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quinta-feira, 26 de março de 2020

Guiné 61/74 - P20775: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (119): A COVID-19 não passará!... Voltamos a recuperar o sentido da "bicha de pirilau"...(Jorge Araújo, régulo da Tabanca dos Emiratos)






Emiratos Àrabes Unidos > Abu Dhabi >  25 e 26 de Março de 2020  >  O Jorge Araújo, o régulo da Tabanca dos Emiratos, mandou-nos  algumas fotos tiradas da janela do seu apartamento, umas de dia, outras à noite. "A primeira, tem a ver com a mensagem colocada ao fim da tarde de ontem (25 de março), numa zona relvada do condomínio, desenhada com pequenas pedras, pedindo para as pessoas ficarem em casa, pois ficam mais seguras - 'STAY HOME'  (fique em casa) - 'STAY SAFE' (fique seguro)."

 Fotos (e legenda): © Jorge Araújo (2020). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do Jorge Araujo, com data de ontem:



Caro Luís, boa Tarde,

Tenho sabido, pelo blogue, que os nossos camaradas “jovens-veteranos”, incluindo tu, estão a controlar, com mais ou menos esforço, a situação provocada pelo “inimigo” dos tempos modernos – COVID-19 – ao utilizar uma arma bem mais poderosa que os “Strelas” de há cinquenta anos, e que, por via disso, já está a produzir novas mudanças nos comportamentos nas/das nossas vidas.

Quanto a mim, depois de uma primeira fase de quarentena voluntária, intercalada com algumas curtas saídas registadas até ao passado fim-de-semana, entrei agora na “quarentena” semelhante à que tem vindo a ser imposta em todos os continentes do planeta, face à situação crescente desta pandemia, como medida para proteger as populações da disseminação deste surto.

Daí que, também aqui as directivas emanadas pelo governo, nomeadamente a partir da passada segunda-feira (23Mar20), vão no sentido de diminuir o risco de contágio, interno e externo, estando encerrados todos os espaços públicos cobertos como sejam: escolas de todos os níveis de ensino, ginásios, centros culturais, comerciais e afins. Também alguns espaços abertos, como jardins, parques de aventura e polidesportivos, foram encerrados. Foi, ainda, determinada a suspensão de todos os voos de passageiros no país. Estão, no entanto, garantidos todos os bens de primeira necessidade.

Porém, porque estamos num contexto de crise sem precedentes em termos globais, quer seja do ponto de vista da saúde, social e económico, o universo dos Serviços de Saúde, locais e nacionais, entraram em “estado de prevenção e alerta”, parecendo-me existirem todas as condições logísticas para responderem, com sucesso, a qualquer situação mais difícil.

No que concerne a notícias do nosso Portugal, tenho estado atento aos conteúdos informativos transmitidos pela RTP Internacional, o único canal em português a que tenho acesso. A situação observada a oito mil quilómetros de distância, parece-me estar a engrossar (a agravar).

Sendo certo que a geração dos “seniores” está mais exposta, correndo mais riscos se não soubermos utilizar as experiências adquiridas ao longo dos anos, creio que o papel que os “veteranos da guerra” poderiam assumir é darem um “murro na mesa”, sem lesões e sem partir a mesa, e pedirem aos que estão próximo para terem “bom sendo (juízo)”, respeitando as orientações dos profissionais de saúde.

Termino, por hoje, dizendo que agora faz todo o sentido utilizar o conceito de «bicha de pirilau», propondo que acabem, por enquanto, com os ajuntamentos de mais de duas pessoas.

Fiquem bem… mas em segurança.

Um grande abraço (virtual).

Jorge Araújo.

PS1 - Anexo mais um trabalho escrito, para os devidos efeitos, referente à CCAÇ 414.
PS2 - Anexo fotos tiradas do meu apartamento.
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Nota do editor:

terça-feira, 7 de março de 2017

Guiné 61/74 - P17113: O nosso blogue em números (41): O Jorge Araújo registou ontem, dia 6, às 11h11, o nº 7777777 no nosso contador de visualizações: uma capicua perfeita e irrepetível... Na próxima (77777777), daqui a 7 décadas já estaremos todos/as a dormir o sono dos justos... Os heróis, poucos, esses terão um lugar especial no Olimpo...


Imagem do contador do nosso blogue, com a situaçãpo de ontem, às 11h11. 
Fonte: Jorge Araújo (2017)



I. Mensagem, com data de ontem, às 11h42, Jorge Araújo, ex-fur mil op esp / ranger, CART  3494 / BART 3873 (Xime e Mansambo, 1972/1974), nosso grã-tabanqueiro e colaborador permanente:

Caro Luís,
Bom dia.

Acaso possa interessar, como elemento histórico e estatístico de visitas ao nosso blogue, anexo o registo obtido às 11h11 de hoje:

7777777.

Boa semana.
Um abraço,
Jorge Araújo.


II. Resposta do nosso editor:

Jorge, tens de jogar no Euromilhões!...

Essa, vou publicar... É uma capicua perfeita e absolutamente irrepetível... A próxima seria 77 milhões 777 mil e 777 visualizações... Ou seja, admitindo, na melhor das hipóteses que o número de visualizações cresce um milhão por ano, daqui a 7 décadas, lá para o final do séc. XXI... Nessa altura estaremos  todos a dormir o sono dos justos... e nalguns casos debaixo de água...

