Guiné > Região de Tombali > Mampatá > CART 6250 (1972/74), Os Unidos de Mampatá > Maio de 1974 > Um bigrupo do PAIGC, a caminho de um encontro (desta vez, pacífico) com o pessoal aquartelado em Mampatá.
Em 26 de Novembro de 1970, por volta das 8h50, no decorrer da Op Abencerragem Candente, a CART 2715 e a CCAÇ 12 sofreram uma violenta emboscada, de que resultaram 6 mortos, 9 feridos graves e um número indeterminado de feridos ligeiros entre as NT... Quinze dias depois, Spínola visita o aquartelamento do Xime (CART 2715) e tece duras críticas ao comando do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72).
Em 26 de Novembro de 1970, por volta das 8h50, no decorrer da Op Abencerragem Candente, a CART 2715 e a CCAÇ 12 sofreram uma violenta emboscada, de que resultaram 6 mortos, 9 feridos graves e um número indeterminado de feridos ligeiros entre as NT... Quinze dias depois, Spínola visita o aquartelamento do Xime (CART 2715) e tece duras críticas ao comando do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72).
Foto: © José Manuel Lopes (Josema) (2008). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Estrada (alcatroada) Bambadinca - Xime > Chegada ao Xime, em 9 de Março de 1974, da CCAÇ 3491 (Dulombi, 1971/74), para embarque em LDG a caminho de Bissau. A esta companhia pertencia o nosso camarada Luís Dias. O Xime era a porta de entrada na zona leste...
Foto: © Luís Dias (2008). Direitos reservados. (com a devida vénia...)
Continuação da publicação do Despacho do Com-Chefe, de 7/1/1971, relativo à visita de inspecção ao BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), um documento de 12 páginas (*)
7. Visita a Xime em 12dez70
- A impressão colhida na inspecção à Companhia do Xime [, CART 2715, ] foi má.
- O Comandante da Companhia revelou uma muito precária preparação táctica para conduzir a sua subunidade no mato, nomeadamente no que toca a noções elementares de segurança.
Com base na descrição que me foi feita da acção realizada em 26 de Novembro [de 1970] na região Xime-Ponta do Inglês [, Op Abencerragem Candente,] (**), conclui que o êxito da emboscada do IN se deve fundamentalmente a erros graves cometidos pelos Comandos de Batalhão [na altura o comandante interino era o Major de Artilharia José António Anjos de Carvalho ] e Companhia, do ponto de vista de segurança. Ao primeiro por ter marcado um itinerário a percorrer numa operação, tirando iniciativa ao Comandante da Companhia, e ao segundo por não se ter deslocado em adequado dispositivo.
É evidente que uma força que se desloca no mato por uma picada [a antiga estrada Xime-Ponta do Inglês] constitui um objectivo altamente vulnerável para uma emboscada.
Encontrei a Companhia com fraco moral em consequência das baixas sofridas (**), e não encontrei por parte dos Comandos a determinação de cumprir a missão cometida às forças emboscadas. Uma emboscada é um incidente e não pode nunca constituir motivo impeditivo do cumprimento de uma missão.
O Comando do Batalhão deveria ter imediatamente, com reforço ou não, providenciado no sentido de no mais curto prazo de tempo ter sido reconhecida a região de Ponta do Inglês (objectivo da operação). (***).
- O Comando da Companhia [CC] desconhecia a quem competia a responsabilidade da área do Destacamento do Enxalé durante o espaço de tempo em que aquele Destacamento esteve temporariamente dependente do CC; assim como também não teve conhecimento da altura em que cessou aquela responsabilidade.
É incompreensível tal situação.
- O Comandante de Companhia queixou-se que passam barcos de noite no Xime sem que este tenha conhecimento, o que dificulta o cumprimento da sua missão. Este problema deveria já ter sido coordenado pelo Comandante de Batalhão, ou posto superiormente.
- Não tem sido respeitada a orgânica das subunidades.
A Companhia do Xime foi reforçada com 1 Grupo de Combate de Mansambo [CART 2714] que foi desmembrado, ficando o seu Comandante no Xime a comandar uma secção, e tendo sido destacadas para o Enxalé duas Secções. Essa solução carece de lógica e afecta os laços orgânicos.
- Há que averiguar as condições em que está a ser pago, com carácter permanente, pessoal nativo destinado a “picagem”, pois não é permitida a utilização de pessoal nativo a título permanente (O Tenente-Coronel Robin esclarecerá este assunto).
- A tabanca de Xime não tem chefe. O Comandante do Batalhão já devia ter levantado este problema junto da Administração.
- Verificou-se que a Companhia não emprega minas e armadilhas, especialmente em zonas onde não há população, o que não tem justificação, face à carência de meios disponíveis.
- A população da tabanca [do Xime] encontra-se completamente entregue a si própria, desconhecendo o que terá de fazer em caso de ataque e apresentando as suas armas em estado manifestamente precário de limpeza, nem tão pouco as sabendo utilizar. Não há qualquer plano de defesa da tabanca.
- O Comandante da Companhia desconhecia o plano de tráfego de canoas no Rio Geba, o que é inadmissível. Como é possível controlar o tráfego quando se desconhecem os respectivos condicionamentos (zonas amarela, azul e vermelha) ?
- O plano de defesa do Xime necessita de ser elaborado em novas bases, em ordem a englobar a defesa da tabanca.
- Não está a ser tirado rendimento da mobilidade da Artilharia [, 20º PEL GAC 7, operando o 0bus 10.5, ] que se deve deslocar por entrada para apoiar operações nas zonas nevrálgicas.
-Os abrigos da defesa encontram-se concentradas em determinadas zonas em detrimento de defesa global do quartel e tabanca.
- Não está a ser tirado rendimento da metralhadora Breda que se encontra mal localizada.
- Na missão atribuída à Companhia refere-se que deve colaborar na defesa de Bambadinca. Como ? (pp. 5/8).
_____________
Notas de L.G.:
(*) Vd. poste de 7 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6335: O Spínola que eu conheci (19): "Fiquei francamente mal impressionado com a visita à Companhia sediada em Mansambo" (Benjamim Durães / Jorge Cabral / Luís Graça)
(**) Desta emboscada resultaram 6 mortos (quase uma secção inteira, massacrada) e 9 feridos graves... Os mortos foram o guia e picador da CCS / BART 2917, Seco Camará (natural e residente no Xime, mandinga); e, da CART 2715, o Fur Mil Joaquim de Araújo Cunha, 1º Cabo José Manuel Ribeiro, o Sold Fernando Soares, o Sold Manuel da Silva Monteiro e o Sold Rufino Correia de Oliveira.
(***) Vd. postes de: