1. Quarto episódio da série do nosso camarada Tony Borié (ex-1.º Cabo Operador Cripto do Cmd Agru 16, Mansoa, 1964/66), Bom ou mau tempo na bolanha.
Um certo dia, ao cair da tarde, pouco depois do comboio das
quatro e meia, o Tó d’Agar, que é como se chama neste texto, de
regresso a casa pela estrada principal que levava à vila,
depara com um casal que se via aflito para mudar a roda de um
carro, cujo pneu tinha furado. Falavam uma linguagem diferente, como
se via nos filmes de cowboys. O Tó d’Agar, solicito e vendo o
casal em apuros, imediatamente se prontifica a ajudar. Em poucos
minutos troca a roda do carro, de seguida, explica:
- A vila é próxima, fica ao sul, lá podem reparar o furo do
pneu, naquela casa ali, vive o senhor Jaime barbeiro, boa
pessoa, eu vou lá com vocês e podem lavar as mãos e beber água.
O casal, era nem mais nem menos, um diplomata americano,
duma cidade do norte de Portugal. Falavam e compreendiam
português, pelo menos ele, e na despedida, esse diplomata, muito
simpático, deu-lhe um cartão de visita, dizendo-lhe:
- Agradeço imenso a sua ajuda, e estou ao dispor para o
ajudar no que for preciso.
À noite, já depois de passar o comboio das dez e meia, no
quarto antes de dormir, o To d’Agar conta o sucedido à
Margarida. Ambos concordam que era uma boa oportunidade de
tentarem emigrar, sair do
regime que não mais
suportavam, irem para
outro país, onde pudessem
dar um futuro aos filhos,
onde os pobres fossem
tratados com mais
dignidade, onde não
houvesse uma desigualdade
tão grande de tratamento
entre ricos e pobres,
onde se pudesse
sobreviver sem encontrar
todos os dias pessoas soberbas a olharem, com receio de que não
vá algum pobre comer o pão que essas mesmas pessoas soberbas e
invejosas, mas com algum dinheiro deixado por alguém, não ganho
com o suor do rosto, todos os dias deitam no caixote do lixo.
A ideia ficou a amadurecer no pensamento de ambos, não nessa
semana, que havia rega do milho e outros afazeres, mas na
seguinte, o Tó d’Agar, não de comboio como gostava, mas na
camioneta da carreira, vai a essa cidade no norte, falar a esse
diplomata.
Expressa-lhe a vontade de ir como emigrante para os Estados
Unidos, a maneira não sabe, mas quer ir desesperadamente,
conta-lhe a vontade que tinha de querer ter acesso a trabalho e
tratamento com alguma dignidade, explica-lhe a perseguição que
sofria, não só pelas polícia do estado, como pelas pessoas com
alguma influência no lugar onde vivia. O diplomata escuta-o,
pede-lhe todas as informações dele e da Margarida e finalmente
diz:
- Como sabes, não sabemos nada a teu respeito, vou informar-me,
entretanto, arranja estas certidões, estes documentos,
passaporte, caderneta militar e um documento que prove a tua
profissão de gráfico. Traz esses documentos e vem ver-me de
novo.
O Tó d’Agar veio
desanimado, o único
documento que arranjaria
com facilidade era a
comprovação de que era
gráfico.
Há bastante tempo que
descontava para o
sindicato, ele mesmo
tinha uma carteira do
sindicato com a sua
fotografia, se fosse ao sindicato na cidade, logo lhe passariam
um documento comprovando que era gráfico, disso estava certo. Com alguma dificuldade também arranjaria as certidões, agora
passaporte e caderneta militar era
impossível, o passaporte era
proibido dá-lo aos pobres porque podiam
fugir. Muitos seus amigos tentaram
ir ao governo civil tirar
passaporte e eram corridos pelas
escadas abaixo, com a intimidação de
que iam avisar a Polícia do Estado
e isso o To d’Agar não queria, pois
já estava farto de interrogatórios.
O sistema era assim. Não queriam
que a mão de obra, ou seja, os
humildes trabalhadores, faltasse às
empresas dos senhores importantes,
em outras palavras, não autorizavam
que os pobres deixassem de
sustentar os ricos com o seu suor. Alguns, como não conseguiam
passaporte, pagavam rios de dinheiro a “passadores” e iam “a
salto”, como se dizia, para França e Espanha, muitos morriam nos
Pirenéus, abandonados pelos “passadores” e como os companheiros
combatentes e não só, talvez ainda se lembrem que o então Cifra
era um razoável militar, mas um fraco, mesmo fraco guerreiro.
A caderneta militar, ainda quando se
chamava Cifra, e quando entregou os trapos, que
eram os restos da farda do ultramar e que teve
que pagar vinte e sete escudos e cinquenta
centavos, na unidade militar perto de Lisboa, o
sargento na despedida, com cara de comandante,
diz-lhe:
- Com a especialidade que tiveste na
tropa, não podes sair de Portugal durante pelo
menos cinco anos.
O Tó d’Agar lembrava-se dessa conversa de despedida.
Já em casa, falando com a Margarida, combinaram: Temos de
fazer um pedido a alguém importante, com influência na tropa e
no governo civil, alguém que esteja metido no sistema e que
queira ajudar-nos, alguém que nos ajude sem exigir quatro vezes
mais em troca, como era normal
nestes casos, em que as pessoas que
pediam favores a alguns senhores
com poder, ficavam devedores para o
resto da vida, podiam pagar, pagar,
que nunca liquidavam a dívida. De
contrário, vamos viver aqui o resto
da vida, não sairemos da “cepa
torta” e da miséria a que nos
sujeitam.
Já lá iam mais de quatro
anos e ainda não tinha recebido a
caderneta militar, o sargento com
cara de comandante, tinha toda a
razão.
O Setúbal, sportinguista ferrenho, vinha todos os anos ao
norte com a família ver o Sporting jogar com o Porto, ficavam
em casa do Tó d’Agar, correspondiam-se por carta pelo menos duas
vezes ao ano. O Tó d’Agar escreve-lhe um postal, pedindo-lhe se
descobria lá por Lisboa, se o nosso comandante ainda era vivo e
onde estava colocado. A resposta demorou uma semana e tal, era
comandante de uma certa polícia na capital. O To d’Agar, desta
vez vai no comboio das seis e meia até à cidade, tomando de
seguida o comboio da linha do norte que o levaria à capital, vai
à fala com o comandante, ficam pasmados a olhar um para o outro
e abraçam-se. O comandante, pergunta-lhe:
- Então oh Cifra, em que problema, em que conflito, te
meteste agora, para me vires ver? Não me vais dizer que é por
causa das fotografias?
Riram, os dois.
O To d’Agar, explica-lhe toda a
situação. Quer um passaporte para
ele e para a Margarida e a
caderneta militar, quer ir com a
mulher para os Estados Unidos.
O
comandante olha muito sério para
ele e diz-lhe:
- Só se as melhores fotografias
forem só para o meu arquivo.
Riram, de novo.
Ficaram à conversa uns minutos e o comandante faz uns
tantos telefonemas.
Entretanto, para ajudar a passar o tempo, beberam dois copos
de Vat-69, servidos pelo comandante. O telefone toca, o
comandante atende, fala com voz de comandante durante uns
minutos e desliga. Vira-se para o To d’Agar, e diz com cara de
satisfação:
- Tens cá uma sorte, és um felizardo. Podes ir levantar a tua caderneta
militar ao quartel da cidade, a partir da
semana que vem, pois vai ser enviada para lá por estes dias. Quanto aos
passaportes, diriges-te pela manhã ao governo civil, falas com
este personagem dizendo que vais da minha parte, pois já está
avisado e vais trazê-los no mesmo dia. Combinado, oh Cifra, e
mais uma coisa, não vás para os Estados Unidos, vender
fotografias da guerra.
Estas últimas palavras, foram ditas com ar de alegria.
Abraçaram-se, e despediram-se.
Tudo aconteceu, como o comandante disse: “Tens cá uma sorte,
és um felizardo”.
Algumas semanas depois o Tó d’Agar tinha
passaporte para ele e para a Margarida, assim como a caderneta
militar nas mãos. Foi de novo falar com o
bondoso diplomata, que entretanto já tinha todas as informações
a respeito do Tó d’Agar e da Margarida. Ambos eram pessoas
honestas e trabalhadoras, embora o diplomata, e o Tó d’Agar
nunca soube porquê, a esse respeito lhe fizesse jurar que não se
ia meter no futuro em assuntos de política, o que o To d’Agar
erguendo a mão direita aberta, jurou. Entregou-lhe os
documentos que tinham sido pedidos, incluindo uma comprovação do
sindicato em conforme era gráfico. O diplomata, analisou-os e
tirou fotocópias, apontou vários números, por fim explicou:
- Está tudo em ordem, o
processo vai decorrer e no
futuro vamos necessitar de
mais documentos, mas serão
simples e não vai haver
qualquer complicação,
praticamente vai ser
aprovada a tua ida como
emigrante para os Estados
Unidos, precisavam lá de
pessoas novas, honestas e
trabalhadoras, toma lá este
livro, que contém a história do país para onde vais emigrar,
tem algumas palavras que tens que aprender, aprende, pois quero
começar a falar contigo no idioma que lá falamos.
No ano seguinte nasceu um filho de ambos, um grande rapaz,
sendo a Margarida, assistida durante toda a sua gravidez por um
médico jovem, amigo de infância
do Tó d’Agar, acabado de sair
da Universidade. Filho de família
modesta que compreendia a
situação das pessoas com menos
recursos, que eram os pobres e
com ideias muito parecidas com
as que o Tó d’Agar tinha nessa
altura da sua vida, pois também
teve complicações com a polícia
do estado durante o seu tempo
de estudante.
A ordem da
embaixada, com autorização de
visto e restantes papeis de
embarque, vem no final desse
mesmo ano.
O To d’Agar, lembrou
mais uma vez o comandante:
“Tens cá uma sorte, és um felizardo”.
____________
Nota do editor:
Último poste da série de 17 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11414: Bom ou mau tempo na bolanha (3): O Tótó e o vinho (Tony Borié)
Blogue coletivo, criado e editado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra col0onial, em geral, e da Guiné, em particular (1961/74). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que sáo, tratam-se por tu, e gostam de dizer: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
domingo, 21 de abril de 2013
Guiné 63/74 - P11433: Álbum fotográfico do Leopoldo Correia (ex-fur mil, CART 564, Nhacra, Binar, Teixeira Pinto, Mansoa, 1963/74) (1): Bafatá nos finais dos anos 50 (ainda hoje lá tem familiares ligados ao comércio)
Foto nº 241 > Guiné > Bafatá > c. 1958/59 > Armazém da Casa Gouveia: manga de amendoim…
Foto nº 242 > Guiné > Bafatá > 1958 > Equipa do SCB [Sporting Clube de Bafatá]
Foto nº 243 > Guiné > Bafatá > c. 1958/59 > Empregados da Casa Gouveia no armazém
Foto nº 244 > Guiné > Bafatá > 1957 > Jónác na S. C. Ultramarina
Foto nº 245 > Guiné > Bafatá > c. 1958/59 > Bombas da gasolina da Casa Barbosa
Foto nº 246 > Guiné > ; Bafatá > 1959 > Helder Barbosa
Foto nº 247 > Guiné > Bafatá > 1958 > Rua Principal de Bafatá
Foto nº 248 > Guiné > Bafatá > c. 1958/59 > Bajudas em frente ao S. C. Bafatá
Foto nº 249 > Guiné > Bafatá > 1959 > Piscina de Farim
Fotos (e legendas): © Leopoldo Correia (2013) Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]
1. O Leopoldo Correia (ex-fur mil da CART 564, Nhacra, Quinhamel, Binar, Teixeira Pinto, Encheia e Mansoa, 1963/65), enviou-nos "mais fotos de outros tempos, Bafatá 1958/59" (sic).
Presumimos que o álbum seja do mesmo familiar seu, que trabalhou na Casa Gouveia, em Bafatá. de que já publicámos dois postes (umsobnre Bafatá e outro sobre o Olossato).
São uma preciosidade: ajudam-nos muito a reconstituir a época anterior à guerra colonial... As fotos falam por si. Os anos 50 são de relativo progresso económico e social na colónia... Particularmente deliciosa é, para mim, a foto da piscina de Farim (nº 249): há uma dúzia de nadadores e umas dezenas de mirones locais ao longo do muro... Era também uma época em que se viajava, com segurança, por toda a Guiné: ia-se facilmente de Bafatá a Farim para dar um mergulho na piscina (então um luxo e uma novidade)... Além disso, Bafatá era um importante vila comercial, com várias casas importantes como a Casa Gouveia e a Casa Ultramarina. Ainda vi velhos camiões como o da foto nº 241 (pu parecidos) fazerem colunas logísticas de Bambadinca ao Saltinho, em 1969...Alguns não voltaram...