Agora a acrescenta mais 1,7 milhões, relativos ao período de 23/4/2004, início do blogue, a maio de 2010 (e não de 2014!, como por lapso  vinha indicado, uma "maldita gralha"  que "resistiu" ao nosso olho clínico)...  Temos assim 9,5 milhões de visualizações  no total... a caminho dos 10 milhões a atingir ainda este ano...

Como vais tu?... Eu há um mês como "jubiliado", mas a continuar a trabalhar para a Escola e a pensar que tenho todo o tempo do mundo... Uma treta, é uma ilusão... Continua a ser um bem precioso, único, o tempo!

Ab. fraterno.
Luis

PS - Passas, a partir de hoje, a ter o estatuto de colaborador permanente do nosso blogue....


Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné: evolução do número de visualizações de página de 6/2/2017 a 7/3/2017, às 14h00. 

Fonte: Blogger (2017)


Resumo do mês:

Visualizações de páginas de hoje (até às 14h00) > 693

Visualizações de página de ontem  > 1851

Visualizações de páginas no último mês  (de 6/2/2017 a 6/3/2017/ > 57 128

Histórico total de visualizações de páginas  (desde maio de 2010) > 7 779 729

Seguidores  > 560



 III. Definição de "capicua"

ca·pi·cu·a
(catalão capicua, de cap, cabeça + i, e + cua, cauda)

substantivo feminino

1. Número que se lê igualmente da direita para a esquerda ou vice-versa e ao qual se atribui boa sorte (ex.: 1467641 é uma capicua).

2. [Jogos] Pedra que, no jogo do dominó, pode fazer dominó ou ganhar a partida, deslocando-a para um e outro lado.

"capicua", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/capicua [consultado em 07-03-2017].
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Nota do editor:

Vd. últimos postes da série:

9 de janeiro de  2017 > Guiné 61/74 - P16934: O nosso blogue em números (41): No final de 2016, atingíamos um total de 66 600 comentários (mais 5200 do que em 2015)... O número médio de comentários por poste é ligeiramente inferior a 4... Os nossos leitores continuam a vir ao blogue, a ler-nos e comentar-nos, não obstante o sistema, nada amigável, do Blogger, que filtra o SPAM

7 de janeiro de 2017 > Guiné 61/74 - P16928: O nosso blogue em números (40): No final de 2016, atingimos um total de 9,3 milhões de visualizações... Quem nos visita, vem sobretudo de Portugal (41,9 %), EUA (24,9 %), Brasil (6,8 %), Alemanha (4,6 %) e França (4,3%)

5 de janeiro de 2017 > Guiné 61/74 - P16922: O nosso blogue em números (39): Em 13 anos, de 23/4/2004 até ao final de 2016, publicámos 16890 postes, e a Tabanca Grande tem hoje 731 membros (51 dos quais falecidos)

domingo, 6 de maio de 2018

Guiné 61/74 - P18610: XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (20): Monte Real, sábado, 5 de maio de 2018: mais caras, "novas" e "velhas"... É uma alegria ver gente desta geração que faz 100, 200, 300, 400, 500 quilómetros ou mais (ida e volta) para se encontrar e "matar saudades"... Outros vêm pela primeira vez à procura dos camaradas da Guiné...


A Maria João (do Jorge Araújo) e a Isabel (do Tó Zé Pereira da Costa)... De que falam as nossas mulheres que 'não' estiveram na guerra ?


O António Acílio de Azevedo...Voltou à Guiné o ano passado...


O Tó Zé Pereira da Costa, o Jorge Araújo e o Hernâni Alves da Silva



O nosso escritor José Ferreira da Silva e o nosso coeditor Carlos Vinhal...


Em primeiro plano, o Jorge Cabral e em segundo plano o Francisco Silva e o Manuel Lima Santos (que veio de Viseu com a Maria de Fátima: é um casal que já é, há muito,presença habitual dos nossos encontros)


Diamantino Varrasquinho e Maria José (que é professora do ensino básico, reformada)... O Diamantino costuma vir aos nossos encontros, com o mano, que desta vez ficou em Ervidel, Aljustrel.  Faz 600 km (ida e volta) para estar connosco. O Diamantino e o Manuel são donos da famosa Adega Monte Acima (telem 919 721 864 / 917 320 104). Se passarem por Ervidel, estão convidados para lá beber um copo....  Vamos formalizar a inscrição (definitiva) do Varrasquinho na Tabanca Grande.



Camacho Lobo (Maia) e Armando Oliveira (Vila Nova de Gaia)


Carlos Alberto Pinto (à direita) e Fernando Oliveira (à esquerda): vieram da Reboleira, Amadora.



Manuel Joaquim e Jaime Bonifácio Marques da Silva. 


José Manuel Lopes, Jaime Bonifácio Marques da Silva e Carlos Silvério


Jorge Araújo, o nosso mais recente coeditor, e Ferando Ponte (que andou na LDG 101, "Alfange", no TO da Guiné, entre agosto de 1967 e setembro de 1969)


Jorge Araújo e Maria João


A filha do Francisco Silva e da Maria Elisabete,  Maria Claúdia, mais os filhotes Sofia e Tiago


Os nossos totalistas David Guimarães e Lígia... São o único casal, se não erro, que foi a todos os nossos 13 encontros, a começar pela Ameira, Montemor-O-Novo... A Lígia (Guimarães) figura, com todo o mérito, na lista dos membros da Tabanca Grande.


