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terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Guiné 61/74 - P19491: A Galeria dos Meus Heróis (22): O "Duque de Palmela" ou o pão que o diabo amassou - II (e última) Parte (Luís Graça)


Guiné > Região do Óio > Porto Gole > Fvereiro de 1967 >  A despedida: em segundo plano, o  gen Arnaldo Schulz ao lado do piloto do helicópetrio;  no banco de trás, duas caixas de cerveja, Sagres e Cristal; em primeiro plano, à esquerda, um cabo especialista da FAP e, à direita, o fur mil Viegas, do Pel Caç Nat 54,  com camuflado paraquedista trocado com um camarada numa operação no Morés em outubro de 1966.


Foto (e legenda) : © José António Viegas (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Luís Graça, ex-fur mil, CCAÇ 12, Contuboel, junho de 1969

A galeria dos meus heróis > O “Duque de Palmela” ou o pão que o diabo amassou- II (e última parte)

por Luís Graça 



(Continuação)


12. O “Duque de Palmela” não se deu mal com a “nova vida”, a de padeiro (*)... Deixou de fazer colunas, operações e serviço de guarda, etc.,  mas tinha que trabalhar de noite para ter pão fresco todas as manhãs… 

E a verdade é que a malta se habituou ao pão fresco todas as manhãs. E isso também ajudou a levantar o moral da tropa. O casqueiro era um parte importante da ração a que cada homem tinha direito. Cabia nos 24 escudos e 50 centavos que eram atribuídos a cada militar, do soldado básico ao general, para efeitos de alimentação. Quem era arranchado, recebia em géneros, quem era desarranchado recebia em espécie, sendo no caso dos africanos, muçulmanos ou animistas, que não comiam a comida dos brancos, um importante complemento do salário: dava para comprar um saco de arroz de 100 kg.

− Comia-se mal e porcamente. Faltavam as batatas. E os frescos só os havia quando, uma vez por outra, vinha uma avioneta de Bissau. Massa com cavala era o prato do dia. O vinho era pouco e 'batizado'. Que não faltasse, ao menos, o pão nosso de cada dia…

O Zé Soldado era pãozeiro, como qualquer bom português de origem rural. O padeiro, por sua vez, em conjunto com o vagomestre, responsável pelos géneros,  tinha que saber gerir muito bem o “stock” de farinha (e fermento…), sobretudo no tempo das chuvas em que as picadas no sul da Guiné se tornavam autênticos rios. O  abastecimento era então irregular e incerto.


Na realidade, ficavam isolados muitos aquartelamentos, destacamentos e tabancas. As colunas tornavam-se um pesadelo, às vezes chegava-se a andar um quilómetro por hora (!) e praticamente não se fazia mais nada do que tentar assegurar, a todo o custo, no final do tempo seco e no início do tempo das chuvas, a autossuficiência da tropa em matéria de abastecimentos (munições, comes & bebes, outros géneros de primeira necessidade, etc.). 

A farinha e a cerveja era dois géneros alimentares de “primeiríssima necessidade”… Ainda bem que a atividade operacional ficava mais reduzida, sobretudo de julho a setembro, meses de maior pluviosidiade, tanto para as NT como para o PAIGC.

O nosso homem tinha, nesse aspeto, um bom entendimento com o vagomestre e com o capitão. E nunca houve, até ao primeiro ano, falta de farinha para fazer o pão.

− No novo 'posto', eu tinha durante o dia tempo e vagar para ir passear à tabanca, fazer a 'psico',  e, ao lusco-fusco, ir caçar galinhas do mato e lebres, na orla da bolanha. Arranjei uma espingarda de caça e ganhei um vício que não tinha…


− A caça ?!...

− Sim, a caça... Dava para fazer o gosto ao dedo e sempre se arranjava carne para o petisco. Matei a malvada a muita gente, incluindo alferes e furriéis… Uma vez por outra convidava o capitão, mas ele nunca aceitava… Acho que não se queria misturar com os subordinados, o que eu hoje entendo... Por outro lado, ele não gostava nada que eu saísse fora do arame farpado, mas lá ia fechando os olhos… E eu também não era mau cozinheiro, diga-se em abono da verdade… Uma vez por outro fazia-lhe uns miminhos, como um cabritinho assado.



13. A coroa de glória do “Duque de Palmela” foi quando a companhia, a dois grupos de combate, ficou com as calças na mão, mum medonho ataque a um dos seus destacamentos, lá para os lados de Aldeia Formosa, já na segunda parte da comissão, em inícios de 1967, em  plena época das chuvas.

− Os gajos atacaram-nos,  às tantas da noite, e usaram metralhadoras pesadas 12.7, com balas incendiárias. Acordei sobressaltado. Em pouco tempo, a tabanca, fula, com as palhotas muito juntas umas às outras, foi pasto das chamas. Nunca tinha visto um incêndio como aquele, a não ser quando se deitava fogo ao capim, no tempo seco. Valeram-nos as valas onde o pessoal se entrincheirou e resistiu até de madrugada. Eu, mais o capitão que teve o azar de lá estar nessa semana, agarrámo-nos com unhas e dentes ao morteiro 81. A companhia tinha apenas uma secção de morteiros. E dessa vez estava colocada, em reforço, noutro destacamento, não muito longe do nosso. Mas tínhamos, aqui, um morteiro 81. Foi o que nos valeu.  Apoio de artilharia não havia.

O nosso padeiro conta que ia ficando com as mãos queimadas se não fora as luvas que apareceram no espaldão, "por milagre".

