Guiné > Região do Oio > Nhamate > CART 3330 > 1971 > Uma peça de antologia do humor negro... castrense: O meu pessoal só pode transitar em canoas balantas. E alguns não sabem nadar. CONCLUSÃO: SIGA A MARINHA! (1) ...
Repare-se no circuito da informação: uma simples mensagem, que devia ser de rotina, a pedir o apoio da Engenharia para se proceder a obras de reparação num aquartelamento (?) do interior, seguia para 6 destinatários, incluindo três repartções do Com-Chefe!!!... Digam-me lá como se podia ganhar a guerra com tantos relés parasitas, porteiros, gate-keepers, típicos do disfuncionamento burocrático! ... De um exército em armas (que chegou aos 40 mil) quantos não haveria, do cabo ao argento, do tenente ao coronel, com funções amanuenses, ligados à gestão da informação ?
Milhares de homens, mangas de alpaca militares, escreviam notas como esta (seguramente menos geniais, divertidas, contundentes, demolidoras, corrosivas... como esta!), batiam-nas à máquina, expediam-nas, classificavam-nas, arquivavam-nas, retinham-nas, guardavam-nas na gaveta, analisavam-nas tardiamente, reencaminhavam-nas tarde e a más horas para o nível superior da hierarquia militar... Enfim, a maior parte das vezes estes homens não comunicavam devidamente, não recebiam resposta ou feedback positivo, continuavam perdidos e sós, nas Nhamates do mato da Guiné...
Pela primeira vez oiço falar em Nhamate... Será que a sorte dos homens que estavam em Nhamate melhorou ? Será que nenhum morreu afogado na época das chuvas ? Será que nunca lhes faltou o tabaquinho e a água de Lisboa ? Será que a Marinha seguiu mesmo ? E o Gasparinho (que ternura de nome, posto pelos seus pares!) não terá acabado na psiquiatria ? Vejo que morreu cedo, coitado, em 1977... Um homem que tratava por Frederico da Prússia por Fredy merecia um estátua em Nhamate!
Tenho alguma relutância em classificar em poste na série Humor de Caserna... Embora ligeiro, soft, é o título que me acorreu primeiro (2)... Mas podia ser outro qualquer, mais contudente, mais duro, mais agressivo, mais próximo do tempo e do lugar, algures na Guiné, longe do Vietname, como eu ironicamente costumava escrever, distinguindo Bissau e a guerra do ar condicionado, do resto, o inferno do mato... (LG).
Repare-se no circuito da informação: uma simples mensagem, que devia ser de rotina, a pedir o apoio da Engenharia para se proceder a obras de reparação num aquartelamento (?) do interior, seguia para 6 destinatários, incluindo três repartções do Com-Chefe!!!... Digam-me lá como se podia ganhar a guerra com tantos relés parasitas, porteiros, gate-keepers, típicos do disfuncionamento burocrático! ... De um exército em armas (que chegou aos 40 mil) quantos não haveria, do cabo ao argento, do tenente ao coronel, com funções amanuenses, ligados à gestão da informação ?
Milhares de homens, mangas de alpaca militares, escreviam notas como esta (seguramente menos geniais, divertidas, contundentes, demolidoras, corrosivas... como esta!), batiam-nas à máquina, expediam-nas, classificavam-nas, arquivavam-nas, retinham-nas, guardavam-nas na gaveta, analisavam-nas tardiamente, reencaminhavam-nas tarde e a más horas para o nível superior da hierarquia militar... Enfim, a maior parte das vezes estes homens não comunicavam devidamente, não recebiam resposta ou feedback positivo, continuavam perdidos e sós, nas Nhamates do mato da Guiné...
Pela primeira vez oiço falar em Nhamate... Será que a sorte dos homens que estavam em Nhamate melhorou ? Será que nenhum morreu afogado na época das chuvas ? Será que nunca lhes faltou o tabaquinho e a água de Lisboa ? Será que a Marinha seguiu mesmo ? E o Gasparinho (que ternura de nome, posto pelos seus pares!) não terá acabado na psiquiatria ? Vejo que morreu cedo, coitado, em 1977... Um homem que tratava por Frederico da Prússia por Fredy merecia um estátua em Nhamate!
