Foto nº 1
Foto nº 2
Foto nº 3
Foto nº 4
Foto nº 5
Guiné-Bissau > Bissau > Fortaleza da Amura > 7 de Março de 2008 > Amura: um lugar repleto de história e de histórias...
Visita no âmbito do Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau, 1 a 7 de Março de 2008), no último dia do evento. Na foto nº 1, o Coronel de Cavalaria do Exército Português, Carlos Matos Gomes, na situação de reforma, um homem do MFA da Guiné e um celebrado autor de romances de guerra como Nó Cego, Soldadó ou Fala-me de África (que assina sob o pseudónimo literário de Carlos Vale Ferraz)... É também um conhecido historiógrafo da guerra do ultramar / guerra colonial, co-autor, juntamente com Aniceto Afonso, de diversas publicações.
Na foto nº 2, Matos Gomes está junto do catalão Josep Sánchez Cervelló, professor universitário, em Tarragona, especialista em história sobre o 25 de Abril e a descolonização portuguesa... Por detrás, vê-se o edifício, em ruína, da antiga (se não me engano) 2ª Rep do Comando-Chefe, a famosa Rep Apsico, onde trabalhou Otelo Saraiva de Carvalho e Ramalho Eanes.
Na foto, por detrás do Matos Gomes, vê-se o edifício, em ruína, da antiga 2ª Rep (salvo erro) do Comando-Chefe, a famosa Rep Apsico, onde trabalhou Otelo Saraiva de Carvalho e Ramalho Eanes...
Nas fotos nºs 3 e 4, vemos o Matos Gomes a servir de cicerone ao Paulo Santiago e a mim próprio. Entre os edifícios históricos, há o do antigo Com-Chefe (foto nº5). Foi aí que um grupo de conspiradores entrou de rompante no gabinete do Com-Chefe, e deu voz de prisão ao General Bettencourt Rodrigues, na manhã de 26 de Aril de 1974, o chamado golpe de Estado do MFA na Guiné. Portanto, foi na Amura e não no palácio do Governador que tudo aconteceu...
Nas fotos nºs 3 e 4, vemos o Matos Gomes a servir de cicerone ao Paulo Santiago e a mim próprio. Entre os edifícios históricos, há o do antigo Com-Chefe (foto nº5). Foi aí que um grupo de conspiradores entrou de rompante no gabinete do Com-Chefe, e deu voz de prisão ao General Bettencourt Rodrigues, na manhã de 26 de Aril de 1974, o chamado golpe de Estado do MFA na Guiné. Portanto, foi na Amura e não no palácio do Governador que tudo aconteceu...
Desse grupo de oficiais revoltosos faziam parte Ten Cor Mateus da Silva (Eng Trms) (*), Ten Cor Maia e Costa (Eng), Maj Folques (Cmd), Maj Mensurado (Pára), Cap Simões da Silva (Art), Cap Sales Golias (Eng Trms), Cap Matos Gomes (Cmd), Cap Batista da Silva (Cmd), Cap Saiegh (Cmd Africanos), Cap Ten Pessoa Brandão (Armada ) e Cap Mil José Manuel Barroso.
Matos Gomes, na altura capitão do Batalhão de Comandos da Guiné, foi um dos protagonistas do 25 de Abril neste palco da história recente dos nossos dois países.. Voltou lá, à Amura, 34 anos depois...
Hoje, na Amura, repousam os restos mortais de Amílcar Cabral e de outros combatentes da liberdade da pátria, como Osvaldo Vieira, Domingos Ramos, Tina Silá, Pansau Na Isna, 'Nino' Vieira, etc. (LG).
Hoje, na Amura, repousam os restos mortais de Amílcar Cabral e de outros combatentes da liberdade da pátria, como Osvaldo Vieira, Domingos Ramos, Tina Silá, Pansau Na Isna, 'Nino' Vieira, etc. (LG).
