Foto nº 30 > Equipamento hospitalar > Um autoclave para esterilização de material médico.-cirúrgico--- Material que só pdoe operar com energia elétrica... [Legenda original: "Liberated areas in Guinea Bissau"].
Foto nº 33 > Uma escola no mato, longe da tabanca para não ser alvo de ataques aéreos [ Legenda original: "A school with no roof yet in the liberated areas in Guinea Bissau. The schools were built hidden in the woods far from the villages, since they were targets of the Portugueses."]
Foto nº 12 > Visita da delegação sueca, em novembro de 1970, a um escola do mato
Foto º 20 > Vida quotidiana da guerrilha e da população sob o seu controlo... Em primeiro plano, um guerrilheiro equipado com a espingarda automática, de origem russa, Kalashnikov. [Legenda original: "Military activities in the liberated areas in Guinea Bissau in November 1970."]
Guiné-Bissau > PAIGC > s/l> Novembro de 1970 > Algures, nas "áreas libertadas" (sic), fotos do fotógrafo norueguês Knut Andreasson, por ocasião de um visita de uma delegação sueca ao PAIGC, na Guiné-Conacri e no interior da Guiné-Bissau. Algumas destas foto foram publicadas no livro Guinea-Bissau : rapport om ett land och en befrielserörelse / Knut Andreassen, Birgitta Dahl, Stockholm : Prisma, 1971, 216 pp. [Título traduzido para português: Guiné-Bissau: relatório sobre um país e um movimento de libertação].
Fonte: Nordic Documentation on the Liberation Struggle on Southern Africa [Com a devida vénia]
[As fotos podem ser usadas, devendo ser informado o Nordic Africa Institute (NAI) e o fotógrafo, quando for caso disso. Este espólio fotográfico de Knut Andreasson, relativo à visita à Guiné-Bissau em novembro de 1970, foi doado pela viúva ao NAI]
Não há nenhum evidência de a delegação ter estado, efetivamente, no interior do então território da Guiné, administrado por Portugal; por razões de bom senso e segurança, Amílcar Cabreal deve tê-los levado a passear, quansdo muto até à fronteira... Mas também não podemos afirmar o contrário... Há fotos que, obviamente, são tiradas na República da Guiné (leia-se Guiné-Conacri) onde o PAIGC tinha bases de apoio por ex., Boké, Kandiafara, Conacri...)
Novembro de 1970, final da época das chuvas, início do tempo seco, não era o melhor mês do ano para uma delegação de um país europeu se aventurar pelo o interior da Guiné, para mais na véspera da Op Mar Verde...Ao que sabemos, a visita prolongou-se de 6 de novembro a 7 de dezembro de 1970... Não sabemos onde estavca a delegação no dia em que foi invadida Conacri (Op Mar Verde, 22 de novembro de 1971). A delegação era chefiada pela ex.lider parlamenter edeputada socialdemocrata Birgitta Dahl...
Há um relatório da missão, em sueco, da autoria de Birgitta Dahl [”Rapport från studieresa till Republiken Guinea och de befriade områdena i Guinea-Bissau, 6 november–7 december 1970” (”Relatório da viagem de estudo à República da Guiné e às zonas libertadas da Guiné-Bissau, 6 de Novembro–7 de Dezembro de 1970”), Uppsala, Janeiro de 1971 (SDA)].
No ano a seguir, em 1971, K. Andreassen e B. Dahl publicaram o seu livro sobre a viagem, não sabendo nós se há qualquer referência à invasão de Conacri... [Guinea-Bissau: Rapport om ett Land och en Befrielserörelse (”Guiné-Bissau: Relatos de um país e de um movimento de libertação”), Prisma, Estocolmo].
Fonte: Tol Selltröm - A Suécia e as lutas de libertaçãoo nacional em Angola, Moçambique e Guiné. Uppsala: Nordiska Africka Institutet, 2008. 2008,, pp. 161 e ss. [disponível aqui, em português, em formato pdf].