Monte Real > XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 5 de maio de 2018 > As primeiras imagens >  Mais caras "novas" e "velhas"... É uma alegria ver gente desta geração que  faz 100, 200, 300 quilómetros para se encontrar e "matar saudades"... Outros vêm pela primeira vez à procura dos camaradas da Guiné...


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

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Nota do editor:

Último poste da série > 6 de maio de  2018 > Guiné 61/74 - P18609: XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (19): Monte Real, sábado, 5 de maio de 2018: a emoção de sempre, a dos reecontros de velhos camaradas e amigos... e a da chegada do novos "perquitos"...

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Guiné 61/74 - P18223: Pelotão de Morteiros 2138 (Buba, Nhala, Mampatá, Aldeia Formosa e Empada, 1969/71): espaldão com história (Jorge Araújo)


Casa Comum > Fundação Mário Soares > Arquivo Amílcar Cabarl >  Pasta: 05360.000.325 > Espaldar de morteiro, mais provavelmemte do Pel Mort 2138 [e não 2139],  Buba, c. 1969/71. Pode perguntar-se: como é que esta foto chega às mãos do PAIGC?

Citação:(1963-1973), "Ponto de tiro de morteiros, do pelotão de morteiros 2139, do exército português.", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_44169 (2018-1-18)



Jorge Alves Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger, CART 3494  
(Xime-Mansambo, 1972/1974)

PELOTÃO DE MORTEIROS 2138  (BUBA, NHALA, MAMPATÁ, ALDEIA FORMOSA E EMPADA, 1969-1971): ESPALDÃO COM HISTÓRIA

por Jorge Araújo

1. INTRODUÇÃO

Tal como aconteceu no meu anterior texto sobre o universo de Pelotões de Morteiros mobilizados para a Guiné (1961-1974), no qual se identificaram e corrigiram algumas discrepâncias encontradas em trabalho académico concluído em 2015 (*), também no caso presente se procura rectificar o que, em nossa opinião, é uma inexatidão (provavelmente uma gralha) e que, por esse facto, deve-se corrigir.

E essa inexatidão (ou gralha) foi editada na legenda de uma foto localizada na Casa Comum – Fundação Mário Soares – na pasta: 05360.000.325, com o título: “Ponto de tiro de morteiros, do pelotão de morteiros 2139 [?], do exército português”. O assunto é: “Estrutura militar portuguesa à beira de um rio [?]: ponto de tiro de morteiros, do pelotão de morteiros 2139. A data [é abrangente]: 1963-1973.

A foto pertence ao DAC - documentos Amílcar Cabral (fotografias), como se prova na imagem acima (reproduzidacom a devida vénia).

Será que esta foto tem alguma história… importante? É muito provável que sim, como daremos conta ao longo do texto.

 Considerando que no decurso da sua comissão ultramarina no CTIG (1969-1971) as diferentes esquadras do Pelotão de Morteiros 2138 [e não 2139] estiveram dispersas pelos aquartelamentos de Buba, Nhala, Mampatá, Aldeia Formosa e, finalmente, Empada, é mais do que certo que a foto acima dirá respeito a um deles, com forte probabilidade de ser o primeiro – Buba.


2. ELEMENTOS HISTÓRICOS DA UNIDADE

Para enquadramento histórico do Pelotão de Morteiros 2138, daremos conta, em síntese, do que escreveu o camarada Vítor Almeida, ex-fur mil, no blogue da sua Unidade [, e de que se reproduz aqui um excerto, com a devida vénia].

O relato inicia-se assim:

"Tudo começou no dia 2 de Junho de 1969 em Chaves, sendo a unidade mobilizadora do Pelotão de Morteiros 2138 o Batalhão de Caçadores 10. Até ao dia 5 de Julho decorreu a instrução de adaptação operacional [IAO] na região de Boticas. De 7 a 16 de Julho foram gozados dez dias de licença antes do embarque para o então chamado Ultramar Português. 

"No dia 17 teve início a segunda parte do IAO estando previsto para o dia 30 de Julho, no navio “Índia”, o embarque para a Guiné, tendo o mesmo sido adiado para 13 de Agosto por avaria no navio. A viagem fez-se a bordo do navio “Uíge”, com chegada à Guiné no dia 18 e desembarque a 19 de Agosto de 1969 pela manhã."

"Entretanto [o Vítor Almeida] embarcou para a Guiné no dia 24 de Julho, num [C-54, ] avião Skymaster da Força Aérea, com escala em Las Palmas e Ilha do Sal, em Cabo Verde, onde pernoitaram [com] a chegada no dia seguinte à Guiné. A finalidade desta viagem antecipada foi tratar da logística do Pelotão, tendo mesmo efectuado uma deslocação a Buba antes da chegada do Pelotão a Bissau [num total de quarenta e oito elementos].

"A partida de todo o pessoal para Buba efectuou-se no dia 24 de Agosto a bordo da LDG 105 “Bombarda”, com chegada no dia 25 pelas 08H00. O pessoal foi dividido por vários aquartelamentos tendo seguido viagem no dia 31 de Agosto, integrados numa coluna militar com destino a Nhala, Mampatá e Aldeia Formosa. 

