Guiné > Região de > Empada > julho de 1968 > Material apreendido ao IN no decurso da op Quidação.
Fotos: © Manuel Serôdio (2012). Todos os direitos reservados.
1. Continuação da série do Manuel Serôdio (, camarada que vive em Rennes, Bretanha, França), sobre a história da sua companhia, a CCAÇ 1787 (*)
Julho de 1968
Operação Quidação
Situação:
A região definida pelo entroncamento das estradas de Buba-Catió, Empada, rio Arijô, Saucunda, e Batambali Balanta, são percorridos por grupos inimigos. Em tempos, haviam sido referenciados acampamentos inimigos em Saucunda Balanta, destruidos pelas nossas tropas, e em Bissete, próximo da bolanha, destruido pelos parauedistas.
O inimigo encontra-se organizado em força, na região de Aidará e Cã, tendo já por diversas vezes flagelado com morteiros de 82, e metralhadoras pesadas, as nossas tropas que atuavam na zona.
É provável que o inimigo ali possua um acampamento secundário, funcionando como posto avançado, em relação à área de que detém o controle, praticamente desde o início do terrorismo.
Missão:
Bater a área anteriormente referida, destruindo os acampamentos que fossem detetados, e aniquilar ou aprisionar os elementos inimigos que se revelassem.
Forças executantes: (i) 4 grupos de combate da Companhia 1787; (ii) 3 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6
As nossas tropas sairam de Empada cerca das 21 horas, prosseguindo até Batambali Balanta. Neste local, as forças irradiaram para os locais onde se tinha préviamente estabelecido a montagem das três emboscadas. O dispositivo estava montado pelas 5,30 horas. À medida que o dia clareava, começam-se a ouvir bastante perto, tiros isolados, parecendo provenientes de elementos inimigos a caçar. Cerca das 6,30 horas, um grupo inimigo passou conversando a cerca de 500 metros de uma das emboscadas. Às 6,40 horas um grupo inimigo de cerca de 15 elementos que seguia pela estrada de Catió, provavelmente o anterior referido, caíu na emboscada das nossas tropas, na área de Saucunda Beafada.
O inimigo caminhava com três elementos à frente, e os restantes em fila indiana. As nossas tropas deixaram-nos entrar na zona de morte e iniciaram a emboscada com fogo de bazooka, que imediatamente pôs fora de combate dois elementos inimigos. As nossas tropas desencadearam fogo rápido e brutal, que só não foi mais eficaz por os elementos inimigos terem a mata cerrada, onde se refugiaram a dois passos. Efetuado o assalto, capturou-se o seguinte material.
1 Pistola Metralhadora Sudayev
141 Cartuchos para Pistola Metralhadora 7,62
4 Carregadores para Pistola Metralhadora
1 Almotolia para Óleo
1 Porta Carregadores de Pistola Metralhadora
Vários objetos de uso pessoal
O inimigo sofreu 3 mortos, 1 ferido grave, 1 ferido ligeiro
As nossas tropas não sofreram baixas
Para além das baixas inflingidas ao inimigo, o facto de pela primaira vez, a Companhia de Empada ter capturado uma arma na área de Aidará, o que ainda não tinha acontecido desde o início do terrorismo, causou extraordinário regozijo entre os elementos da Companhia de Milícias e da população, e contribuiu para elevar o moral das nossas tropas.
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Operação Queiroz
Situação:
A região de Caur de Baixo Balanta é frequentemente percorrida e patrulhada por grupos inimigos mais ou menos numerosos, que também com muita frequência cambam a bolanha de Cancumba, e vêm flagelar Empada e Ualada, ou arruinar as culturas da população de Empada. Há muito estão referenciados acampamentos inimigos em Iangqê, e de um modo geral, o inimigo possui vários acampamentos secundários, mais ou menos dispersos em toda a península da Pobreza. Esta península, por assim dizer, é controlada pelo inimigo desde o início do terrorismo.
Missão:
Patrulhar ofensivamente a área de Cancumba Beafada e Caur de Baixo Balanta, montando neste último local, uma rede de emboscadas.
