Região de Tombali > Mampatá > Uma foto aérea de povoação e aquartelamento.
Foto: © José Manuel Lopes (2008). Todo os direitos reservados .Comentários deixados no Poste 9052*, referente à apresentação à tertúlia do nosso novo camarada José Santos que foi 1.º Cabo Auxiliar de Enfermeiro na CCAÇ 3326, Mampatá e Quinhamel, 1071/73:
1. Do nosso camarada Mário Gualter Rodrigues Pinto foi Fur Mil At Art na CART 2519 (Os Morcegos de Mampatá), Buba, Aldeia Formosa e Mampatá,1969 a 1971:
Caro José Santos
Em meu nome e da Cart 2519, Os Morcegos de Mampatá, dou-te as boas vindas ao nosso convívio.
Como deves estar lembrado a CCAÇ 3326, foi a Companhia que rendeu a minha em Fevereiro de 1971. Nesse altura metade da minha Companhia seguiu para Bissau via Buba, através de LDG, ficando 2 Gr Comb em Mampatá, um dos quais o meu.
Na primeira saída que fiz com vocês para o corredor de Missirá, tiveram o vosso baptismo de fogo num forte contacto e onde a CCAÇ 3326 teve os primeiros feridos e o IN 2 mortos e algumas baixas. Como resultado, vocês tiveram o o vosso primeiro material capturado (ronco).
Mampatá encontra-se no Blog, bem documentada, em períodos distintos conforme as unidades que por lá passaram sendo o período com menos informação o ocupado pela CCAÇ 3326 (1971/72). Convido-te [para o fazer], se puderes e estiveres interessado, para assim conseguirmos fechar o círculo das unidades instaladas em Mampatá.
Um abraço
Mário Pinto
ex-Fur Mil CART 2519
2. Do nosso camarada António Carvalho, ex-Fur Mil Enf da CART 6250, Mampatá, 1972/74:
Caro José Santos:
Também te saúdo de forma muito especial porque também sou de Mampatá. Fui Fur Mil Enf da CART 6250 que vos foi render, no fim de Julho de 72. Só me lembro do Real e do vosso capitão que nunca mais encontrei.
Devo dizer-te que passámos a comissão a proteger os trabalhos de abertura e asfaltagem de duas estradas: uma entre Aldeia e Buba com passagem por Mampatá e Nhala, e outra ligando Mampatá a Colibuía, Cumbidjã e Nhacobá.
Um abraço
António Carvalho
Do nosso camarada José Eduardo Alves, ex-Condutor da Cart 6250, Mampatá, 1972/74:
Camarada e amigo José Santos,
Em primeiro deixa-me dar-te as boas vindas ao blogue. Eu, José Eduardo Alves, fui condutor da CART 6250 que vos foi render a Mampatá. Estou contente por saber que estás com ideias em ir ajudar aquela gente para o hospital da Comura, pois eu indiretamente estou ligado à gente que faz lá serviço de voluntariado.
Já fui 3 anos seguidos à Guiné-Bissau, claro visitar a gente de Mampatá onde tenho bons amigos. Fui com a minha esposa, e no próximo ano talvez volte lá.
Um abraço, depois falamos.
José Eduardo Alves
4. Finalmente, do lado de lá do Atlântico, do nosso camarada José da Câmara, ex-Fur Mil da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, Brá, Bachile e Teixeira Pinto, 1971/73, estes dois comentários:
Bem-vindo ao Blogue. Em tempos estive em contacto com o Brum. Por aqui, no estado de Massachusetts, conheço o Soldado Condutor Auto Manuel Fortuna, natural do Faial. Vive em Taunton. Também tenho os contactos dos Fur Mil José Bendito e Fernando Portugal.
Se estiveres interessado no meu contacto, podes pedi-lo aos editores.
Já agora, tal como o Luís Graça, gostaria de saber de onde veio essa história dos “Jovens Assassinos de Mampatá”. Tenho alguma dificuldade em aceitar que o vosso Cap Paula de Carvalho, um Comandante muito austero, permitisse o nome de guerra “Jovens Assassinos de Mampatá”. Mesmo assim tudo é possível.
Eu tenho um crachá da vossa companhia, “Os Sempre Operacionais”. Foi este crachá que esteve presente no último convívio da CCaç 3327 e para o qual foram convidadas as CCaçs 3326 e 3328.
Um abraço,
José Câmara
CCaç 3327
5. Ainda do camarada José da Câmara:
Caros amigos,
Decidi prosseguir um pouco mais com o meu comentário anterior por ter sentido que o nome de guerra "Jovens Assassinos" não se coadunava com a docilidade do soldado açoriano. Também não é menos verdade que conheci muitos dos militares que compunham a CCaç 3326, com os seus graduados e mantenho correspondência com alguns. Foi a um desses graduados que me dirigi para aclarar um pouco sobre aquele nome de guerra.
Tal como deixara antever antes, nunca houve nome de guerra Jovens Assassinos de Mampatá, mas uma alcunha feita por forças exteriores à Companhia.
Por ter entendido que essa alcunha não orgulhava o meu correspondente, camarada e amigo, pedi-lhe e foi-me concedida a devida autorização para usar as suas próprias palavras na explicação do que então aconteceu.
Com a devida vénia:
“Quando chegámos a Mampatá entrámos a "matar" naquela zona em que praticamente se havia perdido o controle e rapidamente o reconquistamos .
Foram uns primeiros 7 ou 8 meses verdadeiramente infernais. Mas atenção:
NÃO FOMOS NÓS QUE NOS BAPTIZÁMOS COMO "JOVENS ASSASINOS DE MAMPATÁ"
Nós fomos baptizados assim pelo PAIGC e por outras Companhias que souberam do nosso percurso ao fazermos a "limpeza" da zona.
Não tenho orgulho nisso, por que as guerras têm sempre o lado injusto. Mas era a lei da sobrevivência. Eram eles ou nós.”
De notar que o grande e único juízo de valor que esse nosso camarada faz, que importa realçar, é a sua afirmação “Não tenho orgulho nisso”, nesse nome, acrescento. Nas mesmas circunstâncias, como filho dos Açores e de Portugal, eu também não teria, nem tenho.
Um abraço amigo,
José Câmara
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Notas de CV:
(*) Vd. poste de 16 de Novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9052: Tabanca Grande (306): José Santos, ex-1º Cabo Enf, CCAÇ 3326 (Mampatá e Quinhamel, Jan 71/Jan 73)
Vd. último poste da série de 9 de Novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9016: Memória dos lugares (162): Farim do Cantanhez e suas gentes... (João Graça)