No passado domingo, dia 15, recebi um surpreendente telefonema de um camarada muito estimado, cronista consagrado de estórias de antanho em confronto com a vida moderna de uma remota localidade transmontana, Brunhoso, mas também atento observador da vida moderna, em todos os seus contornos, não só rústicos, mas também cosmopolitas, onde se mostram as tendências de uma comunidade, e onde se acumulam as mais impertinentes manifestações de vaidade e inocuidade. O Francisco Baptista tem sabido lidar com as diferenças, e ainda poupa a sociedade moderna ao confronto com a sociedade de onde provém, onde se cultivavam valores e raízes.
No meio de um supermercado da capital tive a primeira oportunidade de manter uma animada conversa com ele. Falámos do Blogue, de alguns dos seus proeminentes membros, de encontros, e de matérias em que nos envolvemos. Mas também falámos de nós, do que nos anima e interessa, acabando com o desejo recíproco de provocarmos um encontro. Mas o que o Francisco queria dizer, é que tinha um grande desejo de vir ao encontro da Magnífica, mas as forças locais estavam a oferecer-lhe alguma resistência para a concessão da necessária autorização. Fronteiras do norte, claro!
Ontem, durante o encontro, citei várias outras mensagens ao pessoal, da parte de camaradas que não puderam comparecer, mas, amigavelmente, manifestaram votos de tudo decorresse com agrado geral. Foi o caso dos seguintes camaradas: o João Sacoto; o João José Martins; o Miguel Rocha, e, finalmente, o Marcelino da Mata que foi obrigado a desmarcar por força duma rara consulta médica para que foi convocado. Mereceram a atenção geral.
O dia estava bom, com temperatura agradável, que não era afectada pela suave brisa atlântica, e a luz era bastante clara, como que a sugerir a primavera que o encontro antecipou. Dois dias antes, por telefone, confirmei que estava tudo okay. Porém, na hora. veio a verificar-se que não estava, o que causou o desagrado geral, na medida em que o pessoal reivindica os direitos adquiridos sobre os mimos já alcançados, bom serviço, bom preço, e boa pinga, a célebre Esteva. O vinho sobre as mesas, com as garrafas já abertas, era da Casa Messias, mas do desagrado geral. Diligenciaram a substituição em poucos minutos provinda do Guincho, mas veio alguma coisa da região de Setúbal, um vinho escuro, áspero, só para pessoal de barba e palato rijo. Depois constatámos a falta de dois elementos, um na cozinha, outro na sala, a que se juntou uma outra confusão com a atribuição de uma dose para seis, numa mesa de 3, e vice-versa. O Senhor Comandante reagiu mal, pois até ele era afectado. A comida apresentou-se ao nível costumeiro. Logo se decidiu que o próximo encontro realizar-se-á noutro local.
Tiraram-se fotografias, e conviveu-se, com a dificuldade de serem convívios restritos à proximidade de cada mesa, e ao que era possível nos intervalos. Eu tive que sair mais cedo, 3 camaradas acompanharam-me, pois entreguei-lhes as chaves de casa para terem o que fazer, e fui avaliar a reparação de um estrago que fiz há dias atrás. Abalei preocupado, pois se os três gentios descobrissem onde guardo o melhor produto embotelhado, ficaria a chupar o dedo, dadas as evidentes facilidades de arrumação dos individuos, o João António e o Carlos Santa, apesar do perigo maior vir do perigoso lingrinhas To Zé Castanheira. Quando cheguei a casa, estavam encostados ao carro, no estacionamento, pois não tinham dado com as chaves acertadas. Já iam lindos, como se infere com facilidade. Mamaram um terço de uma Canadian Clube, deixaram-me para o jantar o equivalente a um copinho de Esteva, aberto na ocasião, e, tanto eu, como o João António, tomámos dois cálices de uma reserva Portal, que há una anos trouxe da adega. A minha psicóloga teve que ir perto de S. João das Lampas, no concelho de Sintra, buscar o neto que ali mora e frequenta a escola, pelo que ainda salvei uma boa parte dos líquidos disponibilizados. Avé!
Logo após os camaradas terem saído, telefonou-me o gerente do restaurante, que pediu desculpa pelas más ocorrências, e a quem comuniquei que vamos para outro azimute na próxima ocasião, mas, posteriormente, voltaremos ao contacto. É que uma mudança de ares pode fazer bem.
Assim, muito mal informado sobre os acontecimentos durante a minha ausência do encontro, não tive qualquer notícia desagradável, pelo que as coisas correram bem, e sei que houve pelo menos um encontro desde há 40 anos. Também tentei ligar ao Luís Graça, que teve a gentiliza de me enviar uma mensagem que só abri à posterior, mas não atendeu, e já era tarde na viragem do dia. Também falei com o Senhor Comandante que se referiu ao azar do serviço, e manifestou-me a preocupação se promoverem encontros mais garantidos, no sentido de proporcionar as melhores condições para convívio. Aceitou o argumento de que Oitavos vai sofrer uma punição, mas que oferece excelentes condições de localização, de estacionamento, de instalação, e tem sido uma excelente relação qualidade/preço. Verá-se, como dizia o outro.
Ainda me recomendou a transmissão de saudações para todos os camaradas do Blogue.
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OBS: - Selecção das fotos da responsabilidade do editor
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Nota do editor
Último poste da série de 22 de Março de 2015 > Guiné 63/74 - P14398: Convívios (659): Encontro do pessoal da CCAÇ 816 (Bissorã, Olossato e Mansoa, 1965/67), dia 23 de Maio de 2015 em Fátima (Rui Silva)