Forças executantes: (i) 3 grupos de combate da Companhia 1787; (ii) 3 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6
Sem contato. Detetados vários vestígios de passagem do inimigo
Durante este período, regressou à Unidade o grupo de combate da Companhia 1791, que se encontrava a reforçar o sub-setor de Empada.
Agosto de 1968
Atividade operacional. (i) Patrulhamentos e picagem diários às estradas para o Cais e Ualada, e à pista de aterragem; (ii) Segurança aos barcos e aviões que demandaram Empada; conjugados com emboscadas (4) (iii) Segurança aos trabalhos agrícolas
Operação Naipe
Situação:
A península de S. Miguel Balanta, hà muito tempo que não é patrulhada pelas nossas tropas. Nela, parecem existir algumas cambanças de canos, que os grupos inimigos vindos de Cã e Aidará, utilizam, embora não muito frequentemente.
Antes da evacuação de Ualada, o inimigo desta zona costumava flagelar o destacamento.
Missão:
Bater a área anteriormente mencionada, montar uma rede de emboscadas, aprisionando ou aniquilando os elementos inimigos que se revelassem às nossas tropas, quer durante a batida ,quer durante as emboscadas.
Forças executantes: (i) 2 grupos de combate da Companhia 1787; (ii) 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6
Sem contato nem vestígios.
Operação Quarentão
Situação:
A região de Caur de Cima, Beja e Bijante, embora não seja direta e frequentemente atingida pela atividade inimiga, desde Março último que não é patrulhada pelas nossas tropas. O inimigo desenvolve intensa atividade, patrulhando constantemente a região (um pouco mais ao sul) do cruzamento da estrada Empada-Buba, com a estrada de Caur de Cima.
Missão:
Bater a área acima referida, montar uma rede de emboscadas, aprisionar ou aniquilar os elementos inimigos que se revelassem às nossas tropas, quer durante a batida quer durante as emboscadas
Forças executantes; (i) 2 grupos de combate da Companhia 1787; (ii) 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6
Sem contato nem vestígios.
(Continua)
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Nota do editor:
Último poste da série > 4 de dezembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10758: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte VI): Subsetor de Empada: atividade operacional em junho e julho de 1968
Situação:
A região definida pelo entroncamento das estradas de Buba-Catió, Empada, rio Arijô, Saucunda, e Batambali Balanta, são percorridos por grupos inimigos. Em tempos, haviam sido referenciados acampamentos inimigos em Saucunda Balanta, destruidos pelas nossas tropas, e em Bissete, próximo da bolanha, destruido pelos parauedistas.
O inimigo encontra-se organizado em força, na região de Aidará e Cã, tendo já por diversas vezes flagelado com morteiros de 82, e metralhadoras pesadas, as nossas tropas que atuavam na zona.
É provável que o inimigo ali possua um acampamento secundário, funcionando como posto avançado, em relação à área de que detém o controle, praticamente desde o início do terrorismo.
Missão:
Bater a área anteriormente referida, destruindo os acampamentos que fossem detetados, e aniquilar ou aprisionar os elementos inimigos que se revelassem.
Forças executantes: (i) 4 grupos de combate da Companhia 1787; (ii) 3 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6
As nossas tropas sairam de Empada cerca das 21 horas, prosseguindo até Batambali Balanta. Neste local, as forças irradiaram para os locais onde se tinha préviamente estabelecido a montagem das três emboscadas. O dispositivo estava montado pelas 5,30 horas. À medida que o dia clareava, começam-se a ouvir bastante perto, tiros isolados, parecendo provenientes de elementos inimigos a caçar. Cerca das 6,30 horas, um grupo inimigo passou conversando a cerca de 500 metros de uma das emboscadas. Às 6,40 horas um grupo inimigo de cerca de 15 elementos que seguia pela estrada de Catió, provavelmente o anterior referido, caíu na emboscada das nossas tropas, na área de Saucunda Beafada.
