quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Guiné 63/74 - P12112: Álbum fotográfico do Luís Nascimento, ex-1º cabo cripto, CCAÇ 2533, Canjambari e Farim, 1969/71 (Parte I): RI 14 (Viseu), RAL 4 (Leiria), BRT (Trafaria), T/T Niassa...



1. Começamos hoje a publicar uma seleção de fotos do álbum do nosso camarada, Luis Nascimento,  o ex-1º Cabo Operador Cripto Nascimento (também conhecido, na tropa por Assassan, +provavelmente do francês "assassin", assassino...) da CCaç 2533, Canjambari / Farim, 1969/71. As fotos foram-nos enviadas pelo email da sua neta, Jessica Nascimento em 1/10/2013. É um exemplo a registar, a aplaudir e a seguir.







2. O Luís Nascimento  está aqui "atabancado" desde finais de dezembro de 2008 (*). Continua a ser o único representante da CCAÇ 2533, companhia da qual de resto não temos tido notícias.  As fotos que hoje publicamos são-nos mandadas pelo email de Jessica Nascimento,  alguém familiar do Luís, camarada sobre o qual, de resto, não dispomos de informação sobre a sua vida na tropa... Pelas fotos (minimamente legendadas), sabemos que fez a recruta em 1968, no  RI 14, Viseu, e que passou  depois por outras undiades:  RAL 4 [ Regimento de Artilharia de Leiria] e depois BRT na Trafaria... (Parece que os nossos 1ºs cabos criptos parassavam, por estas duas unidades: o RAL 4 em Leiria, onde faziam o curso de escriturário; e depois o BRT - Batalhão de Reconhecimento de Transmissões,  na Trafaria, Almada, onde tiravam  o curso operador cripto teleimpressor... Ou não era assim ? ).

Presuno que em 24/5/1969, no mesmo dia que eu, o Luís Nascimento tenha embarcado no T/T Niassa com destino ao TO da Guiné, tendo nós desembarcado em Bissau em 30/5/1969... (e provavelmente viemos no mesmo navio, o T/T Uíge, em 17/3/1971)... Se assim for, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. É muita coincidência, camarada Luís Nascimento!

Ficam aqui alguns elementos informativos sobre a CCAÇ 2533, retirados, com a devida vénia, da página do nosso camarada e amigo Carlos Silva > Guerra na Guiné 63/74:

(i) Unidade Mobilizadora: BC 10,  Chaves
(ii) Comandante: Cap Inf Sidónio Martins Ribeiro
(iii) Partida: Embarque em 24/5/69; desembarque em 30/5/69

(iv) Regresso: Embarque em 17/3/71.

Síntese da Actividade operacional:

(v) Em 10/6/69, seguiu para Canjambari, a fim de realizar o treino operacional, de 3 a 17/6/69, sob a orientação do COP 3.

(vi) Em 19/6/69, assumiu a responsabilidade do respetivo subsetor de Canjambari, em substituição do pessoal restante da CArt 2340 e ouros efectivos ali colocados, temporariamente em reforço, ficando integrada no dispositivo e manobra do COP3 e depois BCaç 2879.

(vii) Para actuação nos corredores de Sitató e Lamel, destacou, por períodos variáveis, dois pelotões para;  (a) Cuntima, de 25/11/69 a 3/12/69 e 27/12/69 a 15/2/70;  e (b) Jumbembem, de 19 a 27/12/69, 23/3/70 a 10/4/70 e de 23/4/70 a 4/9/70, ambas no mesmo setor.

(viii) De 16 a 21/11/70, efecuou a rotação do seu efctivo com a CCaç 2681, deslocando-se para Farim, no mesmo setor, com a missão principal de contra penetração na linha de Lamel.

(ix) Em 20/2/71, foi substituída pela CCaç 14 e recolheu seguidamente a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.












Fotos (e legendas) : © Luís Nascimento (2013). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]

(Continua)
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Nota do editor:

(*) Vd.poste de 20 de dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3656: Tabanca Grande (105): Luís Nascimento, ex-1.º Cabo Op Cripto da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71)

Guiné 63/74 - P12111: Parabéns a você (630): Carlos Prata ex-capitão cmdt das CCAÇ 4544/73 (Cafal Balanta) e CCAÇ 13 (Bissorã), 1973/74, hoje cor ref) e Hélder Sousa (ex-fur mil trms TSF, Piche e Bissau, 1970/72)


O Carlos Prata entrou para a Tabanca Grande em 24/572011 (*). É ex-capitão,  cmdt das CCAÇ 4544/73 (Cafal Balanta) e CCAÇ 13 (Bissorã), 1973/74, atualmente Coronel na situação de Reforma.

O Hélder Sousa, o outro aniversariante de hoje, é mais... velhinho na Tabanca Grande: chegu a 11/4/2007 (**). Foi fur mil trms TSF Piche e Bissau, 1970/72.
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Nota do editor:

Último poste da série > 29 de setembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12099: Parabéns a você (629): António Bastos, ex-1.º Cabo do Pel Caç Ind 953 (Guiné, 1964/66) e Manuel Vieira Moreira, ex-1.º Cabo Mec Auto da CART 1746 (Guiné, 1967/69)


Vd.poste de 24 de maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8317: Tabanca Grande (287): Carlos Alberto Duarte Prata, Coronel Reformado, ex-Capitão, CMDT das CCAÇ 4544/73 (Cafal Balanta) e CCAÇ 13 (Bissorã), 1973/74

(...) Chamo-me Carlos Alberto Duarte Prata, natural do Porto, casado, com dois filhos já homens, e sou Coronel de Infantaria, na situação de Reforma.

Frequentei a Academia Militar, curso de 1961/65. Promovido a Capitão fui mobilizado para Angola onde cumpri uma comissão de serviço entre Maio de 1969 a Julho de 1971.

Em Maio de 1973 fui mobilizado pelo RI15 (Tomar) onde formei a CCaç 4544 que seguiu para a Guiné em Setembro de 1973, tendo como destino Cafal Balanta, na região do Cantanhês.  Por determinação do General Comandante do CTIG, em Março de 1974 fui comandar a CCaç 13, em Bissorã, onde me encontrava em 25 de Abril de 1974.

Regressei a Portugal em 30 de Setembro de 1974, após a entrega da Guiné às tropas do PAIGC.

Apenas para informação devo acrescentar que em 1995 regressei à Guiné, durante 6 meses, em missão de Cooperação Militar. (...)



