segunda-feira, 8 de junho de 2009

Guiné 63/74 - P4483: O mundo é pequeno e a nossa Tabanca... é grande (11): Macau: A. Graça Abreu com José Martins, ex-Cap CCAÇ 16 (Bachile, 1971)


China > Macau > Ruínas da Igreja de São Paulo, uma das 27 maravilhas do mundo, de origem portuguesa
Fonte: Wikipédia (2009). Copyleft
1. O nosso Camarada Jorge Picado em 13 de Maio de 2009, enviou o seguinte e-mail ao Luís Graça, sob o título: Reencontro telefónico com o Cmdt. da CCaç. 16:

Luís,

Acabo de falar com o José Martins.

Era de facto o Cap da CCaç 16 e terminou essa comissão uns meses depois de eu ter regressado ao Continente.
É espantoso, pois disse-me que me reconheceu logo que viu a foto no Blogue e daí o ter procurado nas listas o meu contacto telefónico, mas foi parar à Costa Nova.
Falou-me nos nomes da maioria dos Oficiais do CAOP 1.
Possivelmente o Graça de Abreu já não o terá de facto encontrado.
Lê sempre o Blogue. Por isso já sabia do comentário e quando acabou de falar comigo disse que ia tentar ligar para o Abreu.
Também é casado com uma chinesa, médica se percebi bem e vive em Macau.
Era Miliciano e seguiu a carreira, sendo do CPC do Rui Alexandrino que o deve conhecer.

Antes do CPC fez a 1.ª comissão em Angola e depois dessa, na Guiné, voltou a ir outra vez para Angola.

É portanto Tenente Coronel se bem entendi, mas já está reformado, depois de ter ido para Macau onde esteve em algo de Segurança.

Perguntei-lhe se não tinha endereço da Net, com o intuito de o "aliciar" para o Blogue, mas respondeu-me que não está familiarizado com a "máquina".

Talvez o Graça de Abreu consiga saber mais.

Abraço,

Jorge Picado

2. No mesmo dia, Luís Graça respondeu ao Jorge Picado, com o mesmo título: Reencontro telefónico com o Cmdt da CCaç 16:

António,

Aqui tens... a resposta do outro lado do mundo.

Amazing,

Luís

3. Ao que o António Graça de Abreu, em 05 de Junho de 2009, também via e-mail, ripostou ao Luís Graça, Cc ao Jorge Picado, com o título: Encontro com o Cmdt. da CCaç. 16:
Voltei ontem de Macau.
Estive lá com o José Martins, Cap da CCaç 16, no Bachile.
Graças ao blogue fui encontrar em Macau um nosso camarada da Guiné (há 23 anos em Macau!), com mais mil estórias para contar.
O Martins lê o blogue mas creio que não sabe como aderir como “tertuliano”.
Está reformado e comprou agora uma casa na ilha de Hainan, no sul da China, perto do Vietname, e vai para lá passar largas temporadas.
Estive quase 15 dias em Macau e almoçámos e jantámos umas cinco ou seis vezes.
O Martins esteve também na apresentação do meu novo livro, a minha tradução dos Poemas de Han Shan (séc. VIII) no auditório da Livraria Portuguesa, em Macau.
Foi um gosto enorme ter conhecido o José Martins, camarada da Guiné.
Luís, vê as maravilhas que o teu blogue provoca.
Um abraço,
António Graça de Abreu
__________

Notas de M.R.:

Vd. último poste da série em:

Guiné 63/74 - P4482: O Nosso IV Encontro Nacional, Ortigosa, Monte Real, 20 de Junho de 2009 (6): As inscrições terminam a 15 de Junho (A Organização)

Distribuição dos participantes no IV Encontro, por região (local de residência)... Os mouros, até ao momento, levam uma alguma vantagem (n=44) contra os morcões (n=31)... Os lusitanos do centro são o fiel da balança (n=20)... É claro que o critério étnico é enganador: há mouros a morar no norte, e morcões que emigraram para o sul... Feitas as contas, Na Quinta do Paul, só há o verde e o azul...

Para que ninguém se tresmalhe, e qualquer morcão possa reconhecer (e ser reconhecido por) um mouro, o strelado do Miguel Pessoa fez uns cartanitos à manêra, que já devem ser chegado à caixa do correio electrónico de cada inscrito... Há pelo menos 24 participantes, membros ou não da nossa Tabanca Grande, que estão emparelhados... Ou, por outras palavras, vamos ter outras tantas bajudas... (LG)



IV ENCONTRO NACIONAL DA TERTÚLIA DO BLOGUE LUÍS GRAÇA & CAMARADAS DA GUINÉ, DIA 20 DE JUNHO DE 2009, QUINTA DO PAÚL, ORTIGOSA, MONTE REAL, LEIRIA

A Operação Ortigosa 2009, em termos de inscrições, está na fase final.

Vamos relembrar neste poste o mais importante do Encontro.


(i) Comecemos pela Ementa (que nem só de memórias, histórias e emoções vive o homem...)

APERITIVOS/ENTRADAS

Martinis; Porto sêco; Moscatel;
Vinho Tinto; Vinho Branco;
Vinho Verde; Vinho Rosé;
Aguas; Refrigerantes; Cervejas;
Espumante Natural

Mimos de Bacalhau;
Rissois;
Croquetes;
Chamussas;
Moelas de frango campestre;
Tacho de Entrecosto regional c/ Castanhas;
Espetadinhas de Morcela e chouriço
Grelhados à Camponês
Leitão assado à Bairrada
Presunto fatiado c/nacos de frutas;
Fritada à moda da região;
Azeitonas
Queijos de várias regiões de Portugal
Paios de Lamego
Pãezinhos Regionias; Pão integral; Broa; Pãezinhos c/ frutos secos
Miniaturas de Pastelaria

AGORA À MESA

SOPA
Sopa de Legumes ou...

CARNE
Assado de Novilho com molho do assado e cogumelos frescos

SOBREMESAS
Cabaz c/6 Doces Tradicionais
Frutas Laminadas

BEBIDAS
Vinhos DOC/Vinho Verde em Buffet
Águas
Refrigerantes
Café c/bombom
Centro de Miniaturas

LANCHE
Caldo Verde
Frutas Laminadas
Pastelaria Variada
Mesa de Queijos
Franguinhos churrasco
Picanha Churrasco
Fritas/Saladas
Presunto Laminado
Pãezinhos Regionais/Broa


(ii) Preço do Almoço

Com o Lanche incluído é de 30,50 €uros

(iii) Dormida(s)

Para quem optar por ficar em Monte Real para o outro dia, os preços são: 35 e 45 €uros, respectivamente para single e duplo, na Pensão Santa Rita.

(iv) Local do Encontro e como chegar

Local do Encontro

Quinta do Paúl, Ortigosa, Estrada Nacional 109, entre Monte Real e Leiria.

Coordenadas Geográficas: 39º 50' 27" Norte - 8º 50' 24" Oeste.


