Foto nº 1 > Companhia a três pelotões de Fuzileiros, com ternos de clarins.
Foto nº 2 > Aproximação do Estandarte Nacional, à Guarda do Corpo de Fuzileiros.
Foto nº 3 > Continência à Bandeira.
Foto nº 4 > Estandarte Nacional integrado na Guarda de Honra.
Foto nº 5 > A força em posição de “Funeral Armas” à aproximação do féretro (1)
Foto nº 6 > A força em posição de “Funeral Armas” à aproximação do féretro (2)
Foto nº 7 > Cortejo fúnebre. O carro que antecede o carro fúnebre, transporta as insígnias
do falecido.
Foto nº 8 > Um pelotão procede às Salvas da Ordenança – 3 Descargas (1)
Foto nº 9 > Um pelotão procede às Salvas da Ordenança – 3 Descargas (2)
Foto nº 10 > Um pelotão procede às Salvas da Ordenança – 3 Descargas (3)
Foto nº 11 > Transportadas por dois Oficiais Subalternos, as Condecorações, o Bicórneo, a Espada e a Boina de Fuzileiro.
Foto nº 12 > Urna transportada por Fuzileiros, à entrada para o crematório.
Foto nº 13 > Destroçar da Força
Lisboa > Cemitério dos Olivais > Última homenagem ao comandante Alpoim Calvão (1937-2014), por uma Companhia a três pelotões de Fuzileiros, com ternos de clarins.
1. O José Martins, nosso colaborador permanente, acaba de nos enviar, às 15h10, esta série de 13 fotos, que publicamos acima.
Caros editores
Para quem não foi possivel estar presente, junta-se reportagem fotográfica da Cerinónias Fúnebres do Capitão-de-Mar-e-Guerra Guilherme Almor de Alpoim Calvão, realizado hoje, para o Cemitério dos Olivais, onde foi cremado.
José Martins
Caros editores
Para quem não foi possivel estar presente, junta-se reportagem fotográfica da Cerinónias Fúnebres do Capitão-de-Mar-e-Guerra Guilherme Almor de Alpoim Calvão, realizado hoje, para o Cemitério dos Olivais, onde foi cremado.
José Martins
[ex-Fur Mil Trms, CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70],
Foi um Militar Operacional digno do maior respeito pelo seu heroísmo e sentimento do dever.
Será referência na História do Portugal recente. Até sempre, meu Comandante.
Luís Graça
Dizem que a morte nivela, tudo e tudos. Comos se fora um buldózer.
Dizem que a morte apazigua.
Dizem que a morte relativiza e amortece os conflitos, as diferenças, os choques de personaliidade, os antagonismos, as vaidades...
Dizem que a morte consensualiza...
A morte obriga-nos a esquecer as querelas do passado. E até os ódios de estimação, que é uma coisa que se cultiva muito nos nossos "jardins"... Há ainda tantos ódios de estimação, que remontam à guerra colonial, à descolonização, ao 25 de abril, ao PREC, ao 25 de novembro, enfim, ao novo regime democrático que nasceu do 25 de abril...
A morte faz sobressair sobretudo o melhor dos homens. Depois vamos lembrar sobretudo os seus feitos, não os seus defeitos...
E ainda bem que é assim...Acontece com os nossos maiores, desde o fundador da Pátria até aos mais recentes "presidentes da república"...
Não conheci pessoalmente este combatente, capitão de mar e guerra, com direito a usar o "título" de comandante"...Ou melhor, vi-o uma vez, na Fundação Mário Soares, no lançamento da biografia de Spínola... E no entanto ele é do teu tempo de Guiné...
Ficará, por certo, na história da guerra da Guiné como um dos seus grandes protagonistas. A par de Spínola e outros.
Estava longe de imaginar, em Bambadinca, no dia 22 (e seguintes) de novembro de 1970, que ele era o cérebro da Op Mar Verde, quando os meus vizinhos, de Fá Mandinga, a 1ª Companhia de Comandos Africanos, partiram para destino secreto (sabemos hoje, a Ilha de Soga, no arquipélago dos Bijagós, e dali até Conacri, em LDG)...