Chamo-me Hélder Valério de Sousa, vivo actualmente em Setúbal, fui Furriel Miliciano de Transmissões, do STM, cumprindo a comissão de serviço na Guiné entre 9 de Novembro de 1970 e 10 de Novembro de 1972, tendo estado cerca 7 meses em Piche (contemporâneo do BCAV 2922) e o resto da comissão ao serviço do Centro de Escuta e de Radiolocalização do Agrupamento de Transmissões da Guiné.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Guiné 63/74 - P12110: Agenda cultural (285): Apresentação do livro "GUINÉ-BISSAU AS MINHAS MEMÓRIAS DE GABU 1973/74" na Casa do Alentejo, em Lisboa, dia 26 de Outubro de 2013 (José Saúde)

1. O nosso Camarada José Saúde, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523 (Nova Lamego, Gabu) - 1973/74, enviou-nos mais uma mensagem desta sua série.


GUINÉ-BISSAU AS MINHAS MEMÓRIAS DE GABU 
1973/74
 26 de outubro, sábado,15h00

Casa do Alentejo em Lisboa





Camaradas,


Com a distância do tempo a imperar sobre corpos gastos por uma longevidade que já vai longa, mas que teima em preservar neste universo terrestre homens com histórias hilariantes de guerra para contar, lancei um olhar subtil sobre a nossa comissão militar na Guiné, sendo que dessa descida à realidade vivida em Gabu, procurei indagar nas minhas memórias conteúdos reais observados, concluindo que estes foram transversais a outras gerações de camaradas, não obstante a data que coube a cada um de nós percorremos naquele território distante.

Um território, aliás, fustigado pelos matos adensados, capins enganadores e desafiantes, bolanhas q.b. infestadas de mosquitos, os tons avermelhados da estéril terra, o pôr de sol alaranjado e sempre encantador,  as chuvas intensas que não davam tréguas, o cacimbo que arrepiava as nossas almas, bem como o calor africano sempre excessivo constatado, entre outras circunstâncias que nos deixarão saudades e eis-nos no presente perante um reviver de imagens, algumas ténues, que teimam em bater com o nosso ego.

Sublinho, com ênfase, que fui um dos muitos milhares de militares que cruzaram a guerra com a paz e que conheceu a realidade de um tempo que confirmava então o fim do domínio português naquela antiga província ultramarina, assim como o exaltar de um jovem país que resplandecia e se afirmava no continente africano como nação independente.

GUINÉ-BISSAU AS MINHAS MEMÓRIAS DE GABU 1973/74 é uma obra que atravessa estilos semelhantes ao longo dos anos de luta, sendo certo que as exequíveis verdades presenciadas fazem parte de um espólio das nossas vivências em solo guineense.

Revejo as agruras de uma guerra no seu auge e que se deparou, posteriormente,  com o emblema da paz. Uma dualidade visionada de posições anteriormente opostas, mas que marcarão eternamente o nosso sentir no decisivo momento do adeus àquela terra que muito nos marcou.

Os textos expostos neste volume, não longos mas sucintos, mostram o essencial de um olhar atento sobre o contexto de uma guerra cruel que não dava folgas e que se predispunha a autênticas incertezas num terreno que, para nós, se apresentava, a meu ver, diametralmente desigual, tendo em conta que o IN conhecia perfeitamente os terrenos que pisava e a razão da sua luta.

Fui ao fundo do baú do meu passado, e beneficiando de uma memória que teima em manter-se em absoluta atividade, soltei as amarras dos tabus e eis-me a mergulhar livremente no planalto da saudade, trazendo a público as mais diversificadas conjunturas por mim vividas em terras de Gabu.

Não me refugiei, por uma questão de ética e de honra, nos sons estridentes dos tiros ou no desenhar de puzzles que conduziam à preparação de estratégicas operações trabalhadas no palco do conflito. Não ajuizei pretensos cenários em confrontos diretos com o IN.

Procurei, isso sim, mexer com assuntos que implicitamente escondiam, e escondem, o clamor da peleja. Somos humanos e como tal as análises feitas por cada um de nós obedecem a opiniões por vezes diferentes. Neste contexto, não desafio atos de bravura, cinjo-me, sim, a singelas dissertações que mexem com foros literalmente verídicos e que nos brindam com assuntos por nós vividos.

Adianto, porém, que não tranquei em exclusivo a minha caixa de pandora com os problemas vividos em campos de batalha, mas lancei ecos noutras direções que trazem evidentes burburinhos sociais, costumes tribais, entre outras temáticas registadas que mexem, em particular, com a intimidade de jovens militares entregues então ao destino.

Camaradas, nas minhas memórias de Gabu relato, também, a forma como a hierarquia tribal impunha regras tacitamente herdadas dos seus antepassados. A ordem de partilha imposta pela tribo. A maneira hábil como uma população sabia viver encaixada com duas frentes de guerra. O sexo praticado ao longo da campanha. Os filhos do vento com a menina de Gabu. O djubi Alberto, meu companheiro. A festa tradicional nas tabancas indígenas com o fanado. As colunas. As noites no mato. O Natal de 1973. As lavadeiras. O batismo de fogo. Motes interessantes, entre muitos outros, para puxar pelas nossas memórias mesmo frágeis que elas porventura hoje se apresentem.

Nesta apresentação da obra que farei na Casa do Alentejo em Lisboa, no próximo dia 26 de outubro, sábado, a partir das 15h00, contarei com a presença de camaradas que comigo dividiram o conflito na Guiné e deixarei, obviamente, dicas para que todos, em conjunto, apreciarem e tirarem ilações contundentes, espero, de um pedaço das nossas vidas que marcaram, inquestionavelmente, os verdes anos da nossa juventude.

Luís Graça, autor do prefácio e fundador do nosso blogue, será o camarada que  dissecará os ventos trazidos pelo livro GUINÉ-BISSAU AS MINHAS MEMÓRIAS DE GABU 1973/74, numa tarde cultural onde os sons do Alentejo se farão ouvir.

Lisboa é uma região onde abundam antigos camaradas que percorreram os trilhos da Guiné. E é justamente a eles que dirijo o meu convite para uma profícua presença de gentes que continuam a navegar, tal como eu, no campo da saudade.

Até breve!

Em novembro, provavelmente, estarei no Museu Militar do Porto. Depois informo.

Um abraço camaradas, 
José Saúde 
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523 

Mini-guião de colecção particular: © Carlos Coutinho (2011). Direitos reservados.
___________

Nota de M.R.: 

Vd. último poste desta série em:

28 DE SETEMBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12094: Agenda cultural (284): Inauguração do Monumento aos Combatentes em Avintes, dia 14 de Setembro de 2013 (Antero Santos)


Guiné 63/74 - P12109: Convívios (536): O 1º encontro dos bedandenses em Peniche: 28 de setembro de 2013, sob a batuta do Belmiro da Silva Pereira (Parte II) (Hugo Moura Ferreira)


Penhiche > 28 de setembro de 2013 > Convívio do pessoal de Bedanda, com destaque para os camaradas da CCAÇ 6, "Onças Negras", cuja lema era, de acordo com o guião acima reproduzido,  "Aut vincere aut morire" [Vencer ou morrer].