Quinta do Paúl, Actividades TurísticasMail: info@quintadopaul.com
TEL 244 613 438 - FAX 244 613 703 - Telemovel 917 210 432
Sítio na Net: http://www.quintadopaul.com/

Como chegar

Para quem vai do Sul pela A8, continuar pela A17 e abandonar a auto-estrada na saída para Monte Real. Chegados à rotunda da EN 109 virar à esquerda em direcção a Leiria. Passados 2 a 3 Km encontra a Quinta do Paúl.

Para quem vai do Norte, circular na A1 até à saída para Albergaria, aceder à A25 em direcção a Aveiro, entrar na A17 para Leiria, seguir até encontrar a saída para Monte Real, ou seja, desde que se entra na A1, nunca se sai da auto-estrada. Chegando à rotunda da EN 109, virar à esquerda em direção a Leiria. Passados os 2 a 3 Km aparce a Quinta do Paul.

(v) Eis o quadro de honra com os nomes dos 95 magníficos, inscritos até ao momento, de A a V:

Abel Rei e Maria Elisete (Marinha Grande)
Agostinho Carreira Gaspar (Leiria)
Álvaro Basto e Fernanda (Leça do Balio / Matosinhos)
Amadu Bailo Djaló (Lisboa)
António Fernando R. Marques e esposa (Cascais)
António Graça de Abreu (Cascais)
António J. Pereira da Costa e Isabel (Mem Martins / Sintra)
António M. Sucena Rodrigues (Oliveira do Hospital)
António Martins de Matos (Lisboa)
António Paiva (Lisboa)
António Pimentel (Porto)
António Santos e Graciela (Loures)
Artur Soares (Figueira da Foz)
Belarmino Sardinha e Antonieta (Odivelas)
Benjamim Durães (Palmela)
Carlos Marques Santos (Coimbra)
Carlos Silva e Germana (Lisboa)
Carlos Valentim e Margarida (Proença-a-Nova)
Carlos Vinhal e Dina (Leça da Palmeira / Matosinhos)
Constantino Neves e Judite (Almada)
Coutinho e Lima (Lisboa)
David Guimarães e Lígia (Espinho)
Delfim Rodrigues (Coimbra)
Eduardo Magalhães Ribeiro e Fernanda (Porto)
Fernando Calado (Lisboa)
Fernando Franco e Margarida (Amadora)
Fernando Gouveia (Porto)
Fernando Oliveira e Maria Manuela (Porto)
Henrique Matos (Olhão)
Hernâni Acácio Figueiredo (Ovar)
Idálio Reis (Cantanhede)
Jaime Machado e Maria de Fátima (Lavra / Matosinhos)
João Carlos Silva (Almada)
João Lourenço (Figueira da Foz)
João Seabra (Lisboa)
Joaquim Mexia Alves (Monte Real / Leiria)
Jorge Cabral (Lisboa)
Jorge Canhão (Oeiras)
Jorge Picado (Ílhavo)
José Brás (Montemor-o-Novo)
José Carlos Neves (Leça da Palmeira / Matosinhos)
José Casimiro Carvalho e Ana (Maia)
José Eduardo Alves e Maria da Conceição (Leça da Palmeira / Matosinhos)
José Fernando Almeida e Suzel (Óbidos)
José Manuel Lopes e Luísa (Régua)
José Manuel M. Dinis (Cascais)
José Marcelino Martins e Maria Manuela (Odivelas)
José Pedro Neves e Ana Maria (Lisboa)
José Zeferino (Loures)
Juvenal Amado (Fátima)
Luís Graça e Alice Carneiro (Alfragide / Amadora)
Luís R. Moreira (Lisboa)
Luís Rainha (Figueira da Foz)
Manuel Amaro (Amadora)
Manuel António Rodrigues (Mortágua)
Manuel Augusto Reis (Aveiro)
Miguel e Giselda Pessoa (Lisboa)
Pedro Lauret (Lisboa)
Raul Albino e Rolina (Vila Nova de Azeitão / Setúbal)
Ribeiro Agostinho e Elisabete (Leça da Palmeira / Matosinhos)
Rui Alexandrino Ferreira (Viseu)
Santos Oliveira (V. N. de Gaia)
Semião Ferreira (Monte Real)
Valentim Oliveira e Maria (Viseu)
Vasco da Gama (Figueira da Foz)
Vasco Ferreira e Margarida (V. N. de Gaia)
Victor Barata (Vouzela)
Virgínio Briote (Lisboa)

(vi) Inscrições:

- O prazo para as inscrições termina no próximo dia 15, 2ª feira (inclusive).

- No acto da inscrição devem indicar o nome da(o) acompanhante, se for o caso.

- Se quiserem pernoitar em Monte Real, terão que fazer menção para que o Mexia Alves possa fazer a respectiva reserva.

- Devem também dizer de onde se deslocam (ou onde residem).

- O nosso camarada Miguel Pessoa enviará, em ficheiro, a cada inscrito, um cartão que deverão imprimir, para usar no Encontro.


Estamos quase a atingir a meta dos 100, mas podemos vir a ultrapassá-la.

Um abraço
Até ao dia 20

A Comissão Organizadora,

Carlos Vinhal
Joaquim Mexia Alves
Luís Graça
Miguel Pessoa
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 17 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4365: O Nosso IV Encontro Nacional, Ortigosa, Monte Real, 20 de Junho de 2009 (5): As inscrições continuam a bom ritmo (A Organização)

Guiné 63/74 - P4481: Os bu...rakos em que vivemos (12): Cafal Balanta contribui para o desenvolvimento nacional (Manuel Maia)

1. Mensagem da Manuel Maia (*), ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74, com data de 7 de Junho de 2009:

Caro Carlos,
Com o pedido de colocação logo que possível, claro está, na secção de Bu...rakos, segue o texto anexo onde tentarei colocar a fotografia .
Agradecia que me informasses se recebeste com a dita (continuo desajeitado a este nível).


Um Bu...rako para tapar o buraco do desenvolvimento

Manuel Maia no seu bu...rako de Cafal Balanta

Depois dum breefing de apresentação formal à nata de arquitectos portugueses, onde nomes como Siza Vieira, Alcino Soutinho, Tomáz Taveira e tantos outros tomaram assento, a palavra (e até aquela pinga de Borba que guardava religiosamente para um destes eventos – definitivamente, gosto desta palavra, tem estatuto, tem... boa leitura como a pinga tinha boa bebida...) enchendo de adjectivação elogiosa o fautor destas linhas, um arquitecto naif de gosto requintado (as palavras são deles...), foi com inusitado prazer que ouvi da boca do nosso Primeiro, ele também um conceituado homem do risco com obra feita, nessa bela cidade da Guarda, onde ressaltam as cortes dum traço enérgico, seguro, insinuante, só ao alcance de grandes mestres, um rasgado elogio sobre o design, o aproveitamento dos materiais, o seu enquadramento no resto da paisagem, e ainda a decoração dum estilo informal para quem não dispunha de tempo face aos seus afazeres profissionais...

Severiano, o Ministro da Defesa, guinéu como sabemos, exultou face ao quadro exposto, e claro a tradicional maquete de esferovite (de qualidade superior à que o Frank Gary fez para o Santana Lopes, relativa ao Parque Mayer e onde abichou um milhãozito...) o pormenor soberbo (Ministro dixit) das clarabóias que lhe emprestam uma luminosidade fabulosa evidenciada do lado direito da foto.

Evidentemente que pedimos desculpa pelo ar um pouco desarrumado da Câmara mas isso deveu-se à inoportuna doença da engomadeira...

Os presentes (tudo gente fina, atrever-me-ia mesmo a chamar-lhes a nata deste belo recanto tão cantado por poetas avoengos) denotando uma educação rafinée, ignorou a nossa preocupada explicação não fazendo nota de... devo dizer-vos que nada recebi nem tão pouco pensei fazê-lo, mas... ó Maia, tem paciência pá, tens de pereceber que deste modo até parece mal, tens de te cobrar pelo teu serviço... (aquelas tretas do costume...) mas como sou homem de ideias fixas e não queria ter depois à perna o Fernando brincalhão, meu ex-colega de liceu, e hoje Ministro das Finanças, que não enjeitaria a oportunidade para se vingar da alcunha que lhe pusemos na altura, mantive-me firme como uma rocha e fiz mais este sacrificiozito pelo país...

Entretanto, o próprio Presidente da República, que como sabemos, por inerência de funções é em ultima instância o Chefe Supremo das Forças Armadas (há quem goste de pronunciar ármádas, mas ele há gostos p´ra tudo...), ao que me disseram esteve largo tempo à conversa com o Severiano para pensarem na introdução de casernas pequenas deste tipo, para albergarem uma meia dúzia de soldados ao invés daqueles inestéticos armazéns pejados de camas do tipo hospitalar encavalitadas - salvo seja - umas nas outras...

Ora assim sendo, cá voltaremos a ter mais um desígnio nacional cumprido, ou seja, o da criação de postos de trabalho.

Vai ser uma lufa-lufa para as bandas da empresa onde aquele rapaz, Jorge Coelho, é manda-chuva, com intermináveis filas de desempregados a preencherem ficha para tomarem parte nesses trabalhos de feitura de novos quartéis, que tanta falta fazem agora para estas guerras de alecrim e manjerona... (que até já à porta desta nossa Tabanca bateram...)

A ser verdade, será provável uma remodelação geral nas ditas Forças Armadas, que a acrescentar ao regime de self-service, implementando restaurants em vez de cantinas, com serviço à la carte servido em porcelana Vista Alegre, apoiando dessa forma a indústria nacional, ao invés do prato único em disco de alumínio, como era apanágio no nosso tempo, e acabando também, definitivamente, a chamada marmita, (que ainda se usou na campanha de África) por obsoleta e inestética...

Como vêem, uma pequena coisa pode despoletar uma bolha (não a do jogo em que estão a pensar que essa é assim mais ou menos proibida, embora vá funcionando com alguma regularidade), mas sim uma bolha de desenvolvimento que aportará postos de trabalho, criação de riqueza (enfim, já sabeis a restante terminologia...)

Quem diria, à la longue que aquele meu (e dos colegas de apartamento, que não quero os louros só para mim...) projecto poderia redundar, a modos que, factor primordial de desenvolvimento do país.

Se porventura algum dos camaradas tabanqueiros puder informar das démarches nécèssaires para registar patentes, agradecemos.

Agora, posto isto, digam-me francamente:

- Haverá algum bu...rako mais bu...rako que este?

Venha de lá o prémio...

Um abraço para ti, extensivo a toda a Tabanca
Manuel Maia

Guiné > Região de Tombali > Cantanhez > Cafal Balanta > Destacamento da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (1972/74)

__________

Nota de CV:

(*) Vd. poste de 3 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4456: Blogpoesia (48): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (V Parte): III Dinastia (Filipina)

Vd. último poste da série de 18 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4369: Os bu...rakos em que vivemos (11): Banjara City, capital do Oio (Fernando Chapouto, CCaç 1426, 1965/66)

Guiné 63/74 - P4480: Memórias e histórias minhas (José da Câmara) (3): Partida para a Guiné

1. Mensagem de José Câmara (*), ex-Fur Mil da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, Guiné, 1971/73, com data de 6 de Junho de 2009:

Assunto: Memórias e histórias minhas (**)

Olá Carlos,
Junto encontrarás mais um pouco da história. Como sempre, para bem do blog, faz com ela o que muito bem entenderes.

Daqui do outro lado do oceano, um abraço amigo
José Câmara


Partida para a Guiné

Ali, em frente dos meus olhos, estava o n/m Angra do Heroísmo. Muitas vezes o vira ao largo da cidade da Horta. Em desafio ao povo faialense nunca amarrara à doca. Entrar nele só mesmo aqueles que fizeram viagem. E era isso que eu ía fazer: uma viagem que não tinha requisitado. Tal como todos os outros militares que iriam encher os seus camarotes e porões.

O Angra do Heroísmo, no Cais de Alcantra, em Lisboa, espera que os seus porões se encham de militares com destino à Guiné

Foto: © Juvenal Afonso (2009). Direitos reservados.


Da vistoria ao navio fiquei com uma sensação amarga que, ainda hoje, perdura: a visão dos porões preparados para cargas de toda a espécie, e que agora serviriam para o transporte de carga humana. Tinham sido limpos, mas continuavam mal cheirosos e a ventilação era paupérrima. Aqueles porões iriam servir de camarata a tropas que dariam o melhor de si mesmas nas matas e bolanhas da Guiné.

Nos Açores, vezes sem conta, tinha visto as vacas serem embarcadas e arrumadas nos porões dos barcos que, ao tempo, demandavam as terras açorianas. Agora, em plena Lisboa, apercebia-me que os nossos soldados iriam ter idêntico tratamento, e serem, assim, reduzidos à condição animalesca.

A bestialidade e baixeza de instintos das chefias militares e dos responsáveis pela governação no Portugal de então, estavam ali, na visão daqueles porões. Muito baixo tinham descido no conceito e respeito pela pessoa, pelo militar, pelo cidadão e pelo mártir da Pátria. A prova estava ali. Para ser vista e sentida pelos cerca de seiscentos militares que faziam parte daquela viagem. Uma situação que foi vivida e sentida por muitos outros, antes e depois de nós.

Pelas 8:00 horas da manhã, do dia 21 de Janeiro de 1971, começaram a chegar as primeiras tropas. Sem desfiles e sem discursos de ocasião o embarque foi acontecendo. Pouca gente a observar este embarque. Sem grandes despediadas. Compreensível. A maioria do contingente militar era formado por açorianos e madeirenses. Aqui e ali um outro lenço abanava. Pelos militares continentais que faziam parte dessas Companhias e pelos militares de um Pelotão de Artilharia. Um grupo de cães e respectivos tratadores também faziam parte do contingente.

Cerca das 13:00 o navio começou a afastar-se da doca. Aos poucos foi descendo o Tejo, rumo ao Atlântico, cujas águas encapeladas provocadas pelo tempo invernoso que então se fazia sentir, deixava antever uma viagem pouco agradável. Como se isso fosse possível naquelas circunstáncias. Para trás ficava a linda Lisboa. Por todos um aceno de esperança. Para alguns o seu último adeus!

O silêncio entre os militares era tão cortante como o frio que então se fazia sentir, aqui e ali quebrado pelas rajadas do vento forte que fazia, e pelo navio a cortar as águas do estuário do Tejo. Cada um embrenhado nos seus pensamentos.

O dia tinha sido longo e a noite já ía avançada. As emoções tinham sido muitas. Restava-me mais uma: o dia da minha partida para a Guiné coincidia com o dia de aniversário natalício de minha mãe. No meu pensamento e no meu coração dei-lhe os parabéns.

Naquele momento a escuridão da noite era a luz do vazio que me ia na alma.
__________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 27 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4424: (Ex)citações (30): O meu pai só aprendeu as letras que o trabalho lhe ensinou (José da Câmara)

(**) Vd. último poste da série de 27 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4421: Memórias e histórias minhas (José da Câmara) (2): O IAO em Santa Margarida

Guiné 63/74 - P4479: História da CCAÇ 2679 (19): O adeus a Piche (José Manuel M. Dinis)

1. José Manuel M. Dinis, ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71, em 4 de Junho de 2009 enviou-nos o 19.º episódio da História da sua Unidade.


O adeus a Piche

No regresso a Piche encontrámos o Alferes Lopes, rendição individual com destino ao Foxtrot, em substituição do Guerra. A primeira impressão revelou um individúo humilde, nervoso, fraca figura. O conhecimento seguinte foi o de um jovem com formação seminarista e recém-casado. Nas conversas denunciava nervosismo e receios, que a falta de voz mais acentuava. O pessoal vinha com larachas sobre o novo alferes, comentando o aspecto e o comportamento, estabelecendo as diferenças, inevitavelmente, com o Eduardo Guerra, mas logo lhes chamei a atenção, que fossem respeitadores e não se armassem em espertos, feitos veteranos, pois também já os vira acagaçados. A relativa veterania, uma ou outra mina detectada, as flagelações sofridas e o relativo àvontade que tínhamos atingido, não eram uma mais-valia de destaque.

Quando saímos para o mato, perguntei ao Alferes onde queria colocar-se. Perguntou a minha opinião e dei-lha, que se mantivesse perto de mim. Achei que se ele quisesse trocar alguma impressão, seria melhor andarmos perto um do outro. Chovia, e a capa desmesurada acentuava-lhe a pequena estatura.

No mato quase não falara, mas no aquartelamento manifestava a grande apreensão e o azar por ter ido dar à Guiné. Procurava desabafar. Bem, desse azar queixam-se milhares, devo ter respondido para não alimentar queixumes.

Entretanto, em Piche a vida prosseguia com eventos. Foi inaugurada a piscina, ou melhor, no dia aprazado para a inauguração, não foi possível por falta de água, mas o problema foi resolvido e o evento terá acontecido pouco depois. Refiro-me assim, pois não tive ocasião de ir a banhos, na medida em que estava quase a partir para férias e mantive actividade operacional intensa. Mas participei na futebolada de inauguração prévia do campo de futebol de salão.

Terá sido iniciativa do Drácula? Ou do Major, Segundo Comandante, esse praticante de desportos? Ambas as obras foram executadas pelo pessoal do BArt e desejo que tenham proporcionado bons momentos de descontração e camaradagem.

Nesta foto, distinguem-se em baixo: de tronco nú, o Zé Rocha, no 5.º lugar o Nogueira, e a antecedê-lo, parece-me o Águas. Em pé, do lado direito, Dinis e Costa.


Férias

E aconteceu. Com cinco meses de comissão, antes que fosse tarde, parti para Bissau. Instalei-me no Grande Hotel. Dirigi-me à delegação da companhia aérea para levantar o bilhete. E deambulei durante dois dias, à civil.

O hotel, o melhor de Bissau, tinha um preço aproximado do praticado pelo Tivoli, em Lisboa, pouco mais de duzentos escudos, o que achei fantástico. E eram tão diferentes, se eram! Lá, no calor abafado dos trópicos, não havia ar condicionado. Suspensas do tecto, as ventoínhas redemoinhavam na tentativa de refrescar corpos e almas. Com algum insucesso. No quarto, modestíssimo e de parca dimensão, havia outra ventoínha de pé alto, com diferentes velocidades, luxo dos luxos, que fustigava o corpo para amenizar a canícula e impedia a entrada de mosquitos. Qualquer papel voava. Parecia o Guincho em dia de vento.

A arquitectura reflectia um estilo colonial de meados do século, uma disposição periférica em quadrado, por onde se distrubuíam, a recepção os quartos e a sala de refeições. À frente, ladeando a entrada sob a cobertura, havia duas varandas que lhe marcavam a imagem da fachada principal. No espaço interior do quadrado em pátio, situavam-se as casas de banho, a cozinha, a lavandaria e dependências. Não havia casas de banho privativas. Em redor do edíficio, de rés-do-chão, um jardim relvado, com arbustos e árvores tropicais, constituía uma bonita moldura. Boa nota era para o serviço de bar nas varandas-esplanadas, onde as coronelas poisavam durante as tardes..

A primeira saída em Bissau surpreendeu-me pela minha reacção à observação de mulheres brancas, em geral jovens, as mulheres dos militares. Logo às primeiras, dei comigo a parar diante de um casal de braço dado, a olhar para a senhora como um patarata.

Fui a uma loja comprar uma camisa, e também me surpreendi à vista das Lacoste, um avanço da civilização burguesa a dois passos do fim do mundo. E regalei-me a comer peixe e marisco nas esplanadas da cidade, ornadas de acácias, acentuadas com as cores verde e vermelho. Nas montras de estabelecimentos como o Pintosinho e Tau Fiksad, olhei os produtos da civilização que respondiam às solicitações dos endinheirados militares. Militares que andavam por todo o lado, e que faziam alardes nas esplanadas, de que a 5.ª Rep era o símbolo máximo. Na cidade molengava-se. Os pretos, de mão dada, com todos os vagares do mundo, já não me chocavam como da primeira vez que os vi, que me pareciam mariconsos. As pretas cirandavam com vistosas vestes, todas garridas de colorido, ora carregavam filhos e compras para casa, ora corriam para diferentes destinos, ou bamboleavam-se em grupos de duas ou três, num linguajar cheio de interjeições e risos. No geral, parava-se, falava-se, e o tempo ia passando devagarinho.

Ao fim da tarde, antes do jantar no hotel, serviço de travessa a possibilitar todos os excessos, sentava-me na esplanada, junto das coronelas, umas notoriamente fúteis, outras mais resguardadas de comprtamento, bonitas ou feias, mas diferentes do que era usual ver-se nas mulheres do puto. Enquanto me deliciava com um cinta preta em aguada Perrier fresquinha, apreciava-as.

À noite fui a um bar de alguma nomeada, quase ou exclusivamente frequentado pela tropa, A Meta, atraído por uma pista de mini-carros de comando elétrico. Num espaço folgado, acumulavam-se matulões que conversavam e emborcavam bebidas frescas, como que a compensar a actividade sudorífera. Abafava-se. Sentei-me numa mesa onde estava um gajo conhecido. Pedi um Monks com gêlo, (dez paus). Depressa descobri um divertido espectáculo: o serviço era garantido por uma corpolenta preta, rapariga bem disposta e afável, e à medida que se deslocava por entre as mesas, era ver mãos de um lado e outro a poisarem-lhe na imensa bunda. Bamboleando-se, imperturbável, ia servindo aqui e ali, acorrendo aos chamamentos familiares dos estranhos faunos que lhe percorriam as coxas. Estranhos?

