João Carlos Celestino Gomes >
Presépio, 1930, óleo sobre tela 106,7 x 127 cm, Museu de Ílhavo
Celestino Gomes (1899-1960) é um ilhavense ilustre, médico, artista, pintor, poeta. Ílhavo era, por sua vez, a terra das mulheres de xaile preto, de forte personalidade, verdadeiras matriarcas, cujos maridos andavam embarcados na pesca do bacalhau ou na marinha mercante... Terra de pescadores, navegantes, marinheiros. Terra também do nosso amigo e camarada Jorge Picado que aos 32 anos, engenheiro agrónomo e pai de quatro filhos, foi capitão miliciano na Guiné...
O Dr. Rogério Leitão, cujas melhoras de saúde desejamos ardentemente, era médico da CCAÇ 557, que esteve do Cachil, depois da Op Tridente (1964). É também um ilustre filho da Ria de Aveiro, cidadão aveirense, vizinho do nosso Jorge Picado.
Foto: ©
Luís Graça (2008). Direitos reservados.
1. Mensagem do José Manuel Ferreira, ex- Sold Apontador de Armas Pesadas, CCAÇ 462, Ingoré (1963/65) (**):
Meus caros camaradas MR e Luis Graça
Este mail está a ser redigido e vai ser-vos enviado pelo facto de ter visto (finalmente, mas a culpa não é toda nossa) o Dr. Rogério Leitão, insígne médico cardiologista e aveirense com lugar próprio (***).
Falo nele, para vos confirmar o que já sabem. É pessoa das minhas relações, por outras razões. Mas sempre me falava com algum interesse e entusiasmo no seu Catió e outros locais.
Todos sabemos também que interveio no programa do Joaquim Furtado, passado na RTP1, há tempos.
Um dia não muito distante, como pessoa cumpridora e organizada que é, telefonou-me propsitadamente para informar que sua esposa tinha sido vitimada por um AVC. Recebi o seu telefonema com alguma surpresa, preocupação e incomodação. Lá me desenrasquei com as palavras que o momento originava. Um telefonema para resolver uma questão de um grupo organizado de que ambos fazíamos parte e que, assim, sua esposa não poderia estar presente.
Após isto dei conhecimento a todos os membros do grupo. Mas o Dr. Rogério Leitão deixou de aparecer, o que se compreendia.
Mas hoje, ao visitar o nosso blogue, vejo algumas fotografias dele e da esposa que ali foram postadas. Só que, segundo notícias um tanto baralhadas ainda, indicam também que o Dr. Rogério Leitão não anda bem, mas não sei em que condições, mas parece que também com qualquer coisa do foro cardiológico.
Fazendo bem ou mal, penso que devia partilhar connvosco esta informação, a tempo ou destempo. Neste fim de semana, espero poder obter mais indicações. E se elas interessarem, direi qualquer coisa.
Até lá vamos aguardar as evoluções... e que sejam favoráveis e de recuperação.
Um Ab
Do camarada
J. M. Ferreira
(Aqui junto do Rio Vouga)
2. Mensagem de L.G. (c/c José Augusto Rocha):
Camarada Ferreira:
Transmite ao nosso camarada, Rogério Leitão, as nossas preocupações pela sua saúde, e também os nossos votos de melhoras, para ele e para a esposa... Quando as coisas estiveram melhores, queremo-lo aqui no nosso blogue, no meio de nós, na Tabanca Grande... Este lugar pertence-lhe por direito... Tens alguma foto dele, actual ? Dá-nos (boas) notícias, logo que puderes... Luís
3. Resposta de José Augusto Rocha, advogado, ex-Alf Mil, CCAÇ 557 (
Cachil,
Bissau e
Bafatá, 1963/65) (****)
Luís Graça
Infelizmente, os anos passam por nós e levam aquilo que melhor temos da vida: a saúde! Pelo que vejo, a traição do organismo também está a chegar ao Rogério Leitão… o que lamento, mas é mesmo a inexorável lei da vida!
Como previa, o Rogério Leitão não se quis comprometer em ceder as fotografias… nunca compreendi esta sua aversão, melhor, talvez até compreenda…
Lá vi o poste da minha crónica, que como sempre está competentemente contextualizado e cartografado… quase me dá vontade de escrever “Breve Memória da Guerra da Guiné II”, mas o seu conteúdo que seria pouco ortodoxo para a sensibilidade geral, aconselha a que não fira susceptibilidades… dos valorosos combatentes da guerra, em que, aliás, historicamente me incluo.
Pelos comentários que vi, foi muito didáctica a citação do Che Guevara. Eu também andei por esses colégios religiosos, no caso concreto, o Colégio de Lamego dos monges beneditinos, onde, por acaso, também em épocas mais remotas andou o Aquilino Ribeiro!
A minha aversão a comemorar (memorar em comum) acontecimentos de triste memória, conduziu a que sempre tenha rejeitado os encontros desse Colégio, que também merecia uma boa crónica, ainda nunca feita, para se saber o que é essa triste e hipócrita realidade do internato em instituições religiosas… e mais não digo!!!
Escrevi ao Colaço, que corrigiu – e bem - alguns pormenores da minha crónica da Guiné, mas que não a desfiguram e são de mero pormenor.
Espero que um dia possamos fazer um almoço para cavaquear estas coisas e outras que surjam.
Um abraço
José Augusto Rocha
______________
Notas de L.G.:
(*) Vd. postes de:
28 de Setembro de 2008 >
Guiné 63/74 - P3248: Eu, capitão miliciano, me confesso (1): Engenheiro agrónomo, ilhavense, 32 anos, casado, pai de 4 filhos... (Jorge Picado)
9 de Abril de 2008 >
Guiné 63/74 - P2736: Tabanca Grande (60): Apresenta-se o Jorge Picado, ilhavense, ex- Cap Mil, CCAÇ 2589, CART 2732 e CAOP 1 (1970/72)
(**) Vd. último poste do J. M Ferreira > 11 de Novembro de 2009
Guiné 63/74 - P5252: Estórias avulsas (57): Funeral na Guiné – Refeição melhorada
(***) Vd. poste de 13 de Novembro de 2009 >
Guiné 63/74 - P5264: Os nossos médicos (8): O Dr. Rogério da Silva Leitão, aveirense, cardiologista, CÇAÇ 557, Cachil, Como, 1963/65 (José Colaço)
(****) Vd. poste de 14 de Novembro de 2009 >
Guiné 63/74 - P5267: História de vida (17): Um homem no Cachil, Ilha do Como, CCAÇ 557, 1964 (José Augusto Rocha)