1. Mensagem de Mário Beja Santos* (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 9 de Dezembro de 2010:
Malta,
O traçado da estrada, a partir de Jugudul, está substancialmente modificado. Toda aquela recta que vai até Finete foi afastada do Geba. Ao princípio desorientei-me, os meandros do rio estavam longe, apareciam difusos.
Em Mato de Cão, vi-me rodeado de casas, quase em cima da encosta, senti que a confusão era total. Depois tudo se esclareceu, mas foi preciso andar muito à pata, subir e descer Mato de Cão, Chicri, Gambaná, Finete. Irão ser dias irrepetíveis. Haverá até um momento, conversando com o Sr. Biloche, um ilustre empreendedor de Finete, em que cheguei mesmo a apalavrar uma casa para o Jorge Cabral.
Há coisas que acontecem só na Guiné.
Quanto ao dia que que aqui se fala, começou e acabou bem. Entreguei bacalhau e azeite de Avis em duas moradas.
A minha amizade com o Fodé crescera em Missirá, à mesa, comendo bacalhau cozido com batatas. Era indispensável regressar com bacalhau, se as plantas precisam de água, aquela amizade tinha que ser regada, na circunstância solene, com bacalhau.
Um abraço do
Mário
Operação Tangomau (4)
Beja Santos
20 de Novembro: De Bambadinca para o Bairro Joli
1. A primeira incursão da manhã está reservada ao local em que funcionou o QG, o Quartel-General, a respectiva messe de oficiais e um conjunto de instalações onde se albergavam os oficiais do quadro permanente e milicianos. É um amanhecer abafado, depois latejou o calor e agarrou-se às casas, à estrada e aos corpos. O Tangomau está furioso, não repararam o duche da casa de banho, já fez as malas, deixou a bagagem no quarto, tal como combinou com a encarregada de recepção, esta desfaz-se em sorrisos tal como se desfaz em promessas quando fala nas reparações, há três dias consecutivos. O Tangomau inflecte à esquerda e sobe a antiga estrada de Santa Luzia, vai à procura, de acordo com a sua memória, dos locais onde teve reuniões, onde recebeu guias de marcha, onde se apresentou nos momentos em que chegou a Bissau, onde comeu e dormiu, até onde viu cinema.
2. Esta estrada de Santa Luzia é a mesma Pansao N’Isla de que já se falou, liga o antigo QG até Amura e Bissau Velho. O que vai encontrando pelo caminho tem pouco a ver com a realidade de há 40 anos: há cantinas, estofadores e até uma agência funerária com um jogo de matraquilhos à frente. Sente-se a decomposição dos edifícios da era colonial, algumas organizações não-governamentais procederam a restauros antes de ali se instalarem. Há hortas e, um pouco antes de chegar à guarita que assinala a chegada ao QG, emerge, muito populoso, o Bairro de Santa Luzia. O Tangomau limita-se a ficar especado à entrada das instalações do Quartel-General, o edifício principal está esventrado, foi num daqueles gabinetes que explodiu a bomba que matou um chefe de Estado-Maior das Forças Armadas da República da Guiné-Bissau, numa espiral de ajustes de contas que culminou com o assassinato de Nino Vieira, e ainda não se sabe se findou, em definitivo. Não se pode entrar, o Tangomau não pode rever os sítios pode onde andou em 1991, quando ali trabalhava diariamente como cooperante do Ministério da Indústria e dos Recursos Naturais.
Embrenhou-se em Santa Luzia e deu consigo a visitar em primeiríssima mão o hotel Azalai que maquilhou as instalações do antigo QG e do antigo hotel 24 de Setembro. O que era a messe de oficiais e as salas de convívio ainda é perceptível no traçado exterior, nada mais. A fisionomia dos bangalós está modificada, há ajardinamentos novos, adaptaram-se ruas, o Tangomau deambula surpreso por tanta novidade e chega à antiga piscina onde turistas tostam ao sol. Sem dificuldade maior, logo identificou o espaço onde, há mais de 40 anos, era possível estar ali sentado nas noites de cinema. E até aconteceu uma coisa curiosa, o Tangomau regressou ao passado e recordou um filme desempenhado por Rod Steiger, uma criação admirável de um usurário que acabou vítima da sua concupiscência pelo dinheiro, num bairro esconso de Nova Iorque, talvez o Bronx.
Nada há mais a ver, ele ainda anda à procura de uma instalação tipo armazém onde funcionava o Vaticano III, era um albergue de passagem para milicianos, aí se despediu da Guiné, entregaram-lhe um lençol roto, fora obrigado a aceitar, não vale a pena esmiuçar as peripécias, já em Portugal um agente da PSP bateu-lhe à porta e foi imperativo: ou pagava 17 escudos e 50 centavos pelo lençol danificado. O Vaticano III desapareceu, não faz parte dos equipamentos do hotel Azalai, paz à sua alma.
Segue-se a descida da estrada de Santa Luzia, depois inflexão para a Praça dos Heróis Nacionais, faz-se uma paragem para beber uma bica na Pastelaria Dias & Dias. Como não há pejo em contar, o Tangomau fez um estranho escrutínio de livros para lhe fazerem companhia nesta viagem. Desta vez, nada mais nada menos que “Novas Cartas Portuguesas”, por Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, 9.ª edição, anotada por Ana Luísa Amaral.
O café não é dos melhores, mas o regresso à leitura deste livro é compensador, marca a pausa antes de descer a Baixa de Bissau até ao Pidjiquiti. A primeira vez que leu as “Novas Cartas”, sentiu-se inseguro: não era um romance, havia ali um amontoado de cartas, poemas, confissões sobre o corpo feminino, alguma crueza sobre relações sexuais, tudo a pretexto das cartas seiscentistas de Soror Mariana Alcoforado. Já lá vão quase 40 anos, o brado que a obra teve, a sua imediata proibição e os interrogatórios da PIDE às autoras, o processo judicial, podem hoje ser vistos como ridículos, anacrónicos, pois então. Voltar a mergulhar nesta obra é menos importante para apurar a consolidação da igualdade de género e mais para sentir um incontestável apuro literário, pois estas três autoras souberam escrever a seis mãos coisas tão belas, assim:
“Um vinho velho que adormeceu há séculos, amodorrado nos frascos postos em fila, com as suas pesadas rolhas de vidro trabalhado.
Eis, meu amor, a morte à qual tu afinal não pertences:
desço sozinha, ambiciosamente, pela vertigem, e descanso enfim nos degraus escondidos debaixo das árvores:
enormes degraus de pedra carcomida, escavada pelos anos, de onde a minha cabeça pende e onde os cabelos se espalham ainda aquecidos e vivos. Agarro com as mãos as tuas mãos que já me desprendem para o vácuo.
Nas ancas tenho ainda a marca dos teus dedos; a marca da tua boca, o traço molhado da língua, dos teus dentes.
Desço:
macio deve ser o chão que as árvores conservam com a sua seiva.
Não necessariamente meu amor sem ti a liberdade ou a pressa de morte no meu corpo.”
Emerso nesta prosa poética, neste género literário gongórico, excessivo do princípio ao fim, atém-se menos às teorias feministas e mais à plenitude deste encontro de mulheres, à análise de percurso e de processo e à expressão literária singular que faz com que “Novas Cartas Portuguesas” continue a ser uma obra singular, impar, na literatura portuguesa.
3. Entrando por uma rua lateral de Baixa de Bissau, o Tangomau encontra-se numa praça onde esteve outrora a estátua de Honório Pereira Barreto, dali o apearam depois da independência, sabe-se lá com que acusações, e talvez na ignorância de que sem este governador nado e criado na Guiné as fronteiras da actual República da Guiné-Bissau poderiam ser outras, a hora é imprópria para dissertações históricas e moralidades. Regista um edifício denominado Centro Cultural Francês, entra e bisbilhota, confidencia para os seus botões que tem ali atmosfera para passar para o caderno as suas impressões de viagem. Não hoje, quando regressar de Bambadinca. E segue para o Pidjiquiti, caminha pelo esporão do cais, há barcos a atracar, outros a partir, as gaivotas esvoaçam, ouve-se nitidamente o bulício das negociações do peixe.
Aquele cais é um pólo de atracção. Poucos são os livros sobre literatura da guerra colonial que não tenham começado aqui. Deste cais avista-se agora o terminal cargueiro que destruiu a panorâmica da antiga marginal. Há um ponto do Pidjiquiti que é inultrapassável, tem a ver com enfiamento da Avenida Amílcar Cabral, é um traçado linear, de cá para lá permite uma vista desafogada, consegue até esquecer as ruínas permanentes de tantos edifícios. Seguindo pela sua esquerda, o Tangomau progride, em passo estugado, para a Embaixada de Portugal, são perto de 13 horas, é ali que vai almoçar a convite do Sr. Embaixador.
4. O interior da Embaixada tem decoração personalizada, o Tangomau percorre as salas com um copo de gin na mão, aguarda a chegada do diplomata, vê retratos (seguramente dos seus familiares), obras de arte criteriosamente escolhidas. António Ricoca Freire aparece e confirma que é o responsável por aquele desenho de interiores, introduziu cores, mudou os conteúdos das paredes, estão ali os seus haveres, que o acompanham em todas as suas missões, leva uns bons anos a atravessar África.