Obrigado, mais uma vez, ao nosso camarada e ao seu familiar, que ele não identifica.
Recorde-se aqui alguns factos da história de vida do Leopoldo:
(i) Nasceu em Lisboa em 14/3/1941;
(ii) Por motivos de saúde e pela situação do após guerra, a família transfere-se para Estarreja, terra natal do pai;
(iii) Lá crescei e se fez gente, como ele próprio nos diz... Tirou o Curso Industrial de Electricidade na Escola Industrial do Infante D. Henrique, no Porto;
(iv) O curso deu-lhe a a oportunidade de entrar na CNE - Companhia Nacional de Eletricidade, criada em 1947, na sequência da aprovação do plano de eletrificação do país (hoje REN);
(v) Em 1963 é incorporado no Curso de Sargentos Milicianos, passando por Mafra e Tavira;
Presumimos que o álbum seja do mesmo familiar seu, que trabalhou na Casa Gouveia, em Bafatá. de que já publicámos dois postes (umsobnre Bafatá e outro sobre o Olossato).
São uma preciosidade: ajudam-nos muito a reconstituir a época anterior à guerra colonial... As fotos falam por si. Os anos 50 são de relativo progresso económico e social na colónia... Particularmente deliciosa é, para mim, a foto da piscina de Farim (nº 249): há uma dúzia de nadadores e umas dezenas de mirones locais ao longo do muro... Era também uma época em que se viajava, com segurança, por toda a Guiné: ia-se facilmente de Bafatá a Farim para dar um mergulho na piscina (então um luxo e uma novidade)... Além disso, Bafatá era um importante vila comercial, com várias casas importantes como a Casa Gouveia e a Casa Ultramarina. Ainda vi velhos camiões como o da foto nº 241 (pu parecidos) fazerem colunas logísticas de Bambadinca ao Saltinho, em 1969...Alguns não voltaram...
Obrigado, mais uma vez, ao nosso camarada e ao seu familiar, que ele não identifica.
Recorde-se aqui alguns factos da história de vida do Leopoldo:
(i) Nasceu em Lisboa em 14/3/1941;
(ii) Por motivos de saúde e pela situação do após guerra, a família transfere-se para Estarreja, terra natal do pai;
(iii) Lá crescei e se fez gente, como ele próprio nos diz... Tirou o Curso Industrial de Electricidade na Escola Industrial do Infante D. Henrique, no Porto;
(iv) O curso deu-lhe a a oportunidade de entrar na CNE - Companhia Nacional de Eletricidade, criada em 1947, na sequência da aprovação do plano de eletrificação do país (hoje REN);
(v) Em 1963 é incorporado no Curso de Sargentos Milicianos, passando por Mafra e Tavira;
(vi) Seguiu para a Guiné em Outubro do mesmo ano;
(vii) Fez parte da CART 564 que na Guiné, como companhia independente, teve um ano os seus militares espalhados por diversas zonas;
(viii) Pela sua parte, esteve em Nhacra, Binar, Teixeira Pinto, Mansoa;
(ix) Regressou em 1965; [e tenho ideia, por uma conversa telefónica, que ainda viveu e trabalhou em Angola antes da independência;]
(x) Ainda hoje tem familiares ligados ao comércio em Bafatá;
(xi) Está reformado da EDP;
(xii) Vive em Águas Santas, Maia.
Guiné 63/74 - P11432: Agenda cultural (263): Lançamento do livro A Mulher do Legionário, de Carlos Vale Ferraz, dia 30 de Abril de 2013, pelas 18h30, na Livraria Leya na Buchholz, Lisboa
1. Mensagem de Carlos Matos Gomes, Coronel Cavalaria Reformado (escritor e historiógrafo da guerra colonial), com data de 13 de Abril de 2013:
Meu caro camarada e amigo Carlos Vinhal,
junto anexo o convite para a apresentação do meu novo romance.
É uma longa história centrada nos tempos do pós-II Guerra, em que quase todos nós nascemos e que vivemos, uma época que nos levou até à guerra em África.
Teria o maior prazer em o ter lá, bem assim os "tabanqueiros" da grande tabanca do blogue do Luis Graça que se quiserem associar.
Um abraço amigo do
Carlos Matos Gomes
Sinopse:
Fernanda, filha de Eduardo Lobo, um advogado oposicionista suspeito de ter à sua guarda documentos secretos que incriminariam alguns dos membros mais importantes do regime de Salazar durante a Segunda Guerra Mundial, envolve-se com Augusto Torres, um jovem e ambicioso membro da Legião Portuguesa, que recebeu a missão de descobrir tais documentos. Eduardo Lobo aparentemente suicida-se, o legionário casa com Fernanda e os comprometedores papéis não aparecem. Ficarão a pairar ao longo dos anos como uma ameaça sobre vários interesses e ambições. Fernanda revela-se uma mulher fora das leis da sua época e Augusto um homem capaz de tudo para ascender aos mais altos cargos do regime. Após o casamento, os indícios que foram chegando a Fernanda Torres fizeram com que não conseguisse pensar no marido sem ser como o assassino do seu pai. A partir daí, mais do que procurar a verdade, Fernanda quer fazer justiça para lá do tempo, causar-lhe todo o mal possível, vingar-se. Nas livrarias a 29 de Abril.
Com a devida vénia a PlanetaMarcia
____________
Biografia:
Carlos Vaz Ferraz, pseudónimo literário de Carlos Matos Gomes, nasceu a 24 de Julho de 1946, em Vila Nova da Barquinha.
Fez os estudos secundários no Colégio Nun’Alvares Pereira, em Tomar.
Foi oficial do Exército, cumpriu comissões durante a guerra colonial em Angola, Moçambique e Guiné nas tropas especiais «Comandos».
Publicou os romances Nó Cego, ASP, De Passo Trocado, Os Lobos Não Usam Coleira, O Livro das Maravilhas, Flamingos Dourados, Fala-me de África e a novela Soldadó. O romance Os Lobos Não Usam Coleira foi adaptado ao cinema por José-Pedro Vasconcelos com o título Os Imortais.
É autor do argumento do filme Portugal SA, de Ruy Guerra.
Colaborou com Maria de Medeiros no argumento do filme Capitães de Abril.
É autor do guião da série de televisão Regresso a Sizalinda, com base no romance Fala-me de África.
Com a devida vénia a WOOK
____________
Nota do editor:
Último poste da série de 19 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11427: Agenda cultural (262): Convite para o 2.º Encontro integrado no 9.º ciclo da tertúlia Imperii Finis (Fim do Império), a decorrer no próximo dia 23 de Abril, no Palácio da Independência
Meu caro camarada e amigo Carlos Vinhal,
junto anexo o convite para a apresentação do meu novo romance.
É uma longa história centrada nos tempos do pós-II Guerra, em que quase todos nós nascemos e que vivemos, uma época que nos levou até à guerra em África.
Teria o maior prazer em o ter lá, bem assim os "tabanqueiros" da grande tabanca do blogue do Luis Graça que se quiserem associar.
Um abraço amigo do
Carlos Matos Gomes
C O N V I T E
Sinopse:
Fernanda, filha de Eduardo Lobo, um advogado oposicionista suspeito de ter à sua guarda documentos secretos que incriminariam alguns dos membros mais importantes do regime de Salazar durante a Segunda Guerra Mundial, envolve-se com Augusto Torres, um jovem e ambicioso membro da Legião Portuguesa, que recebeu a missão de descobrir tais documentos. Eduardo Lobo aparentemente suicida-se, o legionário casa com Fernanda e os comprometedores papéis não aparecem. Ficarão a pairar ao longo dos anos como uma ameaça sobre vários interesses e ambições. Fernanda revela-se uma mulher fora das leis da sua época e Augusto um homem capaz de tudo para ascender aos mais altos cargos do regime. Após o casamento, os indícios que foram chegando a Fernanda Torres fizeram com que não conseguisse pensar no marido sem ser como o assassino do seu pai. A partir daí, mais do que procurar a verdade, Fernanda quer fazer justiça para lá do tempo, causar-lhe todo o mal possível, vingar-se. Nas livrarias a 29 de Abril.
Com a devida vénia a PlanetaMarcia
____________
Biografia:
Carlos Vaz Ferraz, pseudónimo literário de Carlos Matos Gomes, nasceu a 24 de Julho de 1946, em Vila Nova da Barquinha.
Fez os estudos secundários no Colégio Nun’Alvares Pereira, em Tomar.
Foi oficial do Exército, cumpriu comissões durante a guerra colonial em Angola, Moçambique e Guiné nas tropas especiais «Comandos».
Publicou os romances Nó Cego, ASP, De Passo Trocado, Os Lobos Não Usam Coleira, O Livro das Maravilhas, Flamingos Dourados, Fala-me de África e a novela Soldadó. O romance Os Lobos Não Usam Coleira foi adaptado ao cinema por José-Pedro Vasconcelos com o título Os Imortais.
É autor do argumento do filme Portugal SA, de Ruy Guerra.
Colaborou com Maria de Medeiros no argumento do filme Capitães de Abril.
É autor do guião da série de televisão Regresso a Sizalinda, com base no romance Fala-me de África.
Com a devida vénia a WOOK
____________
Nota do editor:
Último poste da série de 19 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11427: Agenda cultural (262): Convite para o 2.º Encontro integrado no 9.º ciclo da tertúlia Imperii Finis (Fim do Império), a decorrer no próximo dia 23 de Abril, no Palácio da Independência
Guiné 63/74 - P11431: Parabéns a você (566): António Branquinho, ex-Fur Mil do Pel Caç Nat 63 (Guiné, 1969/71)
____________
Nota do editor:
Último poste da série de 19 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11421: Parabéns a você (565): Augusto Vilaça, ex-Fur Mil da CART 1692/BART 1914 (Guiné, 1967/69) e Victor Barata, ex-1.º Cabo Esp DO 27/FAP BA 12 (Guiné, 1971/73)
Nota do editor:
Último poste da série de 19 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11421: Parabéns a você (565): Augusto Vilaça, ex-Fur Mil da CART 1692/BART 1914 (Guiné, 1967/69) e Victor Barata, ex-1.º Cabo Esp DO 27/FAP BA 12 (Guiné, 1971/73)
sábado, 20 de abril de 2013
Guiné 63/74 - P11430: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (18): Resposta nº 33: Henrique Cerqueira & Maria Dulcineia (NI) (Biambe e Bissorã, 1972/74)
1. Resposta nº 32 ao nosso questionário (*) > Henrique Cerqueira, ex-Fur Mil da 3.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/72, Biambe e Bissorã, 1972/74), a que se associa também a sua Dulcineia (Ni), igualmente nossa tabanqueira:
(1) Quando é que descobriste o blogue ?
Quando senti necessidade de saber coisas de outros camaradas da Guiné. A data? Foi há bué de tempo.
(2) Como e através de quem ? (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada)
Através de pesquisa no Google.
(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia) desde quando ?
Sei lá mas já é á uma "porrada de tempo"
(4) Com que regularidade vês/lês o blogue ? (diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...)
Geralmente todos os dias e certos dias várias vezes.
(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.)
Sim tenho mandado algum material e gostaria de continuar a mandar mais.
(6) Conheces também a nossa página no Facebook ? (Tabanca Grande Luís Graça)
Sim conheço a página no Facebook
(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue ?
Raramente vou ao Facebook até nem tenho página e esporadicamente utilizo a página da Ni
(8) O que gostas mais do Blogue ? E do Facebook ?
Sugestão/Comentário: Continuemos com este blogue, nem que tenha de haver "invenção ficção ou outro (ão) qualquer" e já agora obrigado pela oportunidade de ser amigo e camarada de todos os participantes deste Blogue.
Camarada Luís e restantes editores, resolvi aderir ao vosso questionário no formato apresentado porque achei mais fácil escrever as respostas às questões apresentadas. Quero ainda acrescentar que tudo o que escrevo é sentido e sincero e em alguns casos pecará por defeito e nunca por excesso.
Um abraço a todos e parabéns por esta data querida e como sempre desejo aos aniversariantes: "Que esta data se repita por BONS ANOS".
Henrique Cerqueira e Ni
2. Mensagem da Maria Dulcinea (NI), com data de 28 de março, agradecendo aos editores e demais pessoal da Tabanca Grande que se lembraram da sua data de aniversário:
Olá, Luís Graça
Quero aqui expressar os meus agradecimentos pelos votos de Parabéns no meu aniversário. Muito me honrou verificar que todos os camaradas da Guiné e meus camaradas do blogue em que por afinidade fui admitida, me presentearam com os seus votos no blogue.