(..) Não tenho suficiente distância (e sobretudo conhecimento direto) sobre a Op Mar Verde... para falar "ex-cathedra" destes acontecimentos marcantes da história da Guiné...
Enfim, um dia a história nos julgará a todos... Ao nosso blogue não compete julgar ninguém, pelo seu comportamento na guerra, do ponto de vista operacional, militar, humano,
ético...
Registo com apreço que Alpoim Galvão tenha referido, antes de morrer, que agora era "um homem de paz". Espero que ele tenha podido efetivamente ter morrido em paz, ter feitos as pazes, consigo, com a história, com os outros, com a Marinha, com os fuzileiros, com o seu país, e com a Guiné-Bissau (que ele muito amava)...
Vejo agora que, para além do grande militar (mesmo controverso), ele foi sobretudo um homem, um cidadão, um português, um de nós, e que também foi pai e foi avô...
Não gosto de mitificar os seres humanos. E tenho relutância em pô-los no Olimpo dos deuses. Heróis ou não, todos acabamos na campa rasa, com 7 palmos de terra por cima, ou reduzidos a um punhado de cinzas...
De qualquer modo, é mais um combatente, um bravo combatente da Guiné, que "da lei da morte se foi libertando"... Respeitemos a sua memória e ajudemos a sua família e amigos a fazer o luto.
Manuel Luís Lomba
O comandante Alpoim Calvão é um português de primeira água e foi um marinheiro da têmpera dos portugueses de outras eras. Como cidadão e como militar, deu sempre a cara e o corpo ao manifesto em prol do que acreditava como o melhor para o seu país. Lembro-me de haver alinhado com ele e com os seus fuzileiros no sul da Guiné, salvo erro numa batida e assalto à mata de Cafine. E a "Operação Mar Verde" ombreará com os feitos dos nossos antepassados.
Sentidos pêsames à família. Até sempre, comandante! (...)
______________
Nota do editor:
Último poste da série > 30 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13672: In Memoriam (197): Comandante Alpoim Calvão (1937-2014): o funeral realiza-se na quinta-feira, dia 2, para o cemitério dos Olivais, após a missa de corpo presente no Mosteiro dos Jerónimos
José Marcelino Martins
(…) Qual é a opinião de cada um sobre este homem? Neste momento, todas as questões que se possam colocar, são de somenos importância.
Partiu, como muitos outros, e não voltará. É um dos nossos que parte. É um combatente que desaparece. A história, que ainda não está escrita, o julgará. Todos, até nós, teremos o nosso julgamento.
Condolências à família e a todos os camaradas de armas (…)
José Botelho Colaço
Ao 1º tenente Ribeiro Pacheco , comandante do 7º destacamento de fuzileiros, e ao 1º tenente Alpoim Calvão, a companhia, a CCAÇ 557 (da qual fiz parte), a eles ficou a dever muito pela os conhecimentos que partilharam sobre a guerra de guerrilha. Nós, maçaricos, acabados de chegar e enviados para a Operação Tridente, senão tivessemos tido o apoio e a instrução destes valorosos militares, quase de certeza que a CCAÇ.557 não teria granjeado o nome da temida companhia do Como.
Com este valoroso militar tive a oportunidade de confraternizar e falar falar com ele no museu do exército lançamento do livro do Amadú Djaló.
José Marcelino Martins
(…) Qual é a opinião de cada um sobre este homem? Neste momento, todas as questões que se possam colocar, são de somenos importância.
Partiu, como muitos outros, e não voltará. É um dos nossos que parte. É um combatente que desaparece. A história, que ainda não está escrita, o julgará. Todos, até nós, teremos o nosso julgamento.
Condolências à família e a todos os camaradas de armas (…)
José Botelho Colaço
Ao 1º tenente Ribeiro Pacheco , comandante do 7º destacamento de fuzileiros, e ao 1º tenente Alpoim Calvão, a companhia, a CCAÇ 557 (da qual fiz parte), a eles ficou a dever muito pela os conhecimentos que partilharam sobre a guerra de guerrilha. Nós, maçaricos, acabados de chegar e enviados para a Operação Tridente, senão tivessemos tido o apoio e a instrução destes valorosos militares, quase de certeza que a CCAÇ.557 não teria granjeado o nome da temida companhia do Como.