O Tangomau não vai falar da cooperação militar, nem científica e técnica, jurídica ou agrícola, na saúde ou na segurança social. Conta o que viveu naquelas paragens há 40 e há 20 anos atrás, como ofereceu os seus livros referentes à comissão militar ao Sr. Embaixador, sente-se desvanecido quando este lhe fala empolgado do primeiro volume cuja leitura está praticamente concluída.
Conta ao que vem, parece um paradoxo esta despedida, afinal tem 65 anos, tirando uns problemas no joelho direito nada de grave tem no cadastro, que se saiba. É verdade que tem havido uma verdadeira razia entre os seus soldados, não há ano que passe que não cheguem notícias de óbitos. Só raramente lhe chegam boas notícias, olhe, mal chegou a Bissau e quando se mostrou compungido com a morte do Benjamim Lopes da Costa, antigo primeiro-cabo que em momento desvairado até lhe chamou “branco assassino”, alguém observou: “Nada disso, está vivo e bem vivo, reformou-se, pode encontrá-lo no bairro da Ajuda”.
Para ser preciso, conversava ele à mesa da sala de jantar, já se tinha comido uma sopa de feijão encarnado com uns olhinhos de azeite, a que se seguira uma estupenda lasanha de carne, repetira, sem vergonha, sentia-se mentalizado para as dificuldades que se adivinhavam a partir de Bambadinca, viera, confessou, não só para se reconciliar e até espanejar os últimos fantasmas mas para encontrar a encenação do final de um livro que tem entre mãos. É uma conversa ciciada, são dois interlocutores cúmplices, um que revela um segredo, outro que tem como profissão absorver e filtar os segredos dos outros. Nos jardins ouve-se o piar das aves entre o sombreado de poilões e cajus.
Até que alguém vem avisar que o Sr. Sabino está pronto para partir.
António Ricoca Freire acompanha o expedicionário à porta, augura-lhe a plenitude dos sucessos, pede-lhe prudência e reclama que pretende informação dos resultados.
Recolhe-se a bagagem da Pensão Lobato, está confirmado que a casa de banho continua a aguardar reparação, e de Bissau, por via de Bissalanca, Safim, Nhacra, Jugudul, sempre o jipe a dançar entre o alcatrão esburacado, comentando o Sr. Sabino o cultivo do arroz pam-pam, um arroz de sequeiro muito apreciado no chão manjaco, chega-se àquela recta que passa pelo Enxalé, Saliquinhé, Mato de Cão, Gambaná, Finete, a estrada agora enviesa em torno da bolanha, já se passou a ponte sobre o Geba, segue-se pela Bantajã Mandinga, de certeza que ali à direita é o caminho para Fá, já junto a Bambadinca é certo e sabido que temos Santa Helena, mas vamos estrada fora, inflecte-se à esquerda, contorna-se o velho porto e até a estrada que o Tangomau fez vezes sem conta, subindo ou descendo a pé, e lá no alto avista-se um arremedo de mercado ou feira, pergunta-se onde vive Fodé Dahaba, um adolescente entra no jipe e encaminha os viajantes para a morada demandada.
Diga-se em abono da verdade que o reencontro é comovente, há gente entre os Dahaba, os Fati e os Sanhá que lacrimejam ou incitam à coragem, entre gritos e clamores, nisto de reencontros o chorar é explícito, consentido, partilhado.
O Sr. Sabino a tudo isto assiste estupefacto, ninguém viera até hoje à Embaixada para se lançar nos braços de antigos combatentes, preparado para calcorrear lugares ermos, manda a sabedoria da vida que há sempre uma primeira vez para ver e até acreditar no que os olhos vêem.
O Príncipe Samba, o meu querido amigo Albino Amadu Baldé, que vive em Sinchã Indjai, perto do Xitole, deixou ao Tangomau esta carta amorosa. Foi o suficiente para que, na manhã seguinte, a caravana dos camaradas da Guiné se deslocasse ao Xitole… É tão bom que alguém nos escreva uma carta tão bonita!
5. A carta enviada há semanas atrás é lida em voz alta, como se de edital se tratasse. As viaturas são apresentadas, o Tangomau olha transido para duas viaturas semiarruinadas, com carências impossíveis mesmo numa Roménia ou Bulgária: vidros esmagados, partidos e presos com fita-cola; farolins desaparecidos; capôs boquiabertos, mostrando o interior arruinado; bancos esfarrapados, adaptáveis a qualquer contingente, e mais que se sabe acerca de viaturas que se movem por milagre. No mínimo, o Tangomau aguarda que esse milagre dure todo tempo da estadia. Fodé dá ordens para o dia seguinte:
“Amanhã o Calilo vai-te buscar às 8 da manhã, há milícias de Finete que querem falar contigo, depois vamos visitar a minha família aqui, seguimos depois para Amedalai. Depois vamos ao Xime e a Ponta Varela. É impossível irmos à Ponta do Inglês, a estrada está cheia de água. A mesma coisa entre Amedalai e Demba Taco. Tem paciência”.
O Tangomau tem paciência. Já cumprimentou meio mundo, como não tem o caderno à mão não fixou nomes que se irão tornar tão comuns como Braima, Madjo, Aliu, Fatu ou Nhalim. Calilo no que resta de uma Renault Express leva-o até ao Bairro Joli, é em casa da família Semedo que se vai aboletar. É melhor ficar por aqui. É que muito há a dizer sobre o Bairro Joli e esta quinta que Inácio Semedo ergueu com tanto amor, muito antes da guerra. O importante é saber que a bola de fogo paira sobre os palmares de Finete quando ele é acolhido no Bairro Joli. E por hoje, ponto final.
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Notas de CV:
(*) Vd. Postes de:
7 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7397: Operação Tangomau (Mário Beja Santos) (3): O segundo dia em Bissau
e
9 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7410: Operação Tangomau (Álbum fotográfico de Mário Beja Santos) (2): Dia 20 de Novembro de 2010
Blogue coletivo, criado e editado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra col0onial, em geral, e da Guiné, em particular (1961/74). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que sáo, tratam-se por tu, e gostam de dizer: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Guiné 63/74 - P7416: Os Nossos Seres, Saberes e Lazeres (24): Primeira parte do filme do meu tempo de tropa (Alcides Silva)
1. Mensagem de Alcides Silva (ex-1.º Cabo Estofador, CCS/BART 1913, Catió, 1967/69), com data de 13 de Novembro de 2010:
Amigos,
Envio um pequeno vídeo com o início de tropa até ao Natal de 1967 já na Guiné.
Não passa de uma pequena história do tempo passado imaginada por fotografias. Entretanto vou preparar a 2.ª parte com imagens até ao fim do tempo do Ultramar.
Se entenderem inserir no Blog podem faze-lo porque o vídeo está livre.
Um abraço à Tabanca Grande
Alcides
Notas de CV:
(*) Vd. poste de 10 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6570: Parabéns a você (120): Alcides Silva, ex-1.º Cabo Estofador da CCS/BART 1913 (Editores)
Vd. último poste da série de 7 de Agosto de 2010 > Guiné 63/74 - P6833: Os Nossos Seres, Saberes e Lazeres (23): José Brás, há muitos anos, elemento activo do Grupo de Forcados de Vila Franca
Amigos,
Envio um pequeno vídeo com o início de tropa até ao Natal de 1967 já na Guiné.
Não passa de uma pequena história do tempo passado imaginada por fotografias. Entretanto vou preparar a 2.ª parte com imagens até ao fim do tempo do Ultramar.
Se entenderem inserir no Blog podem faze-lo porque o vídeo está livre.
Um abraço à Tabanca Grande
Alcides
Para aceder ao filme, clicar aqui
__________Notas de CV:
(*) Vd. poste de 10 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6570: Parabéns a você (120): Alcides Silva, ex-1.º Cabo Estofador da CCS/BART 1913 (Editores)
Vd. último poste da série de 7 de Agosto de 2010 > Guiné 63/74 - P6833: Os Nossos Seres, Saberes e Lazeres (23): José Brás, há muitos anos, elemento activo do Grupo de Forcados de Vila Franca
Guiné 63/74 - P7415: (Ex)citações (118): A propósito do vídeo da ORTF sobre a Op Ostra Amarga: "As imagens que vi, foram uma espécie de murro no estômago e cimentaram a admiração que nutro por todos aqueles que sentiram o silêncio bem no meio do capim" (Miguel Sentieiro)
1. Miguel Sentieiro, professor de educação física, em Torres Novas, filho de um camarada nosso (o ex-Cap Cav, hoje coronel reformado, comandante da CCAV 2485, José Sentieiro) enviou-nos, em tempos (9 de Fevereiro de 2007), o seguinte comentário, inserido no poste P2249 (*), e que achámos oportuno agora divulgar... Aliás, é estranhamente o único comentário que lá consta, ao fim destes 3 (três) anos...
__________________________________________
Na altura, o detalhadíssimo relato do making of deste vídeo, da ORTF, sobre a Op Ostra Amarga (um poste meu e do Virgínio Briote, que custou muitas horas de trabalho, de pesquisa, de contactos com alguns dos protagonistas, e de edição), passou completamente despercebido por parte (ou pelo menos não mereceu a devida atenção) dos nossos camarigos e demais membros da nossa Tabanca Grande (*)...
Estranhamente, têm-nos chegado à nossa caixa de correio, se não todos os dias, pelo menos com alguma regularidade, nestes últimos meses, mails de tipo Spam com avisos do tipo "Vídeo nunca visto sobre a guerra colonial na Guiné, feita por uma equipa da televisão francesa" ou "Guiné - Guerra colonial - Vídeo nunca antes divulgado"...