"Só a esquadra para Nhala chegou ao destino tendo as outras duas regressado a Buba devido ao estado intransitável da estrada. Estas duas esquadras para Mampatá e Aldeia Formosa só no dia 6 de Setembro seguiram para o seu destino.

"No dia 4 de Novembro a CCAÇ 2382, que se encontrava em Buba [comandada pelo Cap Mil Carlos Nery Gomes Araújo (1968/70)] foi substituída pela CCAÇ 2616, passando o Pelotão a depender administrativamente desta última". […]

Em 14 de Março de 1971 foi destacada para Empada uma das esquadras de Buba, comandada pelo fur mil Vítor Almeida [ou seja, pelo próprio].

O regresso a Portugal deu-se no final de Junho de 1971. Felizmente todos regressámos da nossa comissão não interessando mencionar os sacrifícios passados ou as inúmeras vezes que os aquartelamentos onde nos encontrávamos foram atacados.

Pela resenha histórica acima, é credível considerar que esta foto é mesmo de Buba [aguardamos a sua confirmação por quem por lá tenha passado] e a sua existência nos arquivos de Amílcar Cabral (1924-1973), poderá estar relacionada com o reconhecimento relativo à preparação do ataque ao aquartelamento de Buba, em 12 de Outubro de 1969.

Esta é, aliás, uma forte probabilidade fazendo fé no que se encontra referido no livro «Guerra Colonial – Angola / Guiné / Moçambique», do Diário de Notícias, p. 295, onde consta que esta informação foi obtida através da leitura dos documentos apreendidos ao capitão cubano [agora, coronel] Pedro Rodrigues Peralta (n.1937), na sequência da sua captura por tropas paraquedistas do CCP 122/BCP 12, em 18 de Novembro de 1969, durante a «Operação Jove», realizada no “Corredor de Guileje”, onde ficou gravemente ferido e evacuado para o HM 241, em Bissau.

Como curiosidade, o capitão cubano Pedro Peralta foi socorrido e evacuado pela enfermeira paraquedista Maria Zulmira Pereira André (1931-2010), que recebera a incumbência de um seu superior dizendo: “temos um ferido muito grave, que é necessário evacuar o mais rapidamente possível, e a Zulmira não o pode deixar morrer”, [in: Susana Torrão, «Anjos na Guerra», Oficina do Livro, 2011 (P9319)].

3. PREPARAÇÃO DO ATAQUE A BUBA EM OUTUBRO DE 1969

Do livro «Guerra Colonial», referido acima, reproduzimos o que consta sobre a preparação desta operação, informação extraída nos documentos de que era portador o capitão Pedro Peralta.


4. A ESTRATÉGIA DO ATAQUE

A análise ao modo como o PAIGC planeou o ataque ao aquartelamento de Buba em 12 de Outubro de 1969, domingo, deu origem à elaboração de um “Relatório do Ataque” por parte do comandante da CCAÇ 2382, ex-Cap Mil Carlos Nery Gomes de Araújo [, Carlos Nery, membro da nossa Tabanca Grande], bem como o competente croqui sobre a distribuição das forças IN.

Para que conste, dá-se conta, abaixo, de dois croquis do ataque, um global e outro mais específico, divulgados no livro acima citado, onde certamente se localiza o espaldar de morteiros da foto, utilizado pelos elementos do Pelotão de Morteiros 2138 em resposta ao ataque, cujo desempenho foi importantíssimo para o sucesso das NT, conforme é referido pelo autor do relatório.





5. O QUE ESCREVEU O CAP MIL GOMES NERY GOMES DE ARAÚJO

Neste contexto, recupero o que foi escrito pelo ex-CapM il Carlos Nery Gomes de Araújo, publicado no P6183, e citado do comentário ao poste de 25 de Janeiro de 2009:

“Eu era o Comandante da CCaç 2382 uma das unidades sediadas em Buba quando do ataque. A frase transcrita do relatório então elaborado foi de minha autoria. Porém, o desenho baseado naquele que fiz nesse mesmo relatório, contém algumas inexactidões. Efectivamente os cinco bigrupos do PAIGC que pretendiam entrar em Buba (cerca de 300 homens) foram emboscados por um grupo de combate da CCaç 2382, comandado pelo Alf. Mendes Ferreira, e por elementos do Pelotão de Milícia, postados no exterior do aquartelamento para lá da pista de aviação, tendo retirado com baixas e sem atingir o seu objectivo. Nessa retirada utilizaram o largo trilho aberto quando da sua aproximação.

Enquanto isto, a nossa artilharia, 2.º Pelotão/BAC comandado pelo Fur Mil Gonçalves de Castro atingia com eficácia a posição dos morteiros inimigos. Ficaram no local e foram capturadas na madrugada seguinte pelos fuzileiros do DFE7, 158 granadas, das 180 com que contava o Comandante Peralta [cap. cubano Pedro Peralta] na sua "Ordem de Fogo" preparando o ataque a Buba.