É bom, muito bom, sentir essa proximidade com pessoas que têm em comum uma vivência passada durante uma determinada época da nossa vida.
Não sou uma participante muito ativa em termos de escrita ,mas na verdade sou leitora assídua do também meu blogue “Luís Graça & Camaradas da Guiné”. Considero-me talvez uma espécie de “retaguarda", junto do Henrique, sempre que estamos a ler e a comentar tudo que se tem escrito no Blogue. É claro que todos os assuntos tratados não me são absolutamente estranhos, mas como será entendível quando estive em Bissorã o meu espírito naquele território era bem diferente do meu marido assim como dos restantes camaradas da altura. Não deixei no entanto de viver ativamente os momentos bons e menos bons dessa altura.
Por acaso até me envolvi bastante com vários elementos da população, na ajuda e aprendizagem de alguns usos e costumes das pessoas de Bissorã . Assim como me interessei por acontecimentos passados entre o meu marido e seus camaradas militares .
Tenho muito gratas recordações, em especial do Natal de 1973, passado em Bissorã, pois me dediquei a fazer rabanadas e aletria para os camaradas que nos visitaram essa noite. Creio até que essa noite teve um pouco de “magia” amenizando a carência da falta de familiares na noite tão importante da vida de qualquer português. Até porque era uma altura de grande incerteza e “medos” porque o Henrique já tinha sido avisado que possivelmente nós teríamos de vir embora porque a situação de guerra estaria ameaçada de piorar daí para a frente, o que de certo modo aconteceu, pois logo no dia 30/12 /73 sofremos um ataque com alguma violência . Felizmente as coisas não pioraram muito em Bissorã, mas tínhamos informação de outras localidades com gravíssimos ataques.
Finalmente o 25 de Abril chegou e foi um ”espiral” de acontecimentos. E finalmente regressamos, sãos e salvos, ao nosso lindo Portugal.
Luís Graça, já me alonguei um pouco, mas tudo isto é para reafirmar o meu agradecimento especial ao Luís e com o mesmo sentimento a todos os Tertulianos a quem desejo sinceramente tudo de bom enquanto a vida permitir. E acreditem que o blogue tem sido a maior terapia para o Henrique assim como para mim. Jamais esqueceremos estes nossos amigos, independente de qualquer cor, raça ou religião. "NÓS ESTIVEMOS LÁ»
Um beijo muito grande a todos.
Maria Dulcinea Rocha
(1) Quando é que descobriste o blogue ?
Quando senti necessidade de saber coisas de outros camaradas da Guiné. A data? Foi há bué de tempo.
(2) Como e através de quem ? (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada)
Através de pesquisa no Google.
(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia) desde quando ?
Sei lá mas já é á uma "porrada de tempo"
(4) Com que regularidade vês/lês o blogue ? (diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...)
Geralmente todos os dias e certos dias várias vezes.
(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.)
Sim tenho mandado algum material e gostaria de continuar a mandar mais.
(6) Conheces também a nossa página no Facebook ? (Tabanca Grande Luís Graça)
Sim conheço a página no Facebook
(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue ?
Raramente vou ao Facebook até nem tenho página e esporadicamente utilizo a página da Ni
(8) O que gostas mais do Blogue ? E do Facebook ?
Como não gosto muito do facebook .Adoro o Blogue
(9) O que gostas menos do Blogue ? E do Facebook ?
Gosto tanto do blogue que tenho dificuldade em dizer o que gosto menos. Do facebook, não sei comunicar ,daí não gosto do dito
(10) Tens dificuldade, ultimamente, de aceder ao Blogue ? ((Tem havido queixas de lentidão no acesso...)
Houve aí umas dificuldades, mas quanto a lentidão não há problemas agora tenho todo o tempo necessário. Verdade que não stresso com essas lentidões e ponho sempre culpas á Net.
[ Foto à direita: "Este era o meu grupo na CCAÇ 13, em Bissorã, 1972/74. Eram "Os Cobras".
Foto e legenda: © Henrique Cerqueira, 2013]
(11) O que é o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti ? E a nossa página no Facebook ?
Olha, Luís, o Blogue hoje em dia para mim é como um "complemento alimentar". É mesmo um espaço que me faz feliz e que no momento que abro a página eu só "vejo" jovens de vinte e tal anos. Deixa ver se me explico: É como se estivesse naquele ambiente em grupo, comunidade, camaradagem com mais ou menos problemas (mas achando que consigo viver melhor e com mais conhecimentos). Ou seja, estou lá mas com a experiência e sabedoria de hoje. Bom, numa palavra, o blogue "Luís Graça & Camaradas da Guiné" representa para mim o oxigénio que se junta ao ar que respiro. Deve haver uma explicação lógica para esse sentimento.
(12/13) Já alguma vez participaste num dos nossos sete anteriores encontros nacionais ? Estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real ?
Não e por diversas rasões. Certa vez porque achava que ainda não estaria integrado no "grupo", outra porque não foi possível e ainda - quem sab e? - porque me custará ver que afinal não será a mesma imagem que tenho quando estou no blogue. Olha, Luís, em alguns (poucos) encontros da malta da minha companhia foi para mim muito penoso andar a perguntar a alguns camaradas como se chamavam e o que faziam. É que já não conhecia a maior parte da malta com quem convivi. Quando estou no blogue é como se conhecesse e reconhecesse toda a gente, mesmo aquela malta que nunca vi e que até são mais "antigos". Quanto a ir este ano a Monte Real ? Nem calculas como tenho "ganas" de estar presente mas ainda não consigo para já confirmar a presença.
(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar ?
TEM,TEM,TEM , Claro que TEM
(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer:
(9) O que gostas menos do Blogue ? E do Facebook ?
Gosto tanto do blogue que tenho dificuldade em dizer o que gosto menos. Do facebook, não sei comunicar ,daí não gosto do dito
(10) Tens dificuldade, ultimamente, de aceder ao Blogue ? ((Tem havido queixas de lentidão no acesso...)
Houve aí umas dificuldades, mas quanto a lentidão não há problemas agora tenho todo o tempo necessário. Verdade que não stresso com essas lentidões e ponho sempre culpas á Net.
[ Foto à direita: "Este era o meu grupo na CCAÇ 13, em Bissorã, 1972/74. Eram "Os Cobras".
Foto e legenda: © Henrique Cerqueira, 2013]
(11) O que é o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti ? E a nossa página no Facebook ?
Olha, Luís, o Blogue hoje em dia para mim é como um "complemento alimentar". É mesmo um espaço que me faz feliz e que no momento que abro a página eu só "vejo" jovens de vinte e tal anos. Deixa ver se me explico: É como se estivesse naquele ambiente em grupo, comunidade, camaradagem com mais ou menos problemas (mas achando que consigo viver melhor e com mais conhecimentos). Ou seja, estou lá mas com a experiência e sabedoria de hoje. Bom, numa palavra, o blogue "Luís Graça & Camaradas da Guiné" representa para mim o oxigénio que se junta ao ar que respiro. Deve haver uma explicação lógica para esse sentimento.
(12/13) Já alguma vez participaste num dos nossos sete anteriores encontros nacionais ? Estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real ?
Não e por diversas rasões. Certa vez porque achava que ainda não estaria integrado no "grupo", outra porque não foi possível e ainda - quem sab e? - porque me custará ver que afinal não será a mesma imagem que tenho quando estou no blogue. Olha, Luís, em alguns (poucos) encontros da malta da minha companhia foi para mim muito penoso andar a perguntar a alguns camaradas como se chamavam e o que faziam. É que já não conhecia a maior parte da malta com quem convivi. Quando estou no blogue é como se conhecesse e reconhecesse toda a gente, mesmo aquela malta que nunca vi e que até são mais "antigos". Quanto a ir este ano a Monte Real ? Nem calculas como tenho "ganas" de estar presente mas ainda não consigo para já confirmar a presença.
(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar ?
TEM,TEM,TEM , Claro que TEM
(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer:
Sugestão/Comentário: Continuemos com este blogue, nem que tenha de haver "invenção ficção ou outro (ão) qualquer" e já agora obrigado pela oportunidade de ser amigo e camarada de todos os participantes deste Blogue.
Camarada Luís e restantes editores, resolvi aderir ao vosso questionário no formato apresentado porque achei mais fácil escrever as respostas às questões apresentadas. Quero ainda acrescentar que tudo o que escrevo é sentido e sincero e em alguns casos pecará por defeito e nunca por excesso.
Um abraço a todos e parabéns por esta data querida e como sempre desejo aos aniversariantes: "Que esta data se repita por BONS ANOS".
Henrique Cerqueira e Ni
2. Mensagem da Maria Dulcinea (NI), com data de 28 de março, agradecendo aos editores e demais pessoal da Tabanca Grande que se lembraram da sua data de aniversário:
Olá, Luís Graça
Quero aqui expressar os meus agradecimentos pelos votos de Parabéns no meu aniversário. Muito me honrou verificar que todos os camaradas da Guiné e meus camaradas do blogue em que por afinidade fui admitida, me presentearam com os seus votos no blogue.
É bom, muito bom, sentir essa proximidade com pessoas que têm em comum uma vivência passada durante uma determinada época da nossa vida.
Não sou uma participante muito ativa em termos de escrita ,mas na verdade sou leitora assídua do também meu blogue “Luís Graça & Camaradas da Guiné”. Considero-me talvez uma espécie de “retaguarda", junto do Henrique, sempre que estamos a ler e a comentar tudo que se tem escrito no Blogue. É claro que todos os assuntos tratados não me são absolutamente estranhos, mas como será entendível quando estive em Bissorã o meu espírito naquele território era bem diferente do meu marido assim como dos restantes camaradas da altura. Não deixei no entanto de viver ativamente os momentos bons e menos bons dessa altura.
Por acaso até me envolvi bastante com vários elementos da população, na ajuda e aprendizagem de alguns usos e costumes das pessoas de Bissorã . Assim como me interessei por acontecimentos passados entre o meu marido e seus camaradas militares .
Tenho muito gratas recordações, em especial do Natal de 1973, passado em Bissorã, pois me dediquei a fazer rabanadas e aletria para os camaradas que nos visitaram essa noite. Creio até que essa noite teve um pouco de “magia” amenizando a carência da falta de familiares na noite tão importante da vida de qualquer português. Até porque era uma altura de grande incerteza e “medos” porque o Henrique já tinha sido avisado que possivelmente nós teríamos de vir embora porque a situação de guerra estaria ameaçada de piorar daí para a frente, o que de certo modo aconteceu, pois logo no dia 30/12 /73 sofremos um ataque com alguma violência . Felizmente as coisas não pioraram muito em Bissorã, mas tínhamos informação de outras localidades com gravíssimos ataques.
Finalmente o 25 de Abril chegou e foi um ”espiral” de acontecimentos. E finalmente regressamos, sãos e salvos, ao nosso lindo Portugal.
Luís Graça, já me alonguei um pouco, mas tudo isto é para reafirmar o meu agradecimento especial ao Luís e com o mesmo sentimento a todos os Tertulianos a quem desejo sinceramente tudo de bom enquanto a vida permitir. E acreditem que o blogue tem sido a maior terapia para o Henrique assim como para mim. Jamais esqueceremos estes nossos amigos, independente de qualquer cor, raça ou religião. "NÓS ESTIVEMOS LÁ»
Um beijo muito grande a todos.
Maria Dulcinea Rocha
_______________
Nota do editor:
Último poste da série > 19 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11426: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (17): Respostas (30/31): Manuel Maia, ex-Fur Mil do BCAÇ 4610/72 (Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74) e Rui Silva, ex-Fur Mil da CCAÇ 816 (Bissorã, Olossato e Mansoa, 1965/67)
Nota do editor:
Último poste da série > 19 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11426: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (17): Respostas (30/31): Manuel Maia, ex-Fur Mil do BCAÇ 4610/72 (Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74) e Rui Silva, ex-Fur Mil da CCAÇ 816 (Bissorã, Olossato e Mansoa, 1965/67)
Guiné 63/74 - P11429: Memórias de um capitão miliciano (António Vaz, cmdt da CART 1746, Bissorã e Xime, 1967/69) (1): os meus picadores e guias, Seco Camará e Mancaman Biai
Guiné > Zona Leste > Setor L1 (Bambadinca) > Xime > António Fernando Marques e Arlindo Teixeira Roda, dois camaradas. furrieis, da 1ª geração da CCAÇ 12 (1969/71), junto ao monumento da CCAÇ 1550 (1966/68), unidade de quadrícula do Xime que antecedeu a CART 1746 (1968/69), a CART 2520 (1969/70), a CART 2715 (1970/71), a CART 3494 (1972/73) e a CCAÇ 12 (1973/74)... A CCAÇ 12 conheceu bem e duramente, o subsetor do Xime, entre 1969 e 1974, primeiro como subuniddae de intervenção ao setor L1 e depois, no final da guerra, como subunidade de quadrícula... Não sei se a CCAÇ 1550 foi a primeira subunidade de quadrícula do Xime: estivera antes em Farim, era comandada pelo cap mil inf Agostinho Duarte Belo; no monumento estão inscritos os lugares (de diferentes setores) por onde passou: Binta, Guidage, Xime, Ponta do Inglês, Galomaro, Candamã, Taibatá, Farim, Dembataco, Samba Silate, Bissau... (LG)
Foto: © Arlindo Roda (2010)/ Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos
reservados.