Foto: © Amaral Bernardo (2011). Todos os direitos reservados.[ Edição e legendagem: Blogue luís HGraça & Camaradas da Guiné]



Peniche >  28 de setembro de 2013 > Convívio dos bedandenses da CCAÇ 6 e outras subunidades > Tasca secreta do Belmiro >

Foto nº 1 >  Uma família bem simpática e óptimos anfitriões! Belmiro, esposa e filho. Só tenho pena que a mesa principal tivesse sido pequena e não pudessem ter-se juntado a nós, no repasto. Ainda bem que isso não foi obstáculo a que a reunião tivesse sido um sucesso. Bem hajam os três!



Peniche >  28 de setembro de 2013 > Convívio dos bedandenses da CCAÇ 6 e outras subunidades > Tasca secreta do Belmiro >  Foto nº 2 > Eu, o Salazar, o João Carapau, o Gualdino (sempre convenientemente acompanhado) e o Lassana


Peniche >  28 de setembro de 2013 > Convívio dos bedandenses da CCAÇ 6 e outras subunidades > Tasca secreta do Belmiro > Foto nº 5 > A chegada do Eduardo Cesário Rodrigues (, de alcunha, Salazar), vendo-se o seu filho, de costas.



Peniche >  28 de setembro de 2013 > Convívio dos bedandenses da CCAÇ 6 e outras subunidades > Tasca secreta do Belmiro > Foto nº 9 > Gualdino (de granada, na mão, qual medronheira explosiva), Salazar e o Lassana.


Peniche >  28 de setembro de 2013 > Convívio dos bedandenses da CCAÇ 6 e outras subunidades > Tasca secreta do Belmiro > Foto nº 8 > O Salazar, o filho e a afilhada


Peniche >  28 de setembro de 2013 > Convívio dos bedandenses da CCAÇ 6 e outras subunidades > Tasca secreta do Belmiro > Foto nº 4 >  Um aspeto geral da mesa (que era em L), com o Victor Luz  de pé, ao centro, e de costas o Luís Graça.


Peniche >  28 de setembro de 2013 > Convívio dos bedandenses da CCAÇ 6 e outras subunidades > Tasca secreta do Belmiro > Foto nº 3 > O Aníbal Marques e o Luís Graça em amena cavaqueira.


Peniche >  28 de setembro de 2013 > Convívio dos bedandenses da CCAÇ 6 e outras subunidades > Tasca secreta do Belmiro > Foto nº 7 > Em primeiro plano, o Joaquim Pinto Carvalho e Luis Nicolau, do lado direito; aMaria do Céu (esposa do Pinto de Carvalho) e  Alice Carneiro (esposa do Luís Graça).

Fotos (e legendas) : © Hugo Moura Ferreira (2013). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem de L.G. para Hugo Moura Ferreira, 28/9/2013, 20h42;


Hugo: Foi uma bela jornada (*) . Espero que tenhas chegado bem, Foi notada, e com justiça, a ausência do Tony, para quem desejo as melhoras.

Fico na expetativa de me mandares a lista de presenças e mais algumas fotos. Estou a preparar as minhas para publicar um ou mais postes. Um abração. Um beijinho para a tua simpatiquíssima esposa. Luis.


2. Resposta do Hugo Moura Ferreira, 29/9/2013, 14h35:

Caro Luís. Antes de uma resposta objectiva,   te afirmo que foi para nós, e para mim em especial, um privilégio termos tido a tua presença e de tua mulher, neste evento que, posso afirmar por todos, "nos encheu as medidas".

Claro que chegámos bem, tal como o cor Vieira de Sousa e o Lassana Jaló  que, tal como minha mulher, vinham entusiasmados, aliás como tem sido em outras ocasiões, quando se reúnem os Bedandenses.

Concordo em absoluto, a mágoa que todos sentimos com a ausência do Toni Teixeira! Também nos lembrámos de alguns camaradas que estiveram ausentes e que tu até fizeste o favor de os lembrar na tua intervenção, mas a falta do "Tonizinho" foi sentida de forma bem mais profunda. Outras oportunidades se apresentarão, acreditando eu que ele estará, nas mesmas, de excelente saúde e disposição.

Através desta mensagem te enviarei a listagem do pessoal que nos deu a alegria da sua presença. Algumas pessoas, nomeadamente algumas esposas e acompanhantes não saberei identificar, mas se fizeres questão de que todos sejam identificados, só terei que contactar aqueles que houver necessidade disso. Se houver alguma dúvida,  farás o favor de me dizer para que eu tente esclarecê-la.

Sobre as fotos que tirei com a minha máquina, já as publiquei, conjuntamente com os dois "videozinhos" que fiz, no Facebook no nosso grupo secreto e que só é visível pelos seus integrantes:

Grupo Bedanda/CCaç6 - www.facebook.com/groups/540736299319846

e para o qual te convidei a aderires e teres acesso total.

Penso que através dali poderias retirar as fotos que achares interessantes, que estão condensadas em um Álbum, mas se achares por bem que as envie por aqui, por questões operacionais, apenas terás que dizer. Terei é que fazer uma redução de tamanhos, fazendo piorar a resolução que já não é a melhor ou enviar por várias remessas, dado o tamanho de cada uma. E quanto aos videos, visto que têm muitos MB, não sei como poderia fazê-lo a não ser por P2P e aí teríamos que nos ligar via Skype.

Diz o que te parecer melhor se achares necessidade disso.

Um grande abraço de amizade reconhecida.

Hugo Moura Ferreira

Anexo - Lista das participações (n=34)

Aníbal Magalhães Marques (1972/74 ?), mais 3 familiares (n=4)

Belarmino Sardinha ((ex-1.º Cabo Radiotelegrafista STM, Mansoa, Bolama, Aldeia Formosa e Bissau, 1972/74), Cadaval) +  esposa (n=2)

Belmiro Silva Pereira (alf mil, 1968/69, Peniche,), mais  a esposa e filho (n=3)

Eduardo Cesário Rodrigues (Salazar) (alf mil, 1967/68), mais o filho e a afilhada (n=3)

Fernando de Jesus Sousa (fur mil, 1971/73) +  esposa (n=2)

Gualdino José da Silva (fur mil 1967/69, Algarve) mais 1 casal amigo (n=3)

Hugo Moura Ferreira (alf mil, 1967/68, Lisboa) + esposa, Lorena (n=2)

Joaquim Pinto Carvalho (alf mil, 1972/73, Cadaval) +  espoa, Maria do Céu (n=2)

João António Carapau (alf mil médeico, 1967/68, Portela, Loures) (n=1)

João José L. Alves Martins (alf mil art, BAC 1, 1968/69, Lisboa) n=1)

José P. B. Guerra (1º Cabo, 1971/73) (n=1)

Lassana Djaló (, o mais bedandense de todos os bendandenses, Lisboa) (n=1)

Luís Graça (fur mil, CCAÇ 12, 1969/71, Alfragide/Amadora) mais Alice (n=2)

Luís Nicolau (o homem do SPM, 1972/73, Benedita, Alcobaça) (n=1)

Renato Vieira de Sousa (cap inf, 1967/68, hoje cor ref, Lisboa) (n=1)

Rui [Gonçalves dos}  Santos (o mais vellhinho dos bedandenses, 1962/64, Lisboa) (n=1

Victor Luz (fur mil, 1967/68), mais esposa e 1 casal amigo (n=4)


Não compareceram mas estavam pré-inscritos (n=6)

Amadeu M. Rodrigues Pinho (alf mil, 1967/68)

António Rodrigues (O Capitão do Estandarte: o último Alferes / Capitão, fiel depositário do estandarte e da Cruz de Guerra)

Carlos Nuno Carronda Rodrigues (alf mil , hoje cor ref)

José Caetano

José Vermelho [,ex-fur mil, CCAÇ 3520, Cacine; CCAÇ 6, Bedanda; e CIM, Bolama, 1972/74,]

Toni [, António,] Teixeira [, ex-alf mil,  CCAÇ 3459/BCAÇ 3863, Teixeira Pinto; e  CCAÇ 6,  Bedanda,  1971/73;  Espinho)
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Nota do editor:

(*) Vd. último poste da série > 29 de setembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12102: Convívios (534): O 1º encontro dos bedandenses em Peniche: 28 de setembro de 2013..., sob a batuta do Belmiro da Silva Pereira (Parte I) (Luís Graça)

Guiné 63/74 - P12108: Ser solidário (149): Antigo capelão da CCS/BCAÇ 2861 (Bula e Bissorã, 1969/70), ex-alf mil Augusto Baptista, 75 anos, pároco de Perosinho e Seixezelo, V. N. Gaia, assaltado, violentamente agredido e hospitalizado, precisa de um ombro amigo, precisa de nós, camaradas! (Armando Pires)


Matosinhos > Tabanca de Matosinhos > Dezembro de 2012 > "Da esquerda para a direita: : (i) o José Teixeira, 1º cabo enfermeiro da CCAÇ 2381; (ii) o ten cor capelão Augusto Pereira Batista, que no blogue já homenageei e que pertenceu ao meu batalhão; (iii) o João Rebola, fur mil da CCAÇ 2444, que estava em Bissorã quando nós lá chegámos, de quem me tornei amigo e que só reencontrei graças ao nosso blogue; e (iv) o Dr. Oliveira, que foi, tal como o capelão, convidado pelo Rebola a estar presente naquele almoço".

 

Nazaré > 12 de Maio de 2012 > Convívio da CCS / BCAÇ 2861,  no 42.º Aniversário do seu regresso da Guiné. O alferes capelão Baptista, hoje Tenente-Coronel reformado, está assinalado pela seta. 

(...) O Baptista está sempre presente nos nossos convívios. Sempre, não, que ele falhou três presenças seguidas e foi uma gritaria de todo o tamanho. Já vão perceber porquê. O Baptista vem propositadamente ao nosso encontro para celebrar a "nossa" Missa. Tão "nossa" que rejeitámos que ela fosse celebrada por outro pároco qualquer. A nossa indignação foi tanta que o Baptista compreendeu e nunca mais nos faltou. Porque ninguém, como ele, é capaz de dizer aquelas palavras que são a razão da grande vontade de estarmos juntos, todos os anos e sempre. Porque ninguém, na hora de chamar pelos nossos mortos, diz os seus nomes como ele. Nesse momento, ninguém como ele é capaz de encher a igreja daquela emoção que de todos toma conta, com os olhos vidrados de lágrimas.

Quero, queremos, agradecer ao Baptista por isso. Ele chega, abraça-nos, celebra a Missa, torna a abraçar-nos e despede-se, com um pedido de desculpas por não ficar para o almoço mas tem obrigações a cumprir na paróquia dele.

Camaradas: Quero dizer-lhes que esta é a única Missa que me consinto. Sou o que sempre fui Agnóstico. E quero pedir-lhes que se algum dia encontrarem o Baptista ali no Perosinho, freguesia do concelho de Vila Nova de Gaia onde ele é pároco, falem-lhe, dêem-lhe um abraço, digam-lhe quem são, ele vai gostar e vocês também. Porque o Baptista é um camarada muito porreiro. (...)


Fotos (e legendas): © Armando Pires (2012). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]


1. Mensagem,  de ontem, do Armando Pires [, foto atual à esquerda]:

Assunto: Pedido de publicação

Luís, meu Caro Comandante em Chefe.

Só agora lendo o teu comentário à convocatória do almoço da Tabanca da Linha fiquei a saber que o Carlos Vinhal está de férias.

Acontece que enviei para ele, pelas razões que facilmente vais compreender, um pedido de publicação pedindo um gesto nosso de solidariedade para com o Tenente-Coronel Capelão, reformado, Augusto Baptista, assaltado e selvaticamente agredido na madrugada do passado dia 27 de Setembro.

Peço-te que leias e faz o que puderes. Armando Pires

PS - E não faltes ao almoço [do dia 17].


2. Mail enviado ao co-editor Carlos Vinhal (que está de férias até 13 do corrente):

Meu Caro Carlos Vinhal, Camaradas.

Não sei se leram esta noticia publicada no JN do passado sábado, ou se a viram e ouviram nos noticiários das televisões. Talvez a tivessem lido e ouvido mas não tenham ligado o nome à pessoa.

O sacerdote assaltado e agredido, de que trata a notícia, é o Tenente-Coronel Capelão, reformado, Augusto Pereira Baptista, de 75 anos de idade, hoje pároco nas freguesias de Perosinho e Seixezelo, concelho de Vila Nova de Gaia, mas que, então ainda Alferes, foi capelão do meu batalhão, o BCAÇ 2861, 1969/70, de quem vos falo no meu poste P9978, e que ainda não há muito tempo foi convidado para um dos habituais almoços da Tabanca de Matosinhos, de que no nosso blog também há relato feito pelo João Rebola, e documentado em fotografias no P10801.

O capelão Baptista, o Padre Baptista, ou o Baptista, como tão simplesmente a gente da minha companhia o trata, além das dores físicas, das quais já recupera em casa de familiares, ficou e está muito maltratado psicologicamente.

Peço-vos, se é que pedir é um termo que entre nós tenha uso, sobretudo aos camaradas do norte, e em particular aos do Porto e de Gaia, que lhe transmitam uma palavra solidária.

O Baptista precisa e merece essa palavra.

Em nome do pessoal do BCAÇ 2861,

Muito Obrigado. Armando Pires



Recorte do JN - Jornal de Notícias, de 28 de setembro de 2013 [, enviado pelo Armando
 Pires]. Vd também aqui reportagem da RPT [ Três padres roubados e agredidos em três dias, 28 de
setembro de 2013]


3. Comentário do editor L.G.

Mail interno enviado, hoje de manhã,  para o "batalhão" da Tabanca Grande:

Obrigado, Armando, pelo teu SOS, denunciando esta situação de selvática violência, mais um caso, que chega ao conhecimento da opinião pública, e que desta vez atingiu um camarada nosso. Não, isto não se passa em Bissau, ou noutro ponto qualquer do planeta sem rei nem roque, passa-se numa pacata e santa terrinha do Portugal dos "brandos costumes", europeu, civilizado, policiado,,,

Obrigado, Armando,  pelo teu gesto solidário, pelo teu apelo à solidariedade para com um camarada nosso que está em grande sofrimento psíquico, vítima de stresse pós-traumático. Pelo que me contas ao telefone, ele está em casa de um irmã, em Vila da Feira, e dificilmente estará em condições de voltar á sua residência paroquial, em Persoinho, onde foi sujeito a brutais sevícias. 

Façamos-lhes chegar as nossas palavras de conforto, de camaradagem e de solidariedade. Aqui fica o seu endereço de email, publicado com o seu consentimento, segundo o telefonema que me acaba de fazer o Armando Pires:


E se alguém o for visitar, na vila da Feira, que lhe leve também o nosso imenso abraço, do tamanho do Minho ao Algarve passando pela diáspora lusitana.

Ao Armando, eu já sugeri que apadrinhasse a entrada do Augusto Baptista na nossa Tabanca Grande, juntando o seu nome à nossa lista alfabética de amigos e camaradas da Guiné. É uma pequena homenagem a um homem que é tão querido dos nossos camaradas do BCAÇ 2861... e que no TO da Guiné nos deu conforto espiritual, e que continuou a fazê-lo, mesmo aos 75 anos, ao alinhar com a malta nos convívios anuais...

O Armando já se comprometeu a arranjar-nos uma foto do capelão Baptista, do tempo de Bula ou Bissorã, 1969/70. Precisa, naturalmente, da competente autorização do nosso camarada a quem desejamos uma boa e, se possível, rápida convalescência. A sua fé cristã também vai ajudá-lo a ultrapassar a brutal prova que foi esta estação do calvário.

PS - Reforço o meu pedido: amigos e camaradas, mandem mensagens de conforto e solidariedade ao nosso camarada Augusto Baptista. Ele é um ser humano como qualquer um de nós, está profundamente abalado, e é bom que sinta que o Mundo dos Maus é Pequeno e que a nossa Tabanca... é Grande!...

Aqui vai, autorizado por ele e pelo Armando Pires, o seu endereço de email:

pde.augusto@sapo.pt
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Nota do editor:

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Guiné 63/74 - P12107: Convívios (535): Magnífica Tabanca da Linha: almoço na Adega Camponesa, em Cabreiro, Alcabideche, Cascais, no próximo dia 17, 5ª feira... Convocatória do comandante Jorge Rosales (José Manuel Matos Dinis, secretário)


Guiné > Arquipélago dos Bijagós > Bolama > Ilha das Cobras > Julho de 1966 > O comandante Jorge Rosales, no final da sua comissão, depois de ter passado 18 meses em Porto Gole... Recorde-se que ele, que era alf mil,  pertenceu  pertenceu à 1ª Companhia de Caçadores Indígena, com sede em Farim. (Havia mais duas, uma Bedanda, a 4ª, CCAÇ,  e outra em Nova Lamego, a 3ª CCAÇ). Ficou lá pouco tempo, em Farim, talvez uma semana. A companhia estava dispersa. Foi destacado para Porto Gole, com duas secções (da CCAÇ 556, do Enxalé) e outra secção, sua, de africanos. Tinha um guarda-costas bijagó. Ficou lá 18 meses. Passou os últimos tempos, em Bolama,  no CIM, a dar recruta a soldados africanos.

Foto: © Jorge Rosales (2010). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]


1. Mensagem de José Manuel Matos Dinis [, ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71]


Data: 30 de Setembro de 2013 às 16:28

Assunto: A Magnífica Tabanca da Linha - Notícia feliz (*)


O tempo amainou dos calores que nos prostavam, que nos deixavam sem vontade para movimentos e andanças. O clima generoso deste País já permitiu ao Sr Comandante Rosales fazer a vindima no seu domínio lá prós limites ribatejanos, e tenho o maior prazer de informar o excelentíssimo público leitor, de que a pinga já ferve e cheira auspiciosamente, conforme comunicações detalhadas que cuidadosa e diariamente lhe são transmitidas pelo zeloso Eusébio, não o glorioso, mas o coucense que lhe cuida dos bens rústicos e, por inerência, do bom andamento da fervura.

Reproduzo o que o Sr. Comandante me transmite, com vaidade superior e a modos que suspeita, pois não posso confirmar de que o quinteiro lhe telefona diariamente, ou antes, se S.Exa. já anda com os pensamentos em processo repetitivo, em rodopio avassalador, quiçá numa manifestação desses subprodutos alzheimerianos, se é que não se trata do produto genuíno. É que está sempre a falar do mesmo com as bochechas largas a emoldurar o sorriso.

Pois bem, ou mal, S.Exa. convocou-me para lá ir fazer a mudança do vinho da cuba para os depósitos, que a produção é toda ela para ser falada no plural. Explorou-me como é fácil de perceber, tratando-se de um genuíno descendente feudal, com interesses ramificados na Galiza. Levou-me a almoçar a um restaurante local, mais ao rancho de trabalhadores afectados àquela tarefa, e obrigou-me a pagar a despesa, porque o multibanco distava para cima de dez metros de distância. Ainda me deve a massa, e o almoço nem foi grande coisa.