− Granadas não faltavam, graças a Deus. E foi a nossa sorte. Os gajos retiraram com mortos e feridos, a avaliar pelos rastos de sangue que deixaram nos abrigos individuais junto ao arame farpado. Por minha conta, devo ter mandado alguns para o inferno. Em contrapartida, tivemos dois mortos e vários feridos graves. Só por milagre, é que a população se safou. Só houve alguns feridos ligeiros.  Mas a tabanca ficou praticamente calcinada. E com ela perdemos também os nossos haveres e os improvisados abrigos onde tínhamos os géneros alimentícios, bem como as outras palhotas que tinham sido cedidas à tropa. Ficámos só com a roupa que trazíamos no pêlo.


A descrição não poderia ser mais pormenorizada:

− A tabanca estava sobrelotada. Era pressuposto ficarmos ali temporariamente em reforço do sistema de autodefesa.  Havia suspeitas, fundadas, de colaboração com o inimigo, por parte de alguns elementos da população, e que por isso estavam de debaixo de olho do comandante do pelotão de milícias e do régulo.

− Mas os fulas eram leais à nossa tropa…

− Nem todos, junto à fronteira, eram mais permeáveis à propaganda e às ameaças do PAIGC – respondeu-me o M. Santos.

− Quer então dizer que, dessa vez, vocês ficaram de tanga…

− Ficámos de calcões e chanatas. Só com a G3 na mão, e as cartucheiras à cintura… Alguns ficaram só em cuecas!... A minha mala ardeu. Houve malta que perdeu tudo, tinham trazido os parcos pertences com eles, convencidos que iam passar ali umas ricas e merecidas férias… O tanas!... O mais grave é que ficámos sem comes e bebes, incluindo as rações de combate. Lá se aproveitou uma ou outra maldita lata de cavalas ou de conservas de pêssego da África do Sul… Claro que a população também pilhou o que não ardeu... Nestas situações, os seres humanos são todos iguais, sejam brancos ou pretos: há sempre uns tantos que tiram partido da desgraça dos outros...


De Bissau vieram, de helicóptero, trazer alguns reabastecimentos mais urgentes: caixas de munições, por exemplo. A coluna de Nova Lamego [, ou de Aldeia Formosa ?] só chegou ao fim do segundo dia. E traziam alguns sacos de farinha. Mas como fazer pão se até o pequeno forno do destacamento, em adobe, também tinha sido destruído?

− Com bidões cortados ao meio, na vertical, improvisei um forno e fiz o milagre dos pães, para meia centena de homens esfomeados… Tive um louvor do Schulz, e outro do comandante do batalhão, sob proposta do meu capitão. Mandei ampliar e emoldurar o louvor do general Schulz. Está no escritório. Ou estava, agora já passei a pasta ao meu filho mais velho. Reformei-me da Panificadora.


13. A padaria a que o “Duque de Palmela" se refere, foi a que ele criou, depois do seu regresso da Guiné em finais de 1967, e que ajudou a crescer, nos últimos 50 anos, "com mais algumas dezenas de colaboradores".


Com a construção e a inauguração da Ponte Salazar, unindo finalmente as duas margens do Tejo, entre Lisboa e Almada, o distrito de Setúbal conheceu um enorme surto de desenvolvimento, em termos urbanísticos, industriais, económicos e demográficos. 
Com algum dinheiro que poupou em África e um pequeno empréstimo bancário e mais uma ajuda de um dos irmãos que fora 'a salto' para França, fugindo à tropa, e que agora estava lá bem, perto de Paris, o “Duque de Palmela" comprou a quota de um seu antigo patrão, que se reformara, e que fazia parte de uma cooperativa de panificação num dos concelhos vizinhos. Essa Panificadora deu muitas voltas, depois do 25 de Abril, passou a sociedade anónima, até que o M. Santos se tornou o acionista principal, com o filho e com o irmão que estava em França.

Hoje é uma empresa de referência, no seu ramo, faturando cerca de 6 milhões de euros, e tendo uma razoável rede de clientes, incluindo superfícies comerciais, em todo o distrito de Setúbal. O “Duque de Palmela”, outrora o “pé descalço”, o 1º cabo que queria "ser mercenário e ir para o Vietname", tem hoje motivo de orgulho no legado que deixa aos filhos e netos.

− É sobretudo um exemplo de vida, tenho pena que o meu velhote já não esteja cá, há muito, para ainda poder ver a obra do filho.


Enxuga uma lágrima furtiva… Pediu-me uns minutos para ir a casa, uma bela vivenda ali ao lado das instalações fabris da Panificadora, para ir buscar uma foto que tinha com o general Schulz e mostrar-me o louvor, emoldurado.

− Não conheci o Spínola, o meu comandante foi o Schulz. Só tenho a dizer bem dele. Visitou-nos por duas vezes. Esta é a foto dele comigo, eu a enfornar o pão. E chegou a levar do meu pão para o palácio do Governador, em Bissau. Em troca deixou-me uma caixa de cerveja “para os padeiros”...

Infelizmente, o “Duque de Palmela” tinha enviuvado há dois ou três anos e lamentava não poder partilhar, com a “duquesa” (como ele, carinhosamente, tratava a sua alentejana de Santiago do Cacém), a alegria que fora a “transferência de poderes” para o filho, seu sucessor, e agora o maior acionista da Panificadora e seu administrador.

− Afinal, é a ela que eu devo tudo ou quase tudo. A ela e ao meu capitão. Foi, na Guiné, um pai para mim. Fiquei-lhe grato para o resto da vida. Vim a descobrir, entretanto,  que trabalhava nas Alfândegas de Lisboa, há uns dez anos atrás, quando ele se reformou. Nessa altura, fiz-lhe uma grande homenagem. Fizemos aqui o convívio anual da companhia. Foi memorável. Faltaram muitos mas mesmo assim consegui juntar uns sessenta camaradas. Com as mulheres, filhos e netos, éramos quase um centena de convivas. Fiz questão de ser eu a oferecer o almoço. Arranjei uma empresa de “catering” e o borreguinho assado foi feito cá nos fornos da Panificadora. Por coincidência, comemorávamos também nesse ano os 40 anos do regresso da Guiné.


