Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Guiné 63/74 - P4396: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (16): Uma história do Honório (Vítor Oliveira)
Aqui vai mais uma do artista Honório.
Quando íamos para Nova Lamego fazer protecção às colunas que iam para Béli ou Madina, a Companhia que fazia as mesmas, punha logo à disposição do Honório um jeep que andava com gasolina dos aviões.
Um belo dia perto da hora almoço, o nosso amigo vai à pista buscar o pessoal para virmos almoçar ao quartel do Exército. A enfermeira vem sentada ao lado dele e nós atrás. Ele arranca pelo campo da bola abaixo em direção ao quartel, vem pela rua com uma velocidade maluca e quando chega ao fim da rua faz a curva a 90º para o quartel, (do lado direito ficava a casa Caeiro). Resultado, a nossa amiga sai disparada do jeep tendo ficado mal tratada. Foi substituída por outra que veio no Dakota de Bissau, não me recordo do nome dela, mas penso que era Alferes e era da Amadora, da família Salvado.
Em relação às enfermeiras, só havia na Base três ou quatro salvo erro, a única de que eu me lembro bem é a Tenente Ivone.
Um abraço.
__________
Nota de CV:
(*) Vd. poste de 13 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4338: Tabanca Grande (140): Vítor Oliveira, ex-1.º Cabo Especialista da FAP, BA 12, 1967/69
Vd. último poste da série de 11 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3604: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (15): Eu, o Duarte, o Coelho, o Nico... mais o Jubilé do Honório (Jorge Félix)
Guiné 63/74 - P4395: A Guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (4): Um alferes desterrado em Madina Xaquili, com um cano de morteiro 60 (III Parte)
A GUERRA VISTA DE BAFATÁ
4 - Um Alferes destacado (desterrado) em Madina Xaquili com um cano (só o cano) dum morteiro 60 - Parte 3.
Preâmbulo
Como tenho vindo a referir, na sequência do agravamento da situação no Cossé, fui destacado para Madina Xaquili, onde vivi uma experiência verdadeiramente inesquecível (*).
No meu Poste anterior – 4305, (3.º dia dessa minha experiência de contacto com a realidade da guerra) descrevi como, depois de recolher pelo caminho água que parecia cal de pintar, cheguei a Madina Xaquili onde constatei que o pelotão de Milícias, ali sediado, não dispunha de um único cartucho. Inacreditável…
Relato do 4.º dia – 15JUN69:
Havia que pôr todas as ideias em prática:
Para ultrapassar o problema da falta de contacto com a sede da Companhia, pedi ao João que mandasse um grupo à mata cortar dois paus para poder montar uma antena dipolo virada para Galomaro.
Dois homens foram desfazer, na zona desmatada, os enormes morros de baga-baga, óptimos abrigos para o IN.
Perguntei ao João se era possível arranjar alguma fruta. Ao fim da tarde já tinha uma cabaça cheia de mangos, embora ainda não fosse o tempo deles.
Com dois camaradas fui à nascente da água e sem muito esforço consegui, escavando, transformar a poça onde se abasteciam, numa pequena bica de água onde já era possível encher facilmente os garrafões.
Fonte da água já renovada e o resguardo do balneário
Junto da fonte criou-se um balneário, com folhas de palmeira, para resguardar das vistas das mulheres que lavavam roupa.
Como era costume, todas as garrafas vazias foram sendo penduradas, duas a duas, no arame farpado.
O fim do 2.º dia em Madina chegou. Antes de dormir, os meus pensamentos centravam-se na preocupação com a segurança.
Relato do 5º dia – 16JUN69:
Um grande amontoado de canas secas de milho autóctone foram espalhadas, junto ao arame, nos locais mais problemáticos. Qualquer aproximação ao arame faria um grande estardalhaço.
Os troncos dos grandes poilões da orla da mata preocupavam-me muito mas não tinha uma moto-serra… Como Maomé não podia ir à montanha…, comecei a congeminar a maneira de dar destino às granadas M/44 (tipo pinha), que trouxera.
Ainda bem que não tive qualquer ataque e não fui responsável pela morte de um qualquer IN atrás dum poilão.
Dezasseis granadas não fariam aquecer muito o nosso cano de morteiro, mas pelo sim, pelo não, fiz-lhe um chumaço com ligaduras.
Um grupo começou a escavar o novo abrigo para a população civil, bem no centro da tabanca. Alguns milícias trataram de ir à mata buscar cibes para a sua cobertura.
Também era urgente construir latrinas. Sabia que os nativos tinham junto de cada palhota o seu WC, um espaço circular com cerca de 1,5 m de diâmetro, conseguido com canas entrançadas. Era aí que faziam as suas necessidades que deixavam a céu aberto. Tal procedimento não me pareceu muito correcto, pelo que não gostaria de o reproduzir para os metropolitanos. Aconteceu que a primeira vez que eu próprio fui à mata escolhi um bom local. Precisamente por isso, usei-o no dia seguinte. Não vislumbrei qualquer vestígio da minha ida anterior. Achei estranho. Passadas uma ou duas horas, fui lá espreitar. Um monte de bichos rastejantes de toda a espécie, cobria o poio. Passado pouco tempo estava tudo novamente limpo.
As latrinas foram adiadas para mais tarde.
Uma tabanca onde se nota, junto de cada palhota, o seu quarto de banho
Entretanto, ao fim do dia, o rádiotelegrafista veio informar-me que, com a antena dipolo instalada, já tinha conseguido estabelecer contacto com Galomaro, embora só em morse.
Debaixo do mangueiro, e antes de ir dormir houve mais uma conversa com o João para fazer o ponto da situação.
Relato do 6º dia – 17JUN69:
O abrigo para a população ganhava forma e já dispúnhamos de alguns cibes
Com um pedaço de ferro velho improvisei um alarme. Quando percutido toda a gente se deveria dirigir aos abrigos. Fiz um ensaio e correu tudo bem.
Em relação à segurança, tudo o que estava feito me parecia pouco. Tomei então uma decisão controversa. De acordo com o João, uns milícias foram escalados de modo a haver sempre um sentinela durante todo o dia, até ao anoitecer, na zona problemática da mata, num raio de 500/700 metros. Como a mata era bastante aberta a visibilidade era grande.
Ao princípio da noite, como de costume, conversei com o João e alguns milícias a fim de me inteirar das suas preocupações. Lamentavelmente havia a barreira da língua mas mesmo assim aprendi muito e comecei a compreender os problemas daquelas pessoas naquele cu de Judas, isoladas durante os piores meses da época das chuvas.
O João aproveitou para me apresentar as suas duas mulheres (tinha mais duas noutras tabancas) e o seu filho Bonco.
A Primeira mulher do João e o filho Bonco
Fotos e legendas: © Fernando Gouveia (2009). Direitos reservados
A terminar o dia e graças à antena dipolo, recebeu-se a primeira mensagem cifrada. Com a ajuda do livrinho de cifras descodifiquei a ordem para ir à tabanca de Cantacunda municiar os africanos armados (talvez uns 10) com Mauser e dar-lhes instrução de tiro com G3.