E depois acrescenta-se mais detalhes, incompletos, imprecisos ou até errados: "Cenas arrepiantes... É o único filme feito na Guiné que apanhou uma sequência real de guerra. Os jornalistas franceses que seguiam nesta patrulha, mandada executar para que eles tomassem conhecimento com o dia a dia das NT estacionadas em Bula [, CCAV 2487, pertencente ao BCAV 2862, Bula, 1969/70], um pouco a N do Rio Mansoa, apanharam um 'cagaço', mas registaram algo que mais nenhum registou. Se não estou errado, ia também uma jornalista" [,Geneviève Chauvel,] (...).
E acrescenta o autor do último mail que recebi: (...) "A emboscada que as NT sofreram, não estava 'no programa', mas isto era o que podia acontecer sempre que se saía para o mato (...). O Spínola, com a seu ajudante de campo (era ainda o Almeida Bruno) e o Cmdt do Batalhão de Bula [, ten cor Morgado,] foram lá, mal tiveram conhecimento do que tinha acontecido" (...).
Na altura, em Fevereiro de 2007, eu e o Virgínio Briote fizemos a tradução da sinopse do filme (que é falado em em francês), de cerca de 14 minutos (mais exactamente 13' 58''), e incluímos um link para o sítio onde está alojado, o INA: Guerre en Guinée [ Guerra na Guiné]: Carregar aqui para ver o filme; estamos autorizados pelo INA a inserir um link do filme mas não a disponibilizá-lo directamente no blogue; o Virgínio pagou, do seu bolso, o direito a télecharger o filme, para uso pessoal...). Já revi este notável documento várias vezes e sempre com a mesma emoção... No sítio do INA, este vídeo tem mais de 37 mil visualizações...
Foto à direita: De costas, o Capitão de Cavalaria José Maria Sentieiro, comandante da CCAV 2485, que por impedimento do comandante da CCAV 2487, foi encarregue de dirigir a Op Ostra Amarga. Imagem obtida momentos após a emboscada que custou dois mortos à CCAV 2487. Cópia da imagem do Paris-Match, nº 1071, de 15 de Novembro de 1969 .
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2. Comentário do Miguel Sentieiro (*)
[ Revisão / fixação de texto / bold a cor / título: L.G.]
____________
Notas de L.G.:
15 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2351: Vídeos da Guerra (6): Uma Huître Amèrepara a jornalista francesa Geneviève Chauvel (Virgínio Briote / Luís Graça)
(**) Sobre este Batalhão, BCAV 2868:
Mobilizado pelo RC 7, partiu para a Guiné em 23/2/1969 e regressou a 30/12/1970. Esteve em Bissau e Bula. Era comandado pelo Ten Cor Cav José Machado Alves Morgado. Unidades de quadrícula: CCAV 2485, 2486 e 2487.
A CCAV 2485 esteve em Cacheu, Bula, Ponta Augusto de Barros, Bula, Pete e Bula. Era comandado pelo Cap Cav José Maria de Campos Mendes Sentieiro.
A CCAV 2486 passou por Teixeira Pinto, Bula, Pete e Bula. Foi comandada pelo Cap Cav João Soares de Sá e Almeida e pelo Alf MIl Inf JoséManuel Duarte Fernandes.
Por fim, a CCAV 2487 esteve em Cacheu, Bula, Ponta Augusto de Barros, Bula, Ponta Augusto de Barros e Bula. Comandantes: Cap Mil Cav João Caetano de Almeida de Lima Quintela e Cap QEO José António Caiomoto Duarte
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Guiné > Região do Cacheu > Bula > BCAV 2862 (1969/70) > 18 de Outubro de 1969 > Imagem da reportagem Guerre en Guinée, que passou na televisão francesa, a ORTF, em 11 de Novembro de 1969, no programa Point Contrepoint [, Ponto Contraponto].
Foto: INA - Institut National de l' Audiovisuel (2006) / Cópia pessoal de Virgínio Briote
_________________________________________________________________________________Na altura, o detalhadíssimo relato do making of deste vídeo, da ORTF, sobre a Op Ostra Amarga (um poste meu e do Virgínio Briote, que custou muitas horas de trabalho, de pesquisa, de contactos com alguns dos protagonistas, e de edição), passou completamente despercebido por parte (ou pelo menos não mereceu a devida atenção) dos nossos camarigos e demais membros da nossa Tabanca Grande (*)...
Estranhamente, têm-nos chegado à nossa caixa de correio, se não todos os dias, pelo menos com alguma regularidade, nestes últimos meses, mails de tipo Spam com avisos do tipo "Vídeo nunca visto sobre a guerra colonial na Guiné, feita por uma equipa da televisão francesa" ou "Guiné - Guerra colonial - Vídeo nunca antes divulgado"...
E depois acrescenta-se mais detalhes, incompletos, imprecisos ou até errados: "Cenas arrepiantes... É o único filme feito na Guiné que apanhou uma sequência real de guerra. Os jornalistas franceses que seguiam nesta patrulha, mandada executar para que eles tomassem conhecimento com o dia a dia das NT estacionadas em Bula [, CCAV 2487, pertencente ao BCAV 2862, Bula, 1969/70], um pouco a N do Rio Mansoa, apanharam um 'cagaço', mas registaram algo que mais nenhum registou. Se não estou errado, ia também uma jornalista" [,Geneviève Chauvel,] (...).
E acrescenta o autor do último mail que recebi: (...) "A emboscada que as NT sofreram, não estava 'no programa', mas isto era o que podia acontecer sempre que se saía para o mato (...). O Spínola, com a seu ajudante de campo (era ainda o Almeida Bruno) e o Cmdt do Batalhão de Bula [, ten cor Morgado,] foram lá, mal tiveram conhecimento do que tinha acontecido" (...).
Na altura, em Fevereiro de 2007, eu e o Virgínio Briote fizemos a tradução da sinopse do filme (que é falado em em francês), de cerca de 14 minutos (mais exactamente 13' 58''), e incluímos um link para o sítio onde está alojado, o INA: Guerre en Guinée [ Guerra na Guiné]: Carregar aqui para ver o filme; estamos autorizados pelo INA a inserir um link do filme mas não a disponibilizá-lo directamente no blogue; o Virgínio pagou, do seu bolso, o direito a télecharger o filme, para uso pessoal...). Já revi este notável documento várias vezes e sempre com a mesma emoção... No sítio do INA, este vídeo tem mais de 37 mil visualizações...
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Foto à direita: De costas, o Capitão de Cavalaria José Maria Sentieiro, comandante da CCAV 2485, que por impedimento do comandante da CCAV 2487, foi encarregue de dirigir a Op Ostra Amarga. Imagem obtida momentos após a emboscada que custou dois mortos à CCAV 2487. Cópia da imagem do Paris-Match, nº 1071, de 15 de Novembro de 1969 .
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2. Comentário do Miguel Sentieiro (*)
Caro Luis Graça:
Não sou um camarada da Guiné, mas graças a si consegui decifrar melhor o video que o meu pai (José Sentieiro) me facultou há pouco tempo. Tenho 39 anos e não tinha nem tenho a perfeita noção do que todos vocês passaram na guerra colonial.
O DVD que vi, facultou-me provavelmente a imagem mais esclarecedora que algum dia vi da guerra. Os grandes planos das caras dos homens após a emboscada e o silêncio entrecortado por gritos de dor, não surgem nas grandes produções americanas sobre a guerra do Vietname que todos estamos habituados a ver.
As imagens que vi, foram uma espécie de murro no estômago e cimentaram a admiração que nutro por todos aqueles que sentiram o silêncio bem no meio do capim.
Um abraço, Miguel Sentieiro
Os 2 Gr Comb da CCAV 2487, comandados pelo Cap Cav José Sentieiro sofrean uma emboscada do IN na região de Pecuré, a noroeste de Bula,sofrendo 2 mortos e 1 ferido. (**)
[ Revisão / fixação de texto / bold a cor / título: L.G.]
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Notas de L.G.:
(*) Vd. poste de 8 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2249: Vídeos da guerra (2): Uma das raras cenas de combate, filmadas ao vivo (ORTF, 1969, c. 14 m) (Luís Graça / Virgínio Briote)
Vd. também os postes relacionados:
8 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2250: Vídeos da guerra (3): Bastidores da Op Ostra Amarga ou Op Paris Match (Bula, 18Out1969) (Virgínio Briote / Luís
Graça)15 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2351: Vídeos da Guerra (6): Uma Huître Amèrepara a jornalista francesa Geneviève Chauvel (Virgínio Briote / Luís Graça)
(**) Sobre este Batalhão, BCAV 2868:
Mobilizado pelo RC 7, partiu para a Guiné em 23/2/1969 e regressou a 30/12/1970. Esteve em Bissau e Bula. Era comandado pelo Ten Cor Cav José Machado Alves Morgado. Unidades de quadrícula: CCAV 2485, 2486 e 2487.
A CCAV 2485 esteve em Cacheu, Bula, Ponta Augusto de Barros, Bula, Pete e Bula. Era comandado pelo Cap Cav José Maria de Campos Mendes Sentieiro.
A CCAV 2486 passou por Teixeira Pinto, Bula, Pete e Bula. Foi comandada pelo Cap Cav João Soares de Sá e Almeida e pelo Alf MIl Inf JoséManuel Duarte Fernandes.
Por fim, a CCAV 2487 esteve em Cacheu, Bula, Ponta Augusto de Barros, Bula, Ponta Augusto de Barros e Bula. Comandantes: Cap Mil Cav João Caetano de Almeida de Lima Quintela e Cap QEO José António Caiomoto Duarte
Guiné 63/74 – P7414: Controvérsias (115): Os BCAÇ 4612: Um de 1972 e outro de 1974 (Agostinho Gaspar)
1. O nosso camarada Agostinho Gaspar, ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas da 3ª CCAÇ do BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74, enviou-nos a seguinte mensagem/esclarecimento:
Camarigos tertulianos e leitores do blogue,
Lendo e relendo os comentários dos postes P7393 e 7388, deste blogue, verifiquei que há muitas dúvidas, quanto à existência de dois batalhões com o mesmo número.
Não venho em defesa do nosso camarigo Magalhães Ribeiro, mas sim responder a alguns comentários que estão um pouco longe da verdade e com certas dúvidas quanto à informação prestada.
O BCAÇ 4612/72 (digo72) esteve instalado em Mansoa, desde Novembro de 1972 a Agosto de 1974 (a CCS e a 3ª CCAÇ – a que eu pertencia -, ficaram estacionadas em Mansoa, a 1ª CCAÇ esteve em Porto Gole e a 2ª CCAÇ no Jugudul).
O meu BCAÇ 4612/72 foi rendido, já com a comissão cumprida, em Agosto de 1974, pelo BCAÇ 4612/74 (repito74).
Parece um pouco estranho ter o mesmo número, só o ano foi mudado.
Se alguns dos camarigos tiverem alguma explicação para esta repeição do número, porque estamos a falar de dois Batalhões diferentes, era bom que nos esclarecesse.
Recorrendo à relação de pessoal do meu batalhão, daqueles que embarcaram juntos, nela não consta o embarque de um dos comentaristas que assinou: Manuel Ramires.
Não o conheço e muito menos ouvi falar dele.
Seria dos piras do 4612/74?
Será algum pombo correio desviado de algum pombal, para tapar algum buraco em Mansoa?
Manuel Ramires, se pertenceste mesmo ao mansoanca BCAÇ 4612/72, dá um passo em frente e fala-nos sobre a tua estadia em Mansoa, para que eu, com todo o meu respeito, te possa estender a mão para o cumprimento de mansoanca para mansoanca.
Emblemas das duas CCS. À esquerda, o emblema da CCS do BCAÇ 4612/72 e, à direita, o emblema da CCS do BCAÇ 4612/74
Um abraço,Agostinho Gaspar
__________
Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
Guiné 63/74 - P7413: Parabéns a você (185): Fernando Barata, ex-Alf Mil da CCAÇ 2700, Dulombi, 1970/72 (Tertúlia / Editores)
1. De acordo com o alerta do Facebook, hoje, 10 de Dezembro de 2010, está de parabéns o nosso camarada Fernando Barata*, ex-Alf Mil da CCAÇ 2700, Dulombi, 1970/72.
Assim, não pode a Tabanca deixar de vir aqui saudar o nosso camarada Barata, desejando-lhe um agradável dia de aniversário junto de seus familiares e amigos.
Que esta data seja festejada por muitos anos, plenos de saúde e alegria, são os votos dos editores deste Blogue e dos restantes camaradas.
__________
Notas de CV:
(*) Vd. poste de 4 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1494: Tabanca Grande: Fernando Barata, ex-Alf Mil da CCAÇ 2700 / BCAÇ 2912
Vd. último poste da série de 9 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7408: Parabéns a você (184): Agradecimento de Jorge Teixeira (Portojo), ex-Fur Mil do Pel Canhões S/R 2054
Assim, não pode a Tabanca deixar de vir aqui saudar o nosso camarada Barata, desejando-lhe um agradável dia de aniversário junto de seus familiares e amigos.
Que esta data seja festejada por muitos anos, plenos de saúde e alegria, são os votos dos editores deste Blogue e dos restantes camaradas.
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Notas de CV:
(*) Vd. poste de 4 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1494: Tabanca Grande: Fernando Barata, ex-Alf Mil da CCAÇ 2700 / BCAÇ 2912
Vd. último poste da série de 9 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7408: Parabéns a você (184): Agradecimento de Jorge Teixeira (Portojo), ex-Fur Mil do Pel Canhões S/R 2054
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Guiné 63/74 - P7412: Efemérides (59): 1.º aniversário do lançamento do livro História de Portugal em Sextilhas, de Manuel Maia
1. Mensagem de Manuel Maia* (ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74), com data de 9 de Dezembro de 2010:
Carlos,
Se puderes (peço desculpa por fazê-lo tão em cima) gostaria que editasses este pequenino texto de uma só sextilha àqueles que mais contribuiram para que o meu livro fosse um facto.
Falta-me o mail do Luís Graça e o do Hélder Valério. Vou mandar-te já a seguir o do editor, sr. Adelino.
Não sei se poderás acrescentá-los.
De qualquer forma eles sabem que estão, juntamente com vocês aqui enumerados, no lote dos bons amigos.
Abraço
manuelmaia
2. Recordemos então o lançamento da História de Portugal em sextilhas, de autoria do nosso camarigo Manuel Maia, no dia 9 de Dezembro de 2009, no Restaurante Milho Rei, por gentileza dos nossos camaradas da Tabanca de Matosinhos.
Notas de CV:
(*) Vd. poste de 6 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7390: Blogpoesia (94): Pesadelo (Manuel Maia)
10 de Dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5441: Agenda cultural (50): Apresentação do livro História de Portugal em Sextilhas, de Manuel Maia, na Tabanca de Matosinhos
Vd. último poste da série de 8 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7404: Efemérides (57): Cerimónia da transição da soberania nacional na Guiné (4) (Magalhães Ribeiro)
Carlos,
Se puderes (peço desculpa por fazê-lo tão em cima) gostaria que editasses este pequenino texto de uma só sextilha àqueles que mais contribuiram para que o meu livro fosse um facto.
Falta-me o mail do Luís Graça e o do Hélder Valério. Vou mandar-te já a seguir o do editor, sr. Adelino.
Não sei se poderás acrescentá-los.
De qualquer forma eles sabem que estão, juntamente com vocês aqui enumerados, no lote dos bons amigos.
Abraço
manuelmaia
Zé Brás, Vinhal, Valério e Luís,
Rosales, Belarmino, Zé Dinis
o grande Vasco, editor Adelino...
Faz hoje um ano e grato, aqui vos digo,
sextilhas deste vosso camarigo,
sem vós seriam mero desatino...
Rosales, Belarmino, Zé Dinis
o grande Vasco, editor Adelino...
Faz hoje um ano e grato, aqui vos digo,
sextilhas deste vosso camarigo,
sem vós seriam mero desatino...
2. Recordemos então o lançamento da História de Portugal em sextilhas, de autoria do nosso camarigo Manuel Maia, no dia 9 de Dezembro de 2009, no Restaurante Milho Rei, por gentileza dos nossos camaradas da Tabanca de Matosinhos.
Os volumes da História de Portugal em Sextilhas, expostos na sala.
Foto JT
Belarmino Sardinha e a esposa Antonieta assinam o quadro de honra da Tabanca de Matosinhos.
Foto de JT.
Vasco da Gama tentando usar da palavra.
Foto JT
Hélder Sousa, Manuel Maia e José Manuel Matos Dinis no momento em que se cantavam os parabéns ao Jorge Teixeira.
Foto de BS
Manuel Maia agradecendo emocionado a manifestação de amizade de que estava a ser alvo.
Foto JT
__________Notas de CV:
(*) Vd. poste de 6 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7390: Blogpoesia (94): Pesadelo (Manuel Maia)
10 de Dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5441: Agenda cultural (50): Apresentação do livro História de Portugal em Sextilhas, de Manuel Maia, na Tabanca de Matosinhos
Vd. último poste da série de 8 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7404: Efemérides (57): Cerimónia da transição da soberania nacional na Guiné (4) (Magalhães Ribeiro)
Guiné 61/74 - P7411: PAIGC - Quem foi quem (11): Amélia Araújo, conhecida coloquialmente, entre a tropa portuguesa, como a Maria Turra, locutora da Rádio Libertação (Nelson Herbert)
1. Comentário de Nelson Herbert ao poste P7393 (*)
_______________________________________________
(...) "Estiveram presentes nessa cerimónia os militares da CCS do Batalhão 4612/74 comandada pelo Major Ramos de Campos, o Cmdt do mesmo batalhão, Cor António C. Varino, um bi-grupo de combate do PAIGC, um grupo de pioneiros do mesmo partido, Amélia Araújo (Maria Turra), Ana Maria Cabral (viúva de Amílcar Cabral) (...), vários comandantes dos sectores norte, centro e sul do PAIGC e suas mulheres, o comissário político do PAIGC, Manuel Ndinga, e em representação do CEME do CTIG o Ten Cor Fonseca Cabrinha. (....)" [Eduardo Magalhães Ribeiro] (**)
________________________________________________________________________________
A Maria Turra... era a Amélia Araújo, angolana de origem, casada com o militante e dirigente politico do PAIGC, José Araújo, que até ao 14 de Novembro de 1980 foi um dos altos responsáveis do PAIGC na Guiné.
