O então cor inf Aurélio Manuel Trindade. Foto da Academia Militar, s/d, gentilmente cedida pelo seu camarada e amigo cor art ref Morais da Silva, beirão de Lamego |
Temos comandantes operacionais, capitães de várias armas, que combateram na Guiné e fizeram as suas carreiras, chegando a oficiais superiores (coronéis, capitães de mar e guerra) a a oficiais generais (majores e tenentes
generais). E alguns estiveram no 25 de Abril de 1974.
Só não temos nemhum marechal: Spínola (tal Costa Gomes) morreu muito antes da criação da Tabanca Grande. Mas o Costa Gomes nunca nunca bebeu a água do Geba, do Corubal, do Cacheu, do Buba, do Cacine, do Cumbijã...
Mealhada > Pedrulha > Restaurante "A Portagem" > 2º Encontro Nacional das Onças Negras de Bedanda, 1967/74) > Foto de grupo.
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Mealhada > Pedrulha > Restaurante "A Portagem" > 2º Encontro Nacional das Onças Negras de Bedanda, 1967/74) > Da esquerda para a direita, o ex-cap Trindade, o primeiro cmdt da CCAÇ 6, Lassano Djaló, Rui Santos (nosso grão-tabanqueiro da primeira hora) e o Amará Camará.
Fotos (e legendas): © António Teixeira (2012). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Como eu próprio escrevi na altura, foi um êxito este 2º encontro dos bedandenses, por uma razões que eu especifiquei:
(*) Vd. poste de 25 de junho 2024 > Guiné 61/74 - P25682: In Memoriam (504): Aurélio Manuel Trindade, ten gen oriundo da arma de infantaria, ref (1933-2024): antigo comandante da 4ª CCAÇ / CCAÇ 6 (Bedanda, jul 65 / jul 67)
O Aurélio Manuel Trindade foi nosso camarada (conceito que, entre os infantes, abarca todos os combatentes até ao nível de comandante operacional, ou seja, o que "alinha no mato" com a "canhota").
Foi combatente na Guiné e militar de Abril. Faleceu no passado dia 12 de junho (*). Era tenente general, oriundo da arma de infantaria. Estava reformado. Tinha acabado de fazer 91 anos. Viúvo, deixa três filhos e não sei quantos netos. Na comunicação social a sua morte passou praticamente despercebida. Ele não er um figura mediática, vivia muito discretamente e era raro aparecer nos nossos convívios. Convidei-o, através do seu amigo e cmarada cor inf ref Arada Pinheiro, a ir um dia à Tabanca da Linha. Declinou amavelmnete o convite. Mas sabia que estávamos a publicar notas de leitura e excertos do seu livro "Panteras à solta" (**)...
Recorde.se que, sob o pseudónimo literário Manuel Andrezo, escreveu um livro notável de memórias, de cariz autobiográfico, "Panteras à Solta" (edição de autor, 2010).
Sabemos que à frente da 4ª CCAÇ / CCAÇ 6 (Bedanda, 1965/67), o cap inf Trindade revelou-se um excecional comandante operacional, e um grande líder: percebeu, muito cedo, que naquela "guerra subversiva" o mais importante era conquistar as populações...
No CTIG, foi o último comandante da 4ª CCAÇ e o primeiro da CCAÇ 6. Fez a sua comissão sempre em Bedanda, entre julho de 1965 e julho de 1967
Com mais três comissões, primeiro na Índia, depois em Moçambique, como capitão (1962/64) e outra em Angola, já como major (1971/73), era um militar condecorado com Medalha de Prata de Valor Militar com Palma, Cruz de Guerra, colectiva, de 1.ª classe, Cruz de Guerra de 2.ª Classe, Ordem Militar de Avis, Grau Cavaleiro, Medalha de Mérito Militar de 3.ª Classe e ainda Prémio Governador da Guiné. Participou no 25 de Abril, como major, tinha então 41 anos e estava colocado na EPI, Mafra.