E acrescenta, com alguma euforia:

− Foi um dia de alegria, um dos maiores da minha vida. Esse convívio ficou na memória da malta toda. E quem não veio, ficou com pena… Infelizmente, o capitão morreria uns tempos depois, ainda a minha mulher era viva.


Falando do seu sucesso empresarial, disse-me em tom de confidência:

− Tive sorte nos negócios, não vou dizer que não. Mas fui sempre um homem decidido e determinado. Tinha pouco a perder e tudo a ganhar. Se fosse alferes ou furriel, com estudos, teria arranjado um reles emprego,  num banco ou num escritório, aqui ou em Setúbal. Hoje sou patrão, ajudei a criar cinquenta postos de trabalho, são outras tantas famílias que dependem do bom andamento da empresa. Não tenho luxos, tirando a caça, continuo a ser um gajo simples… O que é quer que lhe diga mais, camarada ?!... Ponha aí que sei dar valor ao dinheiro e ao trabalho, e sou amigo do meu amigo.


Curiosamente, eu conhecera este homem, não na Guiné, mas por ocasião de um estudo europeu sobre condições de trabalho, saúde e absentismo, nos anos 90. A Panificadora tinha então ganho um prémio de segurança, e poderia ser um potencial estudo de caso de “boas práticas”… Conheci o pai e o filho através do médico do trabalho que tinha uma avença com a empresa e que fora meu aluno. Conversa puxa conversa, acabei por saber que ele tinha estado na Guiné, antes de mim, mas não longe dos sítios por onde passei e penei…

Já nessa altura eu gostava de dizer que o mundo é pequeno e que um dia voltaria a tropeçar na guerra da Guiné. Também eu, como muita gente, precisava de exorcizar os fantasmas do passado.

− Chegou a hora do repouso do guerreiro, camarada! – disse-lhe eu, da última vez que estive com ele, já depois de enviuvar.

− Esse é um dos problemas da malta da nossa geração… Muitos nunca fizeram férias, passaram a vida a trabalhar e a poupar, não gozaram a vida… Falo por mim… Como saber que estamos a chegar ao fim da picada ? Ainda gostava de lá ir, à Guiné, mas não sei se tenho força nas canetas…

− Mas já agora diga-me porquê e para quê voltar à Guiné?!... Se a pergunta, claro, não o ofender… – pedi-lhe eu. (Continuávamos a tratar-nos por camaradas, mas não por tu, ao fim destes anos todos, cerca de vinte e tal…).

Pesou a pergunta antes de responder:

− Porquê ?... O criminoso gosta sempre de voltar ao local do crime – respondeu-me com  um misto de bonomia e malícia. 


− E para quê, já agora ? – voltei a insistir.

− Olhe, sempre ouvi falar do Saltinho e dos rápidos do Corubal, até se dizia que era a parte mais bonita da Guiné… Andei por lá perto, mas nunca lá fui, nunca vi sequer o rio Corubal. Era um dos sítios da Guiné que gostava de visitar… E, depois, se conseguir fazer alguma coisa por aquela gente, tanto melhor.


Demos um grande abraço de despedida… e eu prometi a mim mesmo  escrever a história de vida deste homem… Porque não pô-lo também na Galeria dos Meus Heróis ?!  


Sei que voltou o ano passado à Guiné-Bissau e ainda encontrou gente do seu tempo, nas tabancas que ele conhecia… Mandou construir , do seu bolso, uma escola na antiga tabanca onde estivera destacado, e que ardera em 1967. Julgo que fez as pazes com o passado, tal como eu.

Faltou-me na altura, por lapso ou talvez por pudor, perguntar-lhe a origem da alcunha “Duque de Palmela”… Não tive lata ou faltou-me o tempo, se bem que ele nunca tivesse rejeitado, bem pelo contrário, a alcunha que lhe puseram na tropa e na guerra. Estendia a mão, muitas vezes, aos amigos dos seus amigos, quando se apresentava,  dizendo com graça: 'O Duque de Palmela, para o servir!'... Inclusive tratava a esposa por “duquesa… de Santiago do Cacém”. Tinha sentido de humor.


Um antigo camarada, furriel, da sua companhia, explicou-me, ao telefone, a origem da alcunha:

− Em Santa Margarida, no IAO, já toda a gente o tratava por “Palmela”… Acho que não havia mais ninguém daquelas bandas… Ao que parece, no barco, quando fomos para a Guiné, é que apareceu o “Duque”… Ele gostava de jogar às cartas, para passar o tempo, como boa parte dos militares embarcados. Mas não tinha sorte ao jogo… ‘Só me saem duques’, queixava-se sempre que perdia… Afinal, foi um camarada com azar ao jogo e sorte aos amores e aos negócios, pelo que eu sei e pelo que me contas… Quando chegou a Bissau, já toda a malta o tratava por “Duque de Palmela”… E acho que é também uma justa homenagem, visto o filme ao contrário, da frente para trás…


− É uma figura ilustre da nossa história, o 1º Duque de Palmela, político, militar e diplomata, um patriota do tempo do liberalismo − acrescentei eu. − Não nasceu em Palmela, mas para o caso pouco importa. No tempo da nossa monarquia constitucional davam-se títulos nobiliárquicos honoríficos por razões nem sempre nobres...  aos amigos e correligionários. Homenageavam-se homens e terras.  Dizia o povo, com sarcasmo: "Foge, cão, que te fazem barão!... Mas para onde se me fazem visconde?!"... 