1. Texto enviado pelo nosso camarada António Vaz, ex-cap mil, cmdt da CART 1746 (Bissorã e Xime, 1967/69), com data de 18 do corrente:
1. Texto enviado pelo nosso camarada António Vaz, ex-cap mil, cmdt da CART 1746 (Bissorã e Xime, 1967/69), com data de 18 do corrente:
Assunto: Seco Camará
Olá, Camaradas Tertulianos
Depois da minha ausência prolongada, já contada anteriormente, e ao reler páginas antigas do Blogue, nomeadamente o poste P5578 (*), ocorreu-me relatar o seguinte:
Quando cheguei ao Xime, em Janeiro de 1968, na "passagem do testemunho" que a CCAÇ 1550 fez da situação material e do pessoal adstrito (Pel Caç Nat, Milícia e picadores), foi-me dito que o picador Seco Camará era o melhor da zona e que, nessa época, já levava 56 minas detectadas, o que para mim, nessa altura, era um número respeitável pois até à data, vindo de Bissorã, não tinha tido contacto frequente com tais engenhos.
Fiquei sabedor e considerei que a chefia do grupo de picadores estava, continuaria, bem entregue. Assim sucedeu durante alguns meses e o Seco era sempre convocado para as operações que pareciam mais complicadas.
Numa delas, em Julho de 68, talvez a Op Golpear, com a paragem da coluna veio-me a informação: MINA!!!
Ao chegar-me aos ouvidos, avancei para junto do Seco pois fora ele que a tinha detectado e operava. Aproximei-me dele com o cuidado requerido e fiquei a observar o seu procedimento. (Será que que a adrenalina que se liberta tem cheiro? O mato molhado parecia-me sempre adocicado mas naquela altura tinha mudado).
Estava o Seco semideitado no chão e com a "pica" fazendo perfurações quase horizontais no terreno pois achava que este estava mais brando que o normal. Os gestos comedidos, o cuidado imenso e a tensão elevada ao máximo contagiaram-me. Tentava perceber se aquela textura do terreno correspondia ao que pensava ser uma "caminha" de mina.
Não mais esqueço a transformação que nele se operou: o seu semblante e a própria cor mudaram; o Seco estava cinzento de tão pálido que estava. Levantou-se lentamente dizendo:
– É mesmo mina, Capitão!
A minha norma foi sempre "Mina rebenta-se, não se levanta". Arriscava contudo a perca do segredo da progressão mas era assim. Assim se procedeu mas o Seco teve o seu prémio pecuniário.
Vieram mais operações e num delas um Alferes nomeado veio dizer-me que havia problema com a escala dos picadores, não queriam que o Seco fosse naquele dia e nos subsequentes porque não o queriam como chefe.
– Grande berbicacho – pensei eu.
[Foto à esquerda: Seco Camará, em Mansambo. Foto: ©Torcato Mendonça (2007) ]
As razões que me apresentaram não me convenceram, invocavam que aquele posto - chefe dos picadores - devia ser desempenhado por alguém superior na hierarquia tribal. Prometi que resolveria o assunto depois daquela operação pois não era altura de estar com mais conversa. O Seco foi como estava determinado mas com os resmungos dos outros picadores que acalmaram, talvez por eu ir nessa operação. Esta como outras foi "sem contacto, com vestígios" e num dos dias seguintes falei com o Seco que me disse que ele próprio não estava interessado em viver no Xime e preferia ir para outro lado.
(Eu à época não estava a par de eventuais "trabalhos sujos", já invocados neste blogue, que Seco desempenhara anteriormente. O comandante que me antecedeu nada me referiu, embora quando arrumava as minhas coisas tivesse encontrado, na secretária a mim atribuída, um objecto formado por um cabo de madeira com 40 ou 50 centímetros ao qual estavam presos 3 ou 4 pedaços de arame farpado de idêntico comprimento formando sinistro chicote. Destruí-o, pois não tinha como conduta torturar prisioneiros e achei que tal objecto prefigurava situações que sempre repudiei por princípio. Nos primeiros meses da comissão, em Bissorã, tive de travar, nem sempre com êxito, atitudes condenáveis por parte de milícias que facilmente se propagavam pelo pessoal da Companhia.)
Quanto ao Seco, não consegui arrancar-lhe mais explicações e, falando no Comando do Batalhão, em Bambadinca [, CCAÇ 2852], consegui arranjar-lhe um sítio para morar e que ele seria o Picador do Capitão e que seria convocado de vez em quando por mim, coisa que lhe agradou. Depois, falando com os picadores, vim a saber que, embora já desconfiasse, o chefe por eles desejado era o filho do Chefe da Tabanca, o Mancamam Biai, que desempenhou o papel até ao fim da comissão.
O Mancaman foi sempre uma pessoa reservada, discreta, embora entre o pessoal existisse certa desconfiança que me foi transmitida por diversas maneiras. O mesmo se passava com o Chefe da Tabanca que na noite do ataque ao Xime, na passagem do ano 68 para 69, que foi o mais forte da minha época, foi trazido para dentro do "quartel" por haver fortes suspeitas a seu respeito (não esquecer que a morte do Furriel Dias e os muitos feridos na emboscada passara-se 1 mês antes). As coisas serenaram mas a desconfiança com altos e baixos.
Olá, Camaradas Tertulianos
Depois da minha ausência prolongada, já contada anteriormente, e ao reler páginas antigas do Blogue, nomeadamente o poste P5578 (*), ocorreu-me relatar o seguinte:
Quando cheguei ao Xime, em Janeiro de 1968, na "passagem do testemunho" que a CCAÇ 1550 fez da situação material e do pessoal adstrito (Pel Caç Nat, Milícia e picadores), foi-me dito que o picador Seco Camará era o melhor da zona e que, nessa época, já levava 56 minas detectadas, o que para mim, nessa altura, era um número respeitável pois até à data, vindo de Bissorã, não tinha tido contacto frequente com tais engenhos.
Fiquei sabedor e considerei que a chefia do grupo de picadores estava, continuaria, bem entregue. Assim sucedeu durante alguns meses e o Seco era sempre convocado para as operações que pareciam mais complicadas.
Numa delas, em Julho de 68, talvez a Op Golpear, com a paragem da coluna veio-me a informação: MINA!!!
Ao chegar-me aos ouvidos, avancei para junto do Seco pois fora ele que a tinha detectado e operava. Aproximei-me dele com o cuidado requerido e fiquei a observar o seu procedimento. (Será que que a adrenalina que se liberta tem cheiro? O mato molhado parecia-me sempre adocicado mas naquela altura tinha mudado).
Estava o Seco semideitado no chão e com a "pica" fazendo perfurações quase horizontais no terreno pois achava que este estava mais brando que o normal. Os gestos comedidos, o cuidado imenso e a tensão elevada ao máximo contagiaram-me. Tentava perceber se aquela textura do terreno correspondia ao que pensava ser uma "caminha" de mina.
Não mais esqueço a transformação que nele se operou: o seu semblante e a própria cor mudaram; o Seco estava cinzento de tão pálido que estava. Levantou-se lentamente dizendo:
– É mesmo mina, Capitão!
A minha norma foi sempre "Mina rebenta-se, não se levanta". Arriscava contudo a perca do segredo da progressão mas era assim. Assim se procedeu mas o Seco teve o seu prémio pecuniário.
Vieram mais operações e num delas um Alferes nomeado veio dizer-me que havia problema com a escala dos picadores, não queriam que o Seco fosse naquele dia e nos subsequentes porque não o queriam como chefe.
– Grande berbicacho – pensei eu.
[Foto à esquerda: Seco Camará, em Mansambo. Foto: ©Torcato Mendonça (2007) ]
As razões que me apresentaram não me convenceram, invocavam que aquele posto - chefe dos picadores - devia ser desempenhado por alguém superior na hierarquia tribal. Prometi que resolveria o assunto depois daquela operação pois não era altura de estar com mais conversa. O Seco foi como estava determinado mas com os resmungos dos outros picadores que acalmaram, talvez por eu ir nessa operação. Esta como outras foi "sem contacto, com vestígios" e num dos dias seguintes falei com o Seco que me disse que ele próprio não estava interessado em viver no Xime e preferia ir para outro lado.
(Eu à época não estava a par de eventuais "trabalhos sujos", já invocados neste blogue, que Seco desempenhara anteriormente. O comandante que me antecedeu nada me referiu, embora quando arrumava as minhas coisas tivesse encontrado, na secretária a mim atribuída, um objecto formado por um cabo de madeira com 40 ou 50 centímetros ao qual estavam presos 3 ou 4 pedaços de arame farpado de idêntico comprimento formando sinistro chicote. Destruí-o, pois não tinha como conduta torturar prisioneiros e achei que tal objecto prefigurava situações que sempre repudiei por princípio. Nos primeiros meses da comissão, em Bissorã, tive de travar, nem sempre com êxito, atitudes condenáveis por parte de milícias que facilmente se propagavam pelo pessoal da Companhia.)
Quanto ao Seco, não consegui arrancar-lhe mais explicações e, falando no Comando do Batalhão, em Bambadinca [, CCAÇ 2852], consegui arranjar-lhe um sítio para morar e que ele seria o Picador do Capitão e que seria convocado de vez em quando por mim, coisa que lhe agradou. Depois, falando com os picadores, vim a saber que, embora já desconfiasse, o chefe por eles desejado era o filho do Chefe da Tabanca, o Mancamam Biai, que desempenhou o papel até ao fim da comissão.
O Mancaman foi sempre uma pessoa reservada, discreta, embora entre o pessoal existisse certa desconfiança que me foi transmitida por diversas maneiras. O mesmo se passava com o Chefe da Tabanca que na noite do ataque ao Xime, na passagem do ano 68 para 69, que foi o mais forte da minha época, foi trazido para dentro do "quartel" por haver fortes suspeitas a seu respeito (não esquecer que a morte do Furriel Dias e os muitos feridos na emboscada passara-se 1 mês antes). As coisas serenaram mas a desconfiança com altos e baixos.
No dia da minha retirada, já com a LDG atracada no Xime, veio o Mancamam ter comigo se eu não lhe deixava uma recordação:
–Não, Mancamam, não tenho nada para te dar, mas já dei a ti e ao teu pai a possibilidade de não terem sofrido represálias que numa certe altura pareciam mais que prováveis.
Compreendia que as populações estavam divididas com a guerra e que era natural que familiares ou antigos amigos seus vivessem naquilo que à época eram bases In e que isso era agora a realidade.
– Adeus, Mancamam.
Ele percebeu.
Um abraço do
António Vaz
________________
Nota do editor:
(*) 2 de janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5578: Memórias de um alferes capelão (Arsénio Puim, BART 2917, Dez 69/Mai 71) (7): Mancaman, mandinga, filho do chefe da tabanca do Xime, um homem de paz
Nunca galgou a graduado de 2.ª linha; negou-se, certa vez, a ir numa operação para além de Ponta Varela; odeia os militares portugueses que maltrataram prisioneiros «turras» para obter declarações; condena com grande revolta as chacinas praticadas pelas tropas prtuguesas nos primeiros anos da guerra; e sempre que os oficiais de artilharia fazem fogo para o acampamento do Poidon, que ele deu a entender estar muito fraco e já não ser o que foi em tempos atrás, ele olha-os com uns olhos de fúria, o que poderia sugerir a presença de membros da tabanca ou mesmo de pessoas de família naquela área.
(...) não aprecia Amílcar Cabral nem Sekou Touré, da Guiné ex-Francesa. Tem consideração, porém, por Senghor, do Senegal, porque «ele não quer um Estado só de pretos, mas tem muitos brancos a ajudá-lo», referiu.
(...) Para Mancaman, certamente com uma dose de idealismo, mas não sem uma visão, na essência, válida e humana, o processo para a consecução da paz na Guiné passava pelas conversações directas com os turras - importante para ele, que se realizassem através de elementos da população da mesma etnia - e a aplicação de tácticas defensivas, evitando todas as acções violentas e arrasadoras da parte do exército e das forças portuguesas. (...)