Nos três dias a seguir os acontecimentos vão precipitar-se. Irei a Cantacunda e no retorno a Madina irei ter uma boa surpresa. Na mesma tarde ouve-se o primeiro tiro em Madina Xaquili. Nos dias a seguir, como previa, vai aparecer um héli e vou fazer de consultor sentimental, mas tudo isso será tema para o próximo Poste.
Até para a semana camaradas.
Fernando Gouveia
__________
Nota de CV:
(*) Vd. postes de:
28 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4256: A guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia (2): Um alferes desterrado em Madina Xaquili, com um cano de morteiro 60 (I Parte)
e
8 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4305: A Guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (3): Um alferes desterrado em Madina Xaquili, com um cano de morteiro 60 (II Parte)
Guiné 63/74 - P4394: Bibliografia de uma guerra (46): "Diário da Guiné, Lama, Sangue e Água Pura" - Comentário de Fátima Teixeira
Assunto: Diário da Guiné
Caro Alferes Miliciano Abreu,
Comprei o seu livro recentemente depois de ter estado duas semanas na Guiné-Bissau a realizar um acção de formação e ficar profundamente tocada e atraída por aquele país e por aquela gente incrível. Estive lá exactamente na altura dos atentados que vitimaram o chefe das forças armadas e o presidente Nino Vieira.
E quando regressei a Portugal senti uma necessidade muito grande de saber mais sobre a Guiné-Bissau, o que tinha acontecido para estar naquele estado de pobreza extrema, as dificuldades em governar e o qual tinha sido o papel dos portugueses naquela terra, o que se tinha passado entre os portugueses e os guineenses e foi então que o seu livro me veio parar às mãos, no meio de outros também sobre a Guiné que entretanto não comprei e portanto ainda não li. E tenho de dizer-lhe que devorei o seu "Diário da Guiné - Lama, Sangue e Água Pura". Só descansei quando cheguei à última página e fiquei muito contente por alguém ter escrito sob a forma de um adiário o dia-a-dia das tropas portuguesas na Guiné e o contacto com a população local, ainda por cima de uma forma tão poética, sofrida e sentida.
Por isso, quero agradecer-lhe profundamente a coragem de ter publicado o seu diário e por tudo o que partilhou connosco leitores. Obrigada por me devolver memórias que eu nunca tive (tinha 9 anos no 25 de Abril de 74) e por me mostrar dois países que eu, apesar de tudo (sou portuguessíssima, do Porto também como o senhor :-)) ainda não conhecia: Portugal e a Guiné, e o seu fatal destino comum de muitas décadas que se arrasta até aos nossos dias mas agora com outros contornos.
É importante que a minha geração e as gerações posteriores saibam tudo o que se passou na guerra colonial e tomem consciência da importância do 25 de Abril que veio libertar vários povos e dar nova vida a um país amordaçado de muitos anos. E o seu livro pode contribuir muito para isso!
MUITO OBRIGADA!
Fátima Cabeleira Teixeira
Monte do Cerro
7630 COLOS (Odemira)
2. Comentário de CV:
O nosso camarada António Graça de Abreu, reenviou-nos esta mensagem sem qualquer comentário a acompanhar, talvez por pudor, digo eu.
Esta leitora, influenciada pela sua vivência temporária na Guiné-Bissau, procurou e encontrou algumas respostas às suas dúvidas no Diário da Guiné do António Graça de Abreu.
Mais uma vez fica provado que qualquer narrativa na primeira pessoa tem um efeito nos leitores diferente daquelas croniquetas mais ou menos inventadas, alicerçadas no dizem que se disse algures não sei onde, escritas por um qualquer inexperiente aprendiz de jornalista ou afim.
Dirijo-me agora directamente à nossa amiga Fátima Teixeira, convidando-a a fazer parte do grupo dos amigos da Guiné-Bissau da nossa Tertúlia, que têm um cantinho muito especial e aconchegado da Nossa Tabanca Grande.
Convido-a também a consultar o nosso Blogue, onde poderá ficar a saber imenso sobre nós, ex-combatentes, e da nossa vivência naquela guerra. Hoje contámos as nossas histórias, sem qualquer tipo de intenção que não seja ver aquele povo feliz.
Como pôde constatar pessoalmente, os portugueses são recebidos de braços abertos na actual Guiné-Bissau, pelos guineenses anónimos, que se sentem nossos irmãos, incluindo os antigos combatentes do PAIGC que não se coibem em vir abraçar-nos, independentemente dos convénios entre os governantes (e sejam eles quais forem) dos dois países. Os sentimentos não se escrevem em tratados, sentem-se no coração e vêem-se nos olhos das pessoas.
Esperamos de si a manifestação da sua vontade em fazer parte desta família. Poderá se assim entender, dar-nos alguns testemunhos da sua actividade na Guiné-Bissau e por que não, enviar-nos algumas fotos, devidamente legendadas.
Em nome dos editores do Blogue e da tertúlia em geral, deixo-lhe os nossos cumprimentos, esperando tê-la em breve entre nós.
Carlos Vinhal
Co-editor
__________
Nota de CV:
Vd. último poste da série de 19 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4380: Bibliografia de uma guerra (45): Entre o Paraíso e o Inferno, de Abel de Jesus Carreira Rei (CART 1661, 1967/68)
Guiné 63/74 - P4393: Tabanca Grande (146): José Eduardo Alves, ex-Soldado Condutor Auto da CART 6250/72 (Mampatá, 1972/74)
Boa noite dr. Luís
Eu sou J.E.S. Alves (Leça), ex-Condutor da Cart 6250, Mampatá, 1972/74, um afincado leitor do vosso blogue, pelo qual admiro todos quantos fazem com ele seja maior que o mundo.
Gostava de escrever para o blogue, mas devo confessar que da tropa nem do pré gostava, um dia ia levando um castigo por não ter ido receber, era tão pouco que não valia a pena.
Depois, eu era contra tudo o que fosse amarelo, mas um dia hei-de arranjar jeito para mostrar o porquê da minha indignação na altura.
Hoje falo da minha ida à Guiné no mês de Fevereiro passado. Fui com a minha esposa de carro, com a caravana do Moreira de Coimbra.
Lá, fomos tão bem recebidos que a minha esposa quer lá voltar para o ano que vem.
Quando chegámos a Pirada, perguntei se já estávamos na Guiné Portuguesa, mas logo corrigi o erro. Um guineense deu-me um abraço e disse:
- Sim, esta é a Guiné Portuguesa.
Quando cheguei a Mámpatá, fui reconhecido por algumas pessoas que me perguntaram porque é que só agora fui.
Vou terminar por hoje.
Vou tentar enviar um foto da Guiné, porque em exposição ganha um prémio.
Se acharem, deve ser publicado. Deixo ao seu critério.
