Matosinhos > Leixões > Restaurante Casa Teresa > 9 de Abril de 2008 > Reunião habitual, às 4ªs feiras, da Tertúlia de Matosinhos > Da esquerda para a direita: A. Marques Lopes, João Rocha, António Pimentel, Silvério Lobo e Eduardo Reis... De costas, Xico Allen.
Matosinhos > Leixões > Restaurante Casa Teresa > 9 de Abril de 2008 > Reunião habitual, às 4ªs feiras, da Tertúlia de Matosinhos, a que compareceram desta vez os seguintes camaradas da Guiné, da esquerda para a direita: (i) de pé, A. Marques Lopes, João Rocha, Eduardo Reis, José Teixeira, Armindo; na primeira fila, Jorge Félix, Xico Allen e Silvério Lobo... À entrada da Casa Teresa, o António Pimentel. O Jorge Félçix, que vive em V.N. Gaia, não voltou entretanto a frequentar a reunião de 4ª feira, segundo as últimas informações que nos foram dadas pelo A. Marques.
Fotos: ©
Jorge Félix (2008). Direitos reservados.
1. Mensagem do Jorge Félix (1), de 15 de Abril último:
Caro Luís:
São por demais as situações que vou encontrando no Blogue e não só, em que se põe em dúvida o voo noturno feito pelos Pilotos Portugueses (2), mas se tem a certeza de evacuações feitas com helis pelo PAIGC.
In extremis, esta situação é esclarecida (?) por se ter
falado com a mítica dirigente [do PAIGC], [Carmen] Pereira.
Não havendo este
douto esclarecimento sobre o assunto, ainda hoje se estaria pensando que o PAIGC tinha helis para fazer evacuações na Guiné Bissau. Os
aviadores da FAP não tinham capacidade para as fazer, mesmo conhecendo o terreno como ninguém, mas um IN , de uma nacionalidade qualquer, num ápice, entrava por qualquer Bolanha e resgatava o ferido. Passados este anos todos, custa ter que ler estas
coisas.( Depois de ler o Blog P2762 de 15 Abril de 2008) (2).
Sem mais, Jorge Félix
2. Mensagem de Jorge Félix, de 9 de Abril:
Caro Luís, seguem duas fotos que testemunham "as quartas de Matosinhos" com pessoal da Guiné. Não faltou água da Bolanha,
piscado do Geba e tabaco
pra c....Pra semana há mais. Seguem os nomes do pessoal que não teve falta: Marques Lopes, José Teixeira, João Rocha, Francisco Allen, Lobo, Armindo, Eduardo Reis, António Pimentel e eu, Jorge Félix.
Até sempre
3. Comentário(s) de L.G.:
Jorge:
(i) Embora atrasadíssimo, vai ser publicado o teu oportuno, relevante, contundente comentário… Espero que nos releves a falta: o nosso serviço editorial é lento, não tem a eficácia e a eficiência da nossa gloriosa FAP na Guiné. Não temos um sistema de evacuação Ypsilon, por exemplo... Salvou muitas vidas, algumas de camaradas meus da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71)...
(ii) Repara: ninguém disse que o PAIGC fazia evacuações de feridos a partir do interior da Guiné… Estamos a citar um Supintrep, de 1971, que fala em evacuações, por via aérea, da Guiné-Conacri para o estrangeiro (hospitais na antiga Alemanha de Leste, por exemplo). De facto, o PAIGC nunca teve (nem podia esperar ter) aeronaves e pilotos, muito menos de elite como os nossos… Ainda hoje a Guiné-Bissau não tem nem umas nem outros… Há semanas atrás, em Bissau, a Carmen Pereira fez questão de, mais um vez, desmentir que o PAIGC alguma vez tivesse aeronaves, e nomeadamente helis... Já agora, o seu a seu dono: a dirigente (histórica) do PAIGC que eu citei originalmente não é Carminda, mas Carmen Pereira (n. 1937), uma mulher notável, de resto, que eu tive o privilégio de conhecer em Bissau... Peço desculpa pelo lapso (3).