(LG)
1. Continuação da alguns dados e notas de contextualização, da autoria do nosso camarada José Belo (na Suécia há quase 4 décadas) sobre a ajuda sueca ao PAIGC, a partir de 1969, e depois à Guiné-Bissau, a seguir à independência (*):
Assunto - Problemas quanto a defenir auxílio humanitário
Resumo:
Durante a guerra o governo sueco enviou para o PAIGC um total de 53,5 milhöes de coroas, ao valor actual [c. 5,8 milhões de euros]. Destinaram-se a financiar a maioria das actvidades civis do partido: alimentacäo, transportes, educação, saúde, incluindo um vasto número de avultados fornecimentos às Lojas do Povo. A Guiné foi posteriormente incluída (como único país da África Ocidental) nos chamados "países programados" para a distribuicäo da assistência sueca ao desenvolvimento. Recebeu durante o período de 74/75 a 94/95, um total de 2,5 mil milhões de coroas suecas [c. 270 milhões de euros], colocando a Suécia entre os 3 maiores assistentes económicos da Guiné-Bissau.
A Suécia nunca deu nenum cheque em branco ao PAiIGC, tanto mais que Portugal era um dos seus importantes parceiros comerciais no âmbito da EFTA - Associação Europeia do Comércio Livre, a que ambos os países pertenciam, e de que foram membros fundadores. Ainda em vida de Cabral, em abril de 1972 o Comité ds Nações Unidas para a Descolonizacäo tinha adoptado uma resolução reconhecendo o PAIGC como o único e legítimo representante do território da Guiné-Bissau. Foi um tremendo sucesso político-diplomático para o PAIGC. Isso em nada alterou o pragamtismo da diplomacia sueca. A Suécia só irá reconhecer a Guiné-Bissau como país independente, em 9 de agosto de 1974, ano e meio depois da morte de Amílcar Cabral (que também era um político pragmático). Em novembro de 1972, foi a Noruega,. um país da NATO, a apoiar politica e diplomaticamente o PAIGC. A ajuda militar, essa, foi liderada pela URSS.
Os programas de assistência humanitária eram decididos anualmente entre a agência estatal sueca (SIDA) e o PAIGC.
Inicialmente com a presença de Amílcar Cabral que se deslocava a Estocolmo incógnito.
Para o governo sueco era importante que esta assistëncia näo viesse a tornar-se em apoio à luta armada, mantendo-se unicamente nas áreas civis.
Obviamente era algo difícil de controlar na sua totalidade e implicações mais ou menos subtis.
Os avultados auxílios em alimentação, medicamentos, material escolar, transportes,etc,etc, eram transportados desde a Guiné Conackri para as zonas libertadas do interior da Guiné-Bissau.
Aí, combatentes e população apoiante viviam lado a lado e tinham acesso aos mesmos.
Exemplos de artigos nas listas estabelecidas criavam problemas do tipo:
(i) Säo este tipo de sapatilhas,ou de botas um artigo militar?:
(ii) Säo estas catanas para a agricultura passíveis de ser usadas como armas?
Conta-se que num destes encontros para estabelecer as listas de artigos, e perante este tipo de problemas, Amilcar Cabral terá pegado numa caneta e perguntado:
Resumo:
Durante a guerra o governo sueco enviou para o PAIGC um total de 53,5 milhöes de coroas, ao valor actual [c. 5,8 milhões de euros]. Destinaram-se a financiar a maioria das actvidades civis do partido: alimentacäo, transportes, educação, saúde, incluindo um vasto número de avultados fornecimentos às Lojas do Povo. A Guiné foi posteriormente incluída (como único país da África Ocidental) nos chamados "países programados" para a distribuicäo da assistência sueca ao desenvolvimento. Recebeu durante o período de 74/75 a 94/95, um total de 2,5 mil milhões de coroas suecas [c. 270 milhões de euros], colocando a Suécia entre os 3 maiores assistentes económicos da Guiné-Bissau.