Entretanto, os dois morteiros 81, guarnecidos pelo Pel Mort 2138, atingiam a posição ocupada pelo comando do ataque IN, instalado na margem direita do Rio Mancamã, junto à foz. No lusco-fusco desse fim de tarde, viu-se, do quartel, a confusão de vultos em fuga, por entre o capim, nessa outra margem do rio. A maré estava baixa. Um frémito percorreu os defensores. Elementos do DFE7, da CCaç 2382 e da Milícia, sob o comando do Tenente Nuno Barbieri, alcançam a margem do rio Bafatá fronteira à posição dos canhões sem recuo e do comando inimigo. É aí deixada uma base de apoio comandada pelo Alf Domingos, da CCaç 2382, enquanto o Tenente Barbieri tenta ganhar a margem oposta no comando dos restantes voluntários, actuação esta que fez aumentar a confusão existente no dispositivo inimigo. Uma noite sem lua caíra, entretanto. Foi decidido regressar ao quartel. […]

Quando da captura do Comandante Peralta, pelos Paraquedistas, passados poucos dias, foi constatado que os planos de sua autoria para atacar Buba se ajustavam à descrição por nós elaborada. Gomes de Araújo (Cap Mil Art)”.

Em 4 de Outubro de 2009, passados quarenta anos, o colectivo de ex-combatentes do Pelotão de Morteiros 2138 «Sempre Excelentes e Valorosos», reuniu-se em Fátima, onde recordaram, naturalmente, este episódio (e muitos outros) ocorrido (s) em Buba (1969/1971), tornando-se este convívio num dia especial para todos.


Da esquerda para a direita: Vítor Almeida, António Guerra, Guilherme Manuel, Joaquim Magalhães, Hernâni Ramos, Joaquim António Sadio, Manuel Fernando Oliveira “Brasinha” [nosso grã-tabanqueiro nº 727] e António Freitas.

Foto retirada, com a devida vénia, do blogue da Unidade.

Obrigado pela atenção.

Com forte abraço de amizade,

Jorge Araújo.

13DEZ2017.
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sexta-feira, 17 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14889: História da CART 3494 (9): As folgas no colectivo da CART 3494 no Xime (os passeios de domingo ao cais e outras escapadelas) (Jorge Araújo)


1. O nosso camarada Jorge Araújo (ex-Fur Mil Op Esp / Ranger, CART 3494, Xime e Mansambo, 1972/1974), a seguinte mensagem com data de 13JUL2015. 

Camaradas,

A presente narrativa, bastante mais ligeira do que tem sido habitual, surge com o objectivo de ajudar a desvendar o mistério relacionado com o aparecimento de autocarros civis no Cais do Xime, nos anos de 1972 e 1974, quando aí estavam aquartelados os efectivos da CART 3494 e, depois, os da CCAÇ 12.

Ela acontece na medida em que, como sabem todos aqueles que estiveram instalados no aquartelamento aí existente [Xime], ou aqueles que por lá tiveram de passar rumo ao leste ou a Bissau [Cais], a distância entre ambos era curta, permitindo registar/gravar alguns factos.

Independentemente da distância, o que estava em causa na nossa missão era garantir, por todos os meios disponíveis, a segurança a esses dois pontos estratégicos, particularmente o Cais, local sujeito aos nossos olhares mais atentos.

Por via dessa responsabilidade, o Cais registava visitas constantes dos militares, sendo que aos domingos, o objectivo era mais lúdico, onde se batiam umas «chapas à civil» para se enviarem para a metrópole, como sinal de vida e, ainda, como meio terapêutico regulador da angústia, da saudade e do sofrimento familiar.

Para a história, aqui ficam mais estas curtas memórias desses tempos no CTIG.


AS FOLGAS NO COLECTIVO DA CART 3494 NO XIME

(OS PASSEIOS DE DOMINGO AO CAIS E OUTRAS ESCAPADELAS)

- De duplo efeito: consolação e alívio pessoal e meio de comunicação regulador da angústia, da saudade e do sofrimento familiar -

1.- INTRODUÇÃO

Não foi fácil chegar ao título e subtítulos destas curtas memórias relacionadas com a gestão dos diferentes tempos diários do contingente militar da CART 3494 nos primeiros treze meses da sua comissão ultramarina passados no Xime, entre 1972/1973, uma vez que o seu modelo e método utilizados estavam sempre dependentes da dinâmica do conflito, influenciando, de forma impiedosa, os desempenhos nas missões/acções delas emergentes e, naturalmente, o número de efectivos envolvidos.

Por via dessa dinâmica, e porque estamos de acordo com os teóricos da comunicação que defendem que o título do objecto [assunto] deve corresponder ao seu conteúdo, e vice-versa, eis então a justificação para essa dificuldade de partida, que tentámos superar.

Uma vez que toda a agenda de actividades era organizada a partir da interface entre diversos tempos: o tempo operacional contextualizado nas diversas missões/acções, o tempo social como meio de aprofundamento de valores, nomeadamente a partilha, a solidariedade e o companheirismo [que ainda hoje perduram, passadas que estão mais de quatro décadas], o tempo da escrita, do luto e da solidão, pela angústia, saudade e sofrimento familiar implícitos na distância e nas incertezas diárias de que se revestiam todas as nossas práticas, que nem sempre eram coincidentes entre os seus pares, e que ocorriam em momentos diferentes ao longo das vinte e quatro horas do dia.