Com este valoroso militar tive a oportunidade de confraternizar e falar falar com ele no museu do exército lançamento do livro do Amadú Djaló.
Condolências à família.
Adriano Moreira
Foi também Comandante do COP 3 que englobava as Companhias que estavam instaladas em Barro, Bigene, Binta e Guidage, pelo menos a partir de finais de 1969, até à nossa saída de Barro, em Maio do ano seguinte. Fizemos várias operaçôes em conjunto com os fuzileiros na nossa Zona de acção. Foi um grande militar.
Adriano Moreira
Foi também Comandante do COP 3 que englobava as Companhias que estavam instaladas em Barro, Bigene, Binta e Guidage, pelo menos a partir de finais de 1969, até à nossa saída de Barro, em Maio do ano seguinte. Fizemos várias operaçôes em conjunto com os fuzileiros na nossa Zona de acção. Foi um grande militar.
Que descanse em paz e condolências à Família.
Abílio Duarte
Estava em Paunca, na altura da Operaçâo Mar Verde, e vivia numa casa da tabanca, para onde ia de madrugada, depois de sair do abrigo. Nessa manhã, o dono da casa acordou-me, sobressaltado: “Furriel, os portugueses estão em Conackry”. .Eu , muito parvo, perguntei: “A fazer o quê?”.
Ele estava a ouvir um rádio, já não sei se do Senegal , se da Guiné Conackry, mas estavam a relatar em francês, o que se passava, e foi assim que tomei conhecimento daquela Operação.
No entanto, eu e a minha Companhia CART 11, também entramos nos preparativos da mesma operação. Como?
Abílio Duarte
Estava em Paunca, na altura da Operaçâo Mar Verde, e vivia numa casa da tabanca, para onde ia de madrugada, depois de sair do abrigo. Nessa manhã, o dono da casa acordou-me, sobressaltado: “Furriel, os portugueses estão em Conackry”. .Eu , muito parvo, perguntei: “A fazer o quê?”.
Ele estava a ouvir um rádio, já não sei se do Senegal , se da Guiné Conackry, mas estavam a relatar em francês, o que se passava, e foi assim que tomei conhecimento daquela Operação.
No entanto, eu e a minha Companhia CART 11, também entramos nos preparativos da mesma operação. Como?
Umas semanas antes, andamos a fazer Colunas de Nova Lamego até Buruntuma, levando uns africanos, que vinham de avião de Bissau, e os levávamos até é fronteira. Vim mais tarde a saber que eram refugiados politicos, na Europa, que vinham para o Golpe de Estado, que se pretendeu fazer, na Guiné-Bissau, e que fracassou.
Recordo-me também, da rendição do TenJanuário, comandante dos Comandos Africanos, a falar na Radio Conackry, quando foi cercado e não teve alternativa, assim como os seus homens, e que vieram a ser todos mortos, por Sekou Touré.
São páginas da vida de todos nós, que passámos, pelos confins da Guiné. Como diria o outro, é a vida.
Manuel Carvalho
O meu respeito a este grande combatente.
Paz à sua alma, condolências à família.
JERO [José Eduardo Reis de Oliveira]
Tive a honra de o conhecer na Guiné em Binta, em data que não sei precisar mas seguramente em meados de 1965. O Comandante Alpoim Galvão era contemporâneo do meu Capitão Alípio Tomé Pinto. Nunca mais o esqueci e falei-lhe, recordando essa passagem por Binta, num lançamento de um livro de um camarada em Lisboa. E fui por ele abraçado. Recordo esse momento como uma condecoração.
Manuel Carvalho
O meu respeito a este grande combatente.
Paz à sua alma, condolências à família.