Viajei com um Sargento e um Furriel do esquadrão de Bafatá. O Sargento, que tirava do bolso um volumoso molho de notas, pagava sucessivos whiskies para termos a esbelta hospedeira junto de nós.

À minha espera as pessoas queridas. Depois da alegria de reencontrar a namorada, a família e os amigos, ou o que restava do grupo de amigos, já que na generalidade estávamos dispersos pelos caminhos da tropa, nos primeiros dias, acordava e, antes de qualquer compromisso, dava um passeio pela localidade, observava alterações urbanas, novas lojas em substituição de algumas a que me habituara desde menino, reparava em novos modelos de automóveis, num relativo bem estar geral que se evidenciava em pouco tempo, nas alterações da moda feminina, um sem número de diferenças. Nem se pressentia que a nação estivesse em guerra.

Um dos meus desejos foi comer uma sardinhada no António da Mata, uma tasca de justa nomeada.
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 24 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4409: História da CCAÇ 2679 (18): Deslocação a Bajocunda (José Manuel M. Dinis)

Guiné 63/74 – P4478: Iniciativas da ADFA em Lisboa (3): Almoço/Convívio do pessoal da BA 12 (Pilotos, Mecânicos e Enf Pára-quedistas (Luís Nabais)

1. Promovendo uma das iniciativas da ADFA (Associação dos Deficientes da Forças Armadas), recebemos esta mensagem do nosso camarada Luís Nabais, ex-Alf Mil da CCS/BCAÇ 2885, Mansoa 1969/71, com data de 6 de Junho de 2009:

Caros Eduardo e Carlos,

Como vos havia já dito e vocês tão amavelmente haviam publicado, quando esta ideia era ainda era apenas uma intenção, gostaria de vos pedir agora a publicação, no blogue, do almoço/convívio do pessoal da BA 12 (Pilotos, Mecânicos e Enfermeiras Pára-quedistas) que, enfim, conseguimos agendar.

Este evento está já publicitado, também, no blogue da malta da BA 12 e, definitivamente, terá lugar no próximo dia 27 de Junho, na sede da ADFA.

Será uma homenagem, onde recordaremos todos aqueles que não conseguimos, nem queremos esquecer.

Alguns fazem questão de cá estar deslocando-se de bem longe, em cadeiras de rodas e, outros, ainda, comparecerão com as suas próteses, mas não querem deixar passar em branco esta homenagem.

São DFA’s, que querem dizer também: EU ESTOU PRESENTE!

As esposas podem e devem participar também.

A cada uma das pessoas inscritas, além da festa e do convívio, será entregue uma medalha comemorativa do evento.

O preço será de 20 €!

NOTAS:
Aquando da publicação do texto inicial, fomos questionados sobre a eventual presença, ou não, nesta confraternização, das “nossas” enfermeiras Paraquedistas!

Estamos à espera que, entre todos os “tertulianos”, muitos as conheçam e as contactem. Peçam-lhes, por favor, para elas marcarem a sua indispensável e tão desejada presença também.

ATENÇÃO: INSCREVAM-SE JÁ… SÓ DISPOMOS DE 15O LUGARES (o espaço não dá para mais).

Localização e estacionamento há e vocês conhecem.

Agradecendo a publicação desta convocatória, bem hajam e um abraço,

Luís Nabais
(Sócio efectivo da ADFA, nº 9724)

___________

Notas de M.R.:

As inscrições podem ser feitas directamente para aquele blogue (especialistasdaba12@gmail.com) ou para a ADFA, ao cuidado da Dª Conceição Valente, nº Tel-217 512 600. Já agora, a ADFA localiza-se entre a Av Padre Cruz e Av Rainha D.Leonor, no Lumiar. Perto tem o Instituto Ricardo Jorge, e é perto do Estádio do Sporting, parecendo não haver problemas de estacionamento.

domingo, 7 de junho de 2009

Guiné 63/74 - P4477: FAP (29): Encontros imprevistos (Miguel Pessoa, ex-Ten Pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74)


Carlos, Luís,

Aqui vai mais um texto ligeirinho para o blogue, como eu gosto de fazer.

Um deste dias, com mais tempo, tentarei explicar porque é que raramente aparecem textos detalhados das missões efectuadas pelo pessoal da Força Aérea, mas isso fica para outra vez.

Abraço,

Miguel Pessoa



ENCONTROS IMPREVISTOS


Texto e desenho de Miguel Pessoa


Numa guerra que se pautou muitas vezes por actos bélicos de grande intensidade nos confrontos que opuseram as nossas tropas aos elementos do PAIGC, testemunhados nos relatos publicados neste blog, parecia estranha a existência em alguns locais da Guiné de um ambiente de "paz podre" ou, talvez melhor, "paz consentida", em que os dois beligerantes pareciam travar os seus instintos guerreiros, antes permitindo aos que ali viviam uma existência relativamente pacífica, em que a guerra parecia por vezes passar ao lado.

A Força Aérea habituou-se a evitar ataques em zonas consideradas tabus (por exemplo, o Como), não sendo mesmo autorizadas acções contra essas zonas.

Do lado contrário, podemos incluir a capital da província, Bissau, em que, salvo um ou outro caso, se vivia um ambiente de uma certa tranquilidade e serenidade, que contrastava com a atmosfera tensa e inquieta existente na maioria dos nossos aquartelamentos, e com o risco que representavam as deslocações entre eles.

Essa calma podia ser transportada até à Base Aérea nº12, em Bissalanca, que nos dois últimos anos da nossa presença no território nunca sofreu qualquer ataque, bem como ao percurso entre a Base e a cidade, que se considerava relativamente seguro.

Nunca consegui perceber como, num conflito que vivia essencialmente de emboscadas e ataques imprevistos às nossas forças, nunca se lembrou o IN de atacar a carrinha VW (vulgo TP9) que diariamente transportava as tripulações (pilotos e enfermeiras pára-quedistas) entre a Base e Bissau.

Assim, era regra ver a carrinha chegar à BA12, vinda de Bissau, pelas 06H00, transportando o pessoal de alerta, regressando a Bissau e entrando novamente na Base às 08H00 com os tripulantes que iniciavam a actividade normal.

À tarde, pelas 18H00, repetia-se a rotina da manhã com transporte dos tripulantes que moravam em Bissau, podendo a carrinha fazer ainda mais um transporte do pessoal que, por motivos de serviço, chegava mais tarde das suas missões.

Com a facilidade em escolher o timing certo, torna-se claro que havia grandes possibilidades de êxito de uma acção do IN contra esse transporte: uma simples bazucada poderia diminuir num repente a operacionalidade da Força Aérea no território em 15 ou 20% da sua capacidade, acrescido dos efeitos psicológicos negativos que daí adviriam.
O facto é que essa hipótese nunca se concretizou, embora às vezes comentássemos essa possibilidade.

Um dia em que uma evacuação se prolongou até mais tarde, houve necessidade de se efectuar um transporte extra da enfermeira envolvida nessa missão.