Tenho alguma relutância em classificar em poste na série Humor de Caserna... Embora ligeiro, soft, é o título que me acorreu primeiro (2)... Mas podia ser outro qualquer, mais contudente, mais duro, mais agressivo, mais próximo do tempo e do lugar, algures na Guiné, longe do Vietname, como eu ironicamente costumava escrever, distinguindo Bissau e a guerra do ar condicionado, do resto, o inferno do mato... (LG).
Guiné > Região do Oio > 1970 > CCAÇ 13 > "Localização dos aquartelamentos de Bula, Binar, Nhamate, Manga e Unche, bem como a principal base da guerrilha no Choquemone, a uns escassos 4 Kms de Binar" (CF)...
Foto: Cortesia de Carlos Fortunato, Fur Mil CCAÇ 13 (1969/71), o melhor sítio na Net sobre companhias individuais que fizeram a guerra da Guiné > Guerra na Guiné - Os Leões Negros > CCAÇ 13, Binar, 1970.
Guiné > Região do Oio > Binar > Nhamate > CCAÇ 13 > 1970 > Tratava-se de um reordenamento, tendo a população sido substraída ao controlo do PAIGC. As NT tiveram que construir um aquartelamento de raíz. Vivia-se em tendas. " A nossa missão junto da população foi calma, em geral mostrou-se afável e colaborante, embora fosse clara a tristeza por abandonarem a sua antiga casa. Notou-se alguma influência da guerrilha, pois dois elementos da população (guerrilheiros?) chegaram a desafiar abertamente a nossa autoridade, um acabou por ser preso e o outro por ser morto, depois destes incidentes, as relações com a população foram sempre excelentes. Este reordenamento, tinha não só o objectivo de retirar a população do controlo do PAIGC, mas também de reforçar a defesa nesta zona, dado que com os novos foguetões 122mm, seria fácil à guerrilha atingir Bissau a partir daqui" (CF).(3) Foto de Adrina [ou Adriano ?] Silva, ex-Mil da CCaç 13.
Foto: Cortesia de Carlos Fortunato, Fur Mil CCAÇ 13 (1969/71), o melhor sítio na Net sobre companhias individuais que fizeram da Guiné > Guerra na Guiné - Os Leões Negros > CCAÇ 13, Binar, 1970.
Foto: Cortesia de Carlos Fortunato, Fur Mil CCAÇ 13 (1969/71), o melhor sítio na Net sobre companhias individuais que fizeram da Guiné > Guerra na Guiné - Os Leões Negros > CCAÇ 13, Binar, 1970.
Ainda hoje o Carlos mantém com os seus antigos soldados (balantas, essencialmente) uma relação de grande afecto e carinho, bem como com os seus antigos camaradas. O último encontro (o 8º da CCAÇ 13) foi no passado dia 26 de Maio, no Lordelo, Guimarães. E o próximo será nos Açores.
Guiné > Região do Oio > Binar > Nhamate > 1970 > CCAÇ 13 > Spínola de visita ao reordenamento de Nhamate, cumprimenta o capitão Durão (Cap Mil Inf Álvaro Alberto Durão, o primeiro capitão da CCAÇ 13, 1969/71).
Guiné > Região do Oio > Binar > Nhamate > 1970 > CCAÇ 13 > Spínola de visita ao reordenamento de Nhamate, cumprimenta o capitão Durão (Cap Mil Inf Álvaro Alberto Durão, o primeiro capitão da CCAÇ 13, 1969/71).
Foto de Adrina [ou Adriano ?] Silva, ex-Fur Mil da CCaç 13. A Companhia passou por Bissau, Bolama, Bissorã, Encheia, Binar e Biambi. Foi substituída, em Binar, em finais de Março de 1970, pela CCAÇ 2658, que terá mais tarde, numa coluna de Nhamate a Binar, 8 mortos.
Foto: Cortesia de Carlos Fortunato, Fur Mil CCAÇ 13 (1969/71), o melhor sítio na Net sobre companhias individuais que fizeram da Guiné > Guerra na Guiné - Os Leões Negros > CCAÇ 13, Binar, 1970
1. Mensagem de António José Pereira da Costa, coronel de artilharia ainda no activo, membro da nossa tertúlia, desde Dezembro de 2007:
Amigos Combatentes (e não só):
Aqui vai uma nota escrita pelo célebre major Gaspar que inventou aquela expressão que ainda hoje usamos: Siga a Marinha!
In Os Anos de Guerra: 1961 - 1975: Os portugueses em África: Crónica Ficção e História. Organização de João de Melo - II Volume. S/l: Círculo de Leitores 1988. 190 (reproduzido com a devida vénia...).
Leiam-na com atenção e vejam se ela não é um tratado de logística da Guerra Colonial. É de um humor amargo, mas era a verdade.
Um Abraço
Foto: Cortesia de Carlos Fortunato, Fur Mil CCAÇ 13 (1969/71), o melhor sítio na Net sobre companhias individuais que fizeram da Guiné > Guerra na Guiné - Os Leões Negros > CCAÇ 13, Binar, 1970
1. Mensagem de António José Pereira da Costa, coronel de artilharia ainda no activo, membro da nossa tertúlia, desde Dezembro de 2007:
Amigos Combatentes (e não só):
Aqui vai uma nota escrita pelo célebre major Gaspar que inventou aquela expressão que ainda hoje usamos: Siga a Marinha!
In Os Anos de Guerra: 1961 - 1975: Os portugueses em África: Crónica Ficção e História. Organização de João de Melo - II Volume. S/l: Círculo de Leitores 1988. 190 (reproduzido com a devida vénia...).
Leiam-na com atenção e vejam se ela não é um tratado de logística da Guerra Colonial. É de um humor amargo, mas era a verdade.
Um Abraço
António José Pereira da Costa
2. Fixação e revisão do texto do documento: LG
Mensagem nº 125/71 [classificada como Confidencial, Urgente), enviada pelo Comandante da CART 3330, SPM 6928, Cap Art José Joaquim Vilares Gaspar, dirigida ao Comandante da Engenharia, com conhecimento a CAOP1, RepOper/Com-Chefe, RepPop/Com-Chefe, RecAcap/Com-Chefe, e BCAÇ 2928. Entrada na Secretaria do Batalhão de Engenharia, nº 306, em 22/3/71.
Nhamate, 18 de Março de 1971.
Assunto - Quartel em Nhamate (ou mais propriamente abarracamento)
1. Exponho a V. Excia um dos assuntos mais vitais para a continuidade militar e humana de NHAMATE [, a leste de Binar: vd. carta de Bula].
2. Passo a descriminar [sic, em vez de discriminar]:
a) DEPÓSITO DE GÉNEROS: Quando ch0ver fico sem pão pelo menos 15 dias. Julgo que não é muito agradável. Informo V. Excia que não como pão. Gordo estou eu.
E os outros géneros ? E os autos subsequentes ? Só problemas.
b) CASERNAS: Barracas de lona, todas oficialmente dadas incapazes. Na Birmânia, viveu-se assim 1 ou 2 meses. Os quadros vivem-no há 10 anos. E os milicianos (os meus, de certeza) “dão o litro” até ao fim. Os soldados dão tudo. Há que tudo lhes dar, na medida do possível.
c) CANTINA: E o tabaco ? Desde Napoleão e Fredy [diminuitivo de Frederico] da Prússia que o tabaco era uma das bases da eficiência do Exército. Como combater ou trabalhar sem o velho cigarrinho ? E outros géneros ? V.Excia, mais experiente, meditará sobre o assunto.
d) CASERNA DE CIMENTO: Único exemplar. Vou demoli-lo. Não tenho materiais. Solicito auxílio Engenharia.
e) MESS [sic, em vez de Messe]: Desde o início das chuvas desnecessita de garrafas de água. Basta as mesmas estarem abertas. Ponchos e gabardinas já temos.
f) CHAPAS DE ZINCO: Ao mínimo vento já voam no Quartel.
g) GABINETE D COMANDANTE E 1º SARGENTO: Com as chuvas eu e o 1º Sargento só temos a solução de entrar de escafandro, visto estar a 2 metros abaixo da superfície do solo.
h) O meu pessoal só pode transitar em canoas balantas. E alguns não sabem nadar. CONCLUSÃO: SIGA A MARINHA!
3. Este quartel tem se ser revisto por um Oficial de Eng[enharia], senão começo a construir um novo com os materiais dos REORD[ENAMENTOS], contra a norma, o que é aborrecido, contende com a disciplina e eu não gosto.
4. Agradecendo a boa atenção de V. Excia., gostaria de aqui ter como convidado um Senhor Oficial de Eng[enharia] a fim de concordar ou condenar as minhas asserções supras.
Cumprimento,
O Comandante,
José Joaquim Vilares Gaspar, Cap Art
_________
Notas de L.G.:
(1) Vd. postes anteriores sobre esta expressão celebérrima expressão da caserna militar Siga a Marinha:
30 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1133: Origem da expressão 'Siga a Marinha" (Vitor Junqueira)
1 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1134: A expressão 'Siga a Marinha' , atribuída ao Zé Gaspar, artilheiro, Olossato (Paulo Santiago)
1 de Outubro de 2006 >Guiné 63/74 - P1135: A expressão 'Siga a Marinha' e a crise dos capitães (Sousa de Castro)
1 de Outubro de 2006> Guiné 63/74 - P1138: 'Siga a Marinha': uma expressão do tempo da República (?) (Pedro Lauret)
11 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1166: A minha preguiça e a expressão 'Siga a Marinha' (Mário Dias)
11 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2341: Siga a Marinha que o Exército já lá está (Coronel Pereira da Costa)
(...) Esta frase foi inventada pelo capitão José Joaquim Vilares Gaspar, mais tarde major, ainda na Guiné (...) e falecido por volta de 1977. Era o célebre Gasparinho de Quibaxe (Angola) de quem se contam muitos ditos e anedotas, quase todas verdadeiras, embora incríveis.
(...) Siga a Marinha que o Exército já lá está e Força Aérea já anda no ar há meia-hora.Era assim que ele a dizia. Talvez um desabafo ou uma crítica ou até um bordão para se sentir vivo. Não o dizia com qualquer espécie de humor. Conheci-o bem. Era um homem sério,muito inteligente, bom condutor de homens e com uma capacidade de crítica muito apurada, mas que bebia bastante. Além disso, a inteligência e a capacidade de crítica são uma mistura explosiva...
(2) Vd. postes desta série:
9 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2337: Humor de caserna (4): Cancioneiro do Niassa: O Turra das Minas (Luís Graça)
1 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2321: Humor de caserna (3): Hino de Gandembel: hino de guerra ou música pimba ? (Manuel Trindade)
26 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2304: Humor de caserna (2): Welcome to Mansambo, a melhor colónia de férias do ano de 1968 (Torcato Mendonça / Luís Graça)
23 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2205: Humor de caserna (1): A sopa nossa de cada dia nos dai hoje (Luís Graça / António Lobo Antunes)
Assunto - Quartel em Nhamate (ou mais propriamente abarracamento)
1. Exponho a V. Excia um dos assuntos mais vitais para a continuidade militar e humana de NHAMATE [, a leste de Binar: vd. carta de Bula].
2. Passo a descriminar [sic, em vez de discriminar]:
a) DEPÓSITO DE GÉNEROS: Quando ch0ver fico sem pão pelo menos 15 dias. Julgo que não é muito agradável. Informo V. Excia que não como pão. Gordo estou eu.
E os outros géneros ? E os autos subsequentes ? Só problemas.
b) CASERNAS: Barracas de lona, todas oficialmente dadas incapazes. Na Birmânia, viveu-se assim 1 ou 2 meses. Os quadros vivem-no há 10 anos. E os milicianos (os meus, de certeza) “dão o litro” até ao fim. Os soldados dão tudo. Há que tudo lhes dar, na medida do possível.
c) CANTINA: E o tabaco ? Desde Napoleão e Fredy [diminuitivo de Frederico] da Prússia que o tabaco era uma das bases da eficiência do Exército. Como combater ou trabalhar sem o velho cigarrinho ? E outros géneros ? V.Excia, mais experiente, meditará sobre o assunto.
d) CASERNA DE CIMENTO: Único exemplar. Vou demoli-lo. Não tenho materiais. Solicito auxílio Engenharia.
e) MESS [sic, em vez de Messe]: Desde o início das chuvas desnecessita de garrafas de água. Basta as mesmas estarem abertas. Ponchos e gabardinas já temos.
f) CHAPAS DE ZINCO: Ao mínimo vento já voam no Quartel.
g) GABINETE D COMANDANTE E 1º SARGENTO: Com as chuvas eu e o 1º Sargento só temos a solução de entrar de escafandro, visto estar a 2 metros abaixo da superfície do solo.
h) O meu pessoal só pode transitar em canoas balantas. E alguns não sabem nadar. CONCLUSÃO: SIGA A MARINHA!
3. Este quartel tem se ser revisto por um Oficial de Eng[enharia], senão começo a construir um novo com os materiais dos REORD[ENAMENTOS], contra a norma, o que é aborrecido, contende com a disciplina e eu não gosto.
4. Agradecendo a boa atenção de V. Excia., gostaria de aqui ter como convidado um Senhor Oficial de Eng[enharia] a fim de concordar ou condenar as minhas asserções supras.
Cumprimento,
O Comandante,
José Joaquim Vilares Gaspar, Cap Art
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Notas de L.G.:
(1) Vd. postes anteriores sobre esta expressão celebérrima expressão da caserna militar Siga a Marinha:
30 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1133: Origem da expressão 'Siga a Marinha" (Vitor Junqueira)
1 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1134: A expressão 'Siga a Marinha' , atribuída ao Zé Gaspar, artilheiro, Olossato (Paulo Santiago)
1 de Outubro de 2006 >Guiné 63/74 - P1135: A expressão 'Siga a Marinha' e a crise dos capitães (Sousa de Castro)
1 de Outubro de 2006> Guiné 63/74 - P1138: 'Siga a Marinha': uma expressão do tempo da República (?) (Pedro Lauret)
11 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1166: A minha preguiça e a expressão 'Siga a Marinha' (Mário Dias)
11 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2341: Siga a Marinha que o Exército já lá está (Coronel Pereira da Costa)
(...) Esta frase foi inventada pelo capitão José Joaquim Vilares Gaspar, mais tarde major, ainda na Guiné (...) e falecido por volta de 1977. Era o célebre Gasparinho de Quibaxe (Angola) de quem se contam muitos ditos e anedotas, quase todas verdadeiras, embora incríveis.
(...) Siga a Marinha que o Exército já lá está e Força Aérea já anda no ar há meia-hora.Era assim que ele a dizia. Talvez um desabafo ou uma crítica ou até um bordão para se sentir vivo. Não o dizia com qualquer espécie de humor. Conheci-o bem. Era um homem sério,muito inteligente, bom condutor de homens e com uma capacidade de crítica muito apurada, mas que bebia bastante. Além disso, a inteligência e a capacidade de crítica são uma mistura explosiva...
(2) Vd. postes desta série:
9 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2337: Humor de caserna (4): Cancioneiro do Niassa: O Turra das Minas (Luís Graça)
1 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2321: Humor de caserna (3): Hino de Gandembel: hino de guerra ou música pimba ? (Manuel Trindade)
26 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2304: Humor de caserna (2): Welcome to Mansambo, a melhor colónia de férias do ano de 1968 (Torcato Mendonça / Luís Graça)
23 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2205: Humor de caserna (1): A sopa nossa de cada dia nos dai hoje (Luís Graça / António Lobo Antunes)