JERO [José Eduardo Reis de Oliveira]
Tive a honra de o conhecer na Guiné em Binta, em data que não sei precisar mas seguramente em meados de 1965. O Comandante Alpoim Galvão era contemporâneo do meu Capitão Alípio Tomé Pinto. Nunca mais o esqueci e falei-lhe, recordando essa passagem por Binta, num lançamento de um livro de um camarada em Lisboa. E fui por ele abraçado. Recordo esse momento como uma condecoração.
Foi um Militar Operacional digno do maior respeito pelo seu heroísmo e sentimento do dever.
Será referência na História do Portugal recente. Até sempre, meu Comandante.
Luís Graça
Dizem que a morte nivela, tudo e tudos. Comos se fora um buldózer.
Dizem que a morte apazigua.
Dizem que a morte relativiza e amortece os conflitos, as diferenças, os choques de personaliidade, os antagonismos, as vaidades...
Dizem que a morte consensualiza...
A morte obriga-nos a esquecer as querelas do passado. E até os ódios de estimação, que é uma coisa que se cultiva muito nos nossos "jardins"... Há ainda tantos ódios de estimação, que remontam à guerra colonial, à descolonização, ao 25 de abril, ao PREC, ao 25 de novembro, enfim, ao novo regime democrático que nasceu do 25 de abril...
A morte faz sobressair sobretudo o melhor dos homens. Depois vamos lembrar sobretudo os seus feitos, não os seus defeitos...
E ainda bem que é assim...Acontece com os nossos maiores, desde o fundador da Pátria até aos mais recentes "presidentes da república"...
Não conheci pessoalmente este combatente, capitão de mar e guerra, com direito a usar o "título" de comandante"...Ou melhor, vi-o uma vez, na Fundação Mário Soares, no lançamento da biografia de Spínola... E no entanto ele é do teu tempo de Guiné...
Ficará, por certo, na história da guerra da Guiné como um dos seus grandes protagonistas. A par de Spínola e outros.
Estava longe de imaginar, em Bambadinca, no dia 22 (e seguintes) de novembro de 1970, que ele era o cérebro da Op Mar Verde, quando os meus vizinhos, de Fá Mandinga, a 1ª Companhia de Comandos Africanos, partiram para destino secreto (sabemos hoje, a Ilha de Soga, no arquipélago dos Bijagós, e dali até Conacri, em LDG)...
(..) Não tenho suficiente distância (e sobretudo conhecimento direto) sobre a Op Mar Verde... para falar "ex-cathedra" destes acontecimentos marcantes da história da Guiné...
Enfim, um dia a história nos julgará a todos... Ao nosso blogue não compete julgar ninguém, pelo seu comportamento na guerra, do ponto de vista operacional, militar, humano,
ético...
Registo com apreço que Alpoim Galvão tenha referido, antes de morrer, que agora era "um homem de paz". Espero que ele tenha podido efetivamente ter morrido em paz, ter feitos as pazes, consigo, com a história, com os outros, com a Marinha, com os fuzileiros, com o seu país, e com a Guiné-Bissau (que ele muito amava)...
Vejo agora que, para além do grande militar (mesmo controverso), ele foi sobretudo um homem, um cidadão, um português, um de nós, e que também foi pai e foi avô...
Não gosto de mitificar os seres humanos. E tenho relutância em pô-los no Olimpo dos deuses. Heróis ou não, todos acabamos na campa rasa, com 7 palmos de terra por cima, ou reduzidos a um punhado de cinzas...
De qualquer modo, é mais um combatente, um bravo combatente da Guiné, que "da lei da morte se foi libertando"... Respeitemos a sua memória e ajudemos a sua família e amigos a fazer o luto.
Manuel Luís Lomba
O comandante Alpoim Calvão é um português de primeira água e foi um marinheiro da têmpera dos portugueses de outras eras. Como cidadão e como militar, deu sempre a cara e o corpo ao manifesto em prol do que acreditava como o melhor para o seu país. Lembro-me de haver alinhado com ele e com os seus fuzileiros no sul da Guiné, salvo erro numa batida e assalto à mata de Cafine. E a "Operação Mar Verde" ombreará com os feitos dos nossos antepassados.
Sentidos pêsames à família. Até sempre, comandante! (...)