Nova Iorque > V Avenida > Edifício 1040 > Foi aqui, num apartamento deste edifício, que viveu e morreu Jacqueline Kennedy Onassis (1929-1994), de quem o nosso camarada João Crisóstomo foi mordomo interno, de 1975 a 1979. [ "Jackie Kennedy Onassis fazia questão de enviar cartões personalizados, a maior parte escritos à mão em papel timbrado e com a sua assinatura, com agradecimentos ou votos de boas festas a João Crisóstomo (que tratava por Francisco - um dos seus nomes próprios, para diferenciar do filho, que se chamava John.)]
Créditos fotográficos: Henrique Mano (2020) (reproduzidos aqui com a devida vénia...)
EX-MORDOMO PORTUGUÊS DE JACKIE KENNEDY ONASSIS RECORDA OS NATAIS VIVIDOS AO SERVIÇO DA EX-PRIMEIRA-DAMA
“Foi um trabalho gratificante e até excepcional”, considera João Crisóstomo, natural de Torres Vedras
Por HENRIQUE MANO
Jornal LUSO-AMERICANO
Nova Iorque
www.lusoamericano.com
“Que tenha o Natal mais feliz com a sua maravilhosa família, querido Francisco. Obrigado por tudo o que fez para tornar o nosso Natal tão feliz. Carinhosamente, Jacqueline Kennedy Onassis”.
Era com mensagens destas que a ex-primeira-dama dos Estados Unidos, uma das mulheres mais famosas (e fotografadas) do mundo, casada também com um dos maiores magnatas do planeta, agradecia o trabalho efectuado pelo seu mordomo português em Nova Iorque, João Crisóstomo (que tratava pelo segundo nome próprio para diferenciar do filho John).
“A minha profissão de mordomo da senhora Onassis, se, por um lado, era um trabalho gratificante e até excepcional, porque era de regime interno, de horário a tempo inteiro, tinha a desvantagem de não me possibilitar muito tempo livre para os meus filhos”, conta Crisóstomo, em entrevista ao jornal Luso-Americano.
Crisóstomo segue a sua vida e deixa no seu lugar Efigénio Pinheiro, imigrante de Alenquer (depois da morte de Jackie Kennedy, Pinheiro passaria a trabalhar para John Kennedy Jr., até à morte deste).
“Da mesma maneira que eu costumava pedir a ajuda de outros mordomos para me assistirem quando a situação o exigia, eu comecei a prestar a minha ajuda sempre que o Efigénio o pedia e me era possível fazê-lo”, prossegue.
Onassis chegou a confiar a Crisóstomo as chaves de acesso ao seu apartamento, no 1040 da Quinta Avenida, “poupando-me assim o ter de ir para casa a altas horas da noite. Dias, semanas, meses por vezes, eu fiquei encarregado do apartamento quando a senhora Onassis se ausentava, especialmente durante o verão, possibilitando-lhe assim levar com ela os membros do pessoal de serviço permanente da sua casa”.
A sua presença era requerida em recepções, festas de aniversário, dias festivos “ou mesmo ocasiões simples de carácter pessoal, em que ela queria mostrar o especial cuidado ou importância que esse momento representava.
João Crisóstomo esteve como interno em casa de Onassis de 1975 a 79.
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Nota do editor:
Último poste da série > 15 de janeiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21770: Tabanca da Diáspora Lusófona (13): O meu muito obrigado, com muitas saudades e esperança de melhores dias para todos (João Crisóstomo, Nova Iorque)
“Foi um trabalho gratificante e até excepcional”, considera João Crisóstomo, natural de Torres Vedras
Por HENRIQUE MANO
Jornal LUSO-AMERICANO
Nova Iorque
www.lusoamericano.com
“Que tenha o Natal mais feliz com a sua maravilhosa família, querido Francisco. Obrigado por tudo o que fez para tornar o nosso Natal tão feliz. Carinhosamente, Jacqueline Kennedy Onassis”.
Era com mensagens destas que a ex-primeira-dama dos Estados Unidos, uma das mulheres mais famosas (e fotografadas) do mundo, casada também com um dos maiores magnatas do planeta, agradecia o trabalho efectuado pelo seu mordomo português em Nova Iorque, João Crisóstomo (que tratava pelo segundo nome próprio para diferenciar do filho John).
O imigrante de Torres Vedras guarda com natural afecto dezenas destes cartões, que Jackie Kennedy escrevia à mão, dando sempre um toque personalizado aos mesmos.