A Suécia nunca deu nenum cheque em branco ao PAiIGC, tanto mais que Portugal era um dos seus importantes parceiros comerciais no âmbito da EFTA - Associação Europeia do Comércio Livre, a que ambos os países pertenciam, e de que foram membros fundadores. Ainda em vida de Cabral, em abril de 1972 o Comité ds Nações Unidas para a Descolonizacäo tinha adoptado uma resolução reconhecendo o PAIGC como o único e legítimo representante do território da Guiné-Bissau. Foi um tremendo sucesso político-diplomático para o PAIGC. Isso em nada alterou o pragamtismo da diplomacia sueca. A Suécia só irá reconhecer a Guiné-Bissau como país independente, em 9 de agosto de 1974, ano e meio depois da morte de Amílcar Cabral (que também era um político pragmático). Em novembro de 1972, foi a Noruega,. um país da NATO, a apoiar politica e diplomaticamente o PAIGC. A ajuda militar, essa, foi liderada pela URSS.
Os programas de assistência humanitária eram decididos anualmente entre a agência estatal sueca (SIDA) e o PAIGC.
Inicialmente com a presença de Amílcar Cabral que se deslocava a Estocolmo incógnito.
Para o governo sueco era importante que esta assistëncia näo viesse a tornar-se em apoio à luta armada, mantendo-se unicamente nas áreas civis.
Obviamente era algo difícil de controlar na sua totalidade e implicações mais ou menos subtis.
Os avultados auxílios em alimentação, medicamentos, material escolar, transportes,etc,etc, eram transportados desde a Guiné Conackri para as zonas libertadas do interior da Guiné-Bissau.
Aí, combatentes e população apoiante viviam lado a lado e tinham acesso aos mesmos.
Exemplos de artigos nas listas estabelecidas criavam problemas do tipo:
(i) Säo este tipo de sapatilhas,ou de botas um artigo militar?:
(ii) Säo estas catanas para a agricultura passíveis de ser usadas como armas?
Conta-se que num destes encontros para estabelecer as listas de artigos, e perante este tipo de problemas, Amilcar Cabral terá pegado numa caneta e perguntado:
- Mas isto näo é também uma arma?
Quanto aos alimentos enlatados, o departamento sueco encomendou a uma fábrica local, Strömstad Canning, [,Varet, Strömstad], 100 toneladas de latas de sardinha. [Na imagem à esquerda, uma das marcas de sardinhas, em tomate, "Glória", que a empresa comercializava].
A fábrica procurou informar-se de qual o tipo de etiquetas e texto a serem impressos nas latas. Contactado o então representante do PAIGC em Estocolmo (Onésimo Silveira), foi por este escolhida a impressäo de uma bandeira do PAIGC, com o texto "Áreas libertadas da Guiné-Bissau".
A propósito, vd. o livro de Tol Selltröm - A Suécia e as lutas de libertaçãoo nacional em Angola, Moçambique e Guiné. Uppsala: Nordiska Africka Institutet, 2008, (disponível aqui, em português, em formato pdf): na pag. 159, há una foto, a preto e branco dessa lata de sardinhas. com a bandeira do PAIGC, e os seguintes dizeres:
"PAIGC | Sardinha em óleo de soja | GUINÉ-BISSAU - ZONAS LIBERTAS | Strömstad Canning, Co, A/B, Strömstad, Suécia | País de origem: Suécia | Peso líquido: 225 gramas"
[Por o documento estar gravado em pdf, não conseguimos copiar e editar a imagem...De qualquer modo 100 toneladas, perfaz 100 mil quilos; admitindo que cada caixa pesasse 300 gr - peso ilíquido - , dá um carregamento de mais de 333 mil latas de sardinha... LG].
Escusado será dizer que algumas de estas latas vieram posteriormente a aparecer, aqui e acolá, junto das populações sob o controlo portuguës.