Passado um tempo razoável, começou a haver alguma preocupação sobre o que teria acontecido ao transporte, pois nem a enfermeira Giselda tinha chegado a Bissau, nem o condutor tinha regressado ainda com a carrinha à Base. Temeu-se que tivesse havido um acidente ou uma acção do IN contra a carrinha, mas logo o ambiente se desanuviou com a chegada do condutor e da enfermeira, transportando uma jibóia de bom porte, garantidamente morta, dado o estado em que apresentava a cabeça.

Esclarecida a situação, soube-se que no percurso para Bissau, ainda relativamente próximo da Base, o condutor tinha deparado com uma jibóia bem constituída que atravessava pachorrentamente a estrada por onde seguiam. Travou para evitar o obstáculo mas acabou por passar por cima dela, o que foi bem visível nos ressaltos dentro do carro...


Decidiu então o condutor manobrar a carrinha de modo a colocar o rodado em cima da jibóia, prendendo-lhe os movimentos e evitando que ela tentasse um ataque contra eles. Sendo um tipo decidido, saiu do carro e, como o animal se contorcesse para se libertar, sacando da chave de cruzeta das rodas desfechou-lhe uns golpes na cabeça, no que foi ajudado pela enfermeira, tão decidida como ele, entretanto munida de uma barra de desmontar os pneus, empenhando-se os dois em acabar com o sofrimento do animal.

Foi então que regressaram à Base, onde deixaram a cobra a cargo do Oficial de Dia às Operações, tendo finalmente demandado Bissau para ali deixar a enfermeira em casa.

Não sei se no relatório do Oficial de Dia constou algo sobre esse incidente envolvendo a jibóia, mas soou-me que algum dos presentes na unidade lhe aproveitou a pele ("sopraram-me" que tinha sido o Oficial de Dia...).

A carrinha continuou a circular até ao fim do conflito, transportando os tripulantes sem mais encontros imprevistos. Quanto à jibóia, provavelmente poderá andar a circular ainda por aí, nos sapatos ou mala de alguém... 

Miguel Pessoa
___________

Nota de M.R.:

Guiné 63/74 - P4476: Agenda cultural (15): Lançamento em Macau, em 27 de Maio último, da antologia de poemas de Han Shan, trad. de A. Graça de Abreu

S/l > S/d > O nosso camarada António Graça de Abreu com a esposa, médica, de nacionalidade chinesa. O casal vive em Portugal. Em 17 de Maio último, ele tinha-nos dito: "Vou para Macau 6º. feira, dia 22 de Maio. Regresso de Macau dia 5 de Junho. Lá vai ser lançado o meu último livro, Poemas de Han Shan. Han Shan é um homem fabuloso, meio budismo zen, meio quase tudo. Claro que estarei no nosso encontro na Ortigosa, dia 20. Dia 3 de Julho parto para Xangai com os meus filhos (a minha mulher já lá estará) e só regresso de Xangai no dia 3 de Setembro. Não viajo para a China há quatro anos, vou-me reciclar".

Foto: © António Graça de Abreu (2009). Direitos reservados.

Sítio do diário, em língua portuguesa, Hoje Macau, edição de 5 de Junho último. Carlos Morais José é o director do jornal cuja propriedade é da empresa Fábrica de Notícias Lda. Sede e redação: Macau (China).

Na edição de 27 de Maio último, o nosso camarada e amigo António Graça de Abreu deu uma importante entrevista, a propósito do seu último livro, lançado nesse dia, uma antologia de poemas de
Han Shan (Séc. VIII), traduzidos para português. É um acontecimento que saudamos, que honra a cultura portuguesa, que reforça o papel da língua portuguesa no mundo e que contribui para o aprofundamento das relações entre Portugal, a China e a comunidade dos países de língua portuguesa... Naturalmente, é também um motivo de alegria e de orgulho termos um dos nossos camaradas com uma estrelinha a brilhar no céu do antigo Império do Meio...

Reproduzimos aqui, com a devida vénia, essa entrevista, conduzida por Paulo Barbosa (LG)


Sinólogo António Graça de Abreu apresenta hoje antologia de Han Shan > “A poesia é intraduzível”

por Paulo Barbosa

Hoje Macau, 27 de Maio de 2009


"Poemas de Han Shan” é o nome da antologia que hoje, pelas 18h30, é lançada na galeria da Livraria Portuguesa [ em Macau]. A colectânea foi traduzida para português por António Graça de Abreu, que nesta entrevista fala na importância do clássico poeta budista e nas dificuldades do trabalho de tradução do texto chinês.

Licenciado em Filologia Germânica e mestre em História, António da Graça Abreu foi docente de língua e cultura portuguesa em Pequim e Xangai (*). Para além de tradutor, é autor de diversos livros de poesia e de um livro de memórias sobre a sua participação na Guerra Colonial, entre 1972 e 1974.

HM – Quem foi Han Shan?

AGA – Ninguém sabe quem foi, não se sabe se existiu realmente, em que ano nasceu ou morreu. Mas há uma antologia de poesia da dinastia Tang que tem trinta mil poemas de dois mil poetas e que foi publicada em 1705. Aí aparecem 311 poemas deste homem [dos quais a antologia editada pela COD publica cerca de metade].

No entanto, a sua fama ultrapassa fronteiras. Era um poeta muito querido dos Itálicobeatnicks, graças às traduções para inglês de Gary Snider, o protagonista do livro “Vagabundos do Dharma”, de Kerouac.

Sim, ele é um clássico da literatura chinesa, embora tenha passado um bocado despercebido na China, onde estou convencido que vai ser recuperado. Mas é muito conhecido no Japão, por ser um poeta do budismo chan (zen, em japonês), que ali foi introduzido no século XII.

Nas décadas de 1950 e 1960, a beat generation descobriu-o. Aliás, o Jack Kerouac, que é um nome importante na literatura norte-americana moderna, dedicou o livro “Vagabundos do Dharma” a Han Shan. Este homem é tão importante que, no Japão, o Matsuo Basho [1644-1694], um dos grandes poetas do país, utilizava epígrafes dos seus poemas nos haiku [forma de poesia tradicional japonesa] que escrevia.

Quais são os temas recorrentes na poesia de Han Shan?

É um homem muito curioso, porque se retira para a montanha como eremita, mas depois, de vez em quando, escreve uns poemas com saudades do mundo cá de baixo: sente falta das meninas bonitas, da boa comida... Os temas são os normais na poesia deste período. Por exemplo, a brevidade da vida.

Ontem, apenas com 16 anos
eram jovens, fortes e apaixonados.
Hoje têm mais de setenta, extingue-se o vigor, vão perecer.
São flores num dia de Primavera, abrem de manhã, murcham ao entardecer.


A ligação com a Natureza é outro tema muito vulgar da poesia chinesa. O homem retira-se da confusão e da selvajaria e vai meditar para a montanha, o que significa, para os budistas, deixar de pensar, esvaziar a mente e procurar ficar com a cabeça livre de qualquer tipo de pensamento pesado.

Há também uma crítica ao mau governo permanente do império, assim como aos avarentos e aos ricos, ou à gente que enriquece rapidamente, mas a quem “só as moscas apresentam condolências” quando morre.