Com a ruptura do projecto Unidade..., a família Araújo parte para Cabo Verde, onde José Araújo assume as pastas de ministro da educação e mais tarde da justiça... José Araújo faleceu há uns anos em Cabo Verde...
A Amélia Araújo continua ainda hoje a residir em Cabo Verde (...).
Para um trabalho de pesquisa,versando a Rádio Libertação, tenho inclusive agendado, para breve,uma entrevista a propósito com a Amélia Araújo... (**)
Nelson Herbert
___________
Notas de L.G.:
(*) Vds. poste de 6 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7393: Efemérides (55): Cerimónia da transição da soberania nacional na Guiné (2) (Magalhães Ribeiro)
(**) Vd. poste de 6 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7388: Efemérides (54): Cerimónia da transição da soberania nacional na Guiné (1) (Magalhães Ribeiro)
(***) Ainda sobre a Maria Turra, Maria Turra, a locutura da Rádio Libertação, do PAIGC... Seguramente a locutora mais popular... entre os militares portugueses... vd. postes de
7 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2510: Estórias do Juvenal Amado (2): O boato: nós, o Sardeira e a Maria Turra (J. Amado, CCS/BCAÇ 3873, Galomaro, 1972/74)
11 de Janeiro de 2008> Guiné 63/74 - P2430: História de vida (9): Um dia negro, na estrada Galomaro - Saltinho (Juvenal Amado, CCS/BCAÇ 3872)
1 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2235: Maria Turra, a locutora do PAIGC, que faz(ia) parte do vosso imaginário, era(é) a Amélia Araújo (Diana Andringa)
27 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2223: A nossa Tabanca Grande e as Duas Faces da Guerra (12): A minha luta diária com a Maria Turra, no HM241 (Carlos Américo Cardoso)
(****) Último poste da série PAIGC - Quem foi Quem > 3 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6102: PAIGC - Quem foi quem (10): Abdú Indjai, pai da Cadi, guerrilheiro desde 1963, perdeu uma perna lá para os lados de Quebo, Saltinho e Contabane (Pepito / Luís Graça)
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(...) "Estiveram presentes nessa cerimónia os militares da CCS do Batalhão 4612/74 comandada pelo Major Ramos de Campos, o Cmdt do mesmo batalhão, Cor António C. Varino, um bi-grupo de combate do PAIGC, um grupo de pioneiros do mesmo partido, Amélia Araújo (Maria Turra), Ana Maria Cabral (viúva de Amílcar Cabral) (...), vários comandantes dos sectores norte, centro e sul do PAIGC e suas mulheres, o comissário político do PAIGC, Manuel Ndinga, e em representação do CEME do CTIG o Ten Cor Fonseca Cabrinha. (....)" [Eduardo Magalhães Ribeiro] (**)
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A Maria Turra... era a Amélia Araújo, angolana de origem, casada com o militante e dirigente politico do PAIGC, José Araújo, que até ao 14 de Novembro de 1980 foi um dos altos responsáveis do PAIGC na Guiné.
Com a ruptura do projecto Unidade..., a família Araújo parte para Cabo Verde, onde José Araújo assume as pastas de ministro da educação e mais tarde da justiça... José Araújo faleceu há uns anos em Cabo Verde...
A Amélia Araújo continua ainda hoje a residir em Cabo Verde (...).
Para um trabalho de pesquisa,versando a Rádio Libertação, tenho inclusive agendado, para breve,uma entrevista a propósito com a Amélia Araújo... (**)
Nelson Herbert
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Notas de L.G.:
(*) Vds. poste de 6 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7393: Efemérides (55): Cerimónia da transição da soberania nacional na Guiné (2) (Magalhães Ribeiro)
(**) Vd. poste de 6 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7388: Efemérides (54): Cerimónia da transição da soberania nacional na Guiné (1) (Magalhães Ribeiro)
(***) Ainda sobre a Maria Turra, Maria Turra, a locutura da Rádio Libertação, do PAIGC... Seguramente a locutora mais popular... entre os militares portugueses... vd. postes de
7 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2510: Estórias do Juvenal Amado (2): O boato: nós, o Sardeira e a Maria Turra (J. Amado, CCS/BCAÇ 3873, Galomaro, 1972/74)
11 de Janeiro de 2008> Guiné 63/74 - P2430: História de vida (9): Um dia negro, na estrada Galomaro - Saltinho (Juvenal Amado, CCS/BCAÇ 3872)
1 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2235: Maria Turra, a locutora do PAIGC, que faz(ia) parte do vosso imaginário, era(é) a Amélia Araújo (Diana Andringa)
(...) 1. Mensagem da Diana Andringa, respondendo a dúvida nossa sobre a identidade da famosa Maria Turra que faz(ia) parte do imaginário dos soldados portugueses que estiveram no TO da Guiné... Para uns era a mulher e depois viúva do Amílcar Cabral; para mim, seria uma angolana que aparece no filme As Duas Faces da Guerra... Afinal, era (é) tão somente a Amélia Araújo, diz a Diana... (LG)
Ui, que confusão!
A Maria Turra era (é, porque está viva, em Cabo Verde) Amélia Araújo, natural de Angola, casada com o cabo-verdiano José Araújo, esse já falecido. No filme ouvimos a voz dela, em nova, a anunciar a emissão da Rádio Libertação e filmámo-la este ano, a ler, em estúdio, uma mensagem de Amílcar Cabral aos soldados portugueses.
A mulher do dr. Manuel Boal - outro natural de Angola - era Maria da Luz (Lilica) Boal, nascida em Tarrafal de Santiago. Essa sim, dirigiu a Escola Piloto em Conacri, trabalhou nos manuais escolares, etc. Filmámo-la em casa, em Cabo Verde, tal como o marido.
Tanto os Araújo como os Boal estavam em Portugal em 1961 e fizeram parte do grupo que, nesse ano, fugiu de Portugal, com o apoio de oganizações protestantes, do qual muitos se foram juntar aos movimentos de libertação dos respectivos países. O dr. Boal começou por se juntar em Leopoldville ao MPLA para, mais tarde, quando este foi forçado a saír da cidade, ir ter com a mulher a Dakar e colaborar com o PAIGC.
Quanto ao dr. Mário Pádua - que desertou do Exército colonial em Angola e veio a ser médico do PAIGC, no Hospital de Ziguinchor, onde tratou o soldado Fragata - não sei se era casado na altura. (...) Saudações, Diana (...)
Ui, que confusão!
A Maria Turra era (é, porque está viva, em Cabo Verde) Amélia Araújo, natural de Angola, casada com o cabo-verdiano José Araújo, esse já falecido. No filme ouvimos a voz dela, em nova, a anunciar a emissão da Rádio Libertação e filmámo-la este ano, a ler, em estúdio, uma mensagem de Amílcar Cabral aos soldados portugueses.
A mulher do dr. Manuel Boal - outro natural de Angola - era Maria da Luz (Lilica) Boal, nascida em Tarrafal de Santiago. Essa sim, dirigiu a Escola Piloto em Conacri, trabalhou nos manuais escolares, etc. Filmámo-la em casa, em Cabo Verde, tal como o marido.
Tanto os Araújo como os Boal estavam em Portugal em 1961 e fizeram parte do grupo que, nesse ano, fugiu de Portugal, com o apoio de oganizações protestantes, do qual muitos se foram juntar aos movimentos de libertação dos respectivos países. O dr. Boal começou por se juntar em Leopoldville ao MPLA para, mais tarde, quando este foi forçado a saír da cidade, ir ter com a mulher a Dakar e colaborar com o PAIGC.
Quanto ao dr. Mário Pádua - que desertou do Exército colonial em Angola e veio a ser médico do PAIGC, no Hospital de Ziguinchor, onde tratou o soldado Fragata - não sei se era casado na altura. (...) Saudações, Diana (...)
27 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2223: A nossa Tabanca Grande e as Duas Faces da Guerra (12): A minha luta diária com a Maria Turra, no HM241 (Carlos Américo Cardoso)
(****) Último poste da série PAIGC - Quem foi Quem > 3 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6102: PAIGC - Quem foi quem (10): Abdú Indjai, pai da Cadi, guerrilheiro desde 1963, perdeu uma perna lá para os lados de Quebo, Saltinho e Contabane (Pepito / Luís Graça)
Guiné 63/74 - P7410: Operação Tangomau (Álbum fotográfico de Mário Beja Santos) (2): Dia 20 de Novembro de 2010
1. Mensagem de Mário Beja Santos* (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 9 de Dezembro de 2010:
Malta,
Peço desculpa pela demora no envio do meu registo referente ao dia 20 de Novembro.
Aproveito para pedir uma alteração: sempre que se escreve Azulai deve constar Azalai. Procurei escrever todos os nomes alusivos à imagem. Nem sempre andava bem dormido, por vezes a mente vagueava por outros sítios, peço desculpa por certas imprecisões.
Agora vou acabar o relato do dia 20, em que me aboletei no Bairro Joli, por incrível que pareça fiquei num 2º balcão a olhar para a bolanha de Finete, a avistar os palmeirais de Chicri e a supor que, um pouco mais à frente, e se eu estivesse num 20º andar, era possível desfrutar os meandros do Geba frente a Mato de Cão.