Por isso, as “folgas ao domingo” é um conceito que não existe no quadro do conflito como foi aquele que experienciámos nos longínquos anos de 1972/1973, nas matas do Xime, ainda que o seu significado se refira a “espaço de tempo destinado ao descanso”. Mesmo assim, o colectivo conseguiu encontrar alguma consolação e alívio das pressões do seu quotidiano em actividades informais de lazer e/ou recreio. 

Uma das principais consolações era a mudança de indumentária, trajando à civil sempre que era possível pendurar o camuflado. Era o que acontecia maioritariamente à noite, aquando do jantar. O outro dia era o domingo, independentemente de este ser igual a todos os restantes, onde as actividades operacionais marcavam a sua presença regular, com destaque para a já estafada referência à segurança da Ponta Coli e às embarcações no Geba.

Caso estivessem institucionalizadas as “folgas ao domingo”, então não estaríamos certamente numa guerra de guerrilha, a não ser que a quiséssemos ironizar plagiando o nosso grande humorista Raul Solnado (1929-2009) na sua “A História da Guerra de 1908 - … os domingos são para descanso”. 

Para quem não conhece esta história ou a queira recordar, eis o seu endereço [www.youtube.com/watch?v=YnW4SvF8yYU].

Sempre que o tempo livre era desfrutado fora do aquartelamento, só existiam três locais possíveis: o Cais e o seu espaço envolvente, situado a duas centenas de metros e, naturalmente, percorridas a pé. Bambadinca e Bafatá eram as duas outras hipóteses, mas que implicavam recurso a transporte militar, e que se poderiam classificar de escapadelas.

Em função da situação geográfica do Aquartelamento do Xime, e para o competente enquadramento do texto, seleccionámos o conjunto de imagens que seguem. 

2.- FOTOGALERIA

Foto 1. Cais do Xime – 1974. Imagem do camarada António Rodrigues [P14797-LG], com a devida vénia, tirada do Aquartelamento do Xime. 

Foto 2. Cais do Xime -Jun/1972. Imagem do macaréu… um fenómeno da natureza que, diariamente, era observado com muita curiosidade e respeito, pelas razões que já são conhecidas. 

Foto 3. Cais do Xime - Jun/1972. Margem esquerda do Rio Geba. Pontão e grua utilizada na colocação e retiro de objectos pesados nas/das embarcações civis. 

Foto 4. Cais do Xime - Jun/1972. Estrada velha Xime-Bambadinca. Da esqª/ditª, os furriéis: Josué Chinelo (20.º Pel. Artª.), Carola Figueira, Jorge Araújo, António Carda e Mário Neves [substituto do camarada Manuel Bento, morto em combate]. 

Foto 5. Bafatá - Jun/1972. Café do Libanês. Da esqª/ditª, os furriéis: Carvalhido da Ponte, Sousa Pinto [1950-2012], Jorge Araújo, Mário Neves e Ferreira [motorista] e o Libanês (?).

2.1-QUANDO UM AUTOCARRO CIVIL ENCONTRADO NO CAIS DO XIME SE TRANSFORMOU EM ESPAÇO DE ANIMAÇÃO 

No domingo 24SET1972, em novo passeio ao Cais do Xime, agora organizado por alguns dos elementos da equipa das “Transmissões”, foi encontrado um autocarro civil, para espanto dos presentes, sem motorista e sem passageiros.

Logo o mesmo foi tomado de assalto, com os operacionais a procederam à sua competente inspecção e a divertirem-se “à grande e à guineense” com os diferentes desempenhos e peripécias.

Com a narrativa deste episódio, para o qual contámos com a preciosíssima ajuda do camarada Sousa de Castro [fotos], pretendemos ainda desvendar o mistério dos autocarros que surgiram em 1974 no Cais do Xime e que suscitaram, também, muitas interrogações expressas nos textos publicados no blogue da «Tabanca Grande», como são os casos dos P14797-LG + P14810-LG + 14832-LG. 

Foto 6. Cais do Xime – 24SET1972. O autocarro “apreendido” (a brincar) pelos operacionais das transmissões da CART 3494, sob o comando do Furriel Luís Domingues, à porta da frente. 

Foto 7. Cais do Xime – 24SET1972. Consumada a apreensão, o grupo de oito elementos pousa para a posteridade. Da esqª/dtª. = Fur. Trms Luís Domingues; António Correia (electricista); Manuel Ramos (1.ºC ap.m’81 - 1950-2012); Rogério Silva (S Radiotelegrafista - 1950-2002); Pinóquio (Op. Cripto); José Vicente (S Trms Inf); Emílio Tojal (S Trms Inf); e, sentado, Sousa de Castro (1.ºC Radiotelegrafista). 

Foto 8. Cais do Xime – 24SET1972. Com a situação controlada, cada elemento do grupo toma o seu lugar na protecção ao autocarro. 

Foto 9. Cais do Xime – 24SET1972. O Sousa de Castro é nomeado para conduzir o veículo para lugar seguro.

Será que o autocarro “aprendido” pelos operacionais da CART 3494, em 24SET1972, é um dos que aparecem na foto abaixo do camarada António Rodrigues [furriel da CCAÇ 12] em 1974?