Embora seja budista, não acredita na imortalidade. O poeta critica os monges, por terem um comportamento pouco conforme com a doutrina – as pessoas entravam para os mosteiros para sobreviver, não era por terem muito amor ao Buda.


Já havia traduções em português de Han Shan antes desta antologia?

Estas traduções já deviam ter sido feitas há muito tempo. Mas penso que fui a primeira pessoa a traduzi-lo em Portugal, em 1996, quando fiz uma pequena folha para os cadernos do Pen Club. A Ana Hatherly fez depois uma tradução de 25 poemas, a partir do francês, publicada pela Cavalo de Ferro.

A sua tradução é feita directamente a partir do chinês?

Sim, mas também utilizo o francês e o inglês. Isto porque quase ninguém consegue saber os caracteres todos. Uso dicionários de chinês-inglês e chinês-francês e consigo descobrir praticamente tudo. A minha mulher, que é chinesa, também me ajuda.

Ouvi-o dizer que as todas as traduções são impossíveis. Traduzir um texto deste género é reescrevê-lo? Não será preciso ser poeta, como o Graça Abreu também é?

O poema, quando aparece em português, já não é o poema em chinês. É por isso que a poesia é intraduzível. Quando chego à fase final do poema, já estou a fazer uma outra coisa, sobretudo se for um poema mais rebuscado. Vou dar um exemplo de um poema fácil de traduzir. Em tradução literal: “Eu habitar montanha/ausência pessoa conhecer/branco nuvem meio/sempre silêncio silêncio.”

Na minha tradução, ficou assim: “Habito a montanha/ninguém me conhece/no meio das nuvens brancas/O silêncio, sempre o silêncio.”

Isto tem que soar bem em português, essa é sempre a minha preocupação. Se o poema não tiver qualidade na língua de chegada, estamos a assassinar o poema. Quanto ao significado, é o mais próximo possível do que está em chinês, mas, em certos casos, é impossível. Por vezes, os caracteres podem ter vinte ou trinta significados; depois, o texto foi escrito em 700, há caracteres que passaram de um modo e outros que tinham um significado e hoje têm outro.


Portanto, nunca teremos uma tradução definitiva?


Há um poeta de Hong Kong que diz que cada poema é como um quadro: cada pessoa o interpreta como bem entender. O que tem que estar lá é o olhar. Se o quadro é sobre um rio, não podemos estar a ver a montanha.

Que outras traduções pretende fazer de poetas chineses?


O meu plano é traduzir todos os maiores poetas da China. Já traduzi quatro, nomeadamente Han Shan, Li Bai, Wang Wei e Bay Juyi. O problema é ter os apoios necessários para fazer este trabalho. Os livros vendem-se pouco e as pessoas estão cada vez menos motivadas para ler poesia. Mas julgo que estes livros, embora agora possam ter poucos leitores, vão ficando. A poesia de Camões, de Dante ou de Shakespeare nunca se desactualiza. O “D. Quixote” será lido daqui a duzentos anos. Embora em Portugal não se tenha essa ideia, alguns destes poetas que traduzo têm a dimensão de um Camões ou de um Dante.

Estes textos são do século oitavo. Em que condições chegaram até nós?

Na China antiga, as pessoas entretinham-se a copiar poemas, escrevendo com tinta da China sobre papel de arroz. Estavam habituados a copiar – ainda hoje é assim que se aprende chinês, copiando caracteres. Escreviam, por vezes, várias cópias e os poemas foram-se transmitindo de geração em geração através de novas cópias. Isto até à invenção chinesa da imprensa em caracteres móveis, que é anterior a Gutenberg.

Mas em todo esse processo há uma adulteração...


Há e há muitos poemas que se perderam. As antologias poéticas que foram sendo feitas ajudaram a preservar o legado.

Para além de tradutor, é também poeta com obra publicada. Está a trabalhar em algum novo livro de originais?

No ano passado, publiquei o livro “Cálice de neblinas e silêncios”, que tem uma forte influência chinesa e tenho outro já escrito, chamado “A cor das cerejeiras”. São uma espécie de haiku, onde surgem as inspirações japonesa e chinesa, assim como poemas de viagens, alguns deles retratando os cinco mil quilómetros que fiz de automóvel ao longo dos Estados Unidos. Agora, que estou reformado e tenho tempo livre, quero privilegiar a minha poesia e sobretudo a poesia chinesa, que é muito mais importante do que a minha.

[Revisão / fixação de texto: L.G.]

__________

Nota de L.G.:

(*) Vd. postes de:

21 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3921: Os Nossos Seres, Saberes e Lazeres (8): Um poema chinês do Séc. VIII com dedicatória à malta de Matosinhos (A. Graça de Abreu)

Guiné 63/74 - P4475: Convívios (144): V Encontro da CCAÇ 1426 (1965/67), na Amieira (Fernando Chapouto)


Fernando foi Fur. Milº, Op Esp/RANGER, CCAÇ 1426 (Geba, Camamudo, Banjara e Cantacunda, 1965/67). 

O Chapouto chegou, no Niassa, à Guiné em Agosto de 1965; em Outubro de 1965 foi para Camamudo; em fnais de Novembro de 1965 foi destacado para Banjara; em meados de 1966 foi destacado para Geba; em Março de 1967 foi colocado em Cantacunda; e, por fim, em Maio de 1967 regressou à metrópole no Uíge. Recebeu uma cruz de guerra... É dos nossos mais antigos membros da nossa Tabanca Grande (MR). 

Camarada Luís Graça & co-Editores, 

Mais uma vez cá estou eu a pedir a vossa colaboração, para a divulgação do encontro dos bravos da minha Companhia. 

Desde já o meu obrigado pelo vosso trabalho ao serviço dos ex-Combatentes. 

Um abraço amigo para ti e todos os Camaradas da Guiné, 

F. Chapouto 

V encontro dos ex Combatentes da CCAÇ 1426 – Guiné 65/67 

11 de Julho de 2009 - Sábado. 

Restaurante típico “O AFICIONADO” Amieira. 

JUNTA-SE CROQUI DE PORTEL PARA AMIEIRA 


Contactos: 


Joaquim Recto Delgado, Francisco Mendes Mira ou Fernando Chapouto.  

Telemóveis: 917 128 308, 965 542 857 ou 965114882 

Telefones: 219 556 626, 266 611 101 ou 210 838 708 

PROGRAMA 

11H00 - Concentração junto à Marina da Amieira 

13H00 - Almoço convívio 

Inscreve-te até 20JUN09, vem participar no nosso/vosso convívio anual, haverá surpresas! Não faltes, esperamos por ti, nós vamos estar lá. 

Preços: 
Adultos…….…………………………...25,00 € 
Crianças dos 6 aos 12 anos…...12,50 € 
Crianças até aos 6 anos não pagam 

(Fernando Chapouto) 
___________ 

Nota de M.R.: 



Guiné 63/74 - P4474: Histórias em tempos de guerra (Hélder Sousa) (5): Os meus livros

1. Mensagem de Hélder Sousa, ex-Fur Mil de Transmissões TSF, Piche e Bissau, 1970/72, com data de 17 de Maio de 2009:

Caros Editor e Co-Editores

Junto envio um texto que podem publicar, se entenderem e quando entenderem.

