Vídeo (9' 58'') > Alojados no You Tube / bra6567 © George Freire (2009). Todos os direitos reservados. (Clicar no link, como alternativa, para visionar o filme).
Guiné > Nova Lamego (Gabu) e Bissau, set 62 / nov 62. Vídeo 1/3 (com mais de 1 milhão de visualizações no You Tube, desde junho de 1969). Primeira parte de um vídeo (de cerca de 30') de George Freire, abarcando o o período de set 1962 a mai de 1963, em que comandou a 4ª CCAÇ, primeiro em Nova Lamego (set a nov 1962) e depois em Bedanda (nov 62 a mai 63), onde teve o seu batismo de fogo (mar 63).
1. Sinopse dos vídeos [ Virgínio Briote / Luís Graça]:
No primeiro vídeo (1/3) vemos Nova Lamego (Gabu), o aquartelamento, os oficiais subalternos da 4ª CCAÇ, a avenida principal, um domingo à tarde com as famílias dos oficiais, os esquilos amestrados, a esposa do Jorge Freire, Edite, com a filha do 1º sargento da companhia, mulheres nativas à pesca de camarão, a operação de lavagem das roupas (ou como bater bem com as peças de roupa nas pedras!), as lindas bajudas do Gabu mais os
djubis a brincar na água, os cães boxer do médico da companhia, a piscina, a fonte de água, a Edite à pesca, o grande régulo Fula do Gabu, a mulher mais nova e a mais velha (aparentemente amigas uma com a outra) do régulo, os netos, os trajes de cerimónia, o alfaiate da terra, um passeio domingo à tarde (a Edite e o Jorge), o pôr do sol, a o campo de aviação do Gabu e, por fim, a viagem de avioneta (Dornier ou Austin ?) até Bissau, o leste visto "by air".
Já em Bissau, vê-se o render da guarda ao Palácio com a população a assistir. Há companhia, de soldados metropolitanos, já com camuflado e G3 (estamos no úlimo trimestre de 1962). AEdite e uma amiga num jardim em Bissau. Depois, de novo, o regresso ao Gabu, em avioneta dos TAGP.
No segundo vídeo (2/3), o cap Jorge Freire, ainda no Gabu, vai visitar, de jipe, acompanhado da esposa Edite, os pelotões destacados. Eram viagens ainda "sem perigo". O macaco-cão, mascote de um dos pelotões. Um alferes,em calções, farda amarela e chapeu colonia. Vemos depois a Edite a caminhar para a fronteira. O marco da fronteira com a Guiné-Conacri, na zona leste, em Buruntuma com os dizeres ainda frescos "República Porguesa, Província da Guiné"). O capitão leva apenas uma pistola Walther. Regresso. A
estrada Buruntuma-Piche-Nova Lamego, "um das melhores da região". Paragem na ponte sobre o Rio Caium [, ou ponte Malã Dalassi, e não Mule Balassi, como vem, com erro, na legenda; Malã Dalassi ou Temanco, era a aldeia fula mais próxima].
Entretanto, acabada a missão no Gabu, a 4ª CCAÇ é colocada em Bedanda, em novembro de 1962. O capitão e a esposa regressam a Bissau. E vão de barco comercial, para o sul. Imagens do barco, do rio e da viagem (não é claro de é no Rio Geba, até Bissau, ou já do Rio Cacine). Paragem em Cacine. Por fim, Bedanda, o aquartelamento [ainda em construção], as pirogas no Rio Cumbijã, a construção de novas instalações para o pessoal, os alferes da companhia (um dos quais viria a morrer em combate, dias depois), imagens filmadas antes da saída de uma patrulha, um prisioneiro amarrado que terá, durante uma emboscada, morto um dos soldados da companhia (, ao que parece, em 2/3/1963), um mês e picos depois do início "oficial" da guerra... ( A Edite deixa de aparecer: ainda passou quase um mês em Bednda, mas "nos fins de Dezembro [de 1962] tive que a mandar de volta a Portugal pois as coisas começaram a aquecer demais"...].
