Foto nº 1
Foto nº 2 > Olympus 35 SP [uam linha da Olympus produzida entre 1969 e 1976)
Foto nº 3
Foto nº 4
Foto nº 5
Foto nº 6
Fotos: © César Dias (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]
1. Mensagem de César Dias [ex-fur mil sapador, CCS/BCAÇ 2885, Mansoa, 1969/71],
Data: 14 de dezembro de 2014 às 16:46
Assunto: Máquinas fotográficas e não só. (*)
Caro Carlos
Tenho visto no blogue alguns posts de máquinas fotográficas, como também comprei uma [ fotos nº 1 e 2] e um projector de slides [fotos nº 3 e 4] , resolvi enviar o testemunho. Não estão à venda mas está tudo bem conservado, o projector ainda está na caixa de origem, é mais uma prova de que foi este blogue que me fez voltar á Guiné.
Comprei este equipamento no Pintozinho
em Bissau, que não era topo de gama,
nem nada parecido,mas foi para substituir a que levei para lá, que me tinha saído na farinha Amparo, não sei se te recordas disso.
Aproveito e envio-te mais uma foto a preto e branco [foto nº 5] e um slide [foto nº 6] conseguidos com este equipamento.
Sobre as revelações, praticamente enviávamos para Bissau, aquelas a preto e branco por vezes davamos-lhe um toque de colorido, mas já não me lembro onde conseguiamos os liquidos.
Havia também um Furriel Miliciano Radiomontador, o António Amen, que no seu quarto montou um pequeno estúdio de revelações mas era praticamente para consumo próprio, doutra maneira não faria mais nada. Infelizmente faleceu no dia 4 deste mês, vim a saber que era um grande fotógrafo aí no Porto.(**)
Embalagem da Farinha Amparo, cortesia do blogue de Hugo Silva , "Eu Ainda Sou do Tempo"... |
nem nada parecido,mas foi para substituir a que levei para lá, que me tinha saído na farinha Amparo, não sei se te recordas disso.
Aproveito e envio-te mais uma foto a preto e branco [foto nº 5] e um slide [foto nº 6] conseguidos com este equipamento.
Sobre as revelações, praticamente enviávamos para Bissau, aquelas a preto e branco por vezes davamos-lhe um toque de colorido, mas já não me lembro onde conseguiamos os liquidos.
Havia também um Furriel Miliciano Radiomontador, o António Amen, que no seu quarto montou um pequeno estúdio de revelações mas era praticamente para consumo próprio, doutra maneira não faria mais nada. Infelizmente faleceu no dia 4 deste mês, vim a saber que era um grande fotógrafo aí no Porto.(**)
Um abraço, César
Notas do editor:
(*) 18 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14047: A minha máquina fotográfica (15): Comprei-a em 73, em Bissau por 5.000 pesos, que utilizei durante muitos anos na vida civil e fez algumas viagens ao estrangeiro na década de 80 (Agostinho Gaspar)
(*) 18 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14047: A minha máquina fotográfica (15): Comprei-a em 73, em Bissau por 5.000 pesos, que utilizei durante muitos anos na vida civil e fez algumas viagens ao estrangeiro na década de 80 (Agostinho Gaspar)
(**) António Augusto Garcia Oliveira Amen (1946-2004)
Reproduzido com a devida vénia do Correio do Porto > 4 de dezembro de 2014 > Obituário > António Amen (1946-2014)
(...) O camarada de redação ANTÓNIO AMEN faleceu esta madrugada (01 - dez -14), aos 68 anos de idade. António Amen colaborava, com o nosso jornal (Etc e Tal), desde início do projeto destacando-se com os seus valorosos trabalhos fotográficos, não só através das centenas de reportagens e entrevistas que aqui publicou, mas também através da coluna REFLEX.
A história profissional e artística de António Amen não fica, contudo, por aqui, em traços gerais, deixamos-lhe os dados relevantes da sua vida, contados pelo… próprio:
“Recebo a minha primeira máquina fotográfica (uma pequena Kodak) aos 10 anos. Nasceu o gosto pela fotografia. Nos anos seguintes, as fotos de família foram a minha primeira aprendizagem. Na adolescência e em concursos da escola, ganhei o meu primeiro prémio de fotografia.
Durante o serviço militar que cumpri na ex-colónia portuguesa da Guiné-Bissau, o contacto com o meu grande amigo António Villar de Sousa, escultor e fotógrafo, fundador de um dos primeiros estúdios de fotografia de modelos, o SHOW-UP, bastante mais experiente, leva-me ao desenvolvimento do conhecimento da fotografia. Os dois montamos um pequeno laboratório. Foi uma boa aprendizagem no fotografar e revelar.
Regresso a Portugal, e nos meados dos anos 70, faço o meu primeiro curso de fotografia. Leio uma enciclopédia de fotografia, torno-me autodidata. Nos anos seguintes, a minha dedicação à mesma torna-se mais evidente.
Depois, por razões de ordem pessoal e profissional, o tempo dilui-se e chega entretanto o vídeo, que me afastou da fotografia, sem nunca lhe ter conseguido assassinar o gosto. Em 1998, regresso.
Timidamente, começo a dar de novo os primeiros passos, ainda hoje os estou a percorrer, a consciência e maturidade, são outras e olhando o panorama, o salto tremendo que deu a fotografia, sinto-me todos os dias um aprendiz.
A minha ligação profissional aos computadores, vieram também de certo modo contribuir para um passo mais aligeirado no sentido do digital”.
Um texto de António Augusto Garcia Oliveira Amen, nascido a 16 de agosto de 1946, na cidade do Porto, inserto na edição de fevereiro de 2010 do “Etc e Tal Jornal”.
Amen foi autor de diversos trabalhos fotográficos realçando sempre a sua paixão pela cidade do Porto. Os mais recentes trabalhos foram publicados no livro “Nobre Povo Tripeira Gente”, com a chancela da “Gailivro”, em coautoria com Maria de Lourdes dos Anjos, também ela nossa. Saliente-se ainda o facto de Amen ter recebido várias distinções nacionais e internacionais, através de prémios de reconhecido valor.
A equipa do “Etc e Tal Jornal” fica muito mais pobre, o Porto perde um amante e o mundo um grande homem da fotografia.
Por José Gonçalves publicado in Etc e Tal. (...)