Olá Carlos e restantes Camaradas, boa tarde!
Aqui vai a notícia possível, e politicamente correcta, sobre o encontro acima referido. Peço, no entanto, que prestes atenção, às manifestações subterrâneas que um eterno candidato a ídolo anda a imaginar promover, no sentido de criar um feudo onde lhe prestem vassalagem. Ora leiam.
Oitavos continua a agradar, e a concitar a atenção de uns quantos já indefectíveis da bianda com estilhaços da orla marítima. Só por isso é que eles aparecem, porque de resto, anda lá mãozinha marota a semear a divisão, com inconfessáveis objectivos, mas que o nosso serviço de informações detectou, e confirmou estar associada ao desejo de um eterno candidato a ídolo, na área da interpretação fadista, e, ao que parece, mais não quer do que comprazer-se com mordomias e seguidismo subserviente.
De facto, oriundo do Ribatejo onde não conseguiu atingir o patamar artístico da sua ambição (quem é que vai da Linha ao Ribatejo para ouvir um faducho melancólico?), o indivíduo em apreço, ainda tentou singrar a carreira na antiga província da Guiné, mas desmobilizaram-lhe o intento logo aos primeiros berros angustiantes. Depois frequentou as mais rascas aulas de canto, e andou por esse mundo a ver se impunha o estilo adquirido, mas com balas a rasar a carola, o melhor que encontrou, foi o caminho de regresso ao rincão. E agora, já com evidente falta de penugem no alto da tola, como quem experimenta nova personalidade, anda a intrigar na Magnífica, com o sentido de abrir um estaminé em Carnaxide, qual tabanca típica, com violas, guitarras e borladero. A pinga e o shope, diz o promotor da ideia, cada um que trate de si. Uma coisa destas pode incomodar, mas o pessoal comportou-se com galhardia e não quis ouvir o fado.
A questão não merece demasiada atenção, que é disso que ele carece, mas por se tratar de notícia em primeira mão, e dado o apetite dos estimados leitores por escândalos desta índole, não poderia o escrita cumprir o seu papel com eficiência sem dar lugar destacado à intriga.
Pelo meio-dia tocou o telefone, e era já a grande atraqueção do encontro, a dizer que se encontrava à porta do Paraíso. Melhor, de Oitavos. Que aguentasse, respondi, que a glória seria certa. E cheguei meia-hora depois, já alguns confrades dialogavam animadamente no terraço com vista para o infinito. Querem saber quem lá foi? Pronto, vou revelar, ainda que com o risco de faltar alguém, pois hoje foi dia de algumas estreias.
Assim: entre novos e usados, compareceram os seguintes tabanqueiros: o Senhor Comandante Rosales, naturalmente embevecido; o Lema Santos e a mulher; o Fernando Marques, sem a Gina; o João Sacoto, com a Mercedes, reluzente e linda; o João José Martins; o Malafaia Felício, um periquito de tenra idade, apesar de averbar 91 primaveras, senhor de notável juventude; o ciclópico Pires, eterno candidato a revelação em concursos da tê-vê; o Marcelino da Mata, personagem da antiga História de Portugal, e o Manuel Joaquim, que lhe serviu de guia e pisteiro; o José Rodrigues e a mulher, sempre bem disposta e camarada; o António Patrocínio, que voltou a arriscar a viagem desde Nisa; o Luís Paulino, mais o José Chaves; mais o Manuel Macias; mais o Jorge Rocha, mais o Miguel Rocha, todos estes em estreia mundial na Magnífica; o Luís Moreira, mais o Jorge e o António Maria Silva, desta vez muito bem acolitados por uma especialidade destilada com zimbro, fiquei fã; o José Louro da mesma proveniência; o José Manuel Horta, também do tempo da farda amarela; o Francisco Palma, que mantém a fidelidade; o Rogê, que compareceu pela 15H00 e andou a rapar os tachos com evidente satisfação; o Carlos Silva e a mulher, sempre prontos a alinhar; o Manuel Resende, indispensável para o registo histórico e figura destacada deste sítio; o Jorge Canhão, que merece a equivalência do Resende; o Zé Carioca, outro indefectível; o Segundo-Comandante Mário Fitas e a mulher que, calhando ao meu lado, ficou de lhe providenciar coisas para a memória, a ver se ele não se esquece dos deveres correspondentes ao alto cargo que deve exercer; o Zeca Caetano, outro distraído que só hoje, pelas 13H00 se lembrou de avisar que comparecia; eu, este atento e venerando escrita, e, a revelação que parecia impossível, o homem que tem vivido na sombra, mas que é observador atento, e finalmente desce aos terreiros das lutas devidamente certificado de que a bianda corresponde à bianda, tal e qual a apreciamos, e que os estilhaços, na sua frescura, não causam outras dores, do que esportular 15 paus pela paisagem.