“A minha profissão de mordomo da senhora Onassis, se, por um lado, era um trabalho gratificante e até excepcional, porque era de regime interno, de horário a tempo inteiro, tinha a desvantagem de não me possibilitar muito tempo livre para os meus filhos”, conta Crisóstomo, em entrevista ao jornal Luso-Americano.
“Eu sentia-o e sabia que eles sentiam a minha falta também. E por isso, ao fim três anos e picos, resolvi procurar outro trabalho com menos exigências em questão de tempo. A senhora Onassis compreendeu a minha situação e, no momento em que lhe falei, perguntou-me se ela podia continuar a contar comigo para a ajudar em ocasiões especiais e se eu podia encontrar alguém, preferivelmente português, para me substituir”.
"ELA ERA UMA UMA PRIMEIRA-DAMA NA VERDADEIRA ACEPÇÃO DA PALAVRA" (João Crisóstomo, ex-mordomo de Jackie Kennedy Onassis)
"ELA ERA UMA UMA PRIMEIRA-DAMA NA VERDADEIRA ACEPÇÃO DA PALAVRA" (João Crisóstomo, ex-mordomo de Jackie Kennedy Onassis)
Crisóstomo segue a sua vida e deixa no seu lugar Efigénio Pinheiro, imigrante de Alenquer (depois da morte de Jackie Kennedy, Pinheiro passaria a trabalhar para John Kennedy Jr., até à morte deste).
“Da mesma maneira que eu costumava pedir a ajuda de outros mordomos para me assistirem quando a situação o exigia, eu comecei a prestar a minha ajuda sempre que o Efigénio o pedia e me era possível fazê-lo”, prossegue.
Onassis chegou a confiar a Crisóstomo as chaves de acesso ao seu apartamento, no 1040 da Quinta Avenida, “poupando-me assim o ter de ir para casa a altas horas da noite. Dias, semanas, meses por vezes, eu fiquei encarregado do apartamento quando a senhora Onassis se ausentava, especialmente durante o verão, possibilitando-lhe assim levar com ela os membros do pessoal de serviço permanente da sua casa”.
A sua presença era requerida em recepções, festas de aniversário, dias festivos “ou mesmo ocasiões simples de carácter pessoal, em que ela queria mostrar o especial cuidado ou importância que esse momento representava.
"De todos estes momentos”, diz, “os relacionados com o Natal ficaram-me especialmente gravados. Embora por vezes houvessem alguns convidados, especialmente primos e até algum amigo mais íntimo dos filhos, os Natais eram quase sempre apenas para ela, Caroline, John e o seu companheiro, Maurice Tempelsman. A sala-de-estar e a de jantar transformavam-se nesta altura em algo de extraordinário pela sua beleza, em que o bom gosto e a simplicidade primavam. E, numa demonstração de consideração e até de carinho por aqueles que faziam parte do pessoal de serviço de sua casa, fazia questão que os presentes para estes fizessem parte do conjunto na base da sua árvore de Natal e fossem distribuídos pessoalmente no mesmo momento que todos os outros”.
"A MINHA PROFISSÃO DE MORDOMO DA SENHORA ONASSIS FOI UM TRABALHO GRATIFICANTE E ATÉ EXCEPCIONAL" (João Crisóstomo, ex-mordomo de Jackie Kennedy Onassis)
Acrescenta o ex-mordomo:
Acrescenta o ex-mordomo:
“Como se isto não fosse já algo de invulgar, eu receberia sempre pelo correio, passados alguns dias, um cartão ou mesmo uma carta, sempre escritos à mão , agradecendo-me o ter sido parte do seu Natal. O mesmo sucedia em outras ocasiões, especialmente no dia dos seus anos, que eu nunca esquecia. Era facto que lhe não passava despercebido e sempre manifestava de forma simples mas bem evidente o seu muito apreço. E isso para mim era mesmo muito gratificante”.
João Crisóstomo esteve como interno em casa de Onassis de 1975 a 79.
“Ela era uma primeira-dama na verdadeira acepção do termo”, afirma. “Uma mulher extraordinária, inteligente e diplomática, que tratava toda a gente da mesma maneira”.
[Reproduzido com a devida vénia da página do Facebook de Henrique Mano Luso-Americano, 24 de dezembro de 2020]
Nota do editor:
Último poste da série > 15 de janeiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21770: Tabanca da Diáspora Lusófona (13): O meu muito obrigado, com muitas saudades e esperança de melhores dias para todos (João Crisóstomo, Nova Iorque)