Um abraço do tamanho do blogue
J. Eduardo Alves
Leça da Palmeira
Nesta foto Eduardo Alves e António Carvalho, dois ex-militares da CART 6250, no meio de gente bonita e calorosa da Guiné-Bissau
Uma singela homenagem a camaradas da CCAÇ 2406 e Pel Caç Nat 53 que perderam a vida na guerra da Guiné
O nosso camarada Eduardo Alves, nas cerimónias do 10 de Junho de 2008, no Cemitério de Leça da Palmeira
2. Comentário de CV:
Caro Eduardo. Olá vizinho.
Nas palavras do nosso Editor Luís Graça, és desde já um elemento da nossa Tabanca Grande, uma vez que foste a Meca.
Quer ele referir-se à tua ida à Guiné-Bissau, de carro, e levando a tua esposa como pendura. Embora integrado em coluna com pessoas experientes, foi uma proeza.
Para complicar, ainda por cima nos puseram em sobressalto face aos acontecimentos da Guiné-Bissau convosco lá. Felizmente correu tudo bem e vocês voltaram sãos e salvos.
Se tiveres algum tempo disponível (és patrão, logo tens outras responsabilidades) escreve as tuas estórias, mesmo aquelas contra os amarelos. Já agora não os meças todos pela mesma medida. Havia bons e maus amararelos.
Manda-me uma foto actual e outra antiga para os nossos arquivos. Se quiseres passas por minha casa e entregas-me ou metes na caixa do correio.
Como saberás, no próximo dia 20 de Junho vamos estar em Monte Real. Vais aparecer? O teu camarada Zé Manel já se inscreveu, o Carvalho ainda não se manifestou.
Se não fores, vais ser o único leceiro do Blogue a não ir ao Encontro. Vamos: o Agostinho, o Zé Carlos e eu. Vê lá nos nos deixes ficar mal.
Não sei se reparaste que o Luís Graça te chamou a atenção para o facto de aqui no Blogue nos tratarmos por tu, assim, a partir de hoje nada de insultos.
Caro vizinho, se não for antes, dia 10 de Junho, estaremos juntos no Cemitério de Leça da Palmeira a homenagear os nossos camaradas que perderam a sua vida na Guerra Colonial.
Recebe um abraço em nome da Tertúlia.
Carlos Vinhal
__________
Nota de CV:
Vd. último poste da série de 19 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4377: Tabanca Grande (145): João Lourenço, ex-Alf Mil do PINT 9288 (Cufar, 1973/74)
Guiné 63/74 - P4392: Blogoterapia (103): Coisas lindas de Guileje / que guardo num cantinho do meu coração (J. Casimiro Carvalho)
por me indicares o vídeo de 14 de Maio
em que Homens Grandes de Guileje
elogiaram o então Major Coutinho e Lima.
Vi o mesmo, ouvi os intervenientes. (*)
Que coisa!,
logo eu que pensava ter esgotado as lágrimas sobre a Guiné,
cá estou a chorar convulsivamente
como uma criança a quem deram um brinquedo do outro mundo
num sítio onde não existem brinquedos.
Não sei exprimir bem o que me vai na alma,
mas é algo bom... é! (**)
Tenho o coração e a alma inchados de alegria
por este povo
e por este… major (um senhor major!).
Não sei o que lhe ia na alma nessa altura,
devia estar com uma catadupa de soluções na cabeça…
Mas, militares ?... Humanistas, pessoais, quem sabe ?
Só ele,
eu não queria ter passado a provação
por que ele passou…
Não, senhor,
mas os grandes homens,
os grandes militares,
os grandes comandantes,
tiveram momentos assim…
Ter que decidir.
Basta pensar na carga da Brigada Ligeira,
nos 300 Espartanos
e em tantos outros exemplos de índole militar.
Eu sinto que salvei da morte dois putos,
da minha companhia,
por tê-los dispensado da fatídica patrulha,
de 4 de Junho de 1973.
Eu julgo…
eles também,
a família deles também.
Agora multipliquem isto por 600 ou 700 almas,
brancas e negras.
Não.., inguém esquece o então major Coutinho e Lima,
eu não esqueço,
pelos vistos a população de Guileje também não.
Que arrepio sinto ao ver este vídeo…
Gostaria de abraçar estes homens de Guileje,
relembrar o Satala Colubali e o Camisa Conté,
ingloriamente mortos por uma mina anticarro.
Gostaria de lembrar as bonitas noites de ronco e batuque,
gostaria de relembrar as lutas do nosso cão (o Gringo)
com o cão deles (cão de cor preta de que tenho uma foto),
coisas lindas de Guileje
que guardo num cantinho do meu coração.
Gostaria de relembrar com eles a vinda da Avioneta (Dornier)
que quando eles a avistavam ou ouviam, diziam:
“Aí vem ela”,
Ficando no ouvido só o resto da frase…Viela.
Então a avioneta passou a ser... a Viela.
Obrigado, bom povo de Guileje,
por esta demonstração de agradecimento e carinho
por este major que nos salvou.
Um deles bem disse:
‘Nós Vamos!’
Mas a memória fica, e ainda bem.
Obrigado.
J. Casimiro Carvalho (***)
Fotos e texto: © José Casimiro Carvalho (2009). Direitos
[Revisão / fixação de texto: L.G.]
___________
Notas de L.G.:
(*) Vd. poste de 14 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4344: Dossiê Guileje / Gadamael 1973 (12): Homenagem dos Homens Grandes de Guiledje a Coutinho e Lima (Camisa Mara / TV Klelé)
(**) Vd. poste de 19 de Maio de 2009> Guiné 63/74 - P4379: Blogoterapia (102): Este blogue de que eu gosto! (António Matos)
(***) Vd. poste de 25 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1625: José Casimiro Carvalho, dos Piratas de Guileje (CCAV 8350) aos Lacraus de Paunca (CCAÇ 11)
Guiné 63/74 - P4391: Notícias dos nossos amigos da AD - Bissau (5): O Museu Memória de Guiledje e o video de homenagem dos Homens Grandes (Pepito)
Foto: © Zé Neto / AD - Acção para o Desenvolvimento. (2007). Direitos reservados.
Guiné-Bissau > Região de Tombali > Sector de Bedanda > Secção de Guiledje > 2009 > Aspectos do andamento dos trabalhos de construção do Museu Memória de Guiledje, e reconstrução da capela, erigida no tempo da CART 1613 (1967/68).
Fotos: © Pepito / AD - Acção para o Desenvolvimento (2009). Direitos reservados
Pepito, queres dizer-nos algo mais sobre a génese deste documento ? Quem teve a iniciativa, que critérios de selecção foram usados ? Quem é quem ? ...
É o tipo de documento que gostaríamos de publicar mais vezes, "dando voz a quem não a tem"... Mas é bom dar informação adicional aos nossos leitores... Não quero que pensem (alguns deles) que isto é montado, que é encomendado, que é propaganda...
Confirma, por outro lado, os anos do Camisa Mora (ou Mara ?) … 30 anos ? (É o tipo que melhor fala português, mas é óbvio que, com esta idade, não podia ter sido contemporâneo dos acontecimentos...).
Os testemunhos parecem-me espontâneos e sinceros...
Um abraço. Luís
2. Resposta do Pepito, com data de 19 do corrente:
(i) Como prometido, envio-te junto fotos com a situação do Museu que passámos a designar por Memória de Guiledje. Como vês, a construção está praticamente concluída. Falta agora começar a pensar na sua organização interna e isso é trabalho de todos nós.
Espero uma forte contribuição dos camaradas do Blogue (aliás como tem sido até agora). Até Julho ficará concluída a pintura, a instalação da sala de escuta e o sistema de electrificação solar. Até ao final do ano a inauguração (Setembro).
(ii) Começámos a trabalhar na reconstrução da Capela. É uma obrigação moral para com a memória do capitão Neto (**), que tanto acreditou nesta iniciativa e que tanto deu. Para ele a Capela (ver foto) era algo que lhe dizia muito. Quando o informei que tínhamos descoberto a laje que estava na fachada principal, respondeu-me na volta do correio, quanto isso o tinha emocionado, pois os dizeres tinham sido escritos por ele. Tudo faremos para que a sua esposa possa estar presente no dia da sua inauguração.
(iii) Vídeo com as declarações da população sobre o lançamento do livro do Sr. Major Coutinho e Lima: a recuperação do quartel de Guiledje é uma iniciativa em que a população local (especialmente os que lá estiveram durante a guerra) participa activamente e com muita vontade. É uma parte importante e decisiva das suas vidas, como eles estão sempre a dizer.
Numa ocasião em que estávamos a trabalhar em Guiledje, informei-os que o Major [, hoje, Cor Art Ref, ] Coutinho e Lima iria lançar em breve o livro, o que seria mais um contributo para a história de Guiledje. Perguntaram-me mais alguns pormenores e manifestaram a sua satisfação pela pessoa do Major.
Continuei para Iemberém para continuar os meus trabalhos no quadro do PIC (Projecto Integrado de Cubucaré) e, uns dias depois, quando regressava a Bissau, um grupo liderado pelo Camisa Mara (51 anos, repito 51 anos, e pessoa que consideramos das melhor informadas sobre a vida do quartel, da localização das instalações e, como ele diz, ter "pertencido ao último grupo que abandonou Guiledje a caminho de Gadamael") fez-me saber que gostaria que a Televisão Comunitária de Cantanhez registasse uma declaração de alguns milícias e populares que foram contemporâneos e viveram os difíceis momentos do abandono de Guiledje, gostariam de dizer ao Major, no momento da publicação do livro.
A escolha foi deles (sei que eram mais que muitos os que queriam testemunhar). Também eu fiquei comovido com algumas declarações e o esforço que fizeram em falar em português (português que aprenderam com os militares que por lá passaram e que nunca mais praticaram na vida). O Camisa não resistiu e escreveu mesmo uma carta. Terá sido a primeira carta que ele escreveu em português depois do fim da guerra (***)...
(iv) Aproveito para recontar a estória das galinhas que fui comendo à custa do Capitão Neto e que eram uma oferta constante da população para ele. Disse-lho muitas vezes, o que provocou sempre um sorriso (facto difícil naquele rosto austero) cumplíce e nostálgico.
Para aqueles que não acreditam na amizade e saudade com que muitos dos milícias locais e da população que viveu no quartel, dedicam aos militares portugueses que com eles conviveram e mostraram respeito e simpatia, esta é mais uma estória que mostra aquilo que o guineense tem de melhor: a sua espontaneidade e amizade.
abraço
Pepito
3. Comentário de L.G.:
Amigos e camaradas: Há coisas, há gestos, há palavras, há pessoas que nos tocam, sensibilizam, comovem... É bom saber que Guileje, apesar na fadiga bloguística e mediática, ka mori... Guileje, o projecto Guiledje, o espírito que animou o Simpósio (2008), a mobilização dos guineenses e dos portugueses, a preservação da memória de um lado e do outro... Tudo isso, está vivo e bem vivo!
Obrigado, Pepito, por esse vulcão interior... que habita o teu corpo. És um alquimista.
Um Alfa Bravo. Luís
PS - Contrariamente ao que se vê no vídeo, o Casima Mara tem 51 anos, não
30... Teria, portanto, 17/18 anos quando se deu a retirada de Guileje, em 22 de Maio de 1973.
Foto a... > Local onde se localizava a antiga capela
Foto b... > O Domimgos Fonseca, o 'arqueólogo´da equipa
Foto c... > Restos do passeio que ladeava a capela
Foto d... > A cruz, templária, com os braços em forma de machado, que encimaca a fachada da capela
Foto e... > O novo membro da equipa , o jovem engenheiro agrónomo, formado no Brasil, Iaia Djau
4. Nova mensagem do Pepito:
Luís, Amigo
São as palavras como as tuas que incendeiam os vários vulcões que há aqui pela Guiné:
(i) vê o nosso Comandante Domingos Fonseca (foto b.) que começou o trabalho de Guiledje e ontem me dizia: "errei a vocação, devia era ter sido arqueólogo..."
(ii) vê o nosso mais novo recruta, o Iaia Djau (foto e.), jovem agrónomo recém chegado do Brasil onde acabou o curso, mas que já está no balanço...
(iii) Nota que estamos a tentar recuperar a cruz da entrada da capela (foto d.) e temos esperança de nada se perder.[Cruz templária, com os braços em forma de machado. L.G.].
(iv) A foto c. é a parte do "passeio" que margina a Capela.
abraço
pepito (****)
_________
Notas de L.G.:
(*) Vd. postes de:
14 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCLXVII: Guileje, terra de fé e de coragem (LuísGraça)
3 de Fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDXCVII: Memórias de Guileje (1967/68) (Zé Neto)(5): ecumenismo e festa do fanado
16 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3749: RTP1, As Duas Faces da Guerra (1): A emoção de rever Guileje e a nossa capela (António Cunha, CART 1613, 1967/68)
(**) O Cap Art Ref José Neto, infelizmente, deixou-nos em 2007, depois de enfrentar corajosamente (e de perder) a sua última batalha... (Um abraço eterno, Zé!)
Vd. postes de:
30 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1801: Capitão José Neto (CART 1613, Guileje, 1967/68), a última batalha
30 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1802: Zé Neto (1929-2007): Morreu um Homem Grande, adeus, amigo, adeus, meu capitão ! (Pepito)
(***) Vd. poste de 14 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4344: Dossiê Guileje / Gadamael 1973 (12): Homenagem dos Homens Grandes de Guiledje a Coutinho e Lima (Camisa Mara / TV Klelé)
(****) Vd. último poste desta série > 29 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4264: Notícias dos nossos amigos da AD - Bissau (4): Inauguração em Setembro do Museu Memória de Guiledje
Guiné 63/74 - P4390: Convívios (134): CCAÇ 3491 (Dulombi e Galomaro, 1971/74), Conviveu em Vila Real, no dia 16 de Maio p.p. (Luís Dias)
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Guiné 63/74 - P4389: (Ex)citações (28): Ah! Grande Lourenço ou… confessando os nossos pecadilhos de Cufar 1973/74 (António Graça Abreu)
Guiné 63/74 - P4388: As nossas mulheres (8): De um gigante com coração de passarinho para a Ti Pedrosa, com ternura (Joaquim Mexia Alves)
Caros Carlos e Luís:
Anexo um texto saído da fragilidade deste "gigante com coração de passarinho", como um dia me chamaram. Fica à vossa disposição para fazerdes dele o que quiserdes, porque a mim já me encheu a vida tê-lo escrito!