Marcadores:
António Vaz (Cap Mil),
Arsénio Puim,
CART 1746,
CCAÇ 12,
CCAÇ 1550,
Mancaman Biai,
mandingas,
minas e armadilhas,
picadores,
prisioneiros,
Seco Camará,
tortura,
Xime
sexta-feira, 19 de abril de 2013
Guiné 63/74 - P11428: Blogues da nossa blogosfera (63): Blogue da Lusofonia, uma página em português nos Estados Unidos da América (Mário Serra de Oliveira)
1. Mensagem do nosso camarada Mário Serra de Oliveira (ex-1.º Cabo Escriturário, Bissau, 1967/68), com data e 9 de Abril de 2013:
Amigo Carlos!
Primeiro que tudo quero felicitar-te pelo bom trabalho em prol dos teus camaradas.
Será que a medalha que mencionas, alcança o pessoal do FAP?
Obrigado e continua.
PS - Não sei se sabes que sou colaborador do jornal Lusoamricano de Nova Jersey e, como nem sempre é possível ao mesmo, publicar tudo - especialmente fotos - criei o "BLOGUE DA LUSOFONIA" - em: http://lusolink.blogspot.com, onde publico várias mensagens de interesse geral.
Também incluo links de outros blogues, entre os quais "Rumo a Fulacunda" e "Luís Graça & Camaradas da Guiné, para dar a conhecer a muita gente que serviu lá na Guiné.
Se não fosse contra as regras, agradecia a sua divulgação.
Boa sorte
Mário de Oliveira
2. Comentário do editor:
Caro Mário Serra de Oliveira,
Então não havíamos de falar dos teus blogues e da tua colaboração do Jornal Lusoamericano?
É com enrome gosto que o fazemos pois é um orgulho termos portugueses espalhados pelo mundo que não se remetem ao anonimato.
Deste-me agora a conhecer o teu novo projecto, o teu outro blogue, o Pidjuguiti - O Começo do Fim, ondes falas dos acontecimentos de 1959 e publicas também recordações do teu "Pelicano". Fica aqui então esta referência ao teu novo blogue, a visitar.
Tu és uma pessoa muito especial que lutou pela vida na Guiné, antes e depois da independência, onde deixaste muitos amigos. Mudaste para os EUA para melhorares o teu nível de vida e viver em paz. Mas esse país tem, de longe a longe, alguns sobressaltos, como foi o caso de ontem. O terrorismo não tem fronteiras, e o suposto pais mais poderoso do mundo não lhe é imune, antes pelo contrário, é dos mais atingidos.
Acho que vem a propósito falar aqui e agora do livro que lançaste em finais de 2012, "Palavras de um Defunto... Antes de o Ser", cujo título pode sugerir um livro de humor, mas que é, na verdade, o meio que arranjaste para nos dares a conhecer muito de ti, das tuas origens, da tua família, que descreves com tal minúcia que acabamos por julgar conhecê-los pessoalmente, da tua ida para a Guiné onde cumpriste o serviço militar e onde acabaste por ficar depois da tropa e até muito depois da independência, quando resolveste mudar para a terra do Tio Sam.
Tens uma vida de luta na procura do melhor para ti e para a tua família.
Aqui ficam publicados os links para o teu Blogue e para o jornal onde colaboras, esperando que tenhas uma continuada participação, em nome deste Portugal pequeno e pobre que um dia há-de ultrapassar este momento tão doloroso.
Fosse a maioria dos portugueses como tu, que aqui ou na diàspora havíam de o tirar desta recessão.
Sabendo que represento a vontade da maioria tertúlia, desejo-te, em nome dela, as maiores felicidades para ti, assim como para toda a tua família.
Que a vossa luta seja compensada.
Nota do editor
Último poste da série de 11 DE FEVEREIRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11087: Blogues da nossa blogosfera (62): Grupo Cultural Netos de Bandim, Bairro de Bandim, Bissau... Pequenos grandes embaixadores da cultura guineense
Amigo Carlos!
Primeiro que tudo quero felicitar-te pelo bom trabalho em prol dos teus camaradas.
Será que a medalha que mencionas, alcança o pessoal do FAP?
Obrigado e continua.
PS - Não sei se sabes que sou colaborador do jornal Lusoamricano de Nova Jersey e, como nem sempre é possível ao mesmo, publicar tudo - especialmente fotos - criei o "BLOGUE DA LUSOFONIA" - em: http://lusolink.blogspot.com, onde publico várias mensagens de interesse geral.
Também incluo links de outros blogues, entre os quais "Rumo a Fulacunda" e "Luís Graça & Camaradas da Guiné, para dar a conhecer a muita gente que serviu lá na Guiné.
Se não fosse contra as regras, agradecia a sua divulgação.
Boa sorte
Mário de Oliveira
2. Comentário do editor:
Caro Mário Serra de Oliveira,
Então não havíamos de falar dos teus blogues e da tua colaboração do Jornal Lusoamericano?
É com enrome gosto que o fazemos pois é um orgulho termos portugueses espalhados pelo mundo que não se remetem ao anonimato.
Deste-me agora a conhecer o teu novo projecto, o teu outro blogue, o Pidjuguiti - O Começo do Fim, ondes falas dos acontecimentos de 1959 e publicas também recordações do teu "Pelicano". Fica aqui então esta referência ao teu novo blogue, a visitar.
Tu és uma pessoa muito especial que lutou pela vida na Guiné, antes e depois da independência, onde deixaste muitos amigos. Mudaste para os EUA para melhorares o teu nível de vida e viver em paz. Mas esse país tem, de longe a longe, alguns sobressaltos, como foi o caso de ontem. O terrorismo não tem fronteiras, e o suposto pais mais poderoso do mundo não lhe é imune, antes pelo contrário, é dos mais atingidos.
Acho que vem a propósito falar aqui e agora do livro que lançaste em finais de 2012, "Palavras de um Defunto... Antes de o Ser", cujo título pode sugerir um livro de humor, mas que é, na verdade, o meio que arranjaste para nos dares a conhecer muito de ti, das tuas origens, da tua família, que descreves com tal minúcia que acabamos por julgar conhecê-los pessoalmente, da tua ida para a Guiné onde cumpriste o serviço militar e onde acabaste por ficar depois da tropa e até muito depois da independência, quando resolveste mudar para a terra do Tio Sam.
Tens uma vida de luta na procura do melhor para ti e para a tua família.
Aqui ficam publicados os links para o teu Blogue e para o jornal onde colaboras, esperando que tenhas uma continuada participação, em nome deste Portugal pequeno e pobre que um dia há-de ultrapassar este momento tão doloroso.
Fosse a maioria dos portugueses como tu, que aqui ou na diàspora havíam de o tirar desta recessão.
Sabendo que represento a vontade da maioria tertúlia, desejo-te, em nome dela, as maiores felicidades para ti, assim como para toda a tua família.
Que a vossa luta seja compensada.
Blogue da Lusofonia de Mário Serra de Oliveira
Luso Americano Portuguese-American Newspaper onde colabora o nosso camarada Mário
____________Nota do editor
Último poste da série de 11 DE FEVEREIRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11087: Blogues da nossa blogosfera (62): Grupo Cultural Netos de Bandim, Bairro de Bandim, Bissau... Pequenos grandes embaixadores da cultura guineense
Guiné 63/74 - P11427: Agenda cultural (262): Convite para o 2.º Encontro integrado no 9.º ciclo da tertúlia Fim do Império, a decorrer no próximo dia 23 de Abril, no Palácio da Independência
1. Mensagem de Manuel Barão da Cunha*, encaminhada ao Blogue pelo nosso camarada Virgínio Briote:
Caríssimos,
Na próxima 3ª feira, dia 23, 15h00, no Palácio da Independência (próximo do Metro do Rossio), na 66ª sessão das tertúlias "Fim do Império", haverá poesia, canto e música, com Caniné, que vem do Algarve, entrada livre (ver anexo).
Se puderem ir, serão bem-vindos, também agradecemos divulgação.
Fiquem bem,
M. Barão da Cunha
(*) Manuel Júlio Matias Barão da Cunha foi CMDT da CCAV 704/BCAV 705 que esteve na Guiné entre os anos de 1964 e 1966
____________
Nota do editor:
Último poste da série de 17 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11412: Agenda cultural (261): No B.Leza, hoje e amanhã catedral da música guineense em Lisboa: (i) hoje, com Bubacar Djabaté, cantor e tocador de balafon, natural de Tabatô; (ii) amanhã, com o Tabanka Djazz, de Micas Cabral & companhia... A não perder! (A Tabanca Grande apoia a música da Guiné-Bissau!)
Caríssimos,
Na próxima 3ª feira, dia 23, 15h00, no Palácio da Independência (próximo do Metro do Rossio), na 66ª sessão das tertúlias "Fim do Império", haverá poesia, canto e música, com Caniné, que vem do Algarve, entrada livre (ver anexo).
Se puderem ir, serão bem-vindos, também agradecemos divulgação.
Fiquem bem,
M. Barão da Cunha
(*) Manuel Júlio Matias Barão da Cunha foi CMDT da CCAV 704/BCAV 705 que esteve na Guiné entre os anos de 1964 e 1966
____________
Nota do editor:
Último poste da série de 17 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11412: Agenda cultural (261): No B.Leza, hoje e amanhã catedral da música guineense em Lisboa: (i) hoje, com Bubacar Djabaté, cantor e tocador de balafon, natural de Tabatô; (ii) amanhã, com o Tabanka Djazz, de Micas Cabral & companhia... A não perder! (A Tabanca Grande apoia a música da Guiné-Bissau!)
Guiné 63/74 - P11426: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (17): Respostas (31/32): Manuel Maia, ex-Fur Mil do BCAÇ 4610/72 (Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74) e Rui Silva, ex-Fur Mil da CCAÇ 816 (Bissorã, Olossato e Mansoa, 1965/67)
Resposta n.º 30, do nosso camarada Manuel Maia, ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74:
(1) Quando é que descobriste o blogue?
R - Foi no ano 2009.
(2) Como e através de quem? (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada)
R - Creio que através de algum amigo.
(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia) desde quando?
R - A minha ligação à tabanca remonta à data referida ( 2009)
(4) Com que regularidade vês/lês o blogue? (diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...)
R - Três a quatro dias por semana. Nem sempre é viável fazê-lo...
(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.)
R - Já não envio nada faz tempo. Tenho um registo de 102. Fui dos mais prestativos no concernente a publicações...
(6) Conheces também a nossa página no Facebook? (Tabanca Grande Luís Graça)
R - Conheço a página do face book e a cada passo acedo a ela...
(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue?
R - Se a pergunta se reportar exclusivamente à pagina da tabanca no face book, direi que não. Se acaso for de carácter generalista sobre o face book o sim será a resposta.
(8) O que gostas mais do Blogue? E do Facebook?
R - No blogue evidentemente que gosto dos relatos, das vivências que cada um por lá experimentou. No face book gosto do acicate da participação...
(9) O que gostas menos do Blogue? E do Facebook?
R - No blogue não gosto particularmente de um ou outro interventor imbecilizado, que por se situar longe do meu estender de braço, consegue chamar-me mentiroso impunemente. No blogue não gosto do excesso de fotografias de animais...
(10) Tens dificuldade, ultimamente, de aceder ao Blogue? ((Tem havido queixas de lentidão no acesso...)
R - Não posso afirmá-lo categóricamente, pois quando abro o computador faço-o sempre com três janelas: gmail, facebook, blogue e não tenho encontrado grandes dificuldades, como li aqui expressas por alguns camarigos.
(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti? E a nossa página no Facebook?
R - O blogue representa o acesso facil e barato à informação, ao debate e ao contacto com amigos. A nossa página do face book é um flash no sentido de nos lembrar de por lá passar...
(12) Já alguma vez participaste num dos nossos sete anteriores encontros nacionais?
R - Já.
(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real?
Sim. Terei que ver se consigo uma boleia.
(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar?
R - Acredito que sim. O facto da redução na participação acontecer (o inquérito creio que se entende por isso mesmo...). Prende-se com a novidade face book para muita gente (aconteceu também comigo pois durante muito tempo não deambulei por aquelas paragens...). Mas penso que se tratará de um fenómeno passageiro, e que o blogue retomará o lugar de sempre...
(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer.
R - À excepção do caso que referi e me levou a algum distanciamento, não vejo razão nenhuma para reparos, antes sim elogios pelo esforço desenvolvido pelo editor e co-editores incansáveis na consolidação dum blogue conhecido por todo o lado.