O inimigo caminhava com três elementos à frente, e os restantes em fila indiana. As nossas tropas deixaram-nos entrar na zona de morte e iniciaram a emboscada com fogo de bazooka, que imediatamente pôs fora de combate dois elementos inimigos. As nossas tropas desencadearam fogo rápido e brutal, que só não foi mais eficaz por os elementos inimigos terem a mata cerrada, onde se refugiaram a dois passos. Efetuado o assalto, capturou-se o seguinte material.
1 Pistola Metralhadora Sudayev
141 Cartuchos para Pistola Metralhadora 7,62
4 Carregadores para Pistola Metralhadora
1 Almotolia para Óleo
1 Porta Carregadores de Pistola Metralhadora
Vários objetos de uso pessoal
O inimigo sofreu 3 mortos, 1 ferido grave, 1 ferido ligeiro
As nossas tropas não sofreram baixas
Para além das baixas inflingidas ao inimigo, o facto de pela primaira vez, a Companhia de Empada ter capturado uma arma na área de Aidará, o que ainda não tinha acontecido desde o início do terrorismo, causou extraordinário regozijo entre os elementos da Companhia de Milícias e da população, e contribuiu para elevar o moral das nossas tropas.
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Cartão de Boas Festas do tempo de Guiné... O Mamuel Serôdio mandou-nos também as boas festas de França, onde vive desde 1972
Operação Queiroz
Situação:
A região de Caur de Baixo Balanta é frequentemente percorrida e patrulhada por grupos inimigos mais ou menos numerosos, que também com muita frequência cambam a bolanha de Cancumba, e vêm flagelar Empada e Ualada, ou arruinar as culturas da população de Empada. Há muito estão referenciados acampamentos inimigos em Iangqê, e de um modo geral, o inimigo possui vários acampamentos secundários, mais ou menos dispersos em toda a península da Pobreza. Esta península, por assim dizer, é controlada pelo inimigo desde o início do terrorismo.
Missão:
Patrulhar ofensivamente a área de Cancumba Beafada e Caur de Baixo Balanta, montando neste último local, uma rede de emboscadas.
Forças executantes: (i) 3 grupos de combate da Companhia 1787; (ii) 3 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6
Sem contato. Detetados vários vestígios de passagem do inimigo
Durante este período, regressou à Unidade o grupo de combate da Companhia 1791, que se encontrava a reforçar o sub-setor de Empada.
Agosto de 1968
Atividade operacional. (i) Patrulhamentos e picagem diários às estradas para o Cais e Ualada, e à pista de aterragem; (ii) Segurança aos barcos e aviões que demandaram Empada; conjugados com emboscadas (4) (iii) Segurança aos trabalhos agrícolas
Operação Naipe
Situação:
A península de S. Miguel Balanta, hà muito tempo que não é patrulhada pelas nossas tropas. Nela, parecem existir algumas cambanças de canos, que os grupos inimigos vindos de Cã e Aidará, utilizam, embora não muito frequentemente.
Antes da evacuação de Ualada, o inimigo desta zona costumava flagelar o destacamento.
Missão:
Bater a área anteriormente mencionada, montar uma rede de emboscadas, aprisionando ou aniquilando os elementos inimigos que se revelassem às nossas tropas, quer durante a batida ,quer durante as emboscadas.
Forças executantes: (i) 2 grupos de combate da Companhia 1787; (ii) 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6
Sem contato nem vestígios.
Operação Quarentão
Situação:
A região de Caur de Cima, Beja e Bijante, embora não seja direta e frequentemente atingida pela atividade inimiga, desde Março último que não é patrulhada pelas nossas tropas. O inimigo desenvolve intensa atividade, patrulhando constantemente a região (um pouco mais ao sul) do cruzamento da estrada Empada-Buba, com a estrada de Caur de Cima.
Missão:
Bater a área acima referida, montar uma rede de emboscadas, aprisionar ou aniquilar os elementos inimigos que se revelassem às nossas tropas, quer durante a batida quer durante as emboscadas
Forças executantes; (i) 2 grupos de combate da Companhia 1787; (ii) 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6
Sem contato nem vestígios.
(Continua)
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Nota do editor:
Último poste da série > 4 de dezembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10758: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte VI): Subsetor de Empada: atividade operacional em junho e julho de 1968