Abraço camarigo do Joaquim Mexia Alves
Comentário de L.G.:
Joaquim: Agora é que me tramaste!... Que raio de género literário é este ? E em que série é que eu vou encaixar-te, com esse tamanhão todo ? Conto, poesia, blogpoesia, prosa poética, memorialística ? História de vida, estórias avulsas, blogoterapia, as nossas mulheres ?
Opto por esta série (*), onde caibem as nossas mulheres, todas as nossas mulheres, mães, madrinhas, tias, amas, criadas, avós, irmãs, sobrinhas, primas... mas também madrinhas de guerra, namoradas, noivas, esposas, amantes... Todas elas, de uma maneira ou de outra, foram nossos anjos da guarda, que velaram, rezaram, suspiraram, sofreram por nós... Que nos apaparicaram, que nos desejaram, que nos amaram, que nos ajudaram a voltar ao mundo dos vivos, aos lugares seguros da nossa infância, ou então a trilhar outros caminhos, os do futuro...
Como te fica bem, meu gigante com coração de passarinho, "esta lágrima de amor, esta gota de ternura, este gesto de carinho, esta memória, esta emoção, esta gratidão" por esta Mulher Grande que fazia parte da tua tribo, do teu clã, da tua família extensa.... E como estamos hoje muito mais pobres, pobres de afectos, de valores e de emoções, reduzidos às nossas famílias nucleares e, cada vez mais, às nossas famílias monoparentais, em que a única figura parental tanto pode ser uam mulher como um homem!...
Parabéns, Joaquim, por este belíssimo texto, tão ternurento, que me comoveu... que vai comover mesmo os mais empedernidos tugas da Guiné... Com ele dás mais vida à vida do blogue, dás mais grandeza às almas grandes que habitam a nossa Tabanca Grande... Que a Ti Pedrosa, lá do alto, continue a velar por ti e, já agora, por todos nós, tabanqueiros, teus amigos de jornada... (LG).
Uma memória, uma emoção, uma gratidão.
por Joaquim Mexia Alves
Quando eu era menino, aliás mesmo já antes de eu nascer, vivia em casa dos meus pais, uma senhora, sim uma senhora, que tendo sido empregada em casa dos meus avós paternos, (que nem a minha mãe os conheceu pois morreram no principio do século xx, com o surto, salvo o erro, da pneumónica) (**), nunca saiu de perto do meu pai, ficando assim a viver lá em casa.
Mais velha do que o meu pai, (que nasceu em 1899), nunca quis deixar de trabalhar e assim tratava sobretudo da capoeira e, lembro-me bem, era quem embebedava o peru para o Natal.
Era carinhosamente tratada por Ti Pedrosa, e recebia sempre dois beijos de cada um de nós, meninos estudantes em Lisboa, sempre que regressávamos a Monte Real para os diversos períodos de férias.
Era família, tão família como qualquer avó muito querida, e que, mesmo tendo um pouco de seu, e mesmo depois dos sobrinhos da Argentina a quererem vir buscar, nunca quis sair de nossa casa, pois era ali que era a sua casa, a sua família.
De quando em vez fugia-lhe a palavra para o antigamente e tratava o meu pai por menino Olympio, numa ternura incapaz de aqui reproduzir, sobretudo por ver aquele homem grande enternecido por aquele tratamento tão íntimo.
Neste momento, já perguntam os meus camarigos o que é que tudo isto tem a ver com a Guiné!
Perguntam, porque já não temos a mesma paciência que ela tinha em esperar pelas férias, para ver como tinham crescido os seus meninos e quase obrigar as galinhas a porem os ovos amarelinhos, (que agora já não existem), para nós comermos estrelados em azeite, numa frigideira tão velha que já tinha a gordura “incorporada”.
Pois nos idos do mês de Abril de 1972, (mais para a frente ou mais para trás do dia 6, data do meu aniversário) (***), recebi no Xitole uma carta, cujo envelope escrito com caligrafia vacilante, tinha inscrito no remetente: Ti Pedrosa – Monte Real.
A letra não era dela, que não sabia escrever, mas de outra empregada que a seu pedido me dava os parabéns pelos meus 23 anos e servia de cobertura a uma nota de 20$00, para eu comprar o meu presente.
Calculam como o meu coração, já de si tão mole e sensível, enviou aos meus olhos a ordem para, com uma qualquer água, afastar o pó da Guiné e lubrificar a minha vista.
Claro que aquilo não era lágrimas, eram apenas os meus olhos a protestarem pela luz tão intensa da Guiné.
Foi um oásis de ternura, na brutalidade da guerra.
Mais tarde, uns meses mais tarde, julgo que ainda na Guiné, recebi outra carta, agora com a letra redonda e bem tratada da minha mãe, que me enviava, a pedido da Ti Pedrosa, uma fotografia sua, tirada nos seus oitenta ou noventa anos, que infelizmente a memória já não me deixa lembrar com precisão.
Dizia a minha mãe que a Ti Pedrosa tinha feito questão de tal envio e de que me dissesse da sua grande preocupação que o benjamim da família andasse por terras tão estranhas, a fazer coisas tão perigosas.
Que me cuidasse muito, tivesse cuidado com as temperaturas e que voltasse depressa e bem.
E porquê esta história agora?
Porque hoje tive uma insónia povoada de sonhos amargos, coisas da Guiné, e no meio da perturbação, da agitação, veio ao meu pensamento, (ou seria ao coração?), a imagem, a lembrança da Ti Pedrosa que lá no Alto olha por mim, tanto que pouco depois adormeci calmamente.
Claro que não podia deixar de lhe fazer esta homenagem, contando os seus gestos de ternura, que tanto amenizaram durante uns tempos, a dureza da minha vida na Guiné.
No meio das emboscadas, das minas, dos tiros, das dores, dos horrores, das horas amargas que aqui na Tabanca se vão desfiando, deixo-vos esta lágrima de amor, esta gota de ternura, este gesto de carinho, esta memória, esta emoção, esta gratidão.
Abraço-vos fortemente, meus camarigos, com um sorriso nos lábios, porque no peito de todos os combatentes, dos ex-combatentes, endurecidos pela guerra, empedernidos pela morte, ainda bate um coração sensível, que se alegra e enternece com os gestos de carinho, de amor, daqueles que por cá penaram a nossa estadia na Guiné.
