Guiné > Região de Bafatá > Saltinho > Rio Corubal > Uma das mais belas piscinas naturais do mundo... Foto do álbum do Arlindo Roda (ex-fur mil, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71).
Foto: © Arlindo Roda (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Saltinho > Rio Corubal > Rápidos do Saltinho > 3 de Março de 2008 > Lavadeiras do Saltinho.
Foto (e legenda): © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Guiné > Região de Bafatá > Carta de Contabane (1959) > Escala 1/50 mil > Detalhes: Saltinho, rápidos do Saltinho, Rio Corubal, Contabane, Cansamange... Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2022)
As cartas da antiga Província Portuguesa da Guiné são de uma enorme riqueza documental, em termos geográficos, e a um escala (1/ 50 mil) em que cada centímetro corresponde a meio quilómetro (ou quinhentos metros)... Nomeadamente, permite-nos, por exemplo, saber hoje (vd. sinais convencionais):
- quais as tabancas que existiam antes da guerra (e ver depois as que foram abandonadas ou destruídas);
- qual o número médio aproximado de moranças ou casas (cada ponto corresponde em geral a uma morança;
- as temporárias e as abandonadas;
- as povoações "de tipo europeu" e as "indígenas" (e dentro destas, as "cerradas" e as com "arruamentos" definidos);
- conforme o tamanho da letra, as povoações "indígenas" com mais de 50 casas, as entre 50 e 10, e as menos de 10;
- o regulado a que pertenciam;
- as que eram sede de circunscrição (equivalente ao nosso concelho) e as que eram sede de posto administrativo...
- mas também localizar as bolanhas (arrozais de regadio), as lalas (capinzais) (de água doce e água salgada, com ou sem tufos de palmeiras), os mangais, as florestas-galeria, as savanas arbustivas, as terras incultas...
- os diferentes tipos de palmeiiras e palmares: palmeira-de-tara (Phoenix reclinata(; palmeira de dendém (ou azeite), comforme a sua densidade: massiços consideráveis ou não desbravados; palmares desbravados com culturas diversas;
- mas igualmente as "pontas" (ou hortas) (que em geral eram exploradas por cabo-verdianos e europeus, e que tinham o nome do dono ou fundador: Ponta do Inglês, Ponta João Dias)...
- e ainda calcular distâncias entre duas povoações, por estrada ou em linha recta; estimar a largura de um rio ou o comprimento de uma bolanha...
Tudo isto feito ainda "no bom tempo" (anos 50 do séc. XX), ou seja, antes do vendaval da guerra em que desaparecem regulados inteiros ou em parte (alguns eu conheci: Xime, Bissari, Corubal, Enxalé, Cuor, Mansomine, Oio, Joladu, Ganado, Padada...) e foram abandonadas ou destruídas muitas e muitas dezenas (senão não algumas centenas) de povoações (por exemplo, ao longo da bacia do rio Corubal)... para nao falar de regiões inteiras, como a de Quínara e a de Tombali, no sul (que só conheci depois da guerra)...
Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2022)
1. Estamos a recuperar os "links" ou as "URL" das cartas (ou mapas) da Guiné, dos Serviços Cartográficos do Exército, que estavam alojadas desde finais de 2005 na antiga página pessoal do editor Luís Graça ("Saúde e Trabalho - Luís Graça"), cujo servidor era o da Escola Nacional de Saúde Pública / Universidade NOVA de Lisboa (ENSP / NOVA). Mais concretamente estavam alojadas numa pasta institulada "Luís Graça e Camaradas > Subsídios para a História da Guerra Colonial"...