Aqui para o leitor, que ninguém nos ouve: não me admirava nada que no próximo 10 de Junho a gente ainda vá a tempo de ver, na televisão, o nosso ex- camarada M. Santos a receber a comenda de mérito industrial... Não seria nada de mais justo, ver o nosso padeiro chegar a comendador depois de ter comido o pão que o diabo amassou.  

Afinal, mudam-se os tempos, mudam-se  as honrarias e as mercês...

© Luís Graça (2019). Todos os direitos reservados.

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quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Guiné 61/74 - P17926: (D)o outro lado do combate (15): continuação da odisseia do Rodrigo Rendeiro que acabou por regressar a Bissau, com um salvo-conduto do consulado da Suíça em Dacar, que o levou até à Gâmbia...


Papel timbrado do PAIGC, com sede em Bissau, Guiné "Portuguesa", secretariado geral, delegação no Senegal, B.P. 2319 - Dakar.


I. Afinal havia ou há, no Arquivo Amílcar Cabral, mais duas referências ao Rendeiro, de  seu nome completo, Rodrigo José Fernandes Rendeiro,  o comerciante que alguns de nós conhecemos em Bambadinca (e com quem incluive convivemos, algumas vezes, entre 1969 e 1971). 

Eis o comentário que o Jorge Araújo, [, vd. fóto à direita], nosso colaborador permanente, ex-fur mil op esp, CART 3494 (Xime, Enxalé e Mansambo, 1972/74), colocou no poste P17920 (*),


Certamente que me cruzei com o Rendeiro, em Bambadinca, entre 1972 e 1974, mas nunca privei com ele.


Quanto ao solicitado pelo Luís, aqui vai o que consegui apurar nos «Arquivos», citando o seu conteúdo e referindo as respectivas fontes.

1. Em texto assinado por Pedro Pires, dactilografado em impresso timbrado do PAIGC, datado de Outubro de 1963, refere-se o seguinte: 

“Timóteo e Rendeiro – De facto foram à Gambia. O Rendeiro deve ter seguido para Bissau. O Timóteo voltou a Dakar. Tentou entrar, às escondidas, no lar por duas vezes. Penso que ele continua em Dakar. Estou à procura de uma pequena informação que falta para ir à “Sureté” [Segurança].

Eles devem ter tido contactos com os elementos da URGP [Union des Ressortissants de la Guinée Portugaise ou UNGP – União dos Nativos da Guiné Portuguesa]. Penso isso pelos panfletos que têm saído ultimamente.

Soube que o Timóteo disse à prima que não saiu de livre vontade. Que foi obrigado a sair”.

Fonte: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_36579


2. No relatório manuscrito e 
 assinado por Pedro Pires, datado de 26 de outubro de 1963, é referido o seguinte:  

“Timóteo e Rendeiro – tudo o que aconteceu foi devido a informações incompletas vindas do interior.

Depois de algumas averiguações soube que tiveram contacto com 4 cabo-verdianos que trabalham pela [para a] PIDE e que estes foram ao Consulado da Suíça e conseguiram salvo-condutos para os dois e pagaram-lhes as passagens para a Gâmbia. Tenho o nome dos cabo-verdianos e do local onde se reuniam”. 

Fonte: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_41413

 II. Comentário de LG:

No mesmo relatório, do Pedro Pires, de 26 de outubro de 1963, há um  ponto interessante que merece também ser reproduzido, porque vem esclarecer qual o verdadeiro estatuto que o PAIGC queria dar a pessoas como o Rodrigo Rendeiro: o de "refugiados políticos", civis, distinto da figura do "desertor", militar (!)... Diga-se, "en passant", que a expetativa do Pedro Pires, de ter muitos desertores portugueses, saiu gorada,,,































Transcrição, revisão e fixação de texto (LG):

"2. Refugiados portugueses - O problema dos refugiados portugueses deve ser estudado com as autoridades senegalesas. Se continuar como está, será muito maçador para o Lourenço [Gomes], além do tempo que tem de estar fora do seu posto, [o] que é muito prejudicial para nós.

Parece-me que há grandes possibilidades de deserção de soldados portugueses para o Senegal,  mas teremos possibilidades materiais de os manter no Senegal ? Não seria bom ver o que pensa[m], nesse sentido, as autoridades senegalesas ? 

Não seria possível manter os desertores no mato, criando uma base só para esse fim ?

Quanto aos desertores, espero que me digam o que devo fazer com eles.  Será necessário façam uma declaração para ser distribuída no interior ? Ou uma declaração para ser distribuída à presse [imprensa] ? Enfim, mandem-me  instruções.

Quanto aos desertores, tratam-se do alferes miliciano Fernando Vaz e do sargento miliciano  Fernando Fontes.

Disseram-me  que só na 4ª feira, poderão continuar a ouvir os desertores e o Lourenço" (...)


Quanto ao nosso Rendeiro, ele parece não ter voltado para Porto Gole... Pelo menos em 1966, já não estava lá, a avaliar pelo comentário do nosso camarada José  António Viegas (ex-fur mil, Pel Caç Nat 54, Porto Gole e Ilha das Galinhas, 1966/68):

"Em Porto Gole nos anos em que lá estive, entre 1966/68,  havia a Casa Gouveia em que estava à frente um cabo.verdiano que se chamava Albertino que vivia com a mãe. Em frente havia outra casa comercial de um tal João, que me parece que era de Braga, esse sim jogava com o pau de dois bicos. Ainda cheguei a ter discussões com ele na altura da compra do arroz, que ele pagava o preço do arroz limpo pelo mesmo preço do arroz com casca, além da pesagem que era sempre a enganar.