Foto da capa do livro "Panteras à solta: No sul da Guiné uma companhia de tropas nativas defende a soberania de Portugal", de Manuel Andrezo, edição de autor, s/l, s/d [c. 2010 / 2020] , 445 pp. , il. [ Manuel Andrezo era o pseudónimo literário do ten gen ref Aurélio Manuel Trindade, ex-cap inf, 4ª CCAÇ / CCAÇ 6, Bedanda, jul 1965/ jul 67]
Na foto acima, da capa, o "capitão Cristo, sentado ao centro, na casa do Zé Saldanha [encarregado da Casa Ultramarina, em Bedanda, e onde se comia lindamente, graças aos dotes culinários da esposa, a balanta Inácia] . Por trás, em pé, os alferes Carvalho e Ribeiro e ainda o Zé Saldanha" (legenda, pág. 440). O cap Cristo era nem mais nem menos do que o "alter ego" do cap Aurélio Manuel Trindade, o 10º (e último) comandante da 4ª CCAÇ, desde 1jan61, e o primeiro comandante (de dez!), a partir de 1bril de 1967, da CCAÇ 6 (Bedanda, 1967/74).
Na foto acima, da capa, o "capitão Cristo, sentado ao centro, na casa do Zé Saldanha [encarregado da Casa Ultramarina, em Bedanda, e onde se comia lindamente, graças aos dotes culinários da esposa, a balanta Inácia] . Por trás, em pé, os alferes Carvalho e Ribeiro e ainda o Zé Saldanha" (legenda, pág. 440). O cap Cristo era nem mais nem menos do que o "alter ego" do cap Aurélio Manuel Trindade, o 10º (e último) comandante da 4ª CCAÇ, desde 1jan61, e o primeiro comandante (de dez!), a partir de 1bril de 1967, da CCAÇ 6 (Bedanda, 1967/74).
Mealhada > Pedrulha > Restaurante "A Portagem" > 2º Encontro Nacional das Onças Negras de Bedanda, 1967/74) > Brasão da CCAÇ no bolo da festa...
Mealhada > Pedrulha > Restaurante "A Portagem" > 2º Encontro Nacional das Onças Negras de Bedanda, 1967/74) > Foto de grupo (metade esquerda)
Mealhada > Pedrulha > Restaurante "A Portagem" > 2º Encontro Nacional das Onças Negras de Bedanda, 1967/74) > Foto de grupo (metade direita: o ten gen Aurélio Manuel Trindade, em mangas de camisa, é o segunda a contar da direita, na primeira fila)
Mealhada > Pedrulha > Restaurante "A Portagem" > 2º Encontro Nacional das Onças Negras de Bedanda, 1967/74) > Da esqura para a direita, Gualdino, Luz e Coronel Renato Vieira de Sousa (este oficial foi quem comandou a CCAÇ 6, em 1967/69, logo seguir ao Aurélio Trindade, que terminou a comissão em meados de 1967)Mealhada > Pedrulha > Restaurante "A Portagem" > 2º Encontro Nacional das Onças Negras de Bedanda, 1967/74) > Da esquerda para a direita, o ex-cap Trindade, o primeiro cmdt da CCAÇ 6, Lassano Djaló, Rui Santos (nosso grão-tabanqueiro da primeira hora) e o Amará Camará.
Brasões das 4º CCAÇ e CCAÇ 6
2. O Aurélio Manuel Trindade, um beirão de Viseu, vai agora sentar-se, à sombra do nosso poilão, no lugar nº 891 (***).
É uma entrada, mais que merecida, embora infelizmente a título póstumo. É "apadrinhada" pelo seu amigo e camarada cor inf ref Mário Arada Pinheiro, um ano mais velho do que ele na Escola do Exército (1951/52).
Temos poucas fotos do novo grão-tabanqueiro. Uma delas é do 2º encontro do pessoal da CCAÇ 6, na Mealhada, em 6 de fevereiro de 2012, organizado pelo saudoso António Teixeira, "Tony" (1948-20123), ex-alf mil da CCAÇ 6 (Bedanda, 1972/73) (****)
(i) por um lado, as qualidades de comandante do António Teixeira (Tony, para os amigos), à sua capacidade de liderança motivacional e de organização, qualidades que eu topei logo quando o conheci, no verão de 2011, na Lourinhã, por intermédio de um amigo e camarada comum, o Pinto Carvalho (infelizmente, morreria pouco tempo depois, em 25/11/2013; era professor de educação física, reformado, natural de Espinho);
(ii) uma segunda razão, tem a ver com “bom irã” de Bedanda, essa terra mágica, as palavras eram do próprio Tony Teixeira: (,,,) “muitos dos presentes neste encontro não se conheciam, visto terem pisado naquele chão em alturas muito diferentes. Mas aquele chão, aquela terra, é mágica, e exerce sobre nós um poder fantástico, poder esse que nos move e nos transcende"; e acrescentava o Tony: "já depois do grande êxito que foi o nosso primeiro encontro, este ultrapassou todas as expectativas, conseguindo juntar 48 convivas, que por lá passaram entre 1963 e 1974, e nem o dia cinzento, com uma chuva miudinha à mistura, arrefeceu o nosso entusiasmo: logo ao primeiro abraço era como se sempre nos tivéssemos conhecido”. (…)
Entre esses convivas estava o ex-cap inf Aurélio Manuel Trindade, que não disse a ninguém que era tenente general.E era o mais antigo dos "Onças Negras" (antes "Panteras Negras"), a a seguir ao Rui Santos (que foi alf mil, 4ª CCAÇ, 1963/65)...
(ii) uma segunda razão, tem a ver com “bom irã” de Bedanda, essa terra mágica, as palavras eram do próprio Tony Teixeira: (,,,) “muitos dos presentes neste encontro não se conheciam, visto terem pisado naquele chão em alturas muito diferentes. Mas aquele chão, aquela terra, é mágica, e exerce sobre nós um poder fantástico, poder esse que nos move e nos transcende"; e acrescentava o Tony: "já depois do grande êxito que foi o nosso primeiro encontro, este ultrapassou todas as expectativas, conseguindo juntar 48 convivas, que por lá passaram entre 1963 e 1974, e nem o dia cinzento, com uma chuva miudinha à mistura, arrefeceu o nosso entusiasmo: logo ao primeiro abraço era como se sempre nos tivéssemos conhecido”. (…)
Entre esses convivas estava o ex-cap inf Aurélio Manuel Trindade, que não disse a ninguém que era tenente general.E era o mais antigo dos "Onças Negras" (antes "Panteras Negras"), a a seguir ao Rui Santos (que foi alf mil, 4ª CCAÇ, 1963/65)...
Há homens que não precisam de se pôr em bicos de pés para mostrar que são grandes. O Aurélio Trindade era um desses, um português dos melhores. Vamos continuar a honrar a sua memória e a memória das "Panteras Negras" e das "Onças Negras".
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 25 de junho 2024 > Guiné 61/74 - P25682: In Memoriam (504): Aurélio Manuel Trindade, ten gen oriundo da arma de infantaria, ref (1933-2024): antigo comandante da 4ª CCAÇ / CCAÇ 6 (Bedanda, jul 65 / jul 67)
(**) ÚLtimo poste a série > 12 de fevereiro de 2023 > Guiné 61/74 - P24060: Notas de leitura (1553): "Panteras à solta", de Manuel Andrezo (pseudónimo literário do ten gen ref Aurélio Manuel Trindade): o diário de bordo do último comandante da 4ª CCAÇ e primeiro comandante da CCAÇ 6 (Bedanda, 1965/67): aventuras e desventuras do cap Cristo (Luís Graça) - Parte XI: Cobumba, manga de minas?!... Vamos lá levantá-las e noutro dia arrasar aquela... brincadeira!