Guiné-Bissau > Bissau > Hotel Palace > 7 dde Março de 2008 > Último dia do Simpósio Internacional de Guileje (1-7 de Março de 2008) > Mensagem do Joseph Turpin, um histórico do PAIGC, para o nosso camarada da FAP, hoje major piloto reformado, António Lobato, que esteve prisioneiro em Conacri, sete anos, de 1963 a 1970.
Vídeo (melhorado) (1' 36''): © Luís Graça (2008). Direitos reservados. Vídeo alojado em: You Tube >Nhabijoes.
1. Mensagem da nossa leitora Iracema Turpin, da Guiné-Bissau:
De: Iracema Turpin
Data: 17 de Maio de 2012 15:02
Assunto: Joseph Turpin
Boa tarde:
Antes de mais agradeço a sua publicação que veio elucidar um pouco mais sobre o PAIGC de hoje comparado com o tempo de luta.
Apesar de já terem passado alguns anos desde a publicação do video referente aqui disponível:
27 de setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3246: Simpósio Internacional de Guileje: Joseph Turpin, um histórico do PAIGC, saúda António Lobato, ex-prisioneiro (Luís Graça) (*)
Farei chegar ao meu pai a sua mensagem.
Mais uma vez obrigado pelo gesto e vontade que demonstrou em que fosse do conhecimento dele que "a carta chegou a Garcia". (**)
Sem mais agradeço desde já a sua atenção.
27 de setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3246: Simpósio Internacional de Guileje: Joseph Turpin, um histórico do PAIGC, saúda António Lobato, ex-prisioneiro (Luís Graça) (*)
Farei chegar ao meu pai a sua mensagem.
Mais uma vez obrigado pelo gesto e vontade que demonstrou em que fosse do conhecimento dele que "a carta chegou a Garcia". (**)
Sem mais agradeço desde já a sua atenção.
Cumprimentos
Iracema Turpin
Iracema Turpin
________________
Notas do editor:
(*) Trata-se de um pequeno vídeo (1' 36''), gravado por mim em Bissau, no Hotel Palace, no último dia do Simpósio Internacional de Guileje, em 7 de Março de 2008. As condições de luz eram más e a máquina era uma digital, de fotografia e não de vídeo.
Joseph Turpin, um dos históricos do PAIGC, pediu-me para mandar uma mensagem para o nosso camarada António Lobato, o antigo sargento piloto aviador portuguesa, cujo T 6 faz uma aterragem de emergência em 1963, na Ilha do Como.
Feito prisioneiro pelo PAIGC, o Lobato foi levado para Conacri, onde permaneceu sete longos anos de cativeiro, até à sua libertação em 22 de Novembro de 1970, no decurso da Op Mar Verde.
"Ó Lobato, depois da tempestade, depois de tantos anos, não sei se te vais lembrar de mim..." - são as primeiras palavras deste representant do PAIGC, na altura a viver em Conacri, sendo então membro do Conselho Superior da Luta.
Turpin recorda a seguir os momentos em que, por diversas vezes, visitou o nosso camarada na prisão. Não esconde que foram momentos difíceis, para ambos, mas ao mesmo tempo emocionantes: dois inimigos que revelaram o melhor da nossa humanidade...
"Eu compreendia, estavas desmoralizado...Havia animosidade"... Joseph Turpin agradece ao Lobato as palavras de apreço com ele se referiu à sua pessoa, ao evocar há tempos atrás, em entrevista à rádio, a sua experiência de cativeiro. Agradece o exemplar do livro que o Lobato lhe mandou e que ele leu, com interesse. Diz que ficou sensibilizado com as palavras e o gesto do Lobato. "Mas tudo isso hoje faz parte da história...Seria bom que viesses a Bissau" - são as últimas palavras, deste homem afável, dirigidas ao teu antigo prisioneiro português que ele trata por camarada...
O Joseph Turpin insistiu comigo para entregar pessoalmente ao António Lobato esta mensagem. Infelizmente só em setembro de 2008, seis meses depois é que tive oportunidade de divulgar o vídeo no nosso blogue esperando que ele acabasse por chegar ao conhecimento do seu destinatário.
Não tinha, ma altura, como continuo a não ter, nenhum contacto pessoal com o António Lobato, nem sei se ele nos lê, pelo que não posso garantir ao Joseph Turpin que "a carta chegou a Garcia".
Na altura, enviei, para o António Lobato, da minha parte, e da parte dos demais editores, bem como de toda a nossa Tabanca Grande, uma palavra de respeito, camaradagem, solidariedade e apreço. Quanto ao Joseph Turpin, também nunca mais tive notícias dele... Da conversa havida em Bissau, recordo-me de ele me ter dito o seguinte:
(i) O Élisée Turpin era seu tio e foi um dos fundadores do PAIGC;
(ii) O Amílcar Cabral, em Conacri, ficava originalmente em casa do pai do Joseph;
(iii) Os Turpin eram uma família de comerciantes;
(iv) Não falavam português, mas francês - o próprio Joseph aprenderia o português mais tarde...
Na altura, enviei, para o António Lobato, da minha parte, e da parte dos demais editores, bem como de toda a nossa Tabanca Grande, uma palavra de respeito, camaradagem, solidariedade e apreço. Quanto ao Joseph Turpin, também nunca mais tive notícias dele... Da conversa havida em Bissau, recordo-me de ele me ter dito o seguinte:
(i) O Élisée Turpin era seu tio e foi um dos fundadores do PAIGC;
(ii) O Amílcar Cabral, em Conacri, ficava originalmente em casa do pai do Joseph;
(iii) Os Turpin eram uma família de comerciantes;
(iv) Não falavam português, mas francês - o próprio Joseph aprenderia o português mais tarde...
Na minha simples qualidade de mensageiro, espero que "a carta tenha chegado a Garcia", neste caso, ao conhecimento do Lobato. Por outro lado, é gratificante saber que a filha do Turpin localizou-nos, viu o vídeo e vai transmitir a notícia ao pai... Mesmo que se tenham passado quatro anos, o que é muito na nossa nova galáxia ...
Posso entretanto concluir: (i) que o Joseph Turpin está vivo (Mantenhas para ele, votos de boa saúde e longa vida!); (ii) que somos lidos/vistos na Guiné-Bissau e em toda a parte; e (iii) que o Mundo é Pequeno e a nossaTabanca... é Grande!...
Obrigado, Iracema. E viva o povo irmão da Guiné-Bissau!
Obrigado, Iracema. E viva o povo irmão da Guiné-Bissau!
Vd. também poste de 27 de outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7179: (In)citações (16): Os irmãos Turpin, José e Eliseu, "verdadeiros filhos da Guiné" (Luís Graça)
(**) Último poste da série > 17 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9918: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (53): Acácio Conde, ex-combatente em Angola, encontra no nosso Blogue os amigos Manuel Reis, Paulo Santiago e Vasco Pires