Resposta n.ª 31, do nosso camarada Rui Silva, ex-Fur Mil da CCAÇ 816, Bissorã, Olossato, Mansoa, 1965/67:
(1) Quando é que descobriste o blogue?
R - Em Março de 2007.
(2) Como e através de quem? (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada)
R - Descobri por acaso quando navegava na Internet à procura de notícias da Guiné.
(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia) desde quando?
R - Aderi logo à Tertúlia também em Março de 2007.
(4) Com que regularidade vês/lês o blogue? (diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...)
R - Diariamente. Mesmo fora, se houver Internet, vou lá ver.
(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.)
R - Tenho mandado alguma coisa. Julgo que tenho colaborado um pouco.
(6) Conheces também a nossa página no Facebook? (Tabanca Grande Luís Graça)
R - Conheço. Mas, para ser franco não gosto do Facebook em qualquer situação. I’m sorry!
(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue?
R - Não. Resposta implícita na anterior
(8) O que gostas mais do Blogue? E do Facebook?
R - No Blogue, de uma maneira geral, de tudo. Até das birras! Mau era se fôssemos uns “Yes men”
(9) O que gostas menos do Blogue? E do Facebook?
R - Implícito na resposta anterior.
(10) Tens dificuldade, ultimamente, de aceder ao Blogue? ((Tem havido queixas de lentidão no acesso...)
R - Não. Às vezes custa a abrir mas com paciência de reformado…, e a vontade de o ver, suplanta algum contratempo.
(11) O que é o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti? E a nossa página no Facebook?
R - O Blogue é o meu (bom) diário lido.
(12) Já alguma vez participaste num dos nossos sete anteriores encontros nacionais?
R - Sim.
(13) Estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real?
R - Sim. Nos 2 últimos, e não me estou a ver a não ir a esse fantástico convívio.
(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar?
R - Claro, nem que seja para dizer que encontrei ontem um amigalhaço da Guiné.
(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer.
R - Bom caro amigo Luís. Para te ser franco (é isso que queres, não é?) Não gosto muito de assuntos que não tenham nada a ver com a guerra na Guiné.
____________
Nota do editor:
Último poste da série de 19 de Abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11423: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (16): Respostas (29/30) de Rui Felício (CCAÇ 2405, Galomaro e Dulombi, 1968/70) e José Francisco Borrego (GA 7, Bissau, e 9º Pel Art, Bajocunda, 1970/72)
(1) Quando é que descobriste o blogue?
R - Foi no ano 2009.
(2) Como e através de quem? (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada)
R - Creio que através de algum amigo.
(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia) desde quando?
R - A minha ligação à tabanca remonta à data referida ( 2009)
(4) Com que regularidade vês/lês o blogue? (diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...)
R - Três a quatro dias por semana. Nem sempre é viável fazê-lo...
(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.)
R - Já não envio nada faz tempo. Tenho um registo de 102. Fui dos mais prestativos no concernente a publicações...
(6) Conheces também a nossa página no Facebook? (Tabanca Grande Luís Graça)
R - Conheço a página do face book e a cada passo acedo a ela...
(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue?
R - Se a pergunta se reportar exclusivamente à pagina da tabanca no face book, direi que não. Se acaso for de carácter generalista sobre o face book o sim será a resposta.
(8) O que gostas mais do Blogue? E do Facebook?
R - No blogue evidentemente que gosto dos relatos, das vivências que cada um por lá experimentou. No face book gosto do acicate da participação...
(9) O que gostas menos do Blogue? E do Facebook?
R - No blogue não gosto particularmente de um ou outro interventor imbecilizado, que por se situar longe do meu estender de braço, consegue chamar-me mentiroso impunemente. No blogue não gosto do excesso de fotografias de animais...
(10) Tens dificuldade, ultimamente, de aceder ao Blogue? ((Tem havido queixas de lentidão no acesso...)
R - Não posso afirmá-lo categóricamente, pois quando abro o computador faço-o sempre com três janelas: gmail, facebook, blogue e não tenho encontrado grandes dificuldades, como li aqui expressas por alguns camarigos.
(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti? E a nossa página no Facebook?
R - O blogue representa o acesso facil e barato à informação, ao debate e ao contacto com amigos. A nossa página do face book é um flash no sentido de nos lembrar de por lá passar...
(12) Já alguma vez participaste num dos nossos sete anteriores encontros nacionais?
R - Já.
(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real?
Sim. Terei que ver se consigo uma boleia.
(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar?
R - Acredito que sim. O facto da redução na participação acontecer (o inquérito creio que se entende por isso mesmo...). Prende-se com a novidade face book para muita gente (aconteceu também comigo pois durante muito tempo não deambulei por aquelas paragens...). Mas penso que se tratará de um fenómeno passageiro, e que o blogue retomará o lugar de sempre...
(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer.
R - À excepção do caso que referi e me levou a algum distanciamento, não vejo razão nenhuma para reparos, antes sim elogios pelo esforço desenvolvido pelo editor e co-editores incansáveis na consolidação dum blogue conhecido por todo o lado.
********************
Resposta n.ª 31, do nosso camarada Rui Silva, ex-Fur Mil da CCAÇ 816, Bissorã, Olossato, Mansoa, 1965/67:
(1) Quando é que descobriste o blogue?
R - Em Março de 2007.
(2) Como e através de quem? (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada)
R - Descobri por acaso quando navegava na Internet à procura de notícias da Guiné.
(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia) desde quando?
R - Aderi logo à Tertúlia também em Março de 2007.
(4) Com que regularidade vês/lês o blogue? (diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...)
R - Diariamente. Mesmo fora, se houver Internet, vou lá ver.
(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.)
R - Tenho mandado alguma coisa. Julgo que tenho colaborado um pouco.
(6) Conheces também a nossa página no Facebook? (Tabanca Grande Luís Graça)
R - Conheço. Mas, para ser franco não gosto do Facebook em qualquer situação. I’m sorry!
(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue?
R - Não. Resposta implícita na anterior
(8) O que gostas mais do Blogue? E do Facebook?
R - No Blogue, de uma maneira geral, de tudo. Até das birras! Mau era se fôssemos uns “Yes men”
(9) O que gostas menos do Blogue? E do Facebook?
R - Implícito na resposta anterior.
(10) Tens dificuldade, ultimamente, de aceder ao Blogue? ((Tem havido queixas de lentidão no acesso...)
R - Não. Às vezes custa a abrir mas com paciência de reformado…, e a vontade de o ver, suplanta algum contratempo.
(11) O que é o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti? E a nossa página no Facebook?
R - O Blogue é o meu (bom) diário lido.
(12) Já alguma vez participaste num dos nossos sete anteriores encontros nacionais?
R - Sim.
(13) Estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real?
R - Sim. Nos 2 últimos, e não me estou a ver a não ir a esse fantástico convívio.
(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar?
R - Claro, nem que seja para dizer que encontrei ontem um amigalhaço da Guiné.
(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer.
R - Bom caro amigo Luís. Para te ser franco (é isso que queres, não é?) Não gosto muito de assuntos que não tenham nada a ver com a guerra na Guiné.
____________
Nota do editor:
Último poste da série de 19 de Abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11423: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (16): Respostas (29/30) de Rui Felício (CCAÇ 2405, Galomaro e Dulombi, 1968/70) e José Francisco Borrego (GA 7, Bissau, e 9º Pel Art, Bajocunda, 1970/72)
Guiné 63/74 - P11425: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (21): Vamos reconstruir o edifício mais representativo do antigo aquartelamento de Gadamael Porto (Pepito)
Guiné-Bissau > região de Tombali > Guileje > 28/3/2013 > Foto nº 1 > Capela [Inaugurada em 20 de janeiro de 2010; em representação também da nossa Tabanca Grande, esteve lá a Júlia Neto]
Guiné-Bissau > região de Tombali > Guileje > 28/3/2013 > Foto nº 2 > Interior da Capela [, para cuja reconstrução contrbuiram também diversos camaradas,. membros da nossa Tabanca Grande]
Guiné-Bissau > região de Tombali > Guileje > 28/3/2013 > Foto nº 2 > Imagem de Nossa Senhora de Fátima [, doada pelo António Camilo e o Luis Branquinho Crespo]
Guiné-Bissau > região de Tombali > Guileje > 28/3/2013 > Foto nº 4 > Capela, ao centro, e posto de comando, ao fundo, do lado esquerdo.
Guiné-Bissau > região de Tombali > Guileje > 28/3/2013 > Foto nº 5 > O edifício do novo museu ("Museu Cultura e Ambiente do Cantanhez").
1. Mensagem do nosso amigo Pepito, com data de ontem:
Amigo Luís
Aquando da realização do Simpósio Internacional de Guiledje, efectuado com a decisiva colaboração da Tabanca Grande, a AD assumiu o compromisso de tudo fazer para transformar o quartel de Guiledje num local de Memória colectiva de todos quantos por lá passaram e igualmente projectá-lo no contexto actual e futuro do desenvolvimento da Guiné-Bissau.
É por isso que, a pouco e pouco, foram sendo reabilitadas algumas infraestruturas existentes (capela, casa do Comando, Almadjadja, etc.) e reconstruídas outras com novos desafios. Foi o caso do Museu "Memória de Guiledje" e do agora inaugurado Museu "Cultura e Ambiente de Cantanhez" (no local onde era a antiga messe de sargentos).
As fotos deste ultimo estão no site da AD. Mando algumas fotos atuais da capela, posto de comando e localização do Museu.
O trabalho vai continuar em Guiledje, mas a nossa ideia era a de intervir no quartel de Gadamael-Porto, indissociavelmente ligado à história de Guiledje. Para além das fotos sempre importantes e necessárias, gostaria de ouvir, dos militares que lá passaram, qual o edifício desse quartel que eles consideram mais representativo, para ser reabilitado e se modificar para um pequeno museu de recordação.
abraços grandes
pepito
_________________
10 de janeiro de 2013 > Guiné 63/74 - P10920: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (20): Vestígios da passagem de "Os Magriços do Guileje", a CCAÇ 2617 (mar 70/ fev 71), na reconstrução da antiga messe... Quem serão o José Sá e o João Castro ? (Pepito)
Marcadores:
AD - Acção para o Desenvolvimento,
António Camilo,
Cantanhez,
Fátima (Nossa Senhora de),
Gadamael,
Júlia Neto,
Núcleo Museológico Memória de Guiledje,
Pepito
Guiné 63/74 - P11424: Notas de leitura (473): O Sistema Colonial Português em África (meados do século XX), por Armando Castro (Mário Beja Santos)
1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 18 de Dezembro de 2012:
Queridos amigos,
O Prof. Armando Castro percorreu algumas parcelas do Império para escrever este livro, apresentado como libelo anticolonial . Foi elaborado entre 1958 e 1959, publicado em 1962 na URSS e editado em português em 1980.
Marca inequivocamente o que o PCP pensa do sistema colonial, numa altura em que já eclodira a subversão em Angola. O PCP, no seu V Congresso, realizado em 1957, tinha inserido no seu programa, como objetivo primordial “o reconhecimento aos povos das colónias portuguesas do direito à completa e imediata independência”. Este objetivo será mantido no VI Congresso, realizado em 1965.
A sua edição na URSS, é uma hipótese explicativa, resultaria de um esforço informativo da corrente do comunismo internacional sobre a visão prismática que o PCP tinha acerca dos grandes eixos em que assentava o colonialismo português em África. É descabido supor que um livro editado em russo tivesse como utilizadores os portugueses.
Um abraço do
Mário
O sistema colonial português em África: a Guiné
Beja Santos
“O sistema colonial português em África (meados do século XX)”, por Armando Castro, Editorial Caminho, 1980, foi elaborado entre 1958 e 1959 e teve a sua primeira edição na União Soviética. O autor explica-se: “Não podemos para tanto perder de vista que entre 1957 e 1958, quando foi tomada a decisão de conhecer os aspetos mais salientes do sistema colonial português em África, ele era praticamente desconhecido, quer da opinião pública portuguesa quer da generalidade da opinião pública internacional”. Mais adiante, o autor refere ofensiva ideológica do regime de Salazar em torno das bondades sobre o seu domínio colonial e a necessidade que o Partido Comunista Português sentiu de se habilitar com a sua própria ofensiva de esclarecimento. Armando de Castro parte para África a 21 de Junho de 1958 e durante 95 dias percorreu Angola, Moçambique, S. Tomé e Príncipe e a Guiné. A primeira edição foi em russo, sob o pseudónimo de autor Joaquim Silva.
