REPORTAGEM DE JORGE TEIXEIRA (PORTOJO), EXTRAÍDA, COM A DEVIDA VÉNIA, DO BLOGUE DA TABANCA DOS MELROS
Os Ecu's foram de abalada até Valbom, agora Cidade - mais uma - dentro da Cidade (?) e Concelho de Gondomar. Nossa referência convivencial. Nascidos e/ou residentes ou simples passantes, é daqui o motivo-origem da nossa (re)união. Gondomar.
Coisas que não interessam nada para o caso dentro do contexto Tabanca'uístico dos Melros, que mesmo em crise de presenças não querem esquecer como tudo começou há quatro anos em Medas, território do famoso régulo de Mampatá, o Carvalho Mano Novo.
Seguiram-se Jovim - ó Presidente que já não apareces há manga de chuvas, que é feito de ti ? - S. Cosme (mais deserções no nosso exército, especialmente dos manos Martins, esses músicos fadistas que tanta falta nos fazem), e o impulso do Presidente-Secretário-
Pois, como diria o poeta, foi na antiga Escola Primária de Rossamonde, agora sede do Grupo Etnográfico de Valbom, que o camarada Silva - não o Mouro mas o Bigodes - escolheu para nos receber na sua freguesia, bem acoitado pela direcção e voluntários do Grupo. A todos o meu obrigado, que não é representativo (mas acho que assinarão por baixo) dos presentes na dita e referida reunião dos Ecu's.
Claro que para ir descobrir Valbom precisava de amigos. Eles não faltaram ao meu help, mas acabei por escolher o Cibrão. Não por nada, mas sempre é mais seguro viajar numa Mercedes-Chaimite, do que por exemplo no Seat-Unimogue do Neca. No vermelhão Jipe 4x4-Amaro Barbosa é que nunca.
A rapaziada foi chegando mas as preocupações eram outras.
Olhar o porquinho ao sol e às brasas de sobreiro, pinho ou louro. Não sei, a madeira é importante, mas para mim o bronze do bicho é que me interessava
Temperatura escaldante e enquanto o Quim Soares se abriga do Sol, o Presidente Bandalho J.Teix.45 está meio friorento.
Vamos olhando para fora da cerca, mas o que está dentro dela é que interessa.
E para a posteridade, aqui ficam os "arranjos" do alegorismo do Grupo Etnográfico, com o presidente Bandalho em destaque.
Não sei como nem de onde apareceram umas chouriças e morcelas e uns canapés, coisa fina a que os Melros se foram habituando lá no Choupal. E também umas iscas de bacalhau que por qualquer motivo não tiveram direito a foto de promoção. Mas que estavam boas, não houve dúvidas.
Ainda hoje não entendo a razão porque é que onde há ex-militares se formam bichas (sim bichas, não estou a denegrir ninguém ...) chamadas desde tempo longínquos, de pirilau.
Para os e as jovens desconhecedores(a)s, aqui fica o esclarecimento: essas bichas formavam-se em três ocasiões especiais: para o Rancho-da- fome, para receber o Pré-miserável e para Saltar ao Galho. O mais pequeno, para mim, era o de Vendas Novas, o maior o das Caldas.
Este blogue (e este secretário que gosta de reviver Os Meus (Nossos) Vinte Anos) arroja-se a ser um manancial histórico-didáctico que faria raiva ao Oliveira Martins ou mesmo ao Hermano Saraiva, se ainda fossem vivos. Mas sei que o coordenador museológico Carlos Silva tem em conta este futuro arquivo. Mai'Nada.
Não são precisos oficiais e sargentos de dia para organizar e manter em ordem os camaradas.
As Bichas - Pirilau, claro - formam-se naturalmente. A frente pela esquerda, à retaguarda pela direita. A velhice continua a ser um posto.
O Gil aviador, nosso anfitrião no Choupal e zelador do Museu, toma a sua aperitiva lourinha. Mas em que estará a pensar ? O Porquito está sob meu cuidado e segurança.
Contradizendo as reportagens de ditos e desavenças em que a última semana foi fértil, nos Ecu's, verdes ou vermelhos - Barbosa e Neca - só têm o trabalho de mastigar. Mas algo se passou que não lhes agrada. Será que houve um azul ao vento? Mistérioooo...
O tal dito cujo Porco, salvo seja, bronzeava-se mas logo era aparado, saltando para o meio dos moletes deliciando os apreciadores da boa fêvera.
Mais bichas
Finalmente, chegaram as Tripas. Confidicialmente contou-me o Silva de Catió que quando se chegou à frente, o tacho estava vazio. Esperou pelo segundo, coisa que nunca se deve fazer, mas quando lá foi espreitar, nicles, também não havia. Ora isso é coisa em que não acredito.