Como é natural entre portugueses mastigantes, que praticavam a mastigação em volta de uma feijoada dita à transmontana, e jaquinzinhos com arroz, estes mais adequados para a dieta do magnífico Comandante, empurrados para o "bolo alimentar" por uma sucessão de jarros de vinho, cuja qualidade já não me lembro se aprovei ou desaprovei, mas sei que no regresso deu-me a soneira, até ter levado uma cotovelada com a indicação de que estávamos no estabelecimento desejado da "rabo de cavalo", local pitoresco no meio da lezíria, onde fui obrigado a enfiar um café e a água efervescente de uma garrafa das pedras. Arrotei, e S.Exa. reprovou-me com um olhar implacável, quase a destinar-me às galés. Mas safei-me, voltei a ter lugar na magnífica viatura a diesel que também é sua propriedade, e reiniciàmos a viajem de regresso até à saída da autoestrada em S. Domingos de Rana, onde S. Exa. atracou a viatura a um bar que costuma frequentar, com o justíssimo fim de se dessedentar, para o que requisitou outro jarro, desta vez cheio de uma mistura de vinho e gasosa, servida fresca, que eu acho que era para disfarçar a espécie de vinho que emborcámos.

Visivelmente mais bem disposto, e depois de me evidenciar um outro circulo onde exerce influências, o Sr Comandante elogiou bastante o meu trabalho durante a transfega, e conduziu-me rapidamente aos arrabaldes do sítio onde moro, que tinha mais que fazer.

Enquanto eu do meio da rua correspondia ao seu chamamento, mandou-me informar os distintos membros da Magnífica Tabanca da Linha, mais quem os quiser acompanhar, ou aderir, que no dia 17 de Outubro, pelas 12h30, é que é!

É o quê, perguntei ainda atordoado em consequência da viajem, e obtive como resposta, o almoço, ó básico! E para não atrapalhar às mioleirinhas de V.Exas., já habituadas ao caminho, não vai realizar-se num hotel de luch(x)o, nem num restaurante com estrelinhas da good-year, michelin, ou lá o que é, mas na Adega Camponesa, no Cabreiro, em Alcabideche, por detrás do novo hospital, com o custo tradicional de quinze aéreos e vinte cêntimos. [Telefone: 214 690 328 ].

E terá como antecedentes, enchidos grelhados (que são mais saudáveis), patê de cheiro a marisco, salgados, pão e azeitonas. O prato de peixe será guarnecido com tranches de cherne, cogumelos e natas, enquanto o de carne será aviado com uma grelhada suculenta, batata-frita e salada. A culminar, se o Miguel Pessoa estiver enfastiado, pode ser que haja oportunidade para apreciarmos um buffet de sobremesas. A água, o vinho e o café estão incluídos no menú.

Por favor, não se esqueçam de confirmar a presença até ao meio-dia do dia 15, e façam, o favor suplementar de esquecerem o relato anterior sobre as actividades extra-militares de SEXA,  o nosso querido Comandante, nem façam elocubrações especulativas sobre os domínios e propriedades daquele insigne e próspero pançudo.

Para que conste, e possa servir ao altíssimo Luís como oportunidade para visitar as bases.

JD 

2. Comentário do editor (de servio, LG, já que o CV está de férias até 13 deste mês):

O comandante Jorge Rosales, aliás SEXA Comandante (vai fazer mais um aninho no dia 7, 70 + n, vamos lá ver se não se me esqueço de publicar o postalito da ordem, já  devidamente editado pelo CV, antes de sair de casa), entrou para a nossa Tabanca Grande na data hístórica de 9 de junho de 2009 (**).

É um camarada querido de todos nós. É seguramente um dos nossos "mais velhos" (, expressão que em África é ainda sinal de respeito). Como ele próprio se apresenta, ainda é do tempo do caqui amarelo!... Portanto, velhinho, como o caraças!... Mais velho do que ele só talvez mesmo o Diogo Gomes que chegou a Porto Gole, no canal do Geba, uns bons anos antes,  em... 1456!

Amigos, camaradas, correlegionários, admiradores, amantes, serventuários, bajuladores, fiéis e infiéis, mouros e morcões, tugas, guineenses, galegos, bajudas, mulheres e homens grandes que vivam num raio de uma, duas, três oui até mais  léguas com epicentro no Monte Estoril (onde o senhor tem sua morança) ...Vamos lá fazer um esforço para estarmos presentes no almoço-convívio do dia 17!!!... Nós, isto é, uma numerosa e condigna representação da Tabanca das Tabancas, a mãe de todas elas, a Tabanca Grande, pois claro!...

Sendo ele o régulo da Magnífica Tabanca da Linha, devidamente secretariado pelo sempre forte, leal e fero JD (leia-se: djuliet delta, segundo o Alfabético Fonético Internacional), o comandante Jorge Rosales tem, entre nós, um especial estatuto, como de resto os nossos demais régulos (da Tabanca do Centro, de Matosinhos, dos Melros, da Lapónia,   Ajuda Amiga, Guilomilo, etc.). Não confundir com outros como os sósias, ou impostores,  que se passam por comandantes Jorge Rosales. Por que este é que é o verdadeiro, e na Tabanca Grande...  Rosales só há um, é o Jorge e mais nenhum!

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Notas do editor:


(**) Vd. poste de 9 de junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4488: Tabanca Grande (151): Jorge Rosales, ex-Alf Mil, Porto Gole, 1964/66, grande amigo do Cap 2ª linha Abna Na Onça

Guiné 63/74 - P12106: Estórias avulsas (69): Em memória do meu amigo Mamadú, pescador do Xitole, que pescava no Rio Pulom (Jorge Silva, ex-fur mil, CART 2716, Xitole, 1971/72)


Guiné > Zona Leste > Sector L1 (Bambadinca) > BART 2917 (1970/72) > Forças da CCAÇ 12, a descansar na Ponte dos Fulas (sobre o Rio Pulom, afluente do Rio Corubal), por ocasião de uma coluna logística Bambadinca - Xitole (Xitole era a unidade de quadrícula, do Setor L1, mais a sul; era a sede da CART 2716, em 1970/72).

Perspetiva: norte-sul, quando se vem de Bambadinca e Mansambo para Xitole e Saltinho.  A ponte, em madeira, de construção ainda relativamente recente e em bom estado, era vital para as ligações de Bambadinca e Mansambo  com o Xitole, o Saltinho e Galomaro... A ponte era defendida por um 1 Gr Comb do Xitole, em permanência, dia e noite... Na foto sãos visíveis, em segundo plano à esquerda, o fortim; em terceiro plano, ao fundo, à direita, as demais instalações do destacamento.