"Se bem que raramente via pagamento em dinheiro,  era a troca por folha de tabaco e outros géneros que os Balantas necessitavam . Depois de sair de lá,  acho que a tropa o prendeu,  não voltei a ter mais informação. " (*)


Ainda estou por descobrir quando é que ele se fixou em Bambadinca... (Em 1963, não me parece que tivesse casa ou loja em Bambadinca, a avaliar pelas memórias do nosso camarada Alberto Nascimento) (**). De qualquer modo, o Rendeiro foi à luta e teve que reconstruir a sua vida. Como muitos outros comerciantes e colonos (metropolitanos, cabo-verdianos, sírio-libaneses...) de quem pouco ou nada a História fala... Temos a obrigação também de lhes dar "voz"...

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sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Guiné 61/74 - P17720: (De) Caras (94): Luís Vassalo Rosa e Sousa Dias Figueiredo, ex-comandante da CART 1661 (Fá, Enxalé, Porto Gole, 1967/68), juntos pela primeira vez, 2010, em São Pedro de Moel (José António Viegas, ex-fur mil, Pel Caç Nat 54, Porto Gole e Ilha das Galinhas, 1966/68)


Foto nº 1 > São Pedro de Moel > 2010> Convívio da CART 1661 e Pel Caç Nat 54 > O ex- cap mil Luís Vassalo Rosa, hoje arquiteto e urbanista (*)


Foto nº 2 >   São Pedro de Moel > 2010 > Convívio da CART 1661 e Pel Caç Nat 54 > O capitão Rosa ao centro; à esquerda o Abel Rei; e à direita, um alferes da CART 1661, de que não me lembro o nome


Foto nº 3 > São Pedro de Moel > 2010 > Convívio da CART 1661 e Pel Caç Nat 54 > O corte do bolo...


Foto nº 4 > São Pedro de Moel > 2010 > Convívio da CART 1661 e Pel Caç Nat 54 > Da direita para a esquerda, o ex-capitão Luís Vassalo Rosa e o ex-capitão Dias Sousa Figueiredo, que  substituiu o primeiro no comando da companhia,

Fotos (e legendas): © José António Viegas (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de 28  de agosto último, enviada pelo José António Viegas, ex-fur mil, Pel Caç Nat 54 (Enxalé e Ilha das Galinhas, 1966/68), em resposta ao pedido formulado no poste P17693 (*):

Caro Mário (*)

Capa do livro do Abel Rei ,
edição de autor, 2002 (***)
Quando o Capitão [Luís Vassalo]  Rosa chegou ao Enxalé,  já me encontrava com o meu Pel Caç Nat 54 em Porto Gole. Pouco contacto tive com ele,  se não estou em erro ainda fiz uma operação e fomos a Bissá com ele e  a sua CART 1661.

Depois disso soube que adoeceu e foi substituído pelo o Capitão [Sousa Dias] Figueiredo.

Voltámos a encontrar-nos em 2010, num almoço da companhia e do Pel Caç Nat 54 em S. Pedro de Moel, em que se conseguiu juntar os dois capitães que nunca se tinham encontrado.

Ai vão algumas fotos do encontro [, reproduzidas acima].

 O Abel Rei que até já publicou um livro  ("Entre o paraíso e o inferno: de fá a Bissá")  será a pessoa indicada para falar do Cap Rosa

(***) Refereência completa:  Abel de Jesus Carreira Rei – "Entre o Paraíso e o Inferno: De Fá a Bissá: Memórias da Guiné, 1967/1968". Prefácio do Ten Gen Júlio Faria de Oliveira. Edição de autor. 2002. 171 pp. (Execução gráfica: Tipografia Lousanense, Lousã. 2002)

domingo, 27 de agosto de 2017

Guiné 61/74 - P17704: (De)Caras (91): Abna Na Onça, cap 2ª linha, comandante de uma companhia de polícia administrativa, regedor do posto do Enxalé, prémio "Governador da Guiné" (1966), morto em combate em Bissá, em 14/4/1967, agraciado a título póstumo com a Cruz de Guerra de 1ª Classe (José António Viegas, ex-fur mil, Pel Caç Nat 54, Enxalé e Ilha das Galinhas, 1966/68)


Foto nº 1 A


Foto nº 1


Foto nº 2

Guiné > Região do Oio > Porto Gole ou Enxalé > c. abril de 1967 > Abna Na Onça dias antes de ser morto em Bissá (em 14/4/1967) (foto nº 1) mais uma das suas esposas e filho (foto nº 2).

Fotos (e legendas): © José António Viegas (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem de 23 do corrente, enviada pelo José António Viegas, ex-fur mil, Pel Caç Nat 54 (Enxalé e Ilha das Galinhas, 1966/68), em resposta ao pedido formulado no poste P17693 (*):

 Caro João Crisóstomo

Ai vai uma foto do capitão de 2ª linha Abna na Onça, tirada poucos dias antes de ele morrer em Bissá, esse homem valente com quem o meu Pel Caç Nat 54 saiu várias vezes,  com ele e a sua polícia administrativa .

Na primeira  levada para se implantar o aquartelamento em Bissá, foi o Capitão Abna na Onça com os seus homens mais um pelotão da Cart 1661, ao 2º. ou 3º. dia,  já não me recordo,  foram atacados em força com canhão sem recuo e morteiro 82 , tendo o cap Abna na Onça sido atingido com estilhaço de granada de canhão sem recuo no peito, enquanto teve forças comandou os seus homens até ao fim. Houve dificuldade de comunicações e só quando chegaram mensageiros de Bissá se soube da tragédia.

Foram depois retirados os mortos e os feridos para Porto Gole a aguardar por ordem,  o que foram 2 dias terriveis com o cheiro, tendo eu gasto pacotes de detergente para tentar amainar o cheiro. Ao segundo dia vieram ordens para enterrar os policias administrativos, o que o fiz junto ao monumento e o cap Abna na Onça viria uma LDP buscá-lo.