1. Mensagem do nosso amigo Luís Gonçalves Vaz, com data de hoje:
Data: 15 de Março de 2012 15:03
Assunto: Lista de Oficiais do QG do CTIG
Olá, Luís:
Conforme solicitaste, aí vai a lista de oficiais do QG, a saber:
Em 1973/74, eram estes os oficiais do QG (O meu pai, o ten cor Ventura e o major Cabrinha, sei que estiveram até ao fim de 74):
Chefe do Estado-Maior - Coronel do CEM, Henrique Gonçalves Vaz
Chefe da 1ª Repartição - Tenente-coronel do CEM Cunha Ventura
Chefe da 2ª/3ª Repartição - Major do CEM Cabrinha (foi este oficial que representou o meu pai, CEM/CTIG e CCFAG na altura, na cerimónia de transmissão de soberania em 9 de Setembro, em Mansoa) [, cerimónia onde esteve também em destaque o nosso co-editor, o ex-Fur Mil Op Esp / Ranger Eduardo Magalhães Ribeiro]
Chefe da 4ª Repartição - Tenente-coronel do CEM Morgado
Chefe de Serviço de Transportes - Tenente-coronel de Infantaria Monsanto Fonseca
Assunto: Lista de Oficiais do QG do CTIG
Olá, Luís:
Conforme solicitaste, aí vai a lista de oficiais do QG, a saber:
Em 1973/74, eram estes os oficiais do QG (O meu pai, o ten cor Ventura e o major Cabrinha, sei que estiveram até ao fim de 74):
Chefe do Estado-Maior - Coronel do CEM, Henrique Gonçalves Vaz
Chefe da 1ª Repartição - Tenente-coronel do CEM Cunha Ventura
Chefe da 2ª/3ª Repartição - Major do CEM Cabrinha (foi este oficial que representou o meu pai, CEM/CTIG e CCFAG na altura, na cerimónia de transmissão de soberania em 9 de Setembro, em Mansoa) [, cerimónia onde esteve também em destaque o nosso co-editor, o ex-Fur Mil Op Esp / Ranger Eduardo Magalhães Ribeiro]
Chefe da 4ª Repartição - Tenente-coronel do CEM Morgado
Chefe de Serviço de Transportes - Tenente-coronel de Infantaria Monsanto Fonseca
[Notas do LGV: (i) CEM - Corpo do Estado Maior (oficiais com o curso complementar de Estado Maior no Instituto de Altos Estudos Militares); (ii) recorde-se, por outro lado, que em 17 de Agosto de 1974 foi oficialmente criado o QG unificado para o CC (Comando Chefe) e CTIG . Assim, a 2ª Rep, por exemplo, passou a designar-se 2ª Rep do CC/FAG, ou seja, Comando Chefe das Forças Armadas da Guiné]...
Abraço
Luís Beleza Vaz
Nota do editor:
Último poste da série > 13 de março de 2012 > Guiné 63/74 - P9602: Os nossos últimos seis meses (de 25abr74 a 15out74) (4): Documentação referente a negociações entre Portugal e o PAIGC com vista à desmobilização das tropas africanas que combateram por Portugal (Carlos Filipe)
(*) Vd. aqui excerto das declarações do Gen Mateus da Silva, no âmbito do seu depoimento sobre a descolonização (Estudos Gerais da Arrábida, painel dedicado à Guiné, 29 de agosto de 1995):
(...) No dia 26 de Abril, logo de manhã, nós, este grupo que estava mais ligado, reunimo-nos no Batalhão de Pára-quedistas, em Bissau, às 8.30h, a discutir o que havíamos de fazer. E foi nessa reunião que decidimos intervir e, digamos, fazer aquilo a que eu chamo um golpe militar em Bissau, que na altura não teria esta percepção, mas, a posteriori, considero que de facto foi um golpe militar. (...)
(...) Às 9h (era feriado municipal em Bissau), fomos ao gabinete do comandante-naval, comodoro Almeida Brandão, convidá-lo a ser o nosso futuro comandante-chefe. Também tem piada porque, antes de destituirmos o governador, já estávamos a convidar o futuro
comandante-chefe. O comodoro hesitou um bocado e disse que não podia aceitar. Nós até queríamos que ele também fosse logo connosco ao gabinete do Bettencourt Rodrigues. Recusou-se mas acabou por dizer que aceitava ser comandante-chefe. Em seguida, ainda passámos pelo Palácio do Governador mas ele não estava, estava no comando-chefe na Amura. Fomos então à Amura. Na altura, houve uma companhia da polícia militar que cercou o comando-chefe, e também havia tropas pára-quedistas nossas que estavam ali à volta.
Entrámos de rompante no gabinete do general Bettencourt Rodrigues, o ajudante meteu-se à frente e levou um pinhão que voou por ali adentro… A porta abriu-se de escantilhão e nós entrámos. Agora imaginem, do ponto de vista do general comandante-chefe, que vê um grupo aí de doze oficiais, entrarem-lhe assim pelo gabinete… Ele ficou logo desequilibrado psicologicamente.
(...) O general Bettencourt Rodrigues perguntou se estava preso, e este também é um aspecto que acho muito interessante. É evidente que ele estava pelo menos bastante coagido, mas eu disse: «Não, o meu general não está preso, simplesmente vai ao palácio, faz as suas malas e embarca hoje no avião para Lisboa.» E foi o que ele fez, mas muito civilizadamente. (...)