Monte Real, 20 de Maio de 2009
_____
Notas de L.G.:
(**) Vd. postes anteriorea da série As Nossas Mulheres:
13 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4027: As nossas mulheres (8): A uma mãe, a todas as mães, a todas as mulheres da nossa vida (Juvenal Amado)
6 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3848: As nossas mulheres (7): Eu, a NI e o Miguel em Biambe, para um almoço de batatas fritas (Henrique Cerqueira)
27 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3803: As nossas mulheres (6): As minhas correspondentes e a minha mulher (José Colaço)
23 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3779: As nossas mulheres (5): Ni, uma combatente em Mansoa (1973/74)
16 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3748: As nossas mulheres (4): Recortes de imprensa de uma noiva (Luís Faria)
28 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3676: As Nossas Mulheres (3): Um poema da minha Mãe, Leopoldina Duarte (António Paiva)
24 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3667: As Nossas Mulheres (2): De Bissau a Lisboa, com amor (Cristina Allen)
22 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3662: As Nossas Mulheres (1): As que casaram com ...a Guiné. (Virgínio Briote)
(**) A pneumónica foi a pior pandemia de gripe do Séc. XX... Terá morto entre 20 a 40, se não mais, milhões de seres humanos, em todo o mundo...Mais de 60 mil em Portugal, numa época (1918/19) em que nós deveríamos ser seis milhões e picos... Para saberes mais, clica aqui, neste Portal de Saúde Pública...
Aqui encontras um resumo de uma tese de doutoramento sobre a Pneumónica (ou gripe espanhola), com especial incidência no concelho... de Leiria.
A Pneumónica de 1918 em Portugal Continental - Estudo Socioeconómico e Epidemiológico com particular análise do concelho de Leiria... O autor é João José Cúcio Frada, Médico, Professor aposentado da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
Resumo de: Frada J. - A gripe pneumónica em Portugal Continental - 1918. 1ª edição, Lisboa: Setecaminhos, 2005
http://www.saudepublica.web.pt/TrabFrada/Pneumonica_JFrada.htm
(***) Vd. poste de:
6 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4146: Parabéns a você (3): No dia 6 de Abril de 2009, ao camarigo Joaquim Mexia Alves, ex-Alf Mil Op Esp, Guiné 1971/73 (Editores)
Guiné 63/74 - P4387: Memória dos lugares (25): Bafatá (Fernando Gouveia)
Porto: 19MAI2009
Caro Luís:
Vou tentar responder ao teu último e-mail e adiantar mais algumas coisas sobre a
nossa zona Leste e sobre a minha (mais minha) Bafatá.
Se os camaradas editores do blog o permitirem, muito do que teria para te contar, irei inclui-lo nas estórias que irei mandando para aí. Por razões muito especiais e pessoais, que em voz-off te poderei contar, a Guiné e especialmente Bafatá, ficaram no meu coração.
Adiantarei apenas que a maioria, senão todos os camaradas que lá estiveram, dizem cobras e lagartos sobre todo o processo, desde a mobilização até ao seu regresso e muitas vezes até à actualidade (traumatizados, etc.).
Como já disse na introdução da 1.ª estória, tive sorte, sorte e mais sorte. Como
exemplo, sabes de algum militar miliciano que tivesse vindo de férias à Metrópole três vezes, como eu vim?
Vou então comentar o teu e-mail com poucas palavras, mas que depois explanarei nas estórias:
1 - Não compreendi quando dizes que o 2.º ataque a Bambadinca pode ter sido provocado pelas NT. Um dia me contarás.
2 - Na 1.ª estória (os três oficiais) inclui duas fotos aéreas de Bafatá. Claro que ainda hás-de ver muitas mais, aéreas e não só.
3 - Sobre o Sr. Teófilo hei-de contar umas coisas, civis e de guerra pois durante quase um ano morei em frente ao seu boteco numa casa onde a minha mulher passou duas temporadas. Uma estorieta sobre a sua filha, a Ritinha, é deliciosa.
4 - No tema comércio poderei contar uma estorieta sobre o Infali, empregado da Transmontana. Mas o mais significativo que tenho será uma série de fotos sobre todas as actividades no Mercado de Bafatá, desde a vendedora de bolinhos de mancarra, passando por um gila a vender peles de cobra, até a um vendedor de cola. Lembras-te do Xame com os dentes de ouro feitos por ele próprio?
5 - Era sócio do Sporting Clube de Bafatá pois ficavam-me mais baratos os bilhetes do cinema. Isso vai dar mais umas estórias. O porteiro Braima, com quem tinha longas conversas, tinha sempre à sua espera, no meu frigorífico, (desculpa esta mordomia) umas Fantas, pois ele era muçulmano.
6 - Como deves compreender, vindo cá três vezes de férias e a minha mulher indo lá duas temporadas, não era frequentador do Bataclâ, que penso que seria uma casa perto da saída para Bambadinca. Sobre isso também haverá umas estorietas.
7 - Quanto à caça, só adianto por agora, que de dia, tanto ia sozinho como acompanhado mas sempre até um máximo de 1 Km da pista, para Norte. À noite ia sempre acompanhado. Como depois estoriarei, nos últimos meses nunca mais fui à noite, em parte por obra do Sr. Teófilo. Um dia ainda hás-de ver a foto de mim mesmo, que aparece no princípio das minhas estórias mas completa, sem ser recortada.
8 - Quando algures referi o Pel Rec Inf estava a reportar-me a Mafra. No Agrupamento estava exclusivamente como oficial de informações.
9 - Vou gostar de perguntar ao Humberto Reis se quando esteve em Madina Xaquili ainda lá estava o forno que eu próprio construí.
10 - O som, (não o filme como dizes), aí há-de chegar e por mim será incluído no último episódio da estória de Madina Xaquili.
Aproveito para lembrar (como é recomendado no blog) que a 4.ª estória, 3.ª parte
da de Madina Xaquili, enviada há 10 dias, ainda não foi postada. Acrescento que
toda a estória, a meu ver, vai melhorando à medida que se aproxima do fim.
Esta estória, por ser muito extensa, foi dividida em partes por sugestão do Carlos Vinhal. Por um lado acho bem, por outro considero que tem mais piada se for lida do princípio ao fim e não cada parte com intervalo de uma semana ou mais.
Tenho-a toda escrita. Se quiseres posso mandar as partes restantes e publicam-nas, seguidas ou não.
Um abraço.
Fernando Gouveia
Vista da parte principal de Bafatá. No quarteirão, em primeiro plano situava-se a sede do Batalhão
Foto e legenda: © Fernando Gouveia (2009). Direitos reservados
__________
Nota de CV:
Vd. último poste da série de 19 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4382: Memória dos lugares (24): Ponte João Landim, sobre o Rio Mansoa, (Carlos Silva)
Guiné 63/74 - P4386: O Nosso Livro de Visitas (63): B. Parreira, ex-Fur Mil da CCAÇ 16 (1972/73)
i - Caros Camaradas,
Estive em Bachile, como Fur Mil na CCaç 16 de Jun/72 a Fev/73, sob o comando inicial do Capitão Martins e posteriormente do Capitão Afonso.
Estive na situação de diligência visto que a minha Companhia estava sediada em S. Domingos.
Regressei à Metrópole em Março de 1973.
Um abraço.
Parreira - Faro
ii - Camarada António Branco
Graças a este blogue vamos tendo notícias dos amigos que fizemos e que pensvamos não mais encontrar.