(iii) Este é um pretexto para começarmos uma nova série sobre
Mitos da guerra da Guiné... Mitos, mistificações, lendas, baboseiras, calinadas, erros grosseiras, bocas, bojardas... de um lado e de outro. Mitos, sempre os houve em todas as guerras. Começas tu, e começas bem, garantindo, de viva voz, e de experiência própria, que havia evacuações nocturnas, por parte da nossa força aérea, e que o PAICG nunca teve helicópteros...
(iv) Finalmente tenho uma foto tua, junto à Casa Teresa, que vou igualmente publicar. Tirei-te pela pinta, não me enganei... Vai aparecendo. E vai usando o
helicanhão contra eventuais baboseiras que a tropa-macaca possa escrever... É gente que sabe um bocado sobre a terra (que mordia, quando embrulhava...), mas pouco dos outros elementos: água e ar... Felizmente por isso temos, na tertúlia, gente da FAP e da Marinha. Poucos mas bons.
(v) Utiliza, de preferência, o mail do blogue (
luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com), em vez do meu mail pessoal ou profissional. Para evitar que a tua passagem fique para aí perdida ou congelada por uns tempos...
(vi) Deixa-me dizer-te, entretanto, que é sempre uma honra e um prazer ter, na Tabanca Grande, um lídimo representante dos
Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (em inglês, que soa mais fino,
Those Magnificent Men in Their Flying Machines, um filme de 1965, da nossa serôdia adolescência ... Lembras-te ? Terá porventura contribuído para o aumento do número de voluntários alistados nas FAP nesse e nos anos seguintes... Ou não ?).
(vii) Até Gaia, até Matosinhos, até um dia destes. L.G.
__________
Notas de L.G.
(1) Vd. postes de:
28 de Fevereiro de 2008 >
Guiné 63/74 - P2592: Voando sob os céus de Bambadinca, na Op Lança Afiada, em Março de 1969 (Jorge Félix, ex-Alf Pil Av Al III)12 de Março de 2008 >
Guiné 63/74 - P2627: Vídeos da Guerra (8): Nha Bolanha (Jorge Félix, ex-Alf Mil Piloto Aviador, 1968/70)(2) Vd,. postes de 18 de Março de 2008 >
Guiné 63/74 - P2660: Notas de leitura (10): Jorge Félix, o nosso piloto aviador, fala do livro do Beja Santos e evoca o Alf Mil Brandão (CCAÇ 2403)(3) Vd. poste de 15 de Abril de 2008 >
Guiné 63/74 - P2762: PAIGC: Instrução, táctica e logística (11): Supintrep nº 32, Junho de 1971 (XI Parte): A máquina logística (A. Marques Lopes)(...)"As fotos acima ilustram alguns aspectos da máquina logística do PAIGC de cuja grandeza e complexidade muitos de nós, combatentes portugueses, no terreno, não tínhamos uma ideia exacta... Ao ler este documento, insuspeito, ficamos a saber que a população e a guerrilha do PAIGC, no interior do TO da Guiné, era abastecida regularmente (em alimentos, medicamentos, armamento, equipamento, etc.).
"Ficamos a saber que havia evacuações (incluindo por meios aéreos) de feridos graves para os hospitais de rectaguarda (Ziguinchor, no Senegal; Conacri, Koundara e Boké, na Guiné-Conacri). Devo, no entanto, acrescentar que foi recentemente desmentida, por uma histórica e mítica dirigente do PAIGC, Carmen Pereira - no Simpósio Internacional de Guileje (Bissau, 1 a 7 de Março de 2008) - que houvesse helicópteros ("O PAIGC nunca teve helicópteros ou outras aeronaves"). Agora também é verdade que foi fundamental para o PAIGC o apoio, sem reservas, dado pelo regime de Sékou Touré. Já no Senegal, o PAIGC não se movimentava tão à vontade" (...) (LG).