1. Mensagem do nosso camarada e novo tertuliano Abílio Magro*, ex-Fur Mil Amanuense (CSJD/QG/CTIG, 1973/74), com data de 9 de Janeiro de 2013:
Camarigo Luís Graça:
Desde já um abraço com muito "ronco" pela tua Tabanca Grande.
Tenho seguido com alguma assiduidade os posts publicados na tua /nossa Tabanca, mas só hoje me dei ao "trabalho" de lá publicar um comentário ao tópico "O cruzeiro das nossas vidas", comentário esse que é mais um post, mas que não sei como publicá-lo como tal.
Acontece que possuo algum material que poderá enriquecer um pouco aquela Tabanca, já que pertenço a uma grande família de "combatentes" pois, de 8 irmãos (6 rapazes e 2 raparigas) todos os "machos" foram dar com os "costados" nos vários TO's (Angola, Moçambique e Guiné), chegando a estar 5 irmãos (todos milicianos) ao mesmo tempo, a cumprir serviço militar, dos quais 4 no Ultramar.
Dos 8 irmãos eu sou o mais novo e regressei da Guiné em Setembro de 1974, com a Guiné já independente e com guerrilheiros do PAIGC a fazerem patrulhas em Bissau, em conjunto com a nossa PM.
Desde 1967 houve, portanto, sempre a presença de, pelo menos, um irmão a "combater" em África, até ao fim da guerra.
Muito pouca gente acredita, mas é realmente verdade e passo a explicar:
- O primeiro a embarcar foi o meu irmão Rogério que nasceu em 1944 e esteve em Angola entre 1967 e 1969 como Fur. Milº Atirador de Infantaria.
- O segundo foi o Dálio que nasceu em 1946 e esteve em Moçambique entre 1970/1972 como Alf. Milº de Engenharia.
- Também entre 1970/1972 prestou serviço em Angola o meu irmão Carlos, como cabo especialista da FAP (6 anos de serviço) e que se tinha oferecido como voluntário.
- Ainda entre 1970/1972, prestou serviço na Guiné o meu irmão mais velho Fernando, como Cap. Milº de Artilharia que, tendo nascido em 1936, já tinha prestado serviço militar obrigatório antes da guerra se iniciar em África.
- Ainda na Guiné, prestou serviço como 1º Cabo Enfermeiro o meu irmão Álvaro, que nascido em 1950, tinha mais um ano e meio de idade do que eu.
- Finalmente, eu (Abílio) o caçula, inicio o CSM no RI 5, Caldas da Rainha, em Abril de 1972, encontrando-se, nessa altura, a Companhia Magro assim distribuída:
- Rogério Magro - Na disponibilidade
- Dálio Magro - Moçambique
- Carlos Magro - Angola
- Fernando e Álvaro Magro - Guiné
- Abílio Magro - RI 5, Caldas da Rainha
Entretanto, em Março de 1973, lá fui parar à Guiné onde fui recebido pelo meu irmão Álvaro, pois o Fernando, o mais velho, já tinha regressado à Metrópole.
Penso possuir, portanto, algum "material" de interesse para a tua/nossa Tabanca.
Abraço camarigo
Abílio Magro
2. Nova mensagem, de 10 de Janeiro, de Abílio Magro, desta vez para desfazer uma troca de identidades, sem gravidade, que entretanto tinha sido esclarecida:
Camarada Vinhal
Já providenciei para que aquele "caramelo" do romeiro nunca te responda "ninguém", e te responda:
- És um homem grande, chefe de Tabanca e esquece o Magricelas que anda apanhado da caçoleta por causa da Troika e outros cacimbos do género".
Djubi, mi ca cunhe bem blogue de bó. Mi ca miste pôr bó num pusiçom inferior. Mi segue informaçom dos blogue. Os blogue fala pa mandá dos preferença pros mail do Luis.
Mi disculpa esfuriel, tá?
Por falar em humor, a minha passagem pela Guiné teve vários episódios burlescos que pretendo ir relatando na Tabanca Grande, assim os grã-tabanqueiros o permitam.