A partir de 21 acabou-se o turismo vadio, as passeatas erráticas. O déspota do Fodé vai tomar conta de mim, do Bambadincazinho até ao Xime, e daqui até ao Xitole. Depois procurei emancipar-me, já era tarde, mas ainda fugi de casa deste pai tirano, andei de motocicleta pelos territórios do antigo inimigo. Eu vou contar…
Um abraço do
Mário
OPERAÇÃO TANGOMAU - ÁLBUM FOTOGRÁFICO (2)
Dia 20 de Novembro de 2010
Antes de partir para a Embaixada de Portugal, onde almoçou, o Tangomau percorreu o Cais do Pidjiquiti. Dada a hora, havia pouco movimento. Mas por este cais passaram quase todos aqueles que desembarcaram nos paquetes que saíam da Rocha do Conde de Óbidos. Hoje é um puro espaço destinado a pescadores e chegadas e partidas de transporte fluvial. O Tangomau encontrou uma vedeta militar, mas é completamente interdito registar equipamentos militares de todos os tipos, formas e feitios…
A estrada de Santa Luzia tornou-se multiusos: tem comércio, edifícios de habitação, pequena indústria, sedes de ONG, serviços. Não passava pela cabeça do Tangomau encontrar uma agência funerária com matraquilhos à porta. Dito e feito, lazer e passamento sincronizados…
Estava interdito fotografar o edifício do Estado-Maior General das Forças Armadas, reduzido a escombros. Fotografou-se uma relíquia, uma guarita de controlo na estrada que dava acesso ao quarteirão da messe de oficiais e respectivos alojamentos. De referir que o muro do QG está lá, de pedra e cal
A messe de oficiais transformou-se no vestíbulo e recepção do Hotel Azalai, o último grito hoteleiro da Guiné-Bissau. O Tangomau cirandou e gostou. Afinal, até encontrou vestígios de bangalós e da piscina. Para que conste.
Uma messe de oficiais reciclada. Era um espaço de lazer com sofás, armários, bilhar, mesas para escrever. Falando por si, o Tangomau expediu aqui várias dezenas de aerogramas. Agora mudou de look e natureza. Assim tivesse acontecido com muitíssima outra arquitectura do período colonial.
Foi piscina dos oficiais, dos hóspedes do Hotel 24 de Setembro, aparece agora retocada para a inauguração do Hotel Azalai. Tem beleza e quem organizou este espaço foi feliz com o traçado do meio envolvente.
Cerca envolvente do Hotel Azalai. É melhor que os hóspedes fiquem defendidos de ver o Bairro de Santa Luzia degradado, havia ali casas bem bonitas, agora campeia a fealdade.
Os caldos Maggi estão a fazer furor na Guiné. O Tangomau encontrou esta publicidade quando descia a Pansao N’Isla a caminho da Baixa de Bissau. Até a mulher do Fodé Dahaba mandou o Tangomau comprar uma caixa das grandes para preparar a mafé no almoço de confraternização, em 25 de Novembro: vários quilos de arroz e de carne, especiarias, incluindo caldos Maggi. Seguramente que a mulher do Fodé Dahaba é uma estrela!
Isto é o estado actual do Mercado Central de Bissau. O embaixador Henriques da Silva garante que houve destruições no conflito político-militar 1998-1999. O que disseram ao Tangomau é que houve um incêndio há alguns anos atrás. Com guerra ou incêndio, perdeu-se um espaço que dava muita vida à Baixa de Bissau. O comércio faz-se à volta deste espaço, mas não é a mesma coisa.
Estado actual do Restaurante Pelicano, tinha uma vista esplendorosa sobre o Ilhéu do Rei. Fica numa encosta que dá acesso à fortaleza da Amura. No blogue, temos registado um postal com o interior do Restaurante Pelicano. Paz à sua alma!
Guarita do edifício do Comando da Defesa Marítima da Guiné. O Tangomau nunca esquecera este pormenor, viera aqui em Junho de 1969, tinha encontro marcado com o comandante Avelino Teixeira da Mota, acabaram por jantar num barco pejado de fuzileiros que iam de madrugada fazer um golpe de mão no Baio, perto do Burontoni. Hoje, o edifício pertence à Armada da Guiné-Bissau. O Tangomau, quando visitou a Ponta do Inglês, quis ir ao Burontoni e ao Baio, mas era uma grande distância, a luz caminhava para o ocaso. Mais uma razão para voltar à Guiné…
Quando o Tangomau se apresentou em Bambadinca (mais propriamente no Bambadincazinho) tinha o Fodé à espera, com uma cartilha interminável de recomendações. Ei-lo aqui, sorridente, tinha o “irmãozinho” para dar ordens, o Fodé é o mais sinuoso mandão ao cimo da terra. A seu lado, no comité de recepção, Madiu Colubali, antigo soldado milícia de Missirá e Aidja, a primeira mulher de Fodé, o ser mais paciente que o Tangomau conhece…
Fotos: © Mário Beja Santos (2010). Direitos reservados.
__________
Notas de CV:
(*) Vd. poste de 7 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7397: Operação Tangomau (Mário Beja Santos) (3): O segundo dia em Bissau
Vd. primeiro poste da série de 5 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7384: Operação Tangomau (Álbum fotográfico de Mário Beja Santos) (1): Dias 18 e 19 de Novembro de 2010
Malta,
Peço desculpa pela demora no envio do meu registo referente ao dia 20 de Novembro.
Aproveito para pedir uma alteração: sempre que se escreve Azulai deve constar Azalai. Procurei escrever todos os nomes alusivos à imagem. Nem sempre andava bem dormido, por vezes a mente vagueava por outros sítios, peço desculpa por certas imprecisões.
Agora vou acabar o relato do dia 20, em que me aboletei no Bairro Joli, por incrível que pareça fiquei num 2º balcão a olhar para a bolanha de Finete, a avistar os palmeirais de Chicri e a supor que, um pouco mais à frente, e se eu estivesse num 20º andar, era possível desfrutar os meandros do Geba frente a Mato de Cão.
A partir de 21 acabou-se o turismo vadio, as passeatas erráticas. O déspota do Fodé vai tomar conta de mim, do Bambadincazinho até ao Xime, e daqui até ao Xitole. Depois procurei emancipar-me, já era tarde, mas ainda fugi de casa deste pai tirano, andei de motocicleta pelos territórios do antigo inimigo. Eu vou contar…
Um abraço do
Mário
OPERAÇÃO TANGOMAU - ÁLBUM FOTOGRÁFICO (2)
Dia 20 de Novembro de 2010
Antes de partir para a Embaixada de Portugal, onde almoçou, o Tangomau percorreu o Cais do Pidjiquiti. Dada a hora, havia pouco movimento. Mas por este cais passaram quase todos aqueles que desembarcaram nos paquetes que saíam da Rocha do Conde de Óbidos. Hoje é um puro espaço destinado a pescadores e chegadas e partidas de transporte fluvial. O Tangomau encontrou uma vedeta militar, mas é completamente interdito registar equipamentos militares de todos os tipos, formas e feitios…
A estrada de Santa Luzia tornou-se multiusos: tem comércio, edifícios de habitação, pequena indústria, sedes de ONG, serviços. Não passava pela cabeça do Tangomau encontrar uma agência funerária com matraquilhos à porta. Dito e feito, lazer e passamento sincronizados…
Estava interdito fotografar o edifício do Estado-Maior General das Forças Armadas, reduzido a escombros. Fotografou-se uma relíquia, uma guarita de controlo na estrada que dava acesso ao quarteirão da messe de oficiais e respectivos alojamentos. De referir que o muro do QG está lá, de pedra e cal
A messe de oficiais transformou-se no vestíbulo e recepção do Hotel Azalai, o último grito hoteleiro da Guiné-Bissau. O Tangomau cirandou e gostou. Afinal, até encontrou vestígios de bangalós e da piscina. Para que conste.
Uma messe de oficiais reciclada. Era um espaço de lazer com sofás, armários, bilhar, mesas para escrever. Falando por si, o Tangomau expediu aqui várias dezenas de aerogramas. Agora mudou de look e natureza. Assim tivesse acontecido com muitíssima outra arquitectura do período colonial.
Foi piscina dos oficiais, dos hóspedes do Hotel 24 de Setembro, aparece agora retocada para a inauguração do Hotel Azalai. Tem beleza e quem organizou este espaço foi feliz com o traçado do meio envolvente.
Cerca envolvente do Hotel Azalai. É melhor que os hóspedes fiquem defendidos de ver o Bairro de Santa Luzia degradado, havia ali casas bem bonitas, agora campeia a fealdade.
Os caldos Maggi estão a fazer furor na Guiné. O Tangomau encontrou esta publicidade quando descia a Pansao N’Isla a caminho da Baixa de Bissau. Até a mulher do Fodé Dahaba mandou o Tangomau comprar uma caixa das grandes para preparar a mafé no almoço de confraternização, em 25 de Novembro: vários quilos de arroz e de carne, especiarias, incluindo caldos Maggi. Seguramente que a mulher do Fodé Dahaba é uma estrela!
Isto é o estado actual do Mercado Central de Bissau. O embaixador Henriques da Silva garante que houve destruições no conflito político-militar 1998-1999. O que disseram ao Tangomau é que houve um incêndio há alguns anos atrás. Com guerra ou incêndio, perdeu-se um espaço que dava muita vida à Baixa de Bissau. O comércio faz-se à volta deste espaço, mas não é a mesma coisa.