Vim a saber depois pelo cabo manobra dessa lancha que a viagem de Porto Gole a Bissau,  foi horrível com o cheiro, tendo os marinheiros vomitado todo o caminho.

A segunda foto é uma das mulheres dele com o filho.

Foi substituído no comando da Policia Administrativa pelo seu irmão Sagna Na Onça.

Um abraço

Zé Viegas

PS - O malogrado cap Abna Na Onça, morto em combate, em Bissá (e não Biná...), em 14 de abril de  1967, capitão de 2.ª linha, comandante de uma Companhia de Polícia Administrativa e regedor do posto de Enxalé, foi agraciado a título póstumo com a Cruz de Guerra de 1ª Classe, conforme .publicado na OE24/IIIª/67. Tinha sido "Prémio Governador da Guiné", e visitado a metrópole em 1966. (**)

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quinta-feira, 1 de junho de 2017

Guiné 61/74 - P17420: (De) Caras (66): Tabanca de Faro reuniu 75 participantes no seu 2º encontro anual, em 20 de maio último (Eduardo Estrela, ex-fur mil, CCAÇ 14, Cuntima, 1969/71)


Foto nº 1 > Faro > Tabanca de Faro > 2º Encontro anual  > 20 de maio de 2017 > Foto parcial do grupo  de participantes cujo total era da ordem dos 75.


Foto nº 2  > Faro > Tabanca de Faro > 2º Encontro anual  > 20 de maio de 2017 >  Junto ao monumento aos combatentes de Faro: da esquerda para a direita, o Zé Luís, o Vila Nova, o Aníbal, o Luis Formiga e eu, [ Não  está identificado o camarada que, em primeiro plano,  segura a coroa das flores]  


Foto nº 3 >  Faro > Tabanca de Faro > 2º Encontro anual  > 20 de maio de 2017 > Almoço de convívio: da esquerda  para a direita,  o Fernando Silva, o Jorge Martins, o Humberto Rosa, o Zé Augusto Vidal, eu   e a minha mulher Antonieta Estrela.


Fotos (e legendas):  © Eduardo Estrela (2017). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de 30 de maio p.p., enviado pelo Eduardo Estrela [ ex-Fur Mil da CCAÇ 14, Cuntima, 1969/71]

Luis!

Aí vão três fotografias do nosso encontro de Faro (*).

A 1ª, tirada nas escadas do acesso ao jardim do restaurante,  não contempla toda a malta que se reuniu, pois as escadas eram pequenas para os cerca de 75 participantes. 

A 2ª foi tirada junto ao monumento que evoca os companheiros naturais do concelho de Faro, arrancados à vida na flor da idade. Na mesma estão da esquerda para a direita, o Zé Luís, o Vila Nova, o Anibal, o Luis Formiga e eu. Não me recordo do nome do camarada que segura a coroa das flores, enquanto escutávamos a alocução do amigo Dr. João Botelheiro. 

A 3ª. fotografia,  feita na mesa do restaurante, tem da esquerda para a direita  o Fernando Silva, o Jorge Martins, o Humberto Rosa, o Zé Augusto Vidal, eu e a minha mulher Antonieta Estrela.

No passado sábado 27, estive no almoço do BCaç 2879 ao qual a CCaç 14 estava agregada. O encontro aconteceu no Folgosinho, Gouveia, e teve cerca de 200 participantes.

Um abraço meu e da malta da Tabanca de Faro, nome já escolhido como refere o Zé Viegas.

Eduardo Estrela

PS - Diz o Povo e com razão " O que abunda não anula"... Depois de ter enviado as fotografias, visitei o blogue e verifiquei que uma delas já lá está inserida a das escadas (a foto nº 1). Aproveito para identificar a senhora. que está na direita do Zé Luís. Trata-se da sua esposa, dona Isabel Pratas. (**)

2. Comentário do editor LG

Eduardo, obrigado. Aqui tens as tuas fotos e o teu texto... Não tinha reparado na esposa do Zé Luís (*)... O Zé Viegas não me mandou a legenda... Voltaremos a publicar a "foto de família"... 75 participantes, dizes tu ? Ótimo, têm que se reunir mais vezes durante o ano.

PS -  Tens fotos da malta da CCAÇ 14 que foi ao último convívio do BCAÇ 2879 ? Temos falado pouco de vocês, CCAÇ 14...

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Notas do editor:

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17407: (De) Caras (65): Definitivamente somos a Tabanca de Faro, aberta a todos os ex-combatentes da Guiné, residentes no concelho de Faro, e que já fez dois encontros anuais (José António Viegas, ex-fur mil, Pel Caç Nat 54, Enxalé e Ilha das Galinhas, 1966/68)


Faro > Tabanca de Faro > 2º Encontro > 20 de maio de 2017 > Foto de família (... são só homens, cerca de 4 dezenas, esperamos que as companheiras dos nossos camaradas de Faro também possam aparacer na foto de grupo do próximo encontro)


Foto : © José António Viegas (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legenda;  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1.  Mensagem, com data de hoje, do nosso amigo e camarada José António Viegas, ex-fur mil, Pel Caç Nat 54 (Enxalé e Ilha das Galinhas, 1966/68)


Caro Luís

Aí te envio a foto de grupo do nosso 2º. convívio {, dos ex-combatentes da Guiné. residentes no concelho de Faro, e que se realizou em Faro no passado dia 20] (ª)

Depois de consultar vários Camaradas ficou decidido que se passaria a chamar TABANCA DE FARO.

Um abraço

Viegas

2. Comentário do editor LG:

Olá, Zé Viegas. Assim é que é, já está decidido,  já temos o nome definitivo.  Eu mesmo tinha-te posto esse problema: vamos lá acertar o nome da Tabanca: do Algarve ? de Faro ? do Sul ? do Sotavento ?... 