E continuando: a fauna local (hiena, crocodilo, gazela), pirogas no Rio Cumbijã, patrulhas no Cumbijã em siny«tex, os tarrafos ao lado, os tarrafos dos nossos descontentamentos, soldados da 4ª CCAÇ ainda com mausers, visita a uma secção destacada em Chugué, a transferência para Bedanda da população Ffula de Imberém, no Cantanhez, para as festas que se seguiram, batque, as bajudas com as belezas à mostra…
No terceiro e útimo vídeo (nº 3/3), ainda as bajudas fulas (em "imagens não censuradas")... E depois, terminada a comissão em maio de 1963, o capitão regressa a Bissau....Ouve-se o “eu vou chamar-te Pátria minha”, na voz do Carlos do Carmo (, música de Zé Niza e letra de Manuel Alegre), enquanto os olhos se espraiam lá do alto pelos rios e ribeiros, as margens, as florestas, as lalas. Imagens que era costume, alguns de nós, registarem, quem sabe com o receio de nunca mais nos lembrarmos…
Em Bissalanca [, ou não seria antes Brá, o aeródromo de Brá, antes da construção da BA 12, em Bissalanca ?], um MG branco ou creme rodeado de especialistas da FAP, a torre de controlo, a visita à Guiné de dois adidos norte-americanos, o adido comercial e o adido militar, o coronel Jeffries, e as últimas vistas de Bissau no último fim de semana, antes do regresso à pátria, no T/T Ana Mafalda.
A fortaleza da Amura, o porto de Bissau, o desembarque no cais e o desfile de um pelotão de caçadores nativos, o capitão Simões, tão falado pelo Amadu Bailo Djaló nos seus escritos e, no dia do embarque, no Ana Mafalda, em 26 de Maio de 1963, o movimento em dias de movimento de navios, o cais de embarque nº 2, o navio em manobras, a afastar-se, com a Amura e Bissau a recortarem-se, cada vez mais pequenos.
Depois, o Atlântico, as Canárias no horizonte, até, finalmente, começarem a ver a costa, com Lisboa cada vez maior, no Tejo de tantas entradas e saídas, a volta ao Bugio, o jovem capitão Jorge Matias Freire, à civil, de fato à anos 60 e Lisboa ali tão perto que já se via gente à espera deles, de lenços no ar, a Torre de Belém, o Monumento aos Descobrimentos, e, como um agradecimento, as últimas imagens são do capitão, do imediato e do médico do Ana Mafalda.
A guerra na Guiné ainda estava muito, mesmo muito, no princípio. Mas para os quatro soldados, um sargento e um alferes da companhia do capitão Jorge Freire, em Bedanda, a guerra tinha acabado. É, com a lembrança deles, que o Jorge Freire termina este pequeno filme. Que é um ternura. Uma homenagem às suas gentes, às suas belas mulheres, à sua esposa, à sua filha,. aos seus camaradas. É também a evocação de um... paraíso perdido.
Já em tempos tínhamos chamado a atenção para a grande importância documental deste filme, que é absolutamente uma raridade... E a "nostalgia" que ele nos desperta!... Não a "nostalgia da perda do império"... mas dos nossos verdes anos!... Poucos de nós, militares, tinham, na época, meios técnicos para reproduzir, em som e/ou imagem, aspectos do seu quotidiano, da vida nos aquartelamentos, das paisagens, das gentes e até da atividade operacional... Uma câmara de filmar super 8 era um luxo... (VB /LG) (*)
2. O nosso grã-tabanqueiro (, desde finais de dezembro de 2008) (**), George Freire, é um dos primeiríssimos combatentes da guerra da Guiné. Mas ainda conheceu o "paraíso perdido", do leste (Gabu) à região de Tombali (Bedanda). Foi tenente (na CCAÇ 153) e depois capitão (na 4ª CCAÇ). Era do curso da Escola do Exército a seguir ao do cap inf José Curto. Era provavelmente do curso do meu capitão, Carlos Brito, o comandante da CCAÇ 2590/CCAÇ 12. Tinha um máquina de filmar de 8 mm, e tem este belíssimo filme de quase 30' sobre o seu tempo de Guiné (1961/63).
Esse velho filme de 8 mm foi convertido por ele para digital. Foi publicado no You Tube, na conta do Virgínio Briote, e depois no nosso blogue, sob a forma de 3 vídeos (*). O George Freire mandou em 14 de junho de 2009 uma mensagem aos seus amigos americanos, com conhecimento aos editores do blogue que voltamos a reproduzir (tradução do inglês para português, pelo nosso camarada Miguel Pessoa):
Assunto - Blogue português "Camaradas da Guiné"
Alguns de vocês sabem que, antes de a Edith e eu termos vindo para os Estados Unidos em Outubro de 1963, eu servi no Exército Português em África, na Guiné Portuguesa, (agora chamada Guiné-Bissau), por um período de dois anos.