Estado actual do Restaurante Pelicano, tinha uma vista esplendorosa sobre o Ilhéu do Rei. Fica numa encosta que dá acesso à fortaleza da Amura. No blogue, temos registado um postal com o interior do Restaurante Pelicano. Paz à sua alma!
Guarita do edifício do Comando da Defesa Marítima da Guiné. O Tangomau nunca esquecera este pormenor, viera aqui em Junho de 1969, tinha encontro marcado com o comandante Avelino Teixeira da Mota, acabaram por jantar num barco pejado de fuzileiros que iam de madrugada fazer um golpe de mão no Baio, perto do Burontoni. Hoje, o edifício pertence à Armada da Guiné-Bissau. O Tangomau, quando visitou a Ponta do Inglês, quis ir ao Burontoni e ao Baio, mas era uma grande distância, a luz caminhava para o ocaso. Mais uma razão para voltar à Guiné…
Quando o Tangomau se apresentou em Bambadinca (mais propriamente no Bambadincazinho) tinha o Fodé à espera, com uma cartilha interminável de recomendações. Ei-lo aqui, sorridente, tinha o “irmãozinho” para dar ordens, o Fodé é o mais sinuoso mandão ao cimo da terra. A seu lado, no comité de recepção, Madiu Colubali, antigo soldado milícia de Missirá e Aidja, a primeira mulher de Fodé, o ser mais paciente que o Tangomau conhece…
Fotos: © Mário Beja Santos (2010). Direitos reservados.
__________
Notas de CV:
(*) Vd. poste de 7 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7397: Operação Tangomau (Mário Beja Santos) (3): O segundo dia em Bissau
Vd. primeiro poste da série de 5 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7384: Operação Tangomau (Álbum fotográfico de Mário Beja Santos) (1): Dias 18 e 19 de Novembro de 2010
Guiné 63/74 - P7409: Contraponto (Alberto Branquinho) (20): A granada de morteiro que veio jantar
1. Mensagem do nosso camarada Alberto Branquinho (ex-Alf Mil de Op Esp da CART 1689, Fá, Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), com data de 7 de Dezembro de 2010, com o seu habitual Contraponto:
Caríssimo Carlos Vinhal
Aí vai o Contraponto (20) - a história de uma "partida" de uma granada ou de uma granada que não (se) partiu.
Com um abraço do
Alberto Branquinho
CONTRAPONTO (20)
A GRANADA DE MORTEIRO QUE VEIO JANTAR
Aconteceu na nova Messe de oficiais do Batalhão, de construção recente. Era coberta de chapas de zinco, assentes numa estrutura de barras de ferro que faziam as quatro águas. No interior tinha um tecto falso em contraplacado de madeira.
O jantar estava a ser iniciado. O capelão já tinha feito a oração prévia (ritual que tinha introduzido logo no dia da sua chegada). Os que não o acompanhavam aguardavam, de pé, que terminasse.
Sentados já, começaram as conversas habituais.
O soldado que servia à mesa já circulava com a grande terrina metálica da sopa, segurando-a com a mão esquerda por uma das asas e encostando-a ao tronco, no lado esquerdo. Com a robusta concha militar colocava no prato de cada um a dose desejada, respeitando posições e galões.
Num repente pararam as conversas.
- POOU!! POOU!! POOU!!
Três “saídas”!!! Sabe-se lá se de canhão, se de morteiro pesado.
Voou a terrina da sopa, mais a concha, mais a sopa, ao mesmo tempo que todos corriam para os seus postos e responsabilidades, tentando alcançá-los antes de as granadas rebentarem, que sabe o diabo onde seria.
As “saídas” continuavam em bom ritmo: - POOU!! POOU!! POOU!! POOU!!.....
Uns, sem missão especial, correram directamente para as valas e abrigos, outros iriam, antes disso, buscar as G3 e carregadores, outro para os morteiros, um para os canhões, posto de rádio e… os mais “afortunados” tinham que se armar, esperar o ajuntamento dos seus pelotões atrás de uma parede que estivesse em oposição ao fogo e, depois, sair a correr, debaixo do fogo, pela porta de armas, para ir ”cortar” itinerários no exterior, que davam acesso às tabancas próximas.
Entretanto, começavam a rebentar as primeiras granadas (umas perto, outras longe e, talvez, uma ou duas dentro do quartel) e instalava-se um pandemónio de correrias e gritos por todo o lado.
Depois de o ataque acabar e serenado o ambiente, inspeccionadas valas e abrigos, de lanternas na mão, feita inspecção ao terreno, visitado o posto socorros, feito o “inventário e balanço”, o pessoal, em geral, quase retomava a normalidade.
Os que estavam fora, depois de fazerem reconhecimento das tabancas e reportarem através do “rádio-banana”, recebiam ordem para recolher.
Os oficiais começaram a regressar à Messe para “comer qualquer coisa”. Notaram uma forma escura no chão, a cerca de metro e meio da cadeira do Comandante do Batalhão.
Aproximaram-se. Era uma granada de morteiro, que, caindo de lado, se anichara no cimento, com a empenagem bem cravada no chão. Olhando o tecto de madeira prensada, lá estava o buraco que tinha feito. Teria, também, furado (sem rebentar) a chapa de zinco da cobertura.
O alferes sapador olhou-a cuidadosamente, andando à volta dela e desarmou-a.
Chegado o Comandante, mandou colocar a granada no local.
Foi feita uma caixa de madeira com tampo de vidro, que ficou a tapá-la.
Foi em Catió.
Lá ficou. O pessoal dos Batalhões seguintes tê-la-ão visto.
Felizmente não (se) partiu e… ficou para jantar.
Alberto Branquinho
__________
Nota de CV:
Vd. último poste da série de 30 de Novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7361: Contraponto (Alberto Branquinho) (19): Já que se falou de heróis
Caríssimo Carlos Vinhal
Aí vai o Contraponto (20) - a história de uma "partida" de uma granada ou de uma granada que não (se) partiu.
Com um abraço do
Alberto Branquinho
CONTRAPONTO (20)
A GRANADA DE MORTEIRO QUE VEIO JANTAR
Aconteceu na nova Messe de oficiais do Batalhão, de construção recente. Era coberta de chapas de zinco, assentes numa estrutura de barras de ferro que faziam as quatro águas. No interior tinha um tecto falso em contraplacado de madeira.
O jantar estava a ser iniciado. O capelão já tinha feito a oração prévia (ritual que tinha introduzido logo no dia da sua chegada). Os que não o acompanhavam aguardavam, de pé, que terminasse.
Sentados já, começaram as conversas habituais.
O soldado que servia à mesa já circulava com a grande terrina metálica da sopa, segurando-a com a mão esquerda por uma das asas e encostando-a ao tronco, no lado esquerdo. Com a robusta concha militar colocava no prato de cada um a dose desejada, respeitando posições e galões.
Num repente pararam as conversas.
- POOU!! POOU!! POOU!!
Três “saídas”!!! Sabe-se lá se de canhão, se de morteiro pesado.
Voou a terrina da sopa, mais a concha, mais a sopa, ao mesmo tempo que todos corriam para os seus postos e responsabilidades, tentando alcançá-los antes de as granadas rebentarem, que sabe o diabo onde seria.
As “saídas” continuavam em bom ritmo: - POOU!! POOU!! POOU!! POOU!!.....
Uns, sem missão especial, correram directamente para as valas e abrigos, outros iriam, antes disso, buscar as G3 e carregadores, outro para os morteiros, um para os canhões, posto de rádio e… os mais “afortunados” tinham que se armar, esperar o ajuntamento dos seus pelotões atrás de uma parede que estivesse em oposição ao fogo e, depois, sair a correr, debaixo do fogo, pela porta de armas, para ir ”cortar” itinerários no exterior, que davam acesso às tabancas próximas.
Entretanto, começavam a rebentar as primeiras granadas (umas perto, outras longe e, talvez, uma ou duas dentro do quartel) e instalava-se um pandemónio de correrias e gritos por todo o lado.
Depois de o ataque acabar e serenado o ambiente, inspeccionadas valas e abrigos, de lanternas na mão, feita inspecção ao terreno, visitado o posto socorros, feito o “inventário e balanço”, o pessoal, em geral, quase retomava a normalidade.
Os que estavam fora, depois de fazerem reconhecimento das tabancas e reportarem através do “rádio-banana”, recebiam ordem para recolher.
Os oficiais começaram a regressar à Messe para “comer qualquer coisa”. Notaram uma forma escura no chão, a cerca de metro e meio da cadeira do Comandante do Batalhão.
Aproximaram-se. Era uma granada de morteiro, que, caindo de lado, se anichara no cimento, com a empenagem bem cravada no chão. Olhando o tecto de madeira prensada, lá estava o buraco que tinha feito. Teria, também, furado (sem rebentar) a chapa de zinco da cobertura.
O alferes sapador olhou-a cuidadosamente, andando à volta dela e desarmou-a.
Chegado o Comandante, mandou colocar a granada no local.
Foi feita uma caixa de madeira com tampo de vidro, que ficou a tapá-la.
Foi em Catió.
Lá ficou. O pessoal dos Batalhões seguintes tê-la-ão visto.
Felizmente não (se) partiu e… ficou para jantar.