Foto do álbum de Arlindo T. Roda, ex-fur mil da CCAÇ 12 (1969/71).

Foto: © Arlindo T. Roda (2010). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]



Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > Xitole > Ponte dos Fulas, sobre o Rio Pulom. Perspetiva: sul-norte. A coluna logística, vinda do Xitole, regressa a Bambadinca, deixando atrás o destacamento da Ponte dos Fulas. Foto do álbum de Humberto Reis, ex-fur mil op esp, CCAÇ 12 (1969/71).

Foto: © Humbero Reis (2006). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]

1. Mensagem do Jorge Silva  (que entrou para a Tabanca Grande em 23/8/2010; de rendição individual, esteve na Guiné entre 1/5/71 e 24/04/73, tendo passado pela CART 2716 e pelo BENG 447)


Luís Graça,

Um abraço e parabéns pelo óptimo trabalho que tens produzido no blogue que, cada vez mais, agrega ex-combatentes.

Baseado na realidade que vivi no Xitole, produzi um texto cujo tema reputo de interesse e que publiquei, em 28 de setembro último, no blogue da CART 2616.

Se o pretenderes divulgar e te der mais jeito em pdf, anexo-o neste formato.

Jorge Silva
ex-Fur Mil,
CART 2716 (Xitole,1971-72)
e BENG 447 (Bissau 1972/73)





Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > Carta do Xime (1955) / Escala 1/50 mil > Subsetor do Xitolke > Posição relativa da Ponte dos Fulas sobre o Rio Pulom, afluente do Rio Corubal... Ficava na estrada Bambadinca - Mansambo - Xitole - Saltinho... A oeste, o triângulo Galo Corubal / Satecuta / Seco Braima, controlado pelo PAIGC.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2013).


2. Em memória do meu amigo Mamadú, pescador do Xitole

por Jorge Silva

A expressão raças humanas (branca, negra, etc.) resulta de um conceito antropológico antigo e ultrapassado, cada vez mais em desuso, embora o racismo continue a ser uma infeliz e nociva realidade.

Creio que em vez dessa divisão por raças em função da cor da pele devemos considerar, tão só, uma única raça: a raça humana.

Claro que há pessoas com cores de pele branca, negra, amarela e, até, vermelha. Tal como há pessoas que, apesar da cor da pele ser branca, têm olhos azuis, enquanto outros os têm verdes, ou castanhos, ou cinzentos, ou pretos... E há outras que sendo designadas por terem pele branca afinal têm-na muita morena (escura mesmo) e, a par disso, cabelos muito escuros (mesmo pretos), enquanto também as há de pele nitidamente branca e com cabelos loiros.

Hitler foi um verdadeiro e demoníaco “mestre” nestas distinções. E por isso tornou-se o primeiro responsável pelo genocídio de milhares e milhares de seres humanos, para além das nefastas consequências de uma guerra mundial que prejudicou de forma irreparável a humanidade. Hitler não quis ou não foi capaz de perceber que tal diversidade humana é um dom da natureza e uma mais valia da humanidade. E por isso procurou destruir a obra humana, criada pela própria natureza, cuja diversidade os homens se encarregaram de ir enriquecendo ao longo de milhares e milhares de anos.

Ao contrário de Hitler saibamos, pois, aproveitar a riqueza dessa diversidade. E para tal ultrapassemos preconceitos com mais informação válida e mais conhecimento, pois enquanto eles persistirem não seremos capazes de compreender as diversas realidades, costumes e culturas.

Eu tive a sorte de ter a oportunidade de poder começar a compreender as referidas diferenças a partir de 1971.

Com 22 anos fui para a Guiné (Xitole). Branco, e crescido no meio de brancos, fui conviver com negros. Católico,  fui para o meio de muçulmanos, de etnia Fula.

Tive lá um amigo especial, o pescador do Xitole que, na altura,  teria 40 e tal anos, mas que quando tinha apenas 15 anos foi levado de Dakar pelos franceses até Paris para, mesmo sendo menino, ser incorporado no exército francês e ser forçado a participar na última guerra mundial.

O pescador (que,  se a memória não me falha,  se chamava Mamadú), era um homem maduro, vivido e culto. Quando estive destacado na Ponte dos Fulas, juntamente com o David Guimarães, o pescador acompanhou-nos e, com excepção dos fins de semana, em que ia para junto da família, permaneceu connosco cerca de um mês, para lançar as redes no Rio Pulom e capturar o peixe que nos saciou a fome.

Nas muitas conversas que tive com o Mamadú, um dia perguntei-lhe porque é que os homens do Xitole passavam os dias sentados na aldeia enquanto as mulheres se entregavam à vida dura da agricultura, inclusive com filhos às costas e outros a seu lado. E, soltando o que me ia na mente, perguntei-lhe porque é que tais homens não ajudavam as mulheres nos trabalhos agrícolas e, ainda de forma mais directa, se tal se deveria ao facto de esses homens não gostarem de trabalhar...

O meu amigo pescador captou-me o preconceito e,  com imensa calma, feita de muita sabedoria, o Mamadú perguntou-me se na minha terra (Porto) eu encerava o chão, lavava a louça, lavava a roupa à mão, estendia a roupa para secar, passava a roupa a ferro, etc., etc.

Estávamos em 1972 e, também por preconceitos, tudo isso era, inquestionavelmente, trabalho de mulher. De tal modo que qualquer homem que assumisse a realização dessas tarefas seria alvo de epítetos nada abonatórios nem desejáveis.

Naturalmente respondi-lhe que não, o que correspondia à verdade. Mas mesmo que assim não fosse ter-lhe-ia dito na mesma que não. Com um sorriso amigo e de compreensão ele explicou-me que lá no Xitole as coisas também funcionavam de idêntico modo, pois trabalhar a terra era serviço exclusivo de mulher, pelo que se algum homem fosse ajudar a mulher a trabalhar a terra perderia a consideração e o respeito da aldeia.

E, completando a lição, o Mamadú explicou-me que os Fulas eram comerciantes por natureza, pelo que estavam sentados à espera que a guerra acabasse para, sem correrem perigos, poderem trilhar as matas, de aldeia em aldeia,  com a mercadoria às costas, para comercializarem os seus produtos e sustentarem a família.

Percebi, então, que esses amigos Fulas do Xitole não eram malandros. A guerra é que o era. De tal forma que nem sequer os deixava trabalhar.

Aprendi, então, que não devia avaliar os outros à luz da minha cultura e dos meus valores e muito menos com a mente envenenada por preconceitos. O meu amigo Mamadú, pescador do Xitole, ensinou-me isso e muitas coisas mais. E com isso ajudou-me a crescer e a ser homem.