Não esperem relatos de grandes feitos, que não os houve, pois a minha prestação, enquanto militar, foi aquilo a que normalmente se chama de "ganda baldas!".
Já estou a tratar da digitalização das fotos do guerreiro e do reformado, que enviarei brevemente, conjuntamente com um pequeno texto sobre os meus primeiros dias de "guerra".
Abraço
Abílio Magro
3. Em mensagem do dia 11, o nosso camarada Magro enviou as fotos da praxe, assim como o primeiro texto para a uma série a começar a ser publicada brevemente:
Camaradas Luís Graça e Carlos Vinhal
Conforme o solicitado, seguem em anexo 2 fotos.
A primeira foi tirada na Guiné e alguns dar-lhe-ão o título de "O Bravo do Pelotão", e outros o de "O Magro como um cão".
À segunda ficar-lhe-à bem o título de "Um reformado com estilo", digo eu.
Envio também um pequeno texto de início de "hostilidades", ficando ao v/inteiro critério dar-lhe o destino que muito bem entenderem.
Caso achem poder haver algum interesse no relato dos episódios que se seguem, que incluem umas mini-férias na praia fluvial de Cacine, superiormente gerida pela CCaç 3520, numa altura em que havia grande arraial e fogo de artifício na aldeia vizinha (Gadamael), terei todo o gosto em efectuar os respectivos relatos, não prometendo grande qualidade literária, mas apenas alguns salpicos pseudo-humorístcos.
Abraços
Abílio Magro
4. Comentário de CV:
Caro camarada Abílio Magro, bem-aparecido na nossa Tabanca Grande.
Começo por te dizer que não conheço caso idêntico ao da tua família, de ter permanentemente um membro (pelo menos) desde 1967 até 1974, na guerra. Imagino que seria uma casa de sobressalto com uns pais permanentemente em sofrimento.
Por que nada referes, supõe-se que, felizmente, regressaram todos sãos e salvos.
No primeiro poste da tua série a sair em breve voltaremos ao assunto com mais pormenor.
Quanto a ti, sabemos teres sido Fur Mil Amanuense e prestado serviço na Chefia do Serviço de Justiça e Disciplina no Quartel General do CTIG. Felizmente que a tua comissão de serviço foi mais curta pelos motivos que todos sabemos. Embora em termos operacionais não tivesses algum problema, só o estar tão longe da família era já castigo bastante.
Prometo em breve começar a publicar a tua série, mas ficas obrigado a alimentá-la de modo a não ficar a saber a pouco. Se houver por aí umas fotos de Bissau, manda também.
Para que os nossos leitores possam confirmar os teus dotes de informático, aconselho uma visita às tuas páginas
Abílio Magro - Genealogia em:
www.amagro.net e
www.genealmagro.blogspot.pt
A propósito, não queres ser nosso consultor técnico?
Para evitar dúvidas, a tua correspondência deverá ser sempre enviada, por uma questão de segurança, para dois destes três endereços: Luís Graça, sempre, e Carlos Vinhal ou Eduardo Magalhães, à escolha.
Caso não tenhas reparado, és o 600.º elemento da tertúlia, agora escolhe seres o
seiscentésimo ou o
sexcentésimo.
Com este apontamento de profundos conhecimentos de português (ou resultado de busca na net) deixo-te um abraço em nome da tertúlia e dos editores.
Em nome desta gente toda
Carlos Vinhal
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Notas de CV:
(*) Vd. poste de 9 de Janeiro de 2013 >
Guiné 63/74 - P10915: O cruzeiro das nossas vidas (18): O meu batismo de voo, em 28 de março de 1973, num DC 6 da FAP (Abílio Magro)
Vd. último poste da série de 13 DE JANEIRO DE 2013 >
Guiné 63/74 - P10934: Tabanca Grande (380): João Nunes, açoriano, grã-tabanqueiro nº 599, ex-fur mil, CCAÇ 4544 (Cafal Balanta e Bolama, 1973/74)