É difícil saber-se… na justa medida que não é possível comparar as fotos a preto e branco com as fotos a cores, a não ser que se conseguisse identificar a matrícula, o que não é o caso.


Eis uma história diferente (mais soft) passada no Xime em 1972 em que intervieram elementos da CART 3494.

Com um forte abraço de amizade.
Jorge Araújo.
Fur Mil Op Esp / Ranger, CART 3494
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Nota de M.R.: 

Vd. Também o último poste desta série em:

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Guiné 63/74 - P12586: O Destacamento da Ponte do Rio Udunduma - As acções especiais durante o segundo semestre de 1973 (parte II) (Jorge Araújo)

1. Mensagem do nosso camarada Jorge Araújo (ex-Furriel Mil. Op Esp / Ranger, CART 3494, Xime e Mansambo, 1972/1974), com data de 14 de Janeiro de 2014:

Caríssimos Camaradas Editores:
Luís Graça, Carlos Vinhal e Eduardo Magalhães. 
Antes de mais, desejo-vos um óptimo ano de 2014.
Depois de uma primeira narrativa histórica [P12565], que serviu de apresentação a um novo contexto vivido pelo efectivo militar da CART 3494, no qual me incluo, relacionada com o quotidiano de práticas e experiências contabilizadas durante a presença no Destacamento da Ponte do Rio Udunduma, ocorridas durante o 2.º semestre de 1973 [já lá vão mais de quarenta anos!] eis, pelo presente, a segunda peça desse puzzle.

Obrigado pela atenção
Jorge Araújo
14Jan/2014


O DESTACAMENTO DA PONTE DO RIO UDUNDUMA 

(XIME-BAMBADINCA) 

- As acções especiais durante o 2.º semestre de 1973 [parte II] - 

A segurança à[s] Ponte[s] do Rio Udunduma

1. - Introdução

No texto anterior [P12565*] dei-vos conta do itinerário histórico que me levou, assim como ao competente efectivo militar da CART 3494, até ao Destacamento da Ponte do Rio Udunduma, sito ao km 4 da Estrada Bambadinca/Xime, identificando as três principais acções “especiais” aí realizadas durante o 2.º semestre de 1973, a saber: delimitação física da área do destacamento com arame farpado; construção em alvenaria de uma moradia e melhoramentos dos caminhos internos, culminando com a edificação de um monumento em memória do colectivo da Companhia 3494, a que designámos por “Rotunda da Ponte” [fotos anteriores].

Com esta tríade de benfeitorias, procurou-se dotar aquele contexto com um pouquinho mais de dignidade humana, tendo em consideração o superior interesse pela salvaguarda da integridade física e mental de cada um de nós, pois tratava-se de um cenário adverso, miserável e degradante, certamente como tantos outros por que passamos no CTIG, em particular os mais operacionais, independentemente da época em que tal se verificou.

Como reforço do acima expresso, apropriamo-nos, nesta abordagem histórica, de um pensamento/reflexão do camarada Luís Graça [CCAÇ 12], nosso antepassado e um dos pioneiros envolvidos nestas e em outras aventuras na região, e também ele contemplado, no seu tempo, com várias visitas ao local, referindo-se sobre este contexto nos seguintes termos: “o mítico destacamento da ponte do Rio Udunduma… e os “desgraçados que lá penaram dias e dias à boa vida…” e […] “O maldito “buraco” da ponte do Rio Udunduma, o inferno de mosquitos, cobras e ratos, onde muitos de nós, nos idos tempos de 1969/70, vivemos como animais…”. Ou, ainda, a experiência aí contabilizada, durante dois meses do ano de 1972, pelo camarada Joaquim Mexia Alves, ex-Alferes Op Esp/Ranger da CART 3492/BART 3873 e, depois, CMDT do Pel Caç Nat 52, afirmando que “as instalações eram tétricas, e que havia uma qualquer construção de ripas de madeira tipo refeitório”.

De facto, foram cinco os anos em que por lá passaram algumas centenas de militares, africanos e metropolitanos, pertencentes a diversas subunidades do Sector L1, já divulgadas anteriormente, ocorrência iniciada em 29MAI1969 por via da ponte velha ter ficado danificada após atentado perpetrado pelo PAIGC, e que só teve o seu epílogo com o fim da guerra de guerrilha, pós 25 de Abril de 1974.

Esses efectivos colocados numa linha avançada em relação à sede do Batalhão, sito em Bambadinca, [repito] permaneceram activos e vigilantes mas desprovidos de qualquer rectaguarda de apoio militar, em que cada um de nós estava completamente abandonado à sorte da divina providência e à sua capacidade de resistir e de sobreviver, ou seja, à sua dimensão transcendental.

Assim, no alinhamento do texto anterior, com este segundo episódio pretende-se aprofundar a caracterização do contexto, socorrendo-nos de algumas imagens [as existentes no meu arquivo], esperando que se confirme o tal ditado popular: uma imagem vale mais que mil palavras.


2. - Caracterização do contexto através de imagens

Considerando que a foto 3, apresentada na narrativa anterior, surgiu com a legendagem desalinhada, entendemos ser pertinente a sua repetição.

Foto 14 – Estrada Xime-Bambadinca [Ponte do Rio Udunduma – Jul/1973] – imagem da estrada velha, assinalando-se a ponte semidestruída em 1969 [fotos 1 e 2], e Bambadinca, ao fundo, como local mais próximo, a quatro quilómetros desta. Na linha do horizonte, vê-se a nova estrada na qual é possível contar uma coluna de mais de uma dezena de viaturas civis, em direcção ao Cais do Xime.

Foto 15 – Estrada Xime-Bambadinca [Ponte do Rio Udunduma – Jul/1973] – O “Chefe da Tabanca da Ponte” disfarçado de Jorge Araújo [ou vice-versa]. No canto superior direito vê-se a Ponte Nova e a respectiva estrada. Bambadinca fica para a direita e o Xime para a esquerda.

Foto 16 – Estrada Xime-Bambadinca [Destacamento da Ponte - 1973] – As duas pontes e o Rio Udunduma. Bambadinca fica para a esquerda e o Xime para a direita.

Foto 17 – Estrada Xime-Bambadinca [Ponte do Rio Udunduma - 1973] – A Ponte Nova, o Rio Udunduma, à direita, e a bolanha contígua. Bambadinca fica para a esquerda e o Xime para a direita. 

Foto 18 – Estrada Xime-Bambadinca [Destacamento da Ponte - 1973] – Eis os buracos no chão, cobertos com palmeiras, chapas e terra, herdados na sobreposição [fotos 5 e 6].

Foto 19 – Estrada Xime-Bambadinca [Destacamento da Ponte - 1973] – Um dos três postos de vigia. No canto superior esquerdo podem ver-se as instalações sanitárias [foto 26] e a estrada para Bambadinca.

Foto 20 – Estrada Xime-Bambadinca [Destacamento da Ponte - 1973] – O monumento edificado em memória do colectivo da CART 3494 e, ao fundo, para sul, mais dois postos de vigia, tendo por perto uma estrutura em arame farpado [fotos 7 e 8].

Foto 21 – Estrada Xime-Bambadinca [Destacamento da Ponte - 1973] – Troço da estrada velha junto à ponte danificada [fotos 1 e 2], única via de acesso ao destacamento. Do lado esquerdo estão os abrigos e os postos de vigia. A meio, junto à 1.ª árvore da esquerda está a mesa de refeitório [foto 22]. À direita, +/- a meio da imagem, está a moradia construída [fotos 9 e 10]. Do lado direito fica a estrada Xime-Bambadinca [fotos 14 e 15].

Foto 22 – Estrada Xime-Bambadinca [Destacamento da Ponte - 1973] – A mesa polivalente, onde se comia, escrevia, li, jogava e… conversava. Em suma: o espaço de socialização e de partilha. Da esquerda para a direita, os ex-soldados: Gregório Santos; José Sebastião (?); Ricardo Teixeira e eu próprio, participando no” mata-bicho” das tardes de seca, confeccionado num forno de alta tecnologia, conforme se dá conta na imagem seguinte. Junto à chapa ondulada pode ver-se um exemplar de petromax.

Foto 23 – Estrada Xime-Bambadinca [Destacamento da Ponte - 1973] – Último modelo de cozinha de campanha, com fogão modelo “palmeira rastejante”, cuja patente foi registada na conservatória local. Eu e o soldado Amândio Domingues em fase de conclusão de um suculento «pato da bolanha ao piri-piri», uma iguaria contemplada no cardápio da restauração local.

Foto 24 – Estrada Xime-Bambadinca [Destacamento da Ponte - 1973] – A mesma mesa da foto 22 depois de desactivada na sequência da conclusão da moradia, onde passou a existir uma sala de jantar, mas onde não havia alimentos. Estes eram confeccionados em Bambadinca, na CCS, e chegavam-nos às diferentes horas do dia, segundo a sequência das refeições.

Foto 25 – Estrada Xime-Bambadinca [Destacamento da Ponte - 1973] – Enquadramento paisagístico com um plano de água do Rio Udunduma. Este fazia fronteira com a zona leste do destacamento. 

Finalmente, e tendo por base a mesma falha observada na foto 13 do texto anterior, decidimos repeti-la, devidamente corrigida, para uma melhor leitura do contexto.

Foto 26 – Estrada Xime-Bambadinca [Destacamento da Ponte - 1973] – imagem das instalações sanitárias… último modelo… e, daí, não terem sofrido quaisquer alterações até ao final da comissão. Por detrás do WC correm as águas do Rio Udunduma [foto 25].

Com esta imagem, damos por concluído o segundo capítulo desta nossa missão, histórica, especial e colectiva, vivida na Ponte do Rio Udunduma durante o 2.º semestre de 1973.

Segue-se a [III] crónica referente às principais actividades diárias desenvolvidas pelo grupo aí instalado.

Espero que esta narrativa tenha servido, tal como a anterior, como elemento de comparação com um vasto leque de outros exemplos que constam do currículo de muitos de Vós, e de inspiração a outras escritas, pois ainda estamos a tempo de as narrar na nossa Tabanca Grande.

Um forte abraço para todos e votos de muita saúde.
Jorge Araújo
Jan/2014
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Nota do editor

(*) Vd. poste anterior de 10 DE JANEIRO DE 2014 > Guiné 63/74 - P12565: O Destacamento da Ponte do Rio Udunduma - As acções especiais durante o segundo semestre de 1973 (parte I) (Jorge Araújo)