As cartas (ou mapas) da Guiné e os demais recursos dessa página estavam acessíveis a partir do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Com o fim da página pessoal do nosso editor, em 2022, passam doravante a poderem ser consultadas, de novo, "on line", no nosso blogue, mas a partir do Arquivo.pt.(https://arquivo.pt):
O Arquivo.pt (criado e mantida pela FCT - Fundação para a Ciência e Tecnologia) permite "a preservação da informação publicada na Web portuguesa para que o conhecimento nela contido esteja acessível às nossas gerações futuras"... e continue a estar disponível para todos (incluindo os investigadores das mais diversas áreas disciplinares, da linguística à história, da sociologia à literatura, da geografia à etnografia, da ecologia à economia)... E, naturalmente, para os leitores do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné a quem se destinam, em primeiro lugar, estas cartas ou mapas.
2. Continuamos a repor as nossas preciosas cartas (ou mapas) da Guiné (Escala 1/50 mil), por ordem alfabética, agora alojados no Arquivo.pt. É só carregar no link. (Também podem ser descarregados e guardados no computador do leitor.)
No final desta série continuarão a estar disponíveis na coluna estática do blogue, do lado esquerdo. Por enquanto (e até a uma próxima actualização), esses links continuam quebrados, bem como todos os topónimos que até agora (ou até há alguns meses) usavam os links antigos, quando estavam alojados na página da ENSP/NOVA. Aqui vão os novos links, das cartas (de Q a X):
Cartas (ou mapas) da antiga Guiné Portuguesa
(Escala 1/ 25 mil) (De Q a X)
Quinhamel (1952) (Inclui Quinhamel, Ilondé...)Sedengal (1953) (Inclui Sedengal, Ingoré, rio Cacheu, fronteira com o Senegal...)
São João (1955) (Inclui Bolama, São João, Nova Sintra, rio Grande de Buba...)
Tite (1955) (Inclui Tite, Jabadá, rio Geba, Bindoro, Chuhué, Dugal...)
Xime (1955) (Inclui Xime, rio Geba, rio Corubal, Enxalé...)
Xitole (1955) (Inclui Xitole, rio Corubal, Buba, Nhala, Mampatá. Aldeia Formosa...)
3. Fica aqui, mais uma vez, a nossa homenagem aos nossos valorosos cartógrafos militares portugueses. A cartografia portuguesa deu cartas (no duplo sentido do termo) ao mundo, é bom é dizê-lo.
Estas cartas da Guiné são pequenas obras-primas, resultantes do minucioso e aturado levantamento efectuado aos longo dos anos 50 pela missão geo-hidrográfica da Guiné – Comandante e oficiais do N.H. Mandovi e do N.H. Pedro Nunes.
A fotografia aérea foi da responsabilidade da Aviação Naval. O trabalho de restituição, por seu turno, foi feita pelos Serviços Cartográficos do Exército. As fotolitografias e a impressão foram feitas em várias casas, de Lisboa, Porto, V.N. Gaia: Litografia de Portugal, Papelaria Fernandes, Arnaldo F. Silva...
A imagem em geral é de boa qualidade, graças também à fotolitografia de casas como a Papelaria Fernandes e a António F. Silva (em geral, são os melhores trabalhos, os destas casas)… e à posterior digitalização feita na Rank Xerox.
A imagem original tem 10 MB. Como habitualmente, a imagem que está disponível "on line" foi reduzida a um 1/3 da dimensão original…
A edição é da antiga Junta das Missões Geográficas e Investigações do Ultramar, do antigo Ministério do Ultramar.
Convirá recordar que a sua paciente digitalização foi efectuada pelo Humberto Reis na Rank Xerox, em 2006. (Ele não nos disse quanto pagou, mas não deve ter sido barato...). Eu passei cada um destes pesadíssimos ficheiros (10 ou mais Mb) para outros mais leves (da ordem dos 2 Mb), procurando manter a qualidade da imagem (que tem alta resolução)...
Ao Humberto Reis, nosso mecenas, mais uma vez a nossa gratidão pela sua generosidade (todo este trabalho foi pago do seu bolso) e a nossa homenagem ao seu carinho pela Guiné-Bissau e pelos guineenses. Não é por acaso que ele é o nosso "cartógrafo-mor" e colaborador permanente, desde então. (*)
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Nota do editor:
Vd. postes anteriores da série: