Reproduzido, com a devida vénia, do JN - Jornal de Notícias, de 8 do corrente:
Um estudo da Universidade do Minho aponta que mais de 10% dos
militares portugueses em missão no Afeganistão entre 2005 e 2009 apresentam
sintomas de perturbação de stress pós-traumático [PSPT], além de queixas físicas e
outras doenças.
Em entrevista à Agência Lusa, o investigador da Universidade do Minho (UM) Carlos Osório, que é também militar, explicou que um dos objectivos desta
investigação foi "perceber as consequências a nível de saúde" que a presença no
Afeganistão teve para os militares portugueses "no imediato e a longo
prazo".
Assim, referiu, "foram feitos inquéritos a 113 militares do Exército
português mobilizados no Afeganistão, integrados na International Security
Assistance Force [ISAF], uma força que tem por objectivo restabelecer a paz
entre forças beligerantes".
Segundo Carlos Osório, estes inquéritos serviram para "avaliar a exposição a stressores específicos" a que os militares das forças especiais portuguesas estiveram expostos no Afeganistão e a "associação desta exposição com o desenvolvimento de problemas mentais e queixas físicas".
Os resultados, revelou o investigador, mostram que destes 113 militares, "três por cento preencheram os critérios de PTSD [, acrónimo inglês de Post-Traumatic Stress Disorder] e 10 por cento os critérios de PTSD parcial", isto a nível de "sintomas de perturbação mental".
Quanto a problemas de saúde física, "os resultados mostraram a presença de queixas físicas como dores nas costas, fadiga, dores musculares, dificuldades em dormir, ou inclusivamente dores de cabeça", enumerou o investigador.
Segundo Carlos Osório, estes inquéritos serviram para "avaliar a exposição a stressores específicos" a que os militares das forças especiais portuguesas estiveram expostos no Afeganistão e a "associação desta exposição com o desenvolvimento de problemas mentais e queixas físicas".
Os resultados, revelou o investigador, mostram que destes 113 militares, "três por cento preencheram os critérios de PTSD [, acrónimo inglês de Post-Traumatic Stress Disorder] e 10 por cento os critérios de PTSD parcial", isto a nível de "sintomas de perturbação mental".
Quanto a problemas de saúde física, "os resultados mostraram a presença de queixas físicas como dores nas costas, fadiga, dores musculares, dificuldades em dormir, ou inclusivamente dores de cabeça", enumerou o investigador.
Já as doenças "mais comuns" identificadas foram "doença gastro-intestinal,
nervosa, respiratória, alérgica e cardiovascular".
Sobre o "teatro" em que se movimentaram estes militares, o estudo mostra que:
(i)
"71% destes militares participaram em operações de combate onde poderiam ter
perdido a vida",
enquanto (ii) "81% observaram inimigos feridos,
(iii) 23% observaram
inimigos mortos,
(iv) 15% feriram inimigos em combate
e (v) 10% chegaram mesmo a matar
inimigos".
Segundo Carlos Osório, "apesar de a presença de PTSD e PTSD parcial ser relativamente baixa", os sintomas destas perturbações mentais estão "associados a diversas queixas físicas e à presença de doenças".
Com base neste estudo, o investigador concluiu ser "essencial a criação de programas que avaliem e monitorizem todos os militares portugueses regressados do Afeganistão" para lhes "providenciar sempre que necessário o acompanhamento psicológico e psiquiátrico".
Carlos Osório alertou ainda para a necessidade de "todos os militares que apresentem várias queixas físicas serem avaliados para PTSD" e que "aqueles diagnosticados com PTSD devem também ser avaliados para a presença de sintomas físicos".
[ Revisão / fixação de texto / links / título: L.G.]
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Nota do editor:
Último poste da série > 3 de Outubro de 2011 >Guiné 63/74 - P8852 Recortes de imprensa (50): Medalha de mérito militar chega 43 anos depois... A história do 2º Srgt Mil Libério Candeias Lopes, de Penamacor (CCAÇ 526, Bambadinca e Xime, 1963/65)