Ficou então Tabanca de Faro, dada a delimitação geográfica dos combatenntes; são de Faro, não são de Silves.. Mas isso não vai impedir que os do Barlavento não possam também aparecer no próximo encontro...

Parabéns à rapaziada de Faro, parabéns  a ti, que passas a ser promovido a régulo,  por "dares a cara" e por puxares esta "carroça" (**). Muita saúde e longa vida para os novos tabanqueiros... E não te esqueças de  trazer, contigo, mais camaradas de Faro para a Tabanca Grande, sobretudo malta que tenha álbuns fotográficos e algum jeito para a escrita.... Ab, Luís

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Notas do editor:


domingo, 21 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17382: Convívios (804): 2º encontro da Tabanca do Algarve, Faro, 20/5/2017 (José Viegas, ex-fur mil, Pel Caç Nat 54, Enxalé e Ilha das Galinhas, 1966/68)


Foto nº 1 > Faro: Monumento aos combatentes (junto ao RI 4)


Foto nº 2 > Faro: Monumento aos combatentes. pequena aloucação do camarada  João Boteleiro



Foto nº 3 >  Aspecto (parcial) do almoço de convívio (1)


Foto nº 4 >  Aspecto (parcial) do almoço de convívio (2)

Foto nº 5 > Aspecto (parcial) do almoço de convívio (3): da esquerda para a direita,  reconhecemos dois dos nossos grã-tabanqueiros "algarvios": o Henrique Matos, que é açoriano (ex-alf mil, cmdt do Pel Caç Nat 52, Enxalé, 1966/68). e  o José António Viegas, (ex-fur mil do Pel Caç Nat 54, Enxalé e Ilha das Galinhas, 1966/68).


Fotos : © José António Viegas (2017). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




1. Mensagem de ontem, sábado, 20 de maio, às 17h08, do nosso camarada, amigo e membro da nossa Tabanca Grande José António Viegas (ex-fur mil do Pel Caç Nat 54, Enxalé e Ilha das Galinhas, 1966/68):


Assunto - 2º Encontro dos Ex-Combatentes da Guiné (Concelho de Faro) - Tabanca do Sul



Realizou-se hoje em Faro o 2º encontro de ex-combatentes da Guiné.

Foi com muita satisfação que nos voltámos a juntar depois de mais uma chamada do ex-Major Marguilho.

Depois de uma singela homenagem aos nossos Camaradas caídos no Campo de Batalha do Concelho de Faro no Monumento[22 mortos no total, sendo 8 no TO da Guiné,segundo o portal Ultramar TerraWeb], e com uma pequena prelecção do nosso Camarada Dr. João Botelheiro, foi deposta uma ramo de flores seguido de 1 minuto de silêncio, para que nunca sejam esquecidos.

Seguiu-se depois um almoço de convívio. (**)


2. Comentário do nosso editor:


Parabéns, Zé Viegas, parabéns Henrique Matos, os únicos membros da Tanca Grande que eu reconheço nas fotos que vieram sem legendas... Vocês tinham prometido fazer um 2º encontro este ano, e cumpriram. Mas agora vamos lá acertar a designação da Tabanca: é Tabanca do Algarve ? É Tabanca do Sul ? É só Tabanca de Faro ?...

E tragam mais malta para a Tabanca Grande, mãe de todas as tabancas: o nosso blogue precisa de "periquitos", com álbuns fotográficos e algum jeito para a escrita!... Aquele abraço para a brava gente de Faro. (LG)

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segunda-feira, 2 de maio de 2016

Guiné 63/74 - P16041: Convívios (737): Em 16 de abril útimo realizou-se o 1º encontro de ex-combatentes de Faro, que estiveram no TO da Guiné... Nasceu, finalmente, a tão desejada, e já aqui falada, Tabanca do Algarve, com próximo encontro já marcado para 14/4/2017 (José Viegas, ex-fur mil, Pel Caç Nat 54, Enxalé e Ilha das Galinhas, 1966/68)



Foto nº 1  > Faro: Monumento aos combatentes (junto ao RI 4)



Foto nº 2 > Himenangem aos combatentes de Faro


Foto nº 3 >  Mortos do concelho de Faro no TO da Guiné


Foto nº 4 > Aspecto (parcial) do convívio (1): à esquerda, em primeiro plano, o José António Viegas, algarvio, foi fur mil do Pel Caç Nat 54 (Enxalé e Ilha das Galinhas, 1966/68).


Fotop nº 5 > Aspecto (parcial) do convívio (2): em, primeiro plano, à esquerda, o Henrique Matos, nosso grã-tabanqueiro, açoriano a viver há muito no Algarve (ex-alf mil, cmdt do Pel Caç Nat 52, Enxalé, 1966/68).



Foto nº 6 > Aspecto (parcial) do convívio (3)


Foto nº 7 > Aspecto (parcial) do convívio (4)


Fotos : © José António Viegas (2016). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem do José António Viegas, algarvio, foi fur mil do Pel Caç Nat 54 (Enxalé e Ilha das Galinhas, 1966/68).

Data: 21 de abril de 2016 às 16:39
Assunto: 1º Encontro de Ex-Combatentes da Guiné de Faro,  Algarve


Realizou-se do dia 16 de Abril o 1º encontro de ex-Combatente da Guiné de Faro.

Com o empenho de alguns carolas que já vinham com esta idéia faz algum tempo, conseguiram juntar 72 camaradas e alguns por saberem na última hora tiveram que ficar de fora.

Foi um belo convívio de camaradas de Faro que se conhecem há muito,  de gerações diferentes, dos quais não se sabia que tinham passado pelo mesmo teatro de guerra, a Guiné.