´
Pois de facto partilhámos bons momentos juntos, e longas conversas, eu tu e o Sargento Guerreiro, de quem não tive mais notícias. Também me lembro do Miranda, outro grande amigo.
O António Graça a que te referes deve ser o Furriel Mecânico, porque o Alferes António G. Abreu estava em Teixeira Pinto.
Foi com grande emoção que vi a foto da Ponte Alferes Nunes e o Rio Costa, onde tantas vezes afoguei as minhas mágoas.
Era com os banhos no Rio e com os jogos de futebol, que jogava pela companhia CCaç 16, em Teixeira Pinto, que aliviava o meu stress.
Também tenho saudades dos camaradas africanos, e foram tantos os amigos que lá deixei.
Pode ser que um dia nós nos encontremos, ou nos contactemos, através de e-mail ou do blogue.
Gostava de ver uma fotografia tua aqui publicada, que eu também vou providenciar a digitalização da minha, para ver se nos vamos recordando das caras que há 36-37 anos deixámos de ver.
Um abraço
B. Parreira - Faro
2. Mais um comentário do nosso camarada Barreira, deixado no dia 19 de Maio de 2009, no poste Guiné 63/74 - P4353: Memórias e histórias minhas (José da Câmara) (1): O início do Serviço Militar
Camarada José da Câmara
Informo que não tenho raízes nos Açores, mas gosto muito do povo açoriano. Sou algarvio, de Faro, e toda a minha família é do Algarve.
Em 1970, quando fiz a recruta e especialidade em Tavira, como já havia dito, convivi muito com a malta das ilhas, talvez tu fosses um desses camaradas.
Antes de ir para o Bachile em Junho de 1972, fiz Estágio Unidades Africanas em Bolama.
A guerra de que fui obrigado a fazer parte, foi feita em S. Domingos, fronteira com o Senegal 1.º ano, e 2.º ano em Bachile.
Confesso que em S. Domingos a situação era muito mais perigosa e tivemos muito mais mortos e feridos.
Apesar de tudo, por todo o lado que andei deixei amigos, quer na população africana quer nos camaradas militares. Tenho a minha consciência muito tranquila.
Só tenho pena dos camaradas militares africanos que foram obrigados, tal como nós, a fazer a guerra e depois foram abandonados à sua sorte. Muitos foram fuzilados após a independência do seu país, e isso devia ter sido acautelado por Portugal.
Um abraço e até um dia destes.
B. Parreira
3. Comentário de CV:
Caro Barreira
Muito obrigado por nos seguires e por comentares os nossos postes.
No entanto ser só comentador é muito pouco. Podes ser mais activo se aderires à nossa Tabanca Grande e começares a falar da tua vivência em S. Domingos, zona de que temos poucos camaradas.
Se tiveres algum tempo disponível, manda uma foto do teu tempo de tropa e outra actual, tipo passe de preferência, em formato JPEG, anexa um texto falando de ti e da tua Unidade e serás apresentado formalmente à Tertúlia, ficando assim apto a colaborares connosco na feitura deste espólio histórico.
Como acho que conheces bem o nosso Blogue, não preciso de estar com muitas particularidades. Esperamos, isso sim, as tuas próximas notícias.
Recebe um abraço do camarada
Carlos Vinhal
__________
Nota de CV:
Vd. último poste de série de 16 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4355: O Nosso Livro de Visitas (62): José Rocha emitindo a sua opinião sobre a retirada de Guileje
Guiné 63/74 - P4385: Estórias de Jorge Picado (5): A minha passagem pelo CAOP 1 - Teixeira Pinto (I): Reunião com o Secretário Geral
Assunto: Estadia no CAOP 1
Caríssimos editores e co-editores
Tendo-me posto a dedilhar no teclado saíu-me uma pequena prosa do tempo do CAOP 1 que envio para vossa apreciação, juntamente com um anexo duma nota de reunião de trabalhos anterior à minha chegada.
Como sempre, se julgarem com algum valor para arquivo do Blogue, é de todos.
Abraços
Jorge Picado
Algo sobre a minha passagem pelo CAOP 1
Tendo deixado, para grande consolo e descanso meu, a CArt 2732 em MANSABÁ, em 29ABR71, depois de 52 dias de ali ter chegado e, 38 após receber a Nota do QG a comunicar a colocação no CAOP 1, arribei – desculpem este termo náutico, mas apesar de não querer nada com o mar, sou duma terra de “ex-homens do mar” – a Teixeira Pinto cerca das 13H de 4MAI, depois duma travessia por JOÃO LANDIM, DINGAL, CÓ e PELUNDO, sob a protecção de pessoal da CCaç 2660? ou 2658? Não tenho a certeza qual era a CCaç encarregada de efectuar as colunas a BISSAU, mas era sem dúvida do BCaç 2905, então em T. Pinto.
O pessoal da CArt 2732 que me perdoe por este intróito, mas não julguem que os menosprezei.
Parece que já estou a ouvir o nosso co-editor e amigo Carlos. “Olha para este malandro. Não gostou da companhia e tratou de se safar. Mas que grande s..... me saiu”.
Nada disso. Não foi pela companhia (não confundir com Companhia), mas antes… pelo clima… ou os ares do campo que, por aquelas bandas (como diz o Zé povinho), não eram muito saudáveis. E quem me tinha “aberto definitivamente os olhos” ainda em BISSAU, tinha sido o “Ex”…
A prova de que sempre senti algo por esse pessoal, está no que transmiti ao papel em 2003, quando tentei alinhavar umas recordações, sem sequer me passar pela cabeça que viria a reencontrar alguém desse tempo. Pois se nessa época os que comigo mais tempo conviveram não me tinham reencontrado, como poderia alimentar a ideia de encontrar alguém de MANSABÁ? Passo a transcrever então algumas passagens do que escrevi:
[…despedi-me daqueles camaradas de infortúnio, que tão pouca sorte tinham tido com o “seu” Cmdt.
Na verdade não o mereciam porque eram todos bons rapazes e fixes.
Usei a expressão “camaradas de infortúnio”? Sim.
Afinal também não lhes notei qualquer motivação para desempenharem os papéis que lhes tinham atribuído.
Não os via, como igualmente não me reconhecia, com motivos para fazerem a guerra.
Pressentia que o que a maioria desejava era voltar às suas terras, às suas casas, às suas Famílias.]
Já chega de devaneio, voltemos ao CAOP 1.
Como já disse num dos escritos sobre esta zona, era adjunto do Oficial responsável pelos assuntos da ACAP/POP, sem qualquer actividade operacional, bem como livre de actividades de “quartel”, isto é, não entrava nas escalas de serviço, como acontecia em MANSOA, já que essas eram tarefas da competência da unidade de quadricula, o BCaç 2905 até DEZ71 e o BCaç 3863 depois. Era pois, convenhamos, uma situação muitíssimo mais tranquila do que até aí tinha sucedido.
Ao mesmo tempo o ambiente que se vivia entre os componentes daquele mini-EM era completamente diferente do chamado “ambiente de caserna”. Tudo muito afável, duma grande correcção e “espíritos muito abertos” que, confesso, me deixavam surpreso.