José Belo (**)
(continua)
________________
Notas do editor:
(*) Vd. nota biográfica de Onésimo Silveira (n. Mindelo, São Vicente, Cabo Verde, 1935) na Wikipédia em inglês, donde recolhemos os seguintes elementos:
(i) quando jovem poeta, era uma dos críticos literários mais proeminentes de Cabo Verde;
(**) Últimos postes desta série
3 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13842: Da Suécia com saudade (40): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte I)... à Guiné-Bissau, de 1974 a 1995, foi de quase 270 milhões de euros... Depois os suecos fecharam a torneira... (José Belo)
4 de movembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13847: Da Suécia com saudade (41): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte II)... Um apoio estritamente civil, humanitário, não-militar, apesar das pressões a que estavam sujeitos os sociais-democratas, então no poder (José Belo)
5 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13849: Da Suécia com saudade (42): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte III)... Pragmatismos de Amílcar Cabral e do Governo Sueco, de Olaf Palme, que só reconheceu a Guiné-Bissau em 9 de agosto de 1974 (José Belo)
6 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13853: Da Suécia com saudade (43): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte IV): Rússia e Suécia, vizinhos e inimigos fidalgais, foram os dois países que mais auxiliaram o partido de Amílcar Cabral (José Belo)
(ii) esteve ligado ao grupo Claridade;
(iii) foi um acérrimo defensor da entidade cultural africana das ilhas;
(iv) estudou em em Uppsala, na Suécia durante a década de 1960, depois de ter passado um períona China; licenciou-se em ciências políticas;
(v) em Uppsala tinha ligações estreitas um grupo local Comité África da Sul, o que foi fundamental para o início das acções de ajuda e solidariedade para com o PAIGC, na Suécia;
(vi) tornou-se o representante do PAIGC, na Suécia;
(vii) fez várias visitas à Noruega , onde estabeleceu boas relações com o Conselho Norueguês para a Africa e o Partido Trabalhista norueguês, tendo desempenhou um importante papel no apoio norueguês oficial ao PAIGC em 1972;
(viii) representou também o PAIGC nas visitas à Finlândia;
(ix) foi demitido do seu cargo de representante do PAIGC na Suécia, em novembro de 1972 (alegadamenet pr razões disciplinares, ao não ido a um reunião na Guiné-Conacri; no entanto, o PAIGC reconheceu publicamente o seu importante trabalho no âmbitio da cooperação e ajuda entre a Suécia e PAIGC;
(x) trabalhou depois para as Nações Unidas, que representou em países como a Somália , Angola e Moçambique;
(xi) com a abertura política multipartidárias em Cabo Verde a partir de 1990, era hostil ao PAICV;
(xii) Em novembro de 1998, formopu o seu próprio partido político , o Partido Trabalhista e da Solidariedade (PTS) ;
(xiii) Foi presidente do município do idade do Mindelo:
(xiv) Em 2006 , foi eleito membro do Parlamento como candidato do PAICV.
(**) Últimos postes desta série
3 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13842: Da Suécia com saudade (40): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte I)... à Guiné-Bissau, de 1974 a 1995, foi de quase 270 milhões de euros... Depois os suecos fecharam a torneira... (José Belo)
4 de movembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13847: Da Suécia com saudade (41): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte II)... Um apoio estritamente civil, humanitário, não-militar, apesar das pressões a que estavam sujeitos os sociais-democratas, então no poder (José Belo)
5 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13849: Da Suécia com saudade (42): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte III)... Pragmatismos de Amílcar Cabral e do Governo Sueco, de Olaf Palme, que só reconheceu a Guiné-Bissau em 9 de agosto de 1974 (José Belo)
6 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13853: Da Suécia com saudade (43): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte IV): Rússia e Suécia, vizinhos e inimigos fidalgais, foram os dois países que mais auxiliaram o partido de Amílcar Cabral (José Belo)