Há pouco tempo informaram-me que ele já teria falecido, o que muito lamento. Evoco-o deste modo, cumprindo uma obrigação que tinha para com esse amigo, já que deixei passar a oportunidade de, olhos nos olhos, lhe agradecer o quanto me ensinou, com uma paciência, uma maturidade e uma humildade difíceis de igualar, a atestar que tive o ensejo de ter estado diante de um homem culto e bom de pele negra.Obrigado, Mamadú, velho pescador do Xitole. E, apesar de ser católico,  desejo que Alá te guarde.

Jorge Silva [, foto à esquerda, do tempo da CART 2716, Xitole, 1971/72]




Página do blogue da CART 2716 (Xitole, 1970/72), Amigos do Xitole,  criada e administrada pelo Jorge Silva
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Nota do editor:

Último poste da série > 30 de setembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12105: Estórias avulsas (68): Do meu Álbum de Fotos sobre Galomaro 2 (José Ribeiro)

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Guiné 63/74 - P12105: Estórias avulsas (68): Do meu Álbum de Fotos sobre Galomaro 2 (José Ribeiro)


1. O nosso Camarada José Fernando dos Santos Ribeiro, ex-1º Cabo de Transmissões na CCS do BCAÇ 2912 (Galomaro-Cossé), 1970/72, enviou-nos mais algumas fotos de Galomaro:

Aspectos do 
Aquartelamento Galomaro 

Postal do meu orgulho pessoal.
Galomaro > Gen. Spínola discursando para a tropa presente.
Galomaro > Com a minha G3.
Galomaro > A malta das transmissões.
Dulombi > Operação no mato.
Cassamba > após ataque do IN.
Galomaro > Unimog destruído em emboscada.

Um abraço para todos,
José Fernando dos Santos Ribeiro
1º Cabo Trms da CCS do BCAÇ 2912

Fotos: José Fernando dos Santos Ribeiro (2013). Direitos reservados.
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Notas de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

Guiné 63/74 - P12104: Inquérito online sobre o futuro das relações da Guiné-Bissau com Portugal, 40 anos depois da proclamação (unilateral) da independência em Vendu Leidi, na região do Boé, na fronteira leste com a Guiné-Conacri: Resultados finais (n=178)... Os pessimistas tem maioria absoluta (59 %), contra 17 % de indiferentes e 24 % de otimistas...

Os resultados da nossa última sondagem (de 21 a 27 do corrente) são conclusivos... Numa amostra (de conveniência, portanto de modo algum representativa da nossa população de leitores, amigos e camaradas da Guiné), e num total de 178 respostas, os pessismistas estão em larga maioria (59%)... Os indiferentes somam 17% e os otimistas não passam de 24%...


Resumo. Distribuição (agregada das respostas) (=178)

1/2.Muito (n=31) ou bastante (n=27) 
pessimismo (n=58) (32,6%)

3. Algum pessimismo (n=47) (26,4%)

4. Indiferença. nem pessimismo nem otimismo (n=30) (16,9%)

5. Algum otimismo  (n=36) (20,2%)

6/7. Bastante (n=5) ou muito (n=2) otimismo (n=7) (3,9%)

 Votos apurados: 178


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Nota do editor:

(*) Vd. postes anteriores:



(...) Sondagem > 40 anos depois da independência da Guiné-Bissau, a 24 de setembro de 1973, vejo o futuro das relações (políticas, diplomáticos, económicas, sociais, culturais, etc.) deste país com Portugal com...

[Resposta numa escala de 1. Muito pessimismo,  a 7. Muito otimismo... Só se pode escolher uma hipótese de resposta.]


1. Muito pessimismo
2. Bastante pessimismo
3. Algum pessimismo
4. Indiferença. nem pessimismo nem otimismo
5. Algum otimismo
6. Bastante otimismo
7. Muito otimismo

(...)

Guiné 63/74 - P12103: (In)citações (55): Eu desejo acreditar na Guiné-Bissau, nos seus jovens, mulheres e homens de boa vontade, que trabalham nas bolanhas, nas matas, nos rios e no mar... (Paulo Salgado, ex-alf mil, cav, op esp, CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72; cooperante)

1. Mensagem de Paulo Salgado, com comentário a propósito da nossa sondagem, que encerrou a 27 do corrente, sobre o futuro das relações da Guiné-Bissau com Portugal (*)


Data: 28 de Setembro de 2013 às 18:34

Assunto: As minhas ideias - à guisa de sumário


Luís e restantes Camaradas do Blogue,


Por diversas vezes tenho manifestado o quão importante foi para mim ter "regressado" à Guiné em trabalho da minha profissão [, como administrador do Hospital Nacional Simão Mendes, Bissau].

Tive oportunidade de conhecer grande parte do território daquele País Irmão (sim. repito, Irmão, sem qualquer pejo e sem deslumbramentos...), de contactar muitas pessoas, mesmo antigos combatentes do PAIGC.

Tive oportunidade de escrever alguns textos sobre algumas experiências que vivenciei.

Sobre o tema das relações entre os dois Países, direi o seguinte (é a minha opinião, claro):

Primeiro: As relações entre os nossos Países deveriam caracterizar-se pelo direito de reciprocidade (entenda-se: igualdade, solidariedade, justiça); nenhum tem mais culpa ou menos culpa de as mesmas decorrerem bem ou mal. Que fique bem claro: há muitos aspectos destas relações que poderiam estar mais transparentes e amistosos se Portugal tivesse uma postura mais proactiva com todos os PALOP - esta questão tem anos e nunca foi resolvida devidamente...

Segundo: Existem, desde há alguns anos, interesses externos que convergem para a ganância de uns tantos, através de processos indignos de corrupção. Sabemos todos quem são os mestres desta "aventura", comendo à mesa da corrupção activa e passiva (ou são as duas activas?), prejudicando o normal desenvolvimento e crescimento da Guine-Bissau.

Terceiro: Permito-me recordar algumas ideia do grande cineasta Flora Gomes (Atual - Expresso, de 18 de maio de 2013: «Tenho confiança que a África vai mudar. O problema é a velocidade a que as coisas hoje se processam, o que pode dar azo a novos atropelos. Temos muitos jovens formados cheios de boas ideias, à espera de uma alternativa.»

Eu desejo acreditar na Guiné-Bissau, nos seus jovens, nas mulheres e homens de boa vontade, que trabalham nas bolanhas, nas matas, nos rios e no mar... (**)

Paulo Salgado

[ex-alf mil cav, op esp.,  CCAV 2721, 
Olossato e Nhacra, 1970/72; 
administrador hospitalar reformado,