Existe um blogue muito interessante, em português, chamado "Luís Graça & Camaradas da Guiné", onde milhares de soldados portugueses que ali combateram, escrevem histórias de guerra, memórias, etc.
No final do ano passado deparei casualmente com este blogue e, como podem adivinhar, interessei-me bastante em ler todo o material que foi e ainda continua a ser publicado neste Blogue, onde, até agora, já foram registadas quase 1.100.000 visitas.
Na época eu tinha escrito um diário cobrindo o período compreendido entre Outubro de 1962 e Maio de 1963, que entretanto lhes enviei... e que já foi publicado.
Tinha também um velho filme de 8 milímetros feito naquele período em que lá estive e decidi fazer uma versão atualizada, com som e legendas, com a ajuda do Windows Movie Maker.
Resolvi enviar-lhes o DVD e... adivinhem!, publicaram-no hoje no Blog, e também no You Tube.
O filme é bastante interessante (a Edith aparece em várias passagens), e peço-vos a todos, se tiverem uma oportunidade e tempo disponível, que visitem o blogue e vejam o filme. Ele foi subdividido em três partes, devido ao tempo limite para cada secção, de acordo com as normas do You Tube.
O link para o blogue é: http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/
Se clicarem no endereço acima, entram logo para o Blogue. Porque diariamente são publicados novos Postes (já houve várias entradas depois de o meu filme ter sido publicado), vocês terão que descer duas ou três páginas para ver os filmes. O título do Poste é:
Guiné 63/74 - P4525: Um filme de George Freire (CCAC 153 e 4 ª CCAC, 1962/63): Gabu, Bedanda, Cumbijã, Bissau, Lisboa ... (V. Briote)
George e Edith, quando éramos jovens. A Edith manteve-se por lá por três ou quatro meses, antes de os combates começarem, tendo depois regressado rapidamente a Portugal.
Espero que gostem do filme.
Obrigado,
George Freire
3. Comentário de L.G.:
Voltamos a reproduzir este documento por ocasião da efeméride (***) dos 50 anos do início da guerra na Guiné. É também uma homenagem a este nosso camarada, e grande português da diáspora, que vive nos EUA e a quem desejamos muita saúde e longa vida.
Entretanto, para melhor contextualizar o surpreendente filme com que o George Freire nos presenteiou em junho de 2009 e que o Virgínio Briote pôs no You Tube (*), vamos recuperar alguns dados biográficos do nosso camarada:
(i) "A [CCaç 153] de que originalmente fiz parte quando partimos para a Guiné, no dia 26 de Maio de 1961, foi criada em Vila Real de Trás-os-Montes, onde eu era ainda tenente, segundo comandante, e o capitão [José] Curto, comandante, (do curso um ano mais velho do que o meu), passámos semanas a organizar a companhia";
(ii) "De Vila Real todo o pessoal viajou para Lisboa de comboio e passados talvez uma ou duas semanas, partimos de avião, (dois aviões de transportes da FA), do aeroporto de Lisboa para Bissau, onde chegámos no mesmo dia ao anoitecer";
(iii) "De Bissau, onde passámos a noite, seguimos logo para Fulacunda, onde permaneci à volta de dois meses, após os quais chegou a minha promoção a capitão";
[A CCAÇ 153 foi mobilizada pelo RI 13 de Vila Real e comandada pelo Capitão de Infantaria José dos Santos Carreto Curto. Embarcou para Bissau em 27Mai61 (via aérea) e regressou em 24Jul63. A 26Jul61 foi colocada em Fulacunda destacando forças para Empada, Cufar, Catió e Bolama, por periodos variáveis. A 7Fev62 foi rendida pela CCAÇ 274 e foi colocada em Bissau. A 11Fev62 rendeu a CCAÇ 74 em Bissau. A 21Jul63 foi substituida pela CCAÇ 510, ficando a aguardar embarque.];
(iv) "De Fulacunda fui transferido para Bissau para comandar uma companhia de nativos [, a 4ª CCAÇ, ] e render o capitão Helder Reis. Passei 4 ou 5 meses em Bissau, daí para o Gabu (outros 6 meses) e daí, [em novembro de 1962,] para Bedanda onde passei o resto da minha comissão";.
(v) " Durante o Natal de 1961 a minha mulher [, Edite,] veio passar um mês a Bissau onde eu estava na altura a comandar uma companhia de nativos [, a 4ª CCAÇ]";
(vi) "Em Julho de 1962 a minha mulher voltou para a Guiné e passou quase 3 meses no Gabu (Nova Lamego), onde eu comandei uma companhia mista. [Vd. vídeo nº 2, ou parte 2/3]
Vídeo (0' 56'') George Freire > Nov 62 / mar 63 > Vídeo 2/3 > Nova Lamego, Buruntuma, Bissau, Cacine, Bedanda, Chugué... Os primeiros sinais da guerra, no sul da Guiné, em março de 1963: O primeiro morto, o primeiro prisioneiro, as primeiras transferências de população, ... A farda marela, a mauser...Fauna local: a hiena, o crocodilo... O Rio Cumbijã...
Inserido na conta do Virgínio Briote no You Tube / bra6567 (,Clicar aqui, como alternativa, para visionar o filme)
(vii) "Do Gabu fui transferido [, em Novembro de 1962,] para Bedanda [, no sul, Região de Tombali,] onde ela [, a esposa Edite,] ainda passou quase um mês, mas nos fins de Dezembro tive que a mandar de volta a Portugal pois as coisas começaram a aquecer demais[... Em maio de 1963 chegou o fim da comissão e o regresso a Portugal] (Vd. vídeo nº 3, parte 3/3];
(viii) "No dia 18 de Maio, o capitão Nelson (meu colega de curso) veio render-me. Durante os 4 dias seguintes fiz a entrega da 4ª CCaç ao Nelson e no dia 21 de Maio segui de avião para Bissau. Aí estive à espera de transporte e finalmente no dia 27 de Maio parti de volta a Portugal no navio da CUF, ".Ana Mafalda";
(ix) "Nos fins de Agosto [de 1963] pedi a minha demissão e parti com a minha família - mulher e duas filhas de 3 e 2 anos [ uma delas, a Isabelinha, que aparece no filme, hoje com 49 anos - ] para os EUA onde me encontro faz este ano 45 anos;
(x) "Desde então tirei um curso de engenharia mecânica, trabalhei para outras duas companhias e, em 1989, formei a minha própria companhia de consultaria de projectos relacionados com energia de gás, co-geração, etc."..
Vídeo (9' 59''): George Freire (2009).Vídeo 3/3 Inserido na conta do Virgínio Briote no You Tube / bra6567 (, Clicar aqui, como alternativa, para visionar o filme).
Início da guerra na Guiné. Fim da comissão, regresso a Bissau, aeródromo de Brá (que antecedeu a BA 12, em Bissalana), o último fim de semana em Bissau, a Amura, o Palácio do Governador, a chegada a companhai de nativos a Bisssau, adidos americanos em Bissau (o do comércio, o militar...), a partida no T/T"Ana Mafalda" e o regresso, com passagem pelas Canárias, chegada a Lisbioa, o Bugio, a Torre de Belém, o Padrão dos Descobrimentos, o cais de Alcântara, a fmília, a Isabelinha ("que hoje tem 49 anos")...Comentário do autor, no final: ainda a guerra estava no final... Balanço das baixas /mortais) da 4ª CCAÇ: 1 alferes, 1 sargento, 4 praças
Notas do diário de George Freire, ex-cap inf
1/3/63:
Hoje pela 09:30 e mais tarde pelas 14:30, pessoal do pelotão do Cabedú sofreu emboscadas respectivamente entre Cafal e Cafine e no cruzamento de Cabante. Na segunda emboscada sofremos [ a 4ª CCAÇ] um morto e um ferido. Uma viatura Chaimite [?] foi destruída na primeira emboscada.
Seguiram dois pelotões reforçados para os locais das emboscadas.Em Impungueda uma patrulha da CCaç 859 travou contacto com os terroristas e feriu alguns e os outros conseguiram fugir.
2/3/63:
Durante parte do dia de ontem e durante todo o dia de hoje as nossas forças percorreram todo o terreno nas zonas das emboscadas. Encontraram vestígios dos atacantes, fizeram um prisioneiro que tinha tomado parte numa das emboscadas, mas nada mais.