Eis, então, a revelação desejada: connosco esteve o verdadeiro, e genuíno... JOSÉ DINIS, que ninguém sabe quem é, de onde veio, para onde iria, mas sabe-se já, que fica connosco para as próximas aquetuações dentífricas, vulgo, de dar ao serrote, em companhia que lhe causou agrado, conforme foi ouvisto a confessar a um camarada não identificado.
Tudo comido e bebido nos termos regulamentares, e a registar nota muito elevada, aos doces ainda se deu a resposta adequada.
Nos finalmente, todos os sortudos que puderam contactar com o produto destilado já antes referido, e houve quem reincidisse, ficaram desejosos e crentes na Senhora dos Aflitos, para que da próxima a encomenda possa valorizar-se no volume oferecido. A h Silva!!!
Nota final: Um grupo destes cidadãos (não confundir com cidadães da linguagem oficial portuguesa) parece impelido na intenção de, em Outubro, demandarem as bandas da Moita onde ocorrem alguns festins com enguias.
Voltaremos ao assunto.
Francisco Palma
Armando Pires
Manuel Lema Santos
José Rodrigues
Comandante Jorge Rosales
Jorge Pinto
O fotógrafo oficial dos Convívios, Manuel Resende, à esquerda, acompanhado do Marcelino da Mata e do João Parreira
Mendonça
Manuel Macias
Marcelino da Mata, Mário Fitas e João Parreira
António Fernando Marques
Jorge Canhão
Carlos Silva
Zeca Caetano
Texto: José Manuel Matos Dinis
Fotos: Manuel Resende
2. Mensagens de apreço:
i)
Caro José MM Dinis (para distinguir do outro José Dinis):
Grato pelo convívio, simpatia, pelo bom repasto e magnífica paisagem.
Parabéns ao fotógrafo e a si pelo texto, ainda que para mim esteja demasiado encriptado por desconhecer os personagens nele referidos.
Espero que o tempo me resolva esta dificuldade.
Abraço
Miguel Rocha
ii)
Caro José Manuel Matos Dinis e antigos Companheiros e Camaradas,
Mais uma jornada de Amizade e Camaradagem vivida em companhia de excelência e num ambiente de são convívio.
São momentos como estes que nos permitem o alheamento de algumas duras realidades que sentimos e vivemos no nosso dia-a-dia. Por breves momentos, foi possível o esquecimento numa breve romagem de saudade ao passado recente de todos nós.
Ainda que não desejável de todo aquele regresso, ali deixámos mais um marco de que continua a ter sentido a continuidade de valores, ainda hoje preservados, no rumo de vida que cada um de nós traçou.
Mais uma vez, os nossos agradecimentos por nos ter sido conferida a honra de os partilharem connosco.
Saudações navais!
Abraço,
Mauel Lema Santos
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Nota do editor
Último poste da série de 14 de Setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13608: Convívios (626): Encontro anual do pessoal do HM 241 de Bissau, dia 4 de Outubro de 2014 em Coimbra (Manuel Freitas)