A malguinha em primeiro plano foi cheia duas vezes. Adivinhem de quem era... E não foi preciso ir duas vezes para a bicha. Bem sei que há quem tenha regalias, mas que diabo, temos de fazer por elas. Olhem só os Catrogas, os Borges, os Marcellos, os Coelhos, etc e tal, embora nada disso venha aqui para o caso, mas é como que uma explicação e prontos. Por sinal, o tinto foi errado. Era para ser maduro mas saiu verde. Mas também nada se perdeu.
E cada um se amanhou com as cordas que teve. Eles pela experiência de vida, elas por terem aprendido.
Só eu sei, como diria o cantor brasuca, quantas andanças fiz. Mas parece que houve meninos que não se mexeram (ou será mecheram ??) do mesmo sítio desde que entraram em cena.
Ora aqui está a prova de que o Silva de Catió mentiu e enfardou e bem sobre as Tripinhas. Lá por estar a explicar ao Cibrão como é que os canoístas conseguem trazer umas medalhitas para Portugal, nunca perdeu de vista o objectivo. Mas nos entretantos em que estaria a pensar o Fernando Súcio ? O azul, não sei se raparam, é a cor dominante. Lindo.
Claro que no meio de tanta gajada há sempre quem se aproveite e o santinho do Carlos Vinhal é um aproveitador...
E o Lobo uuuuuu parece que se andou a fazer ao cargo de secretátio fotógrafo. Só a D. Germana destoa do azul.
Para complemento umas fatias de melão e melancia. Do primeiro ainda comi uma pequennininhhaaa. Sério. Mas desde uma célebre semana de campo em Vendas Novas que não provo melancia. Mas isso são outras histórias. E o azul continua da cor do céu.
Até que ficam bem no prato. Mas não sei para onde se sumiram. Bá, verde e vermelho...
Uma caneca perdida, mas achada à posteriori. Não devemos quebrar o sigilo de a quem pertencia. Mas o dono dela andava lá por longe, despistado como habitualmente.
Um belo coração em filigrana de ouro, ex-libris de Gondomar. Pertence a uma componente do Grupo Etnográfico que mais tarde actuaria para nós. E aqueles cordões, que dariam para pagar uns tantos jantares de marisco...
Os nabos de S. Cosme ganhariam a estes, mas isso também são outras histórias.
E mesmo que passem encostados com a barriga ao balcão, há camaradas a quem ela nunca se esvai.
O camarada Súcio, que me conhece de ginjeira, ajudou a montar a segurança ao Bicho Porco.
Mas como é muito versátil e dá para todas as especialidades, veio juntar-se ao Quim na segurança aos pipos.
Esta história nunca mais acaba porque o Porco dura e dura e dura...
Alguns dos nossos anfitriões fizeram o favor de "pousar". Só não sei que lata era aquela e o que continha...
O Carlos Silva só está bem quando lhe dão alguma coisa para a mão. Mesmo que ninguém o ouça, o microfone tem de estar próximo. Quer esteja desligado ou não. Para ele tanto faz. E para nós também. Mas o bolo comemorativo estava bom mesmo, até para os diabéticos.
A D. Germana ajudou o Silva organizador da Festa a partir e distribuir o dito.
Os primeiros lateiros não podiam ser outros. Um Bandalho e um Lobo.
Ó p'a eles - e elas - desconsoladinhos, esperando como pobres a esmola.
O Bicho Porco estava finalmente à maneira para se lhe deitar o dente. O Presidente Bandalho já estava com pena dele. Não foi por nada, é que depois do bolo é proibido comer porco.
Mas quem não comeu bolo, come porco e a sua costelinha. Demorou umas horas, mas valeu a pena.
Para terminar a confraternização, o mestre de cerimónias foi buscar alguns elementos do Grupo Etnográfico para a rapaziada acabar o dia em beleza.
Música a rolar, Grupo a ensinar e a rapaziada a dar ao pé.
"Prontos"... é tudo por hoje.
Agora já comia mais umas costelinhas, mas esqueci de levar a marmita.
Rapaziada, até ao dia 13 na nossa sede, O Choupal dos Melros
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Notas de CV:
- Ecu's - Ex-combatentes do Ultramar
- Bandalhos - Ex-combatentes pertencentes à tertúlia do Bando dos Melros/Tabanca dos Melros
Vd. último poste da série de 20 de Setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10412: Convívios (475): I Encontro do pessoal do Pel Rec Daimler 2208 (Mansoa/Mansabá e Bissau) ocorrido no passado dia 28 de Julho de 2012 em Porto Alto (Ernestino Caniço / Carlos Pinto)