O soldado ferido seguiu de avião para Bissau e o morto foi enterrado no cemitério de Bedanda. O prisioneiro foi interrogado mas poucas informações conseguimos. Foi enviado para o Batalhão [BCAÇ 356] para ser interrogado.
6/3/63:
Fizemos um reconhecimento à zona de Emberem [Iemberém]. O alferes Gonçalves encarregou-se de falar aos chefes Fulas de Emberem [Iemberém] e discutir a possível mudança das suas tabancas para Bedanda. Há toda a vantagem dessas mudanças para incrementar a protecção da população Fula.
Poderemos também formar aqui e em Bedanda um pelotão de uns 40 Fulas, o que nos poderá ajudar substancialmente na segurança da área e aliviar as nossas forças. Os chefes Fulas aceitaram a nossa oferta de braços abertos.
7/3/63:
Começámos o transporte da população Fula de Emberem [Iemberém]. Usámos 10 viaturas neste movimento. Calculamos que serão necessárias 3 mais viagens semelhantes. [Vd. vídeo 2, ou parte 2/3]. (...)
4. Nota do nosso colaborador José Martins:
O George Freire (Cap. Inf. Renato Jorge Cardoso Matias Freire) foi o segundo capitão a comandar a 3ª CCI (do Gabu e antecessora da CCaç 5 - Gatos Pretos), de onde foi transferido para a 4ª CCI em Bedanda, sendo o quarto capitão a comandá-la.
(Nota tirada do 7º Volume CECA)
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Notas do editor:
(*) Vd., poste de 14 de junho de 2009>
Guiné 63/74 - P4525: Um filme de George Freire (CCaç 153 e 4ª CCaç, 1962/63): Gabu, Bedanda, Cumbijã, Bissau, Lisboa... (V. Briote)
(**) Vd. poste 29 de Dezembro de 2008 >
Guiné 63/74 - P3681: Tabanca Grande (106): George Freire, ex-Comandante da 4ª CCaç (Fulacunda, Bissau, N. Lamego, Bedanda). Maio 1961/Maio 1963)
Hoje com 80 anos, está reformado, George Freir foi empresário na área da engenharia. Vive em
Chapin,
South Carolina,
Estados Unidos... Vem frequentemente a Portugal. Gosta de conviver e de viajar, do golfe, da pesca e da vela.
(...) De Bissau, onde passámos a noite, seguimos [,.a CCAÇ 153,] logo para Fulacunda, onde permaneci à volta de dois meses, após os quais chegou a minha promoção a capitão. De Fulacunda fui transferido para Bissau para comandar uma companhia de nativos e render o capitão Helder Reis. Passei 4 ou 5 meses em Bissau, daí para o Gabu (outros 6 meses) e daí para Bedanda onde passei o resto da minha comissão.
Voltei para Portugal e fui novamente colocado na Academia Militar, (nesse tempo ainda chamada Escola do Exército), onde tinha sido instrutor desde 1957 até à minha ida para a Guiné.
Durante os anos de 1958 até 1961, tive a oportunidade de trabalhar (nas horas livres) com um tio direito, que tinha uma firma de serviços de engenharia e caldeiras industriais. Durante as férias de verão todos esses anos viajei aos EUA duas ou três semanas para ajudar o meu tio em assuntos relativos aos seus negócios com duas companhias no estada da Pensilvânia.
Quando voltei da Guiné, uma dessas companhias ofereceu-me uma posição, (com o título de gerente de operações internacionais), e com uma remuneração muito difícil de recusar.
Nos fins de Agosto [de 1963] pedi a minha demissão e parti com a minha família, (mulher e duas filhas de 3 e 2 anos), para os EUA onde me encontro faz este ano 45 anos. Desde então tirei um curso de engenharia mecânica, trabalhei para outras duas companhias e, em 1989, formei a minha própria companhia de consultaria de projectos relacionados com energia de gás, co-geração, etc.
Em 2001 parei de trabalhar full time, e estou basicamente reformado. Felizmente de boa saúde, vou a Portugal todos os anos onde me encontro com um bom grupo de antigos camaradas de curso e família. Tenho 3 filhas, a mais nova nasceu aqui, embora todas casadas, somente tenho um neto e uma neta da filha mais velha. A filha do meio e a mais nova não têm descendentes.(...).