Armando de Castro releva, palavras suas, a exatidão do marxismo, a sua capacidade de previsão histórica de que o colonialismo estava condenado a desaparecer. Como se compreenderá, a recensão sumaria os dados referentes à Guiné, e do mesmo modo faz-se tábua-rasa dos elementos referentes à situação geográfica, território, fronteiras, demografia e quadro étnico, organização administrativa, transportes e comunicações.
O autor chama a atenção para o facto das características económicas e sociais da Guiné serem diferentes das outras colónias: “O aspeto principal resulta da falta de plantações ou de outras empresas para exploração direta das riquezas naturais pelos colonialistas. Toda a atividade económica repousa sobre a agricultura nativa. A atividade dos europeus consiste na aquisição dos excedentes da produção autóctone e na organização de um mercado interno por meio de uma rede comercial fechada”. Isto derivado ao pouco estímulo que o capital colonial sentiu para a exploração direta das riquezas.
Refere-se a importância da cultura da mancarra e atividades exercidas diretamente pelos europeus, a exploração das madeiras, havendo a criticar a ausência de um repovoamento florestal. A agricultura aparece como uma atividade económica exclusiva dos guinéus, o comércio colonial consiste no amendoim, coconote e óleo de palma. No plano industrial, são repertoriadas quatro fábricas para o descasque de arroz, pertencentes a sociedades europeias, uma pequena unidade para extração de óleo de peixe, pequenas oficinas de reparação automóvel, serralharias, pequenas fábricas para extração de óleo de mancarra e umas doze oficinas para cortar as madeiras destinadas à exportação. Não são igualmente esquecidas as destilarias de bebidas alcoólicas e o autor refere tratar-se de atividades clandestinas “visto que várias convenções internacionais interditam a destilação em África das bebidas alcoólicas”.
A Guiné aparece a viver economicamente a viver sobre o signo da mancarra e seguem-se alguns dados que vale a pena registar. “As firmas proprietárias das quatro fábricas de descasque de arroz controlam também o mercado interno e a exportação. Sofrem porém a concorrência dos produtores nativos na fase de descasque. Estes, com efeito, descascam o arroz com o pilão, manualmente, produzindo assim o que se chama arroz de pilão. Para vencer esta resistência ao monopólio total, os proprietários das fábricas fizeram baixar o preço do arroz de pilão em relação ao arroz descascado nas suas fábricas, insinuando que aquele era impuro e de difícil exportação. Apesar disso, o cultivador guinéu continuava a vender o seu produto, não somente no mercado interno mas também nos territórios vizinhos sob denominação francesa, sobretudo desde que deixaram de receber arroz do Vietname”.
Esta digressão sobre a Guiné prossegue com uma análise da mão-de-obra e salários, o comércio interno e o comércio externo. No tocante ao capital colonial na Guiné, o autor volta a referir as três grandes companhias e o seu papel monopolista no comércio interno, na aquisição das matérias-primas coloniais e na venda de produtos manufaturados, bem como o controlo quase total da exportação e o transporte marítimo, explanado sobre os interesses da CUF através da Casa Gouveia, a Sociedade Comercial Ultramarina e por outro lado a empresa Barbosa e Costa. Por fim, Armando Castro tece considerações sobre a sociedade guineense. Considera que a etnia mais evoluída é a Fula. Observa que o trabalho forçado tem formas mais atenuadas e com menos intensidade na Guiné que em Angola e Moçambique: “Para conseguir mão-de-obra, os colonialistas dirigem-se aos funcionários da administração. Mas as empresas só têm necessidade de um pequeno número de trabalhadores e, por outro lado, a resistência é grande. É isto que explica que o trabalho forçado na Guiné seja menos grave que nas outras colónias do Continente. A violência física parece também exercer-se com menos rigor. Os castigos corporais existem, mas mais raramente que em Angola ou Moçambique. O espírito de resistência aos colonialistas é visível ainda em exemplos relativos a alguns produtos alimentares. a população europeia experimenta sérias dificuldades para obter certos géneros alimentícios, tais como os legumes e os ovos, porque os produtores não fornecem os mercados”.
E Armando Castro fala da resistência guineense dando como exemplo as greves para a obtenção de melhores salários dos carregadores da Casa Gouveia, em Maio de 1956, lançando um dado surpreendente: “A resistência mede-se ainda pela extensão da influência islâmica. O islamismo barra a penetração ideológica do colonialismo, que procura impor-se por intermédio dos centros missionários, a multiplicação das escolas corânicas torna inútil este esforço colonialista, porque os africanos observam atentamente o exemplo dado pelos membros dos dois tipos de escola. De um lado estão os mestres do Corão, africanos como eles, tratando-os como irmãos e vivendo de uma maneira humana e digna. Do outro lado, nas escolas criadas pelos colonialistas, atuam mestres impregnados da mentalidade dos exploradores brancos”. Acerca do contexto mundial anticolonial, o autor observa ainda: “Face ao aumento da vaga anticolonialista, que já deu a independência à Guiné ex-francesa, a política das autoridades portuguesas não sofreu qualquer transformação. Portugal nem sequer tenta qualquer ação do tipo económico- social ou político-administrativo como fazem as demais potências coloniais. Alimenta a esperança de manter o sistema. Para isso conta com a manutenção do grande atraso das populações em relação a todos os outros povos colonizados de África. Ao mesmo tempo, procura-se intensificar a vigilância e a repressão policial. É o que explica a instalação em África, em 1956, da famosa polícia política de Salazar, em particular a sua implantação no interior da Guiné e em algumas regiões fronteiriças. Em meados de 1958 acentuava-se esta medida criando 5 postos e 11 subpostos da polícia política”.
Resta procurar entender o que levou um quadro do PCP a proceder a este levantamento e a publicá-lo em russo, na sua primeira edição. Armando Castro, no posfácio, justifica-se. A primeira razão é de carácter pessoal, por sentimento de justiça e de solidariedade humana, a outra é a necessidade de contribuir para o desaparecimento da opressão colonialista: “Os patriotas conscientes também não ignoram que, na medida em que se quebram os projetos do imperialismo que têm por base as colónias portuguesas, se reforçaram as possibilidades de paz. Desejamos que a opressão colonial que dura há séculos seja substituída por relações de verdadeira amizade. E esta amizade, a única forma futura da presença de Portugal em África, só pode nascer e florescer no seio de uma cooperação fraterna. Cooperação regida pelos princípios da igualdade nacional”.
____________
Nota do editor:
Último poste da série de 15 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11399: Notas de leitura (472): Vem Comigo à Guerra do Ultramar, pelo Coronel António Luís Monteiro da Graça (Mário Beja Santos)
Queridos amigos,
O Prof. Armando Castro percorreu algumas parcelas do Império para escrever este livro, apresentado como libelo anticolonial . Foi elaborado entre 1958 e 1959, publicado em 1962 na URSS e editado em português em 1980.
Marca inequivocamente o que o PCP pensa do sistema colonial, numa altura em que já eclodira a subversão em Angola. O PCP, no seu V Congresso, realizado em 1957, tinha inserido no seu programa, como objetivo primordial “o reconhecimento aos povos das colónias portuguesas do direito à completa e imediata independência”. Este objetivo será mantido no VI Congresso, realizado em 1965.
A sua edição na URSS, é uma hipótese explicativa, resultaria de um esforço informativo da corrente do comunismo internacional sobre a visão prismática que o PCP tinha acerca dos grandes eixos em que assentava o colonialismo português em África. É descabido supor que um livro editado em russo tivesse como utilizadores os portugueses.
Um abraço do
Mário
O sistema colonial português em África: a Guiné
Beja Santos
“O sistema colonial português em África (meados do século XX)”, por Armando Castro, Editorial Caminho, 1980, foi elaborado entre 1958 e 1959 e teve a sua primeira edição na União Soviética. O autor explica-se: “Não podemos para tanto perder de vista que entre 1957 e 1958, quando foi tomada a decisão de conhecer os aspetos mais salientes do sistema colonial português em África, ele era praticamente desconhecido, quer da opinião pública portuguesa quer da generalidade da opinião pública internacional”. Mais adiante, o autor refere ofensiva ideológica do regime de Salazar em torno das bondades sobre o seu domínio colonial e a necessidade que o Partido Comunista Português sentiu de se habilitar com a sua própria ofensiva de esclarecimento. Armando de Castro parte para África a 21 de Junho de 1958 e durante 95 dias percorreu Angola, Moçambique, S. Tomé e Príncipe e a Guiné. A primeira edição foi em russo, sob o pseudónimo de autor Joaquim Silva.
Armando de Castro releva, palavras suas, a exatidão do marxismo, a sua capacidade de previsão histórica de que o colonialismo estava condenado a desaparecer. Como se compreenderá, a recensão sumaria os dados referentes à Guiné, e do mesmo modo faz-se tábua-rasa dos elementos referentes à situação geográfica, território, fronteiras, demografia e quadro étnico, organização administrativa, transportes e comunicações.
O autor chama a atenção para o facto das características económicas e sociais da Guiné serem diferentes das outras colónias: “O aspeto principal resulta da falta de plantações ou de outras empresas para exploração direta das riquezas naturais pelos colonialistas. Toda a atividade económica repousa sobre a agricultura nativa. A atividade dos europeus consiste na aquisição dos excedentes da produção autóctone e na organização de um mercado interno por meio de uma rede comercial fechada”. Isto derivado ao pouco estímulo que o capital colonial sentiu para a exploração direta das riquezas.
Refere-se a importância da cultura da mancarra e atividades exercidas diretamente pelos europeus, a exploração das madeiras, havendo a criticar a ausência de um repovoamento florestal. A agricultura aparece como uma atividade económica exclusiva dos guinéus, o comércio colonial consiste no amendoim, coconote e óleo de palma. No plano industrial, são repertoriadas quatro fábricas para o descasque de arroz, pertencentes a sociedades europeias, uma pequena unidade para extração de óleo de peixe, pequenas oficinas de reparação automóvel, serralharias, pequenas fábricas para extração de óleo de mancarra e umas doze oficinas para cortar as madeiras destinadas à exportação. Não são igualmente esquecidas as destilarias de bebidas alcoólicas e o autor refere tratar-se de atividades clandestinas “visto que várias convenções internacionais interditam a destilação em África das bebidas alcoólicas”.
A Guiné aparece a viver economicamente a viver sobre o signo da mancarra e seguem-se alguns dados que vale a pena registar. “As firmas proprietárias das quatro fábricas de descasque de arroz controlam também o mercado interno e a exportação. Sofrem porém a concorrência dos produtores nativos na fase de descasque. Estes, com efeito, descascam o arroz com o pilão, manualmente, produzindo assim o que se chama arroz de pilão. Para vencer esta resistência ao monopólio total, os proprietários das fábricas fizeram baixar o preço do arroz de pilão em relação ao arroz descascado nas suas fábricas, insinuando que aquele era impuro e de difícil exportação. Apesar disso, o cultivador guinéu continuava a vender o seu produto, não somente no mercado interno mas também nos territórios vizinhos sob denominação francesa, sobretudo desde que deixaram de receber arroz do Vietname”.
Esta digressão sobre a Guiné prossegue com uma análise da mão-de-obra e salários, o comércio interno e o comércio externo. No tocante ao capital colonial na Guiné, o autor volta a referir as três grandes companhias e o seu papel monopolista no comércio interno, na aquisição das matérias-primas coloniais e na venda de produtos manufaturados, bem como o controlo quase total da exportação e o transporte marítimo, explanado sobre os interesses da CUF através da Casa Gouveia, a Sociedade Comercial Ultramarina e por outro lado a empresa Barbosa e Costa. Por fim, Armando Castro tece considerações sobre a sociedade guineense. Considera que a etnia mais evoluída é a Fula. Observa que o trabalho forçado tem formas mais atenuadas e com menos intensidade na Guiné que em Angola e Moçambique: “Para conseguir mão-de-obra, os colonialistas dirigem-se aos funcionários da administração. Mas as empresas só têm necessidade de um pequeno número de trabalhadores e, por outro lado, a resistência é grande. É isto que explica que o trabalho forçado na Guiné seja menos grave que nas outras colónias do Continente. A violência física parece também exercer-se com menos rigor. Os castigos corporais existem, mas mais raramente que em Angola ou Moçambique. O espírito de resistência aos colonialistas é visível ainda em exemplos relativos a alguns produtos alimentares. a população europeia experimenta sérias dificuldades para obter certos géneros alimentícios, tais como os legumes e os ovos, porque os produtores não fornecem os mercados”.