O meu camarada de quarto, que não tinha curso de EM e tinha cumprido uns anos antes uma 1.ª comissão à frente duma CCaç na área de BULA, manifestava-se já tão descrente e dizia tão mal, que eu, passei a manter-me sempre na defensiva, convencido que a sua intenção era fazer-me “abrir a boca” para confidências politicamente comprometedoras. E quanto às minhas competências não militares, aconselhava-me a não me manifestar. Tinham-me mandado para ali como militar? Era porque se estavam nas tintas para os outros meus conhecimentos, ia-me dizendo. O seu azedume era tal que usava uma assinatura de tal modo estilizada, na documentação oficial, que até um ponto colocava na extremidade, para ficar mais semelhante a um falo, como provocatoriamente me segredava.
Mando hoje, digitalizado, uma cópia dum relatório de 4 folhas, das notas de uma reunião efectuada em BULA em 02MAR71, portanto anterior à minha chegada a este Agrupamento.
Tenho dúvidas se, dada a impressão ser tão ténue, o documento será legível. Por isso resolvi transcrevê-lo.
“ REUNIÃO EFECTUADA EM BULA EM 02MAR71 SOB A PRESIDÊNCIA DO SENHOR SECRETÁRIO-GERAL
- Razão da reunião (Cor. Amaral) – despachos do Secretário-Geral, voltaram atrás os processos de Veterinária e Agricultura por terem mudado os respectivos Chefes de Serviço.
- Pedreiros – apresentado o pedido ao Pes. Log. (faltam e não há na área)
- Agricultura – não está a trabalhar em pleno!
- Problema da estrada T.PINTO-ALF. NUNES, má asfaltagem
- Problema da falta de arroz
(a) falta no mercado - Não
(b) falta dinheiro para o comprar
A segunda hipótese é garantida (desmatações) e trabalhos na estrada. Em vista disto não deve constituir problema.
- Apresentado a falta de dinheiro em P.CONSOLAÇÃO para compra de arroz.
- Problema dos estrangeiros (no Chão Manjaco). N/General vai fazer uma campanha de nacionalização. Ficam suspensos de pagamento.
- O CAOP e a Administração devem ver as áreas com vista a abolição (dispensa) do imposto, devido à seca. Ter atenção às áreas afectadas, J.LANDIM, A.BARROS, P.CONSOLAÇÃO.
- Apresentado pelo BCaç 2905, falta de homens nos reordenamentos, caso concreto BATUCAR, ida dos homens para a estrada do CACHEU – o Administrador prometeu resolver o assunto.
- os reordenamentos estão em ritmo aceitável apenas o de CHUROBRIQUE, está mais atrasado.
- O delegado do ComChefe afirma que nas reuniões do mesmo dizem que os reordenamentos na área de T.PINTO estão excedidos na previsão pelo que talvez sejam de tirar lá especialistas.
- Contraproposta imediata do BCaç 2905 e CAOP.
- O Comandante do CAOP apresentou três problemas
- Arroz – já tratado
- Peixe – frigorífico no CACHEU
- Carne – existe muita dificuldade. Preconizou a sua regularização se possível com frigorífico.
- O Secretário-Geral sobre a carne disse: o Veterinário fez um relatório onde abordava este assunto.
O CTIG está a tentar resolver o problema dado que a FA o tem resolvido e a Marinha também.
- Problema do BCaç do PELUNDO.
- Estrada J.LANDIM-T.PINTO (bermas e capinagem – alcatrão) apresentou a solução de Angola e Moçambique. (ver nota já enviada ao CAOP).
O Secretário-Geral falou na utilização das máquinas da agricultura, podendo ser aproveitadas na solução apresentada pelo Ten. Cor.
- Reordenamentos:
- JOLMETE – Regresso ou afluxo das POP às povoações. Mais 35 casas, as já construídas estão muito juntas, ver a construção das futuras.
- PELUNDO – Quintais no Bairro P. Ramos
- Mesquita
- Posto Sanitário (falta o apetrechamento).
- CÓ – Tratar dos arruamentos – Cozinha nas ruas
- Controle de população – apresentou a notícia que a população vem do mato para o PELUNDO via BISSAU. Preconizou uma estrutura de controle.
- Urbanização e desenvolvimento do PELUNDO. Tem clube? Tem Centro de Convívio? Há quem queira fazer um café.
- Iluminação da ILHA de JETE.
- O Secretário-Geral resumiu os problemas apresentados.
- Dinheiro
- Luz
- Posto Sanitário
- Mesquita
- Centro de Convívio (apresentou propostas)
- Destronca da estrada
- Reordenamento de JOLMETE – Azeredo
- Escola de JOLMETE (cento e tal contos)
Bat. BULA
- Tem os mesmos problemas expostos e mais alguns! Dada a actividade operacional tem certas dificuldades.
- Obras Públicas – asfaltagem da estrada BULA-BINAR.
- O problema da estrada BULA-S.VICENTE – desmatagem e barreiras (o problema está posto).
- Reparação de buracos da estrada J.LANDIM-BULA.
- Abordou o problema de P.CONSULAÇÃO e dos reordenamentos em geral da desmatação dentro dos reordenamentos.
- Água nos reordenamentos
- Acessos aos reordenamentos PLACO-A.BARROS e de acesso a P.CONSOLAÇÃO.
BULA – Água e luz. São os geradores militares que a fornecem.
Problema apresentado pelo Capelão. Fazer um Centro de Convívio para os miúdos.
Secretário-Geral: o padre deveria oferecer os préstimos à Missão para ser essa a tomar conta disso.
Toda a vantagem dos esforços concorrentes.
- A.BARROS não colabora (diz que tem fome!)
- DINGAL é só da tropa. Falou sobre o nº de casas.
- Problema das carreiras de autocarros
- T.PINTO e
- S.VICENTE
- Ciclo das inaugurações – Se o Ministro vier será nessa altura. Se não... quando for.”
Como se pode constatar são umas notas muito sucintas e não sei quem as tomou. Comigo a assistir a reuniões destas e desde que encarregado de tomar apontamentos, estes seriam muito mais precisos.
Deve ter sido uma reunião prolongada, já que se abordaram numerosos assuntos e, pelos vistos, era um ponto da situação que se estava a fazer, pois previa-se uma visita Ministerial e era necessário apresentar e mostrar obras feitas, ou não fosse aquela zona a “sala de exposição” principal da Politica de “Uma Guiné Melhor”.
Quando se fala no Bat. BULA, deve ser o BCaç 2928 a que pertenciam os camaradas Luís Faria, Matos e outros.
Por hoje é tudo, mas estou a procurar preparar mais 4 documentos que recuperei daqueles tempos em T. Pinto.
Jorge Picado
__________
Notas de CV:
(*) Vd. último poste de 17 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4364: Memória dos lugares (22): Fortim e Ponte Alferes Nunes, sobre o Rio Costa, entre Canchungo e Bachile (Jorge Picado)
Vd. último poste da série de 12 de Julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3051: Estórias de Jorge Picado (4): Como cheguei a Comandante da CART 2732 (Jorge Picado)