (Manuel Rebocho, paraquedista)

4 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1150: Carta a Pedro Lauret: A actuação do NRP Orion na evacuação das NT e da população de Guileje, em 1973 (Manuel Rebocho)

5 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1151: Resposta ao Manuel Rebocho: O papel do Orion na batalha de Guileje/Gadamael (Pedro Lauret)

17 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1187: Guidaje: soldado paraquedista Lourenço... deixado para trás (Manuel Rebocho).

22 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1453: Ninguém fica para trás: uma nobre missão do nosso camarada ex-paraquedista Manuel Rebocho

(3) Vd. poste de 24 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2478: Guileje: Simpósio Internacional (1 a 7 de Março de 2008) (9): Inimigos de ontem, amigos de hoje

(4) O Victor Tavares, que pertenceu à CCP 121 / BCP 12, camarada do mesmo batalhão e da mesma arma do Manuel Rebocho (CCP 123 / BCP 12) , já referiu o mesmo episódio, mas as datas não batem certo. Ele diz que quem capturou o Malan Camará foi a sua unidade, a CCP 121, em 22 de Dezembro de 1972. Será o mesmo Malan Camará ? Trata-se de um nome vulgar, mas também já é muita coincidência...

(...) 22 de Dezembro de 1972: captura do comandante do bigrupo de Malan Camará

Dia 22 de dezembro, o primeiro bigrupo da CCP 121 parte para mais um patrulhamento desta vez com destino as Caxambas Balantas, depois de andadas algumas horas atravessando matas, bolanhas e rios alguns de difícil passagem derivado ao imenso lamaçal e arvoredo rasteiro ou Tarrafo aonde nos enterrávamos até à cintura e por vezes mais a cima, tendo que ser ajudados pelos camaradas que mais rapidamente chegavam a margem segura.

(...) Referenciámos três pessoas desarmadas que seguiram o seu destino. Aqui montámos uma emboscada. Passados cerca de 10 minutos aparece uma mulher com uma criança as costas também no mesmo sentido. Poucos minutos passaram e aparecem pela mesma picada mas no sentido inverso 4 Guerrilheiros armados. Quando estes se aproximavam dos nossos homens da frente , estes abriram fogo abatendo de imediato 2 guerrilheiros ferindo os outros dois, tendo um deles conseguido fugir. Capturámos o outro, sendo ele o comandante de bigrupo de Simbeli, Malan Camará. (...)


Vd. poste de 15 de Agosto de 2007 > Guiné 63/74 - P2051: Os pára-quedistas no mítico Cantanhez: Operação Tigre Poderoso (II parte) (Victor Tavares, CCP 121 / BCP 12)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2439: Guiledje: Simpósio Internacional (1 a 7 de Março de 2008) (8): Informações úteis (Pepito)


1. Mensagem que acabo de receber do Pepito, em nome da organização, com pedido urgente de divulgação:


SIMPÓSIO > DIA A DIA > Informações úteis




(i) VISTO DE ENTRADA NA GUINÉ-BISSAU


A organização do Simpósio pretende, através da Direcção Geral de Cooperação do Ministério dos Negócios Estrangeiros, facilitar a obtenção do visto de entrada em Bissau, pelo que solicita a todos os oradores, convidados e participantes no Simpósio, para que até às 13h00 do dia 17 de Janeiro, façam chegar à organização (ad@orange-bissau.com):

- Nome
- Número de passaporte
- Nacionalidade.



Em tempo útil a organização informará das disposições que cada um deverá tomar para ter acesso a esse visto.


(ii) ALOJAMENTO E ALIMENTAÇÃO


A todos os oradores e convidados a organização do Simpósio irá assegurar o alojamento em quartos individuais, alimentação e transporte em Bissau e em Guiledje.

Para os restantes participantes a organização irá assegurar o transporte de Bissau para Guiledje, o alojamento e alimentação em Iemberém [, sede de delegação da AD - Acção para o Desenvolvimento, no Cantanhez] , pedindo desde já, a maior benevolência a todos, para que compreendam e aceitem as condições de alojamento durante os 2 dias em que permanecerem na zona de Cantanhez.

Consideramos ser um dever nosso receber todos os amigos, sem exclusão, que um dia estiveram em Guiledje e que desse tempo guardam uma recordação da sua juventude e que agora regressam de avião e carro.


(iii) CARTÃO DE ACESSO AO SIMPÓSIO


Todos os oradores, convidados e participantes no Simpósio disporão de um crachá que lhes dará acesso a todas as organizações e sessões do Simpósio.

Para isso cada um deverá enviar para a organização ((ad@orange-bissau.com) os seguintes elementos:

- Nome
- Funções que ocupa actualmente,
- Foto tipo passe
- indicação da data de chegada e partida


para que seja produzido o cartão, o qual lhe será entregue logo à chegada a Bissau.

Para todos os que foram militares em Guiledje, agradecemos que nos informem do nome da Companhia e do ano de estada.


(iv) PARTICIPANTES INSCRITOS NO SIMPÓSIO


Até este momento está confirmada a vinda dos seguintes participantes que se deslocam do exterior da Guiné-Bissau:


Adelino Handem (Guiné-Bissau)

Agnelo Dantas (Cabo Verde)

Alexandre Coutinho e Lima (Portugal)

Alfredo Caldeira (Portugal)

Álvaro Manuel Oliveira Basto (Portugal)

António Jorge Neto Pimentel (Portugal)

António M. Almeida e Silva (Portugal)

Armando Gonçalo Silva Oliveira (Portugal)

Armindo Ferreira Pereira (Portugal)

Carlos José Pereira da Silva (Portugal)

Carlos Matos Gomes (Portugal)

Catarina Santos (Portugal)

Delfim Joaquim Marques Santos (Portugal)

Diana Andringa (Portugal)

Diana Lima Handem (Guiné-Bissau)

Eduardo Costa Dias (Portugal)

Fátima Proença (Portugal)

Francisco Allen (Portugal)

Francisco J. F. Silva (Portugal)

Iva Cabral (Guiné-Bissau)

João Alfredo Teixeira da Rocha (Portugal)

Jorge Neto (Portugal)

José António Carioca (Portugal)

José Estêvão Ferreira Pires (Portugal)

Josep Sánchez Cervelló (Espanha)

José Teixeira (Portugal)

José Rocha (Portugal)

Julião Soares (Guiné-Bissau)

Júlio Balde (Guiné-Bissau)

Júlio de Carvalho (Cabo Verde)

Leopoldo Amado (Guiné-Bissau)

Luís Graça (Portugal)

Luís Moita (Portugal)

Luís Torgal (Portugal)

Manuel Amante da Rosa (Cabo Verde)

Maria Alice Ferreira Carneiro (Portugal)

Nuno Rubim (Portugal)

Óscar Oramas (Cuba)

Patrick Chabal (Inglaterra)

Paulo Santiago (Portugal)

Pedro Lauret (Portugal)

Silvério Ribeiro Lobo (Portugal)

Ulisses Estrela (Cuba)

Victor Ramos (Portugal)

sábado, 12 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2433: Em busca de ... (16): Pessoal da CCAÇ 4946/73, madeirense + Arsénio Puim, ex-capelão, açoriano, BART 2917 (Luís Candeias)

1. Mensagem do Luís Candeias (1):

Boa Noite, Luis Graça:

(i) Obrigado pela divulgação da(s) minha(s) pergunta(s). Recebi logo 2 e-mails com informações sobre o Coronel Morna (D. Conceição, do Funchal) e sobre a Guiné e o Controle Aéreo (Henrique - Algarve). Essa informação sobre a CCAÇ 4946/73 fez soar alguns alarmes no meu album de memórias. Acho que era isso mesmo.

Vamos ver se tenho a sorte de aparecer alguém. Os graduados eram todos do Continente e os soldados eram madeirenses. Esses ainda os vi no processo de desmobilização antes de partir para Ponta Delgada.

(ii) Quanto ao Arsénio Puim prometo que vou apertar com ele. O Arsénio é uma pessoa muito querida e respeitada aqui na nossa comunidade açoriana, principalmente entre os seus conterrâneos, os Marienses.

Ele foi meu professor de História no Liceu e sempre um bom amigo. Foi enfermeiro aqui no Hospital, em Santa Maria, casou com a Leonor, também
enfermeira, e acabou mudando a sua residência para Vila Franca do Campo, na vizinha Ilha de S.Miguel, terra de origem da Leonor. Tem 2 filhos já crescidotes, o Pedro e o Miguel, estudantes Universitários.

É hoje um Enfermeiro reformado e um Mariense muito empenhado na Cultura e História marienses, e sua divulgação, com intervenção permanente no jornal
O Baluarte de Santa Maria.

A sua lucidez, sensatez , serenidade e saber são características que sempre
admirei. Ele não gosta de luzes da ribalta, mas também concordo que o que falta da história da detenção e expulsão que sofreu são peças fundamentais de uma história que tem que ser continuada,completada e divulgada. Não duvido que ele compreende isso e que irá colaborar convosco.

Um grande abraço

Luis Candeias

2. Comentário do editor, L.G.:

Luís: Não esqueço a tua promessa de nos trazeres, até aqui, ao blogue, o nosso querido amigo Puim... Em troca desse favor e em reconhecimento do teu interesse e amor pela 'nossa Guiné' (aonde poderias ter ido parar, como nós...), ficas com a porta aberta, escancarada, da nossa Tabanca Grande... Se quiseres fazer parte deste grupo (que se recusa a ser tratado como um bando de saudosistas, de veteranos, de cotas, de velhos, etc.), manda-nos uma chata tua, actual, para pôr na fotogaleria... Se tiveres uma da tropa, também podes mandar...

O tratamento aqui é o tu-cá tu-lá... Como tu poderias ter sido nosso camarada da Guiné, não tens quaisquer privilégios em termos de tratamento. Recebe um abraço (Alfa Bravo) doutro Luís que conhece e ama a tua terra (Açores), mas não conhece a tua ilha (Santa Maria)... Um chicoração para o Puim.

PS 1 - Passei férias na Terceira (onde tenho amigos), São Miguel, Faial e Pico, o percurso turístico mais fácil...

PS2 - Tive há tempos notícias de alguém que me disse que o Puim já havia pedido a um dos filhos, aqui em Lisboa, para nos contactar... Acho que o Puim chegou a pensar vir ao último convívio, em 2007, em Setúbal, do pessoal do BART 2917... Terá decidido não aparecer, à última hora, por razões (talvez ainda dolorosas, para ele) que não quis dizer...

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Nota de L.G.:

(1) Vd. poste de 8 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2421: Em busca de... (15): Pessoal da companhia madeirense que esteve em Jemberem (1973/74) (Luís Candeia, amigo do Arsénio Puim)