E Armando Castro fala da resistência guineense dando como exemplo as greves para a obtenção de melhores salários dos carregadores da Casa Gouveia, em Maio de 1956, lançando um dado surpreendente: “A resistência mede-se ainda pela extensão da influência islâmica. O islamismo barra a penetração ideológica do colonialismo, que procura impor-se por intermédio dos centros missionários, a multiplicação das escolas corânicas torna inútil este esforço colonialista, porque os africanos observam atentamente o exemplo dado pelos membros dos dois tipos de escola. De um lado estão os mestres do Corão, africanos como eles, tratando-os como irmãos e vivendo de uma maneira humana e digna. Do outro lado, nas escolas criadas pelos colonialistas, atuam mestres impregnados da mentalidade dos exploradores brancos”. Acerca do contexto mundial anticolonial, o autor observa ainda: “Face ao aumento da vaga anticolonialista, que já deu a independência à Guiné ex-francesa, a política das autoridades portuguesas não sofreu qualquer transformação. Portugal nem sequer tenta qualquer ação do tipo económico- social ou político-administrativo como fazem as demais potências coloniais. Alimenta a esperança de manter o sistema. Para isso conta com a manutenção do grande atraso das populações em relação a todos os outros povos colonizados de África. Ao mesmo tempo, procura-se intensificar a vigilância e a repressão policial. É o que explica a instalação em África, em 1956, da famosa polícia política de Salazar, em particular a sua implantação no interior da Guiné e em algumas regiões fronteiriças. Em meados de 1958 acentuava-se esta medida criando 5 postos e 11 subpostos da polícia política”.
Resta procurar entender o que levou um quadro do PCP a proceder a este levantamento e a publicá-lo em russo, na sua primeira edição. Armando Castro, no posfácio, justifica-se. A primeira razão é de carácter pessoal, por sentimento de justiça e de solidariedade humana, a outra é a necessidade de contribuir para o desaparecimento da opressão colonialista: “Os patriotas conscientes também não ignoram que, na medida em que se quebram os projetos do imperialismo que têm por base as colónias portuguesas, se reforçaram as possibilidades de paz. Desejamos que a opressão colonial que dura há séculos seja substituída por relações de verdadeira amizade. E esta amizade, a única forma futura da presença de Portugal em África, só pode nascer e florescer no seio de uma cooperação fraterna. Cooperação regida pelos princípios da igualdade nacional”.
____________
Nota do editor:
Último poste da série de 15 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11399: Notas de leitura (472): Vem Comigo à Guerra do Ultramar, pelo Coronel António Luís Monteiro da Graça (Mário Beja Santos)
Guiné 63/74 - P11423: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (16): Respostas (29/30) de Rui Felício (CCAÇ 2405, Galomaro e Dulombi, 1968/70) e José Francisco Borrego (GA 7, Bissau, e 9º Pel Art, Bajocunda, 1970/72)
Resposta nº 29 > Rui Felicio [ex- alf mil, CCAÇ 2405 / BCAÇ 2852, Galomaro e Dulombi, 1968/70] [, foto à esquerda]
(1/2) Por telefonema do Vitor David (ainda era o Blogue-Fora-Nada).
(3) Não. [O Rui consta da lista dos 111 tertulianos da 1ª série, e faz parte da rede atual da Tabanca Grande, desde 11 de fevereiro de 2006, razão por que recebeu este questionário] (**) (***)
(4) No inicio, diariamente. Actualmente de tempos a tempos.
(5) Não tenho mandado.
(6) Conheço [, a nossa página do Facebook].
(7) [Vou] mais vezes ao blogue
(3) Não. [O Rui consta da lista dos 111 tertulianos da 1ª série, e faz parte da rede atual da Tabanca Grande, desde 11 de fevereiro de 2006, razão por que recebeu este questionário] (**) (***)
(4) No inicio, diariamente. Actualmente de tempos a tempos.
(5) Não tenho mandado.
(6) Conheço [, a nossa página do Facebook].
(7) [Vou] mais vezes ao blogue
(8) O que gosto mais são das histórias menos ligadas à guerra
(9) O que gosto menos são os relatos de combates e de actos de heroismo
(10) De facto, noto lentidão no acesso, o que prejudica visitas mais frequentes.
(11) O blogue representa um repositório importante de factos testemunhados por quem neles interveio.
(12) Já. No de Montemor o Novvo (um dos primeiros) [, Aliás, o nosso I Encontro Nacional, em 14 de outubro de 2006, na Ameira]
(13) Não, [não tenciono ir ao VIII Encontro Nacioanl, em Monte Real, no dia 8 de junho].
(14) Tem e deve manter-se porque representa um contributo histórico insubstituivel.
(15) ...
(9) O que gosto menos são os relatos de combates e de actos de heroismo
(10) De facto, noto lentidão no acesso, o que prejudica visitas mais frequentes.
(11) O blogue representa um repositório importante de factos testemunhados por quem neles interveio.
(12) Já. No de Montemor o Novvo (um dos primeiros) [, Aliás, o nosso I Encontro Nacional, em 14 de outubro de 2006, na Ameira]
(13) Não, [não tenciono ir ao VIII Encontro Nacioanl, em Monte Real, no dia 8 de junho].
(14) Tem e deve manter-se porque representa um contributo histórico insubstituivel.
(15) ...
Reposta nº 30 > José [Francisco Robalo] Borrego [, hoje ten cor ref., pertenceu ao Grupo de Artilharia n.º 7 de Bissau e ao 9.º Pel Art, Bajocunda, 1970/72]
[Foto à direirta: o nosso camarada o José Borrego, em Bissau, no ex-GA7, em janeiro de 2012]
(1) Descobri o blogue em 20008.
(2) Através do camarada António Graça de Abreu.
(3) Sim, desde Outubro/Novembro de 2008. [Mais exatamente, desde 12 de novembro de 2008].
(4) Semanalmente.
(5) O último material que enviei foi aquando da minha visita à Guiné em janeiro de 2012.
(6) Confesso que não [, não conheço a página da Tabanca Grande no Facebook].
(7) Vou mais vezes ao blogue.
(8) O caudal de informação.
(9) Nada a referir.
(10) Não tenho sentido dificuldades [, no acesso do blogue]..
(11) Representou reviver o passado; ir ao encontro de mim próprio; grande fonte de informação.
(12) Sim, em 2012 [,VII Encontro Nacional].
(13) Este ano não tenciono ir por motivos familiares.
(14) Sim, o blogue ainda tem muito fôlego, e o moral elevado, tanto mais que há milhares de camaradas que ainda não se manifestaram.
(15) Só tenho elogios a fazer ao blogue, principalmente, por ser o grande elo de ligação entre camaradas e amigos que foram companheiros de sofrimento e que, na 1ª pessoa, puderam relatar as suas boas e más experiências em terras da Guiné.
________________
Notas do editor:
(*) Último poste da série > 18 de fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11420: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (15): Respostas 27 e 28, de Manuel Carvalho (ex-Fur Mil da CCAÇ 2366/BCAÇ 2845, Jolmete, 1968/70) e Albano Costa (ex-1.º Cabo da CCAÇ 4150, Bigene e Guidage, 1973/74)
(**) Vd. I Série, postes de:
12 de fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - DXXV: Paulo Raposo e Rui Felício, dois novos camaradas (CCAÇ 2405, Galomaro, 1968/70)
(...) (ii) Temos depois outra mensagem de outro camarada da CCAÇ 2405, já aqui apresentado anteriormente, o Rui Felício, juntamente com o Victor David. Foi-me enviada ontem à noite:
(...) "Caro Luis Graça,
"Passei o dia de hoje em Coimbra almoçando com o Vitor David a quem me ligam laços profundos de amizade e camaradagem.
"Falámos do blogue cuja utilidade é inquestionável e que tanto mais se valorizará quanto os contributos para o esclarecimento das coisas que se passaram na Guiné se multipliquem.
"Foi um dia agradabilíssimo na companhia, à beira do Mondego, da mulher e da filha do Vitor David, ambas simpatiquíssimas, e do meu próprio filho que me acompanhou de Lisboa até Coimbra onde estuda.
"O Vitor David incentivou-me a enviar-te o texto que escrevi e que lhe dei a ler sobre o desastre do Corubal, pedindo-te que decidas sobre se o mesmo deve ou não ser divulgado no teu blogue.
"Espero vir a conhecer-te pessoalmente em breve... Pelos elogios do Vitor David a teu respeito, fiquei ansioso por esse momento se proporcionar.
"Um abraço, Rui Felício (ex- Alf Mil Inf CCAÇ 2405)"
"Falámos do blogue cuja utilidade é inquestionável e que tanto mais se valorizará quanto os contributos para o esclarecimento das coisas que se passaram na Guiné se multipliquem.
"Foi um dia agradabilíssimo na companhia, à beira do Mondego, da mulher e da filha do Vitor David, ambas simpatiquíssimas, e do meu próprio filho que me acompanhou de Lisboa até Coimbra onde estuda.
"O Vitor David incentivou-me a enviar-te o texto que escrevi e que lhe dei a ler sobre o desastre do Corubal, pedindo-te que decidas sobre se o mesmo deve ou não ser divulgado no teu blogue.
"Espero vir a conhecer-te pessoalmente em breve... Pelos elogios do Vitor David a teu respeito, fiquei ansioso por esse momento se proporcionar.
"Um abraço, Rui Felício (ex- Alf Mil Inf CCAÇ 2405)"
11 de Fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - DXXIII: O IN emboscado a caminho de Dulombi (CCAÇ 2405, Galomaro, Julho de 1969)
A essa companhia pertenciam os nossos amigos e camaradas Victor David e Rui Felício. O primeiro já entrou para a nossa tertúlia. O segundo mandou-me há dias (9 de Fevereiro) a seguinte mensagem:
"Meu Caro Luis Graça,
"Por indicação do meu amigo de juventude e mais tarde camarada de armas na CCAÇ 2405, Victor David, tive conhecimento e acesso ao excelente blogue que criaste sobre a nossa passagem por terras da Guiné.
"Transmitirei aos meus conhecidos e amigos a existência do blogue e procurarei colaborar nele se tal for possivel, levando ao conhecimento de todos alguns episódios marcantes das nossas vidas, relativamente à nossa estadia na bela e martirizada terra da Guiné.
"Até breve e um abraço" (...)
A. Marques Lopes, A. Mendes, Abel Maria Rodrigues, Afonso M.F. Sousa, Aires Ferreira, Albano Costa, Amaro Samúdio, Américo Marques, Ana Ferreira, Antero F. C. Santos, António Baia, António Duarte, António J. Serradas Pereira, António (ou Tony) Levezinho, António Rosinha, António Santos, António Santos Almeida, Armindo Batata, Artur Ramos, Belmiro Vaqueiro, Carlos Fortunato, Carlos Marques dos Santos, Carlos Schwarz (Pepito), Carlos Vinhal, Carvalhido da Ponte, David Guimarães, Eduardo Magalhães Ribeiro, Ernesto Ribeiro, Fernando Chapouto, Fernando Franco, Fernando Gomes de Carvalho, Hernani Acácio Figueiredo, Hugo Costa, Hugo Moura Ferreira, Humberto Reis, Idálio Reis, J. C. Mussá Biai, J. L. Mendes Gomes, J. L. Vacas de Carvalho, João Carvalho, João S. Parreira, João Santiago, João Tunes, João Varanda, Joaquim Fernandes, Joaquim Guimarães, Joaquim Mexia Alves, Jorge Cabral, Jorge Rijo, Jorge Rosmaninho, Jorge Santos, Jorge Tavares, José Barreto Pires, José Bastos, José Casimiro Caravalho, José Luís de Sousa, José Manuel Samouco, José Martins, José (ou Zé) Neto , José (ou Zé) Teixeira, Júlio Benavente, Leopoldo Amado, Luis Carvalhido, Luís Graça, Luís Moreira (V. Castelo), Luís Moreira (Lisboa), Manuel Carvalhido, Manuel Castro, Manuel Correia Bastos, Manuel Cruz, Manuel Domingues, Manuel G. Ferreira, Manuel Lema Santos, Manuel Mata, Manuel Melo, Manuel Oliveira Pereira, Manuel Rebocho, Manuela Gonçalves (Nela), Mário Armas de Sousa, Mário Beja Santos, Mário Cruz, Mário de Oliveira (Padre), Mário Dias (ou Mário Roseira Dias), Mário Migueis, Martins Julião, Maurício Nunes Vieira, Nuno Rubim, Orlando Figueiredo, Paula Salgado, Paulo Lage Raposo, Paulo & Conceição Salgado, Paulo Santiago, Pedro Lauret, Raul Albino, Renato Monteiro, Rogério Freire, Rui Esteves, Rui Felício, Sadibo Dabo, Sérgio Pereira, Sousa de Castro, Tino (ou Constantino) Neves, Tomás Oliveira, Torcato Mendonça, Victor David, Victor Tavares, Virgínio Briote, Vitor Junqueira, Xico Allen, Zélia Neno.
Subscrever:
Mensagens (Atom)