A mascote do PIFAS... Afinal sempre tem pai(s): Segundo informação do João Paulo Dinis, o pai da "ideia" foi o Fur Mil Jorge Pinto, que trabalhava no Com-Chefe, ideia a que depois deu corpo um outro camarada, o José Avelino Almeida, cuja companhia estava em Mampatá e Aldeia Formosa...
Fotos: © José Romão (2012) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados
1. Mensagem enviada, a 21 do corrente, pelo nosso camarada José Romão (ex-Fur Mil At Inf, CCAÇ 3461/BCAÇ 3863, Teixeira Pinto, e CCAÇ 16, Bachile, 1971/73) [, foto atual, à direita]
Camarada Luís Graça:
Ai vão 3 fotografias da mascote do PIFAS (Programa das Forças Armadas, na Guiné).
Esta mascote veio comigo da Guiné no ano de 1972.
Um abraço
Travassos Romão
2. Comentário de L.G.:
Não há dúvida que a mascote do PIFAS (e o PIFAS, o programa de rádio das Forças Armadas, transmitido através do emissor de Nhacra, da Emissora Nacional de Radiodifusão) foi um caso sério de popularidade...
A rádio, e este programa em particular, no início dos anos 70, terá ajudado muitos camaradas nossos a lidar com a solidão e a saudade... Verdade ? Pelo menos, cerca de 2/3 dos respondentes à nossa última sondagem (n=116) conheciam e ouviam o PFA ou PIFAS: cerca de 39% ouviam-no "todos os quase todos os dias"; os restantes 27% só mais esporadicamente... Também a população civil ouvia o programa, de acordo com o testemunho do João Paulo Diniz...
Ao fim destes anos todos, há malta que guarda religiosamente o boneco, que trouxe da Guiné, como é o caso do José Romão ou do Augusto S. Santos... Até o nosso Carlos Vinhal tem um, lá em casa, embora sem os adereços (o microfone e o gravador), que desapareceram de tanto os sobrinhos terem brincado com ele...
Por outro lado, o nosso Hélder Sousa, que vive em Setúbal, já entrou em contacto com o Armando Carvalhêda, outro conhecido locutor do PIFAS no seu tempo de Bissau, em 1972, e que continua a estar ativo, aos microfones da Antena 1 [, tendo também fortes ligações a Setúbal e a Alcácer do Sal, or via das rádios locais...Espero que o Hélder consiga ter tempo para nos falar desse(s) encontro(s)]...
Do João Paulo Diniz já aqui temos falado bastante... Eu não o conheço pessoalmente mas já falámos várias vezes ao telefone. A última foi agora mesmo... Falámos também na 3ª feira passada, dia 20. Como é sabido, ele tem um programa de música, ao sábados, de madrugada, entre as 5h e as 7h, que se chama "Emoções". O programa é pregravado. No dia 20, como conforme combinado, falámos um bocadinho (cerca de 3 minutos) sobre o nosso blogue e o nosso encontro, que se vai realizar no dia 21 de abril, em Monte Real.
Se algum dos nossos leitores, estiver desperto ou com insónias, amanhã de manhã, por volta das 6h30, mais ou menos, poderá sintonizar o programa "Emoções"... A pequena entrevista comigo foi antecedida de uma das músicas que passava no PIFAS, "A namorada que eu sonhei", do Nilton César, uma das canções da época que que eram transmitidas ad nauseam nos programas de discos pedidos...
O João Paulo Dinis, que está inscrito no nosso VII Encontro Nacional, e que eu vou convidar para integrar a nossa Tabanca Grande (só preciso de uma foto dele do tempo de Bissau), tem-me dado uma série de esclarecimentos preciosos sobre o PFA/PIFAS:
(i) Ele era militar de engenharia, foi requisitado para o Com-chefe para trabalhar na rádio, por ser já "locutor profissional!"...
(ii) O PFA ou PIFAS já vinha dos anos sessenta, ele não sabe precisar o ano;
(iii) Na realidade, ele era o único locutor profissional do PFA, no seu tempo (meados de 1970/ meados de 1972);
(iv) Mas antes dele já lá tinham passado outros, como o falecido Raul Durão;
(v) Mas havia muito mais malta a trabalhar no programa... Lembra, com saudade, outra malta que fez o PFA, como o Sargento Silvério Dias e a sua esposa, Maria Eugénia, que era a tal "senhora tenente", de que muita malta se lembra...
(vi) O João Paulo gostava deste simpático casal de locutores e gostava de os ver se possível no nosso próximo encontro, em Monte Real; (ele tem o contacto telefónico do então sargento Silvério Dias, que deve ser hoje pessoa para setenta e tal anos);
(vii) O PIFAS tinham estúdios próprios em Bissau; o emissor era em Nhacra; os estúdios estavam localizados na avenida (?) dos bombeiros, enquanto a sede da emissora oficial era no (ou em frente ao) edifício dos CTT, na avenida da sé catedral (hoje Av Amílcar Cabral ?);
(viii) Havia uma vasta equipa, o sargento Silvério Dias, o furriel Garcez Costa, o furriel Jorge Pinto... O Carvalhêda virá mais tarde...
(ix) O programa, de 3 horas diárias, tinha o seguinte horário: 1º tempo: 12h-13h; 2º tempo: 18h30-19h30; 3º (e último) tempo: 23h-24h...
(x) O João Paulo Diniz é um grande contador de histórias, ou não fosse um homem da rádio... Entre outras, contou-me a seguinte: uma das vezes que foi à Guiné-Bissau, acompanhando, em serviço da Antena 1, uma visita governamental (creio que foi no tempo do Prof Cavaco Silva como 1º ministro...), encontrou-se com o 'Nino' Vieira... Quando ele soube que tinha feito serviço na rádio das FA, o ‘Nino’ entrou em confidências, muito ao seu jeito, de resto… Contou ao João Paulo Diniz que a malta do PAIGC costuma ouvir o PIFAS e que foi, com a contagem decrescente do locutor do PFA, numa passagem de novo ano, que eles um dia atacaram ou flagelaram um aquartelamento nosso… (Talvez Tite ou outro quartel mais a sul, ele já não pode precisar)…
(xi) A mascote do PIFAS, da autoria do Jorge Pinto (também conhecido por "Jorginho" e "Pifinhas", hoje com paradeiro desconhecido) e do José Avelino Almeida (, que também quer ir a Monte Reaal e que nos vai contactar), terá sido feita em Espanha... Era distribuída (gratuitamente) pela população e pelos militares... Ele, João Paulo, diz que infelizmente perdeu o "bonequinho" que trouxe de Bissau...
(xii) Mais histórias do PIFAS... ficam para Monte Real!!! ... Ou para o próximo poste: por exemplo, o emociante relato em direto - através da emissora oficial francesa - da vitória do Joaquim Agostinho numa das etapas da Volta à França (com a malta no estúdio a traduzir o francês para português)!... E outras "maluqueiras" que a equipa fazia: para o João Paulo Diniz foi uma experiência única e inesquecível, a sua passagem pelo PIFAS, aliás percebe-se pelo entusiasmo e vivacidade com que fala dessas memórias!
______________
Nota do editor:
Último poste da série > 15 de março de 2012 > Guiné 63/74 - P9607: O PIFAS, de saudosa memória (9): Dois terços dos respondentes da nossa sondagem conheciam o programa e ouviam-no, com maior ou menor regularidade...
(i) Ele era militar de engenharia, foi requisitado para o Com-chefe para trabalhar na rádio, por ser já "locutor profissional!"...
(ii) O PFA ou PIFAS já vinha dos anos sessenta, ele não sabe precisar o ano;
(iii) Na realidade, ele era o único locutor profissional do PFA, no seu tempo (meados de 1970/ meados de 1972);
(iv) Mas antes dele já lá tinham passado outros, como o falecido Raul Durão;
(v) Mas havia muito mais malta a trabalhar no programa... Lembra, com saudade, outra malta que fez o PFA, como o Sargento Silvério Dias e a sua esposa, Maria Eugénia, que era a tal "senhora tenente", de que muita malta se lembra...
(vi) O João Paulo gostava deste simpático casal de locutores e gostava de os ver se possível no nosso próximo encontro, em Monte Real; (ele tem o contacto telefónico do então sargento Silvério Dias, que deve ser hoje pessoa para setenta e tal anos);
(vii) O PIFAS tinham estúdios próprios em Bissau; o emissor era em Nhacra; os estúdios estavam localizados na avenida (?) dos bombeiros, enquanto a sede da emissora oficial era no (ou em frente ao) edifício dos CTT, na avenida da sé catedral (hoje Av Amílcar Cabral ?);
(viii) Havia uma vasta equipa, o sargento Silvério Dias, o furriel Garcez Costa, o furriel Jorge Pinto... O Carvalhêda virá mais tarde...
(ix) O programa, de 3 horas diárias, tinha o seguinte horário: 1º tempo: 12h-13h; 2º tempo: 18h30-19h30; 3º (e último) tempo: 23h-24h...
(x) O João Paulo Diniz é um grande contador de histórias, ou não fosse um homem da rádio... Entre outras, contou-me a seguinte: uma das vezes que foi à Guiné-Bissau, acompanhando, em serviço da Antena 1, uma visita governamental (creio que foi no tempo do Prof Cavaco Silva como 1º ministro...), encontrou-se com o 'Nino' Vieira... Quando ele soube que tinha feito serviço na rádio das FA, o ‘Nino’ entrou em confidências, muito ao seu jeito, de resto… Contou ao João Paulo Diniz que a malta do PAIGC costuma ouvir o PIFAS e que foi, com a contagem decrescente do locutor do PFA, numa passagem de novo ano, que eles um dia atacaram ou flagelaram um aquartelamento nosso… (Talvez Tite ou outro quartel mais a sul, ele já não pode precisar)…
(xi) A mascote do PIFAS, da autoria do Jorge Pinto (também conhecido por "Jorginho" e "Pifinhas", hoje com paradeiro desconhecido) e do José Avelino Almeida (, que também quer ir a Monte Reaal e que nos vai contactar), terá sido feita em Espanha... Era distribuída (gratuitamente) pela população e pelos militares... Ele, João Paulo, diz que infelizmente perdeu o "bonequinho" que trouxe de Bissau...
(xii) Mais histórias do PIFAS... ficam para Monte Real!!! ... Ou para o próximo poste: por exemplo, o emociante relato em direto - através da emissora oficial francesa - da vitória do Joaquim Agostinho numa das etapas da Volta à França (com a malta no estúdio a traduzir o francês para português)!... E outras "maluqueiras" que a equipa fazia: para o João Paulo Diniz foi uma experiência única e inesquecível, a sua passagem pelo PIFAS, aliás percebe-se pelo entusiasmo e vivacidade com que fala dessas memórias!
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Nota do editor:
Último poste da série > 15 de março de 2012 > Guiné 63/74 - P9607: O PIFAS, de saudosa memória (9): Dois terços dos respondentes da nossa sondagem conheciam o programa e ouviam-no, com maior ou menor regularidade...