Não é propriamente uma história retratando algum caso concreto, trata-se de relembrar alguma vivência em tempo de guerra, partindo das reflexões que alguns episódios recentes me fizeram ter.

Aceitem um forte abraço, deste vosso amigo e camarada da Guiné.
Se quiserem podem repetir esse abraço mais duas vezes.
Hélder S.


OS LIVROS….

Nas duas últimas histórias que enviei, referi os elementos que fizeram actuar a memória para alcançar o conteúdo dos mesmos. Para este escrito a situação não será diferente. De facto, são muitas vezes os estímulos, os impulsos recebidos, que fazem o clic indispensável para que a história apareça.

Desta vez temos três entradas.

Por um lado (primeira entrada) uma reportagem que vi hoje (dia 15 de Maio) na RTP1 a propósito do livro do Gen. A. Spínola e em que a determinada altura o apresentador/narrador Rui Morrison, salvo erro, relaciona o aparecimento desse livro, “Portugal e o Futuro”, como sendo um factor determinante nos acontecimentos que vieram a desembocar nas acções do “25 de Abril de 74”, relacionando esse facto com outros em que o aparecimento de livros com grande divulgação geraram alterações significativas nas sociedades em que surgiram (e não só, digo eu), referindo os casos de Thomas Payne na América, cujo livro deu origem à Revolução Americana, o do francês Thiers (também salvo erro) cujo livro deu um contributo decisivo para a Revolução Francesa, o do Vladimir Ilitch Ulianov (Lenin) com o livro “O Estado e a Revolução” saído em Fevereiro de 1917 e que deu origem à Revolução Bolchevique na Rússia.

Outro factor de lembrança (segunda entrada) foi ter participado no passado sábado 9 de Maio, em Vila Franca de Xira, na apresentação pública dum “Manifesto da Memória”, produzido por uma Comissão de redacção constituída por elementos que participaram na Secção Cultural da União Desportiva Vilafranquense. O objectivo desse “Manifesto” é o deixar memória registada das acções e actividades que foram levadas a efeitos por aquela entidade e que se entende dever deixar para que alguém, que possa e queira, aproveite a experiência desse trabalho e, eventualmente, possa encontrar aí caminho ou inspiração para enfrentar os problemas de hoje. A entrada é motivada por nessa “Memória” se entender e afirmar que pertencemos à geração do Livro. Que grande parte da nossa acção e formação girou à volta da Biblioteca, dos seus livros, do estudo e debate dos seus conteúdos, o que é bem verdade.

A última entrada é provocada por uma foto do então Furriel Henriques colocada no P4306, o qual aparece com aquele seu ar de rato de biblioteca, com os óculos típicos e os papéis debaixo do braço, em inequívoca atitude ilustradora de quem se interessava pelas questões intelectuais, tendo inclusive merecido uma referência nesse sentido, colocada num comentário, pelo Miguel Pessoa, especulando se aquele visual não seria perigoso no sentido do IN eventualmente identificar por ele alguém mais graduado, e obtendo uma resposta do Henriques/Luís Graça revelando que aquilo era apenas por ronco, já que via bem ao perto e ao longe, tendo apenas alguma maior sensibilidade à luz. Ao menos não eram Ray-Ban, senão ainda o poderíamos confundir com o A.B.... vade retro!

Da conjugação destas entradas acabei por me lembrar que na Guiné não deixei de pertencer à tal geração do livro, persistindo em mantê-lo por companhia e como elemento essencial de vida. A prová-lo está essa foto que envio, tirada no quarto, em Bissau, na moradia anexa ao Centro de Escuta onde prestava serviço. Estou a ler um jornal que me chegava por correio, visto ter assinatura, e que se chamava “Comércio do Funchal”. Na mesa de apoio, ao lado da cama, é visível um livro intitulado “As Minhas Universidades”, dum conhecido autor russo. Por debaixo desse, está um livro encapado que não me consigo recordar o que seria. Ao lado está um livro sobre economia, que cheguei a estudar com mais dois camaradas de serviço, sendo que para isso aproveitava os turnos de serviço nocturno, das 01.00 às 07.00, para passar a folhas A4 dactilografadas e com papel químico, para serem lidas e comentadas posteriormente. Por debaixo dos envelopes das cartas de avião está um outro livro encapado, mas esse sei que seria um livro intitulado “A Mãe”, do mesmo autor de “As Minhas Universidades”. Tinham capas para furtar a curiosidade dos bisbilhoteiros e/ou bufos e tentar preservar o mais possível a integridade física (a minha).

Na outra foto que também anexo, tirada numa das esplanadas do Pelicano, em que estou com os Furriéis Mil. Fernando Roque e Nélson Batalha, no dia do meu aniversário em Outubro de 71, também é visível que em cima da mesa se encontra uma capa com um livro dentro. Trata-se de uma preciosidade chamada “O elefante”, dum autor polaco de nome Mrozeck, sendo um livro de contos dos quais alguns foram lidos para mais do que os elementos que ocupavam a mesa em que me encontrava na esplanada do Bento, provocando enormes e saudáveis gargalhadas, já que os contos escolhidos a isso se prestavam.

Por tudo isto que agora recordo, bem assim como as viagens feitas com o atrás mencionado Fur Roque, de moto (Honda?), até Nhacra, para assistir a algumas sessões culturais (digamos assim) que por vezes lá ocorriam, convivendo com outros elementos dos quais retenho a lembrança dum antigo colega de escola e outras vivências, o Fur Mil Bento Luís, e que se passavam na CCAV então comandada pelo Cap Mário Tomé, reforço a ideia de que o livro foi não só uma incontornável companhia para ultrapassar as situações vividas como também a fonte onde fui beber a informação, o conhecimento, a cultura, a formação e tudo o mais que ajudou a moldar-me.

Disse acima que foi, mas é para mim bastante claro que ainda é, pelo menos quando se cultiva a atitude de reflectir o que se lê e se procura discutir o que se lê, no sentido de elevar o conhecimento e não nos limitarmos à reacção, quantas vezes impulsiva, quantas vezes boçal, quando confrontados por qualquer questão ou simplesmente para dar uma opinião.

Caros camaradas, desculpem estas reflexões sobre “memórias de tempos de guerra” mas podem crer que a guerra se travou em muitas frentes… e de muitas maneiras! Até para criar condições para acabar com ela!

Um abraço para toda a Tabanca!

Hélder Sousa
Fur Mil Transmissões TSF

Bissau > Hélder Sousa, no quarto. Na mesinha de cabeceira, os inseparáveis livros

Na foto, Hélder Sousa com os camaradas Fernando Roque e Nelson Batalha


2. Pequeno apontamento de CV:

"A Mãe" e "As Minhas Universidades" são livros de autoria de Máximo Gorki, pseudónimo de Alexei Maximovich Peckov que nasceu em 1868 na cidade de Nijni-Novgorod, chamada mais tarde de Gorki em sua homenagem, e que faleceu em Moscovo em 1936. Tem uma vastíssima obra literária.
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Nota de CV:

(*) Vd. poste de 10 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4316: Histórias em tempos de guerra (Hélder Sousa) (4): A bazuca em rajada