Dos nossos grã- tabanqueiros estavam o Henrique Matos e José Viegas que já estão pensando chamar Tabanca do Algarve a esta tertúlia de camaradas da Guiné.

Ficou estipulado que todos os anos em Abril se deverá fazer um encontro destes jovens. O próximo será a 14 de Abril de 2017.

Depois de uma singela homenagem ao monumento dos Combatentes junto ao antigo R.I. 4, foi feito um almoço de confraternização na Frangaria.

domingo, 24 de abril de 2016

Guiné 63/74 - P16006: Convívios (735): Em Fátima, dia 10 de maio, CCAÇ 1439 (Enxalé, Missirá e Porto Gole, 1965/67) + Pel Caç Nat 52 e 54 + Pel Mort 81.. Eu vou, diretamente de Nova Iorque (João Crisóstomo)



1. A notícia chegou-nos de Nova Iorque (!), por mail do João Crisóstomo. Ele vem de propósito para estar em Fátima com a malta do seu tempo e da sua companhia, antes de ir passar 5 semanas na Eslovénia, a terra da sua esposa Vilma:

trata-se do convívio da CCAÇ 1439 (Enxalé, Missirá e Porto Gole, 1965/67) + Pel Caç Nat 52 e 54 + Pel Mort 81.

Os nossos amigos Helena (a Lena do Enxalé) e Álvaro Carvalho (Caldas da Rainha) também vão estar. E o Henrique Matos, pois claro, o 1º comandante do Pel Caç Nat 52 (1966/68). E cremos  que também o José António Viegas, ex-fur mil do Pel Caç Nat 54.
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Nota do editor:

Último poste da série > 12 de abril de 2016 >  Guiné 63/74 - P15965: Convívios (734): 10.º Encontro do pessoal da CCS / BART 2719 (Bambadinca, 1970/72) e subunidades adidas, Viseu, 21 de maio de 2016 (Benjamim Durães)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Guiné 63/74 - P15654: Memória dos lugares (331): Procissão do Corpo de Deus em Bissau no ano de 1967 (José António Viegas)

1. Mensagem do nosso camarada José António Viegas (ex-Fur Mil Art do Pel Caç Nat 54, Enxalé e Ilha das Galinhas, 1966/68), com data de 11 de Janeiro de 2016:

Caro Carlos Vinhal
Depois de um interregno em virtude de mudanças na minha vida, deixei de morar em Loulé e moro agora em Olhão, vim fazer companhia ao nosso camarada Henrique Matos.
Dia 30, Dia de Corpo de Deus, lembrei-me dessas fotos a vida na Guiné, que não era só guerra, retratando a procissão descendo a avenida.
Assim que tiver mais tempo vou preparar outras fotos e histórias da Guiné.

Um grande abraço
Viegas



 Bissau, 25 de Maio de 1967 - Procissão do Corpo de Deus
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Nota do editor

Último poste da série de 12 de janeiro de 2016 Guiné 63/74 - P15609: Memória dos lugares (330): A aldeia de Brunhoso é uma importante produtora de cortiça (Francisco Baptista, ex-Alf Mil da CCAÇ 2616 e CART 2732)

domingo, 11 de outubro de 2015

Guiné 63/74 - P15233: Memória dos lugares (322): Porto Gole: mulheres balantas apanhando "cacri", na bolanha, junto ao rio Geba. O "cacri" (espécie de bocas) era, também para nós, um petisco saboroso que acompanhávamos com a célebre cerveja São Jorge (José António Viegas, ex-fur mil, Pel Caç Nat 54, 1966/68)


Foto nº 1


Foito nº 1 A

Foto nº 2


Foto nº 2 A 


Foto nº 3 


Foto nº 3 A


Foto nº 4 


Foto nº 4 A


Foto nº 4 B


Foto nº 5


Foto nº 5 A


Foto nº 6


Foto nº 6 A


Foto nº 6 B

Guiné > Região do Oio > Porto Gole > Pel Caç Nat 54 (1966/68)  > Bajudas balantas na apanha do "cacri".

Fotos (e legendas) : © José António Viegas (2015). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]


1. Mensagem, enviada em 9 de outubro, às 22h15, José António Viegas, nosso grã-tabanqueiro, algarvio, ex-fur mil do Pel Caç Nat 54 (Mansabá, Enxalé, Missirá, Porto Gole e Ilha das Galinhas, 1966/68):

A
ssunto: memórias de Porto Gole, 1966/68

Luís:
 
Em resposta ao teu pedido ("Manda mais fotos do teu álbum, com resolução 600 dpi, rapa lá bem esse baú"...), aqui vão mais umas, do meu tempo de Porto Gole: mulheres balantas na bolanha,  junto ao rio Geba,  apanhando cacri (espécie de bocas) para fazerem a bianda, (*)

Como isto era muito saboroso, servia de petisco para a cerveja da tarde, a célebre S. Jorge. (**)

Um abraço,
José António Viegas
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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 8 de outubro de 2015 > Guiné 63/74 - P15218: Memórias dos lugares (321): Porto Gole, fevereiro de 1967: visita do Gen Arnaldo Schulz (José António Viegas, ex-fur mil, Pel Caç Nat 54, 1966/68)

(**) Vd. blogue Cerveja em Portugal e Espanha / Beer in Portugal and Spain > 28 de julho de 2006 >  Cerveja S. Jorge

(...) Uma das mais emblemáticas marcas de Cerveja de Lisboa, a Cerveja S. Jorge teve o seu auge nos inicios dos anos 60. A Primeira lata "cone Top" Portuguesa foi da Cerveja S.Jorge.

Actualmente a Central de Cervejas continua a produzir a marca para exportação (Primeiro preço). É Vendida em Espanha nas versões com e Sem Álcool. (...)