Alberto Branquinho
__________
Nota de CV:
Vd. último poste da série de 30 de Novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7361: Contraponto (Alberto Branquinho) (19): Já que se falou de heróis
Guiné 63/74 - P7408: Parabéns a você (184): Agradecimento de Jorge Teixeira (Portojo), ex-Fur Mil do Pel Canhões S/R 2054
"Por baixo da Ponte do Infante, corria célere o Douro, espelhando nas suas águas as luzes das marginais. Ao longe, não um navio, mas a elegante Ponte Luíz I. Só mesmo um artista percebe que não se deve fazer xixi para o Rio. E logo ali o muro da escarpa das Fontaínhas tão perto".
Uma prendinha feita ontem, publicada no http://bando-do-cafe-progresso.blogspot.com/, que como diz o meu presidente, ainda com os efeitos de muitos vapores etílicos. JT
1. Mensagem de Jorge Teixeira (Portojo)* (ex-Fur Mil do Pelotão de Canhões S/R 2054, Catió, 1968/70), com data de 9 de Dezembro de 2010:
Amigo Carlos,
Caros editores, outros responsáveis incluindo o accionista maioritário Luís:
Se me for permitido, gostava de responder em post aos tantos amigos e camaradas que me honraram com o seu (meu) parabenizar.
Sem dúvida que foi neste espaço onde tudo começou, empurrado pelo nosso querido e saudoso companheiro Vítor Condeço, pois a minha inscrição tinha-se perdido no volume da correspondência.
Como bola de neve, a coisa gira e vim encontrar amigos que desde essa época longínqua nunca mais tornei a ver. Outros, de quem havia perdido o rasto, voltei a encontrar. Por causa disto e daquilo, os amigos foram crescendo, e cada dia há uma nova descoberta.
A todos os amigos que estiveram aqui comigo, quero agradecer a amizade e as palavras.
Algumas li com uma certa emoção, não só porque me recordaram velhos tempos, mas também dos actuais. Estes bairrismos e clubismos sérios, que nunca esperei ler numa festa de aniversário.
Mas se me permitem, alguns destaques pessoais.
Ao A.G. Abreu: Como adivinhava que eras portuense? A Rua do Almada percorri-a desde o dia 3 de Novembro de 1959 até meados de 1978. Claro que com um intervalo de 3 anos.
Ao Silva da 1689: Foi o último achado aqui no blogue. Ao fim de mais de 40 anos só o reconheci pela foto antiga, porque pela actual talvez que nem com um letreiro.
A Zé Câmara: Pelo blogue descobriu-me e ao apelo que aqui deixei para encontrar a rapaziada do meu pelotão, especialmente os Açorianos. Mesmo lá nos States conseguiu-me encontrar um. E a um outro também, só que já falecido.
Ao Cancela que cruzeirámos juntos, provavelmente nos conhecemos antes, até porque fomos hóspedes na mesma altura do Hotel de Bissau, mais conhecido com HM 241, salvo erro.
Ao Hugo Guerra, que através duma brincadeira aqui no blogue, desbloqueou a minha pensão, presa há uns anos, porque faltava a cópia do BI. À custa dele (e do blogue), recebi este ano o chorudo valor de quase 1.000 €.
Às várias Tabancas e Bando com quem convivo periodicamente, devo o conhecimento de mais alguns amigos e o reencontro com outros dos nossos tempos de meninos.
Um aparte especial para o Luís Graça: Eu não fui de armas pesadas. O canhão s/recuo era uma espingarda mais pesada, atribuída à Infantaria. A minha passagem por Vendas Novas apenas me deu a especialidade de atirador (de artilharia) um eufemismo simpático, igual ao de infantaria ou cavalaria. Talvez tenha ido ter aos canhões, porque (só vim a saber mais tarde) na minha caderneta militar está lá escarrapachdo, não satifaz - seja qual tenha sido a arma ligeira com que fiz uns tiritos enquanto andei por cá -. Mas que foi uma grande casa, lá isso foi. E uma certa rapaziada nunca mais a esquece.
Caros amigos,
Incluindo Águias, Leões, Pasteis de Belém e todos os outros.
Não mereço muitos dos elogios com que me brindaram. E não sou fotógrafo. Mas também devo agradecer ao Álvaro a grande gentileza que me fez e o auxílio que me prestou quando perdi a minha Olympus made in China.
Um abraço para todos.
Jorge Teixeira
(Portojo)
__________
Notas de CV:
(*) Vd. poste de 8 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 – P7402: Parabéns a você (182): Jorge Teixeira (Portojo), ex-Fur Mil do Pel Canhões S/R 2054 (Miguel Pessoa/Editores)
Vd. último poste da série de 9 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 – P7406: Parabéns a você (183): Amílcar Ventura, ex-Fur Mil do BCAV 8323 e Armandino Alves, ex-1.º Cabo Aux Enf da CCAÇ 1589 (Tertúlia e Editores)
Uma prendinha feita ontem, publicada no http://bando-do-cafe-progresso.blogspot.com/, que como diz o meu presidente, ainda com os efeitos de muitos vapores etílicos. JT
1. Mensagem de Jorge Teixeira (Portojo)* (ex-Fur Mil do Pelotão de Canhões S/R 2054, Catió, 1968/70), com data de 9 de Dezembro de 2010:
Amigo Carlos,
Caros editores, outros responsáveis incluindo o accionista maioritário Luís:
Se me for permitido, gostava de responder em post aos tantos amigos e camaradas que me honraram com o seu (meu) parabenizar.
Sem dúvida que foi neste espaço onde tudo começou, empurrado pelo nosso querido e saudoso companheiro Vítor Condeço, pois a minha inscrição tinha-se perdido no volume da correspondência.
Como bola de neve, a coisa gira e vim encontrar amigos que desde essa época longínqua nunca mais tornei a ver. Outros, de quem havia perdido o rasto, voltei a encontrar. Por causa disto e daquilo, os amigos foram crescendo, e cada dia há uma nova descoberta.
A todos os amigos que estiveram aqui comigo, quero agradecer a amizade e as palavras.
Algumas li com uma certa emoção, não só porque me recordaram velhos tempos, mas também dos actuais. Estes bairrismos e clubismos sérios, que nunca esperei ler numa festa de aniversário.
Mas se me permitem, alguns destaques pessoais.
Ao A.G. Abreu: Como adivinhava que eras portuense? A Rua do Almada percorri-a desde o dia 3 de Novembro de 1959 até meados de 1978. Claro que com um intervalo de 3 anos.
Ao Silva da 1689: Foi o último achado aqui no blogue. Ao fim de mais de 40 anos só o reconheci pela foto antiga, porque pela actual talvez que nem com um letreiro.
A Zé Câmara: Pelo blogue descobriu-me e ao apelo que aqui deixei para encontrar a rapaziada do meu pelotão, especialmente os Açorianos. Mesmo lá nos States conseguiu-me encontrar um. E a um outro também, só que já falecido.
Ao Cancela que cruzeirámos juntos, provavelmente nos conhecemos antes, até porque fomos hóspedes na mesma altura do Hotel de Bissau, mais conhecido com HM 241, salvo erro.
Ao Hugo Guerra, que através duma brincadeira aqui no blogue, desbloqueou a minha pensão, presa há uns anos, porque faltava a cópia do BI. À custa dele (e do blogue), recebi este ano o chorudo valor de quase 1.000 €.
Às várias Tabancas e Bando com quem convivo periodicamente, devo o conhecimento de mais alguns amigos e o reencontro com outros dos nossos tempos de meninos.
Um aparte especial para o Luís Graça: Eu não fui de armas pesadas. O canhão s/recuo era uma espingarda mais pesada, atribuída à Infantaria. A minha passagem por Vendas Novas apenas me deu a especialidade de atirador (de artilharia) um eufemismo simpático, igual ao de infantaria ou cavalaria. Talvez tenha ido ter aos canhões, porque (só vim a saber mais tarde) na minha caderneta militar está lá escarrapachdo, não satifaz - seja qual tenha sido a arma ligeira com que fiz uns tiritos enquanto andei por cá -. Mas que foi uma grande casa, lá isso foi. E uma certa rapaziada nunca mais a esquece.
Caros amigos,
Incluindo Águias, Leões, Pasteis de Belém e todos os outros.
Não mereço muitos dos elogios com que me brindaram. E não sou fotógrafo. Mas também devo agradecer ao Álvaro a grande gentileza que me fez e o auxílio que me prestou quando perdi a minha Olympus made in China.
Um abraço para todos.
Jorge Teixeira
(Portojo)
__________
Notas de CV:
(*) Vd. poste de 8 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 – P7402: Parabéns a você (182): Jorge Teixeira (Portojo), ex-Fur Mil do Pel Canhões S/R 2054 (Miguel Pessoa/Editores)
Vd. último poste da série de 9 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 – P7406: Parabéns a você (183): Amílcar Ventura, ex-Fur Mil do BCAV 8323 e Armandino Alves, ex-1.º Cabo Aux Enf da CCAÇ 1589 (Tertúlia e Editores)
Guiné 63/74 - P7407: (Ex)citações (118): O ventre da guerra na zona leste (Luís Graça / Torcato Mendonça / Carlos Marques Santos)
Guiné > Zona leste > Sector L1 (Bambadinca) > Mansambo > CART 2339 (1968/69) > Fotos, sem legenda, do álbum do ex-Fur Mil Carlos Marques dos Santos, o primeiro represente desta companhia a figurar na lista dos membros da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia, em 2005)... Recorde-se que Mansambo, entre Bambadinca e Xitole, era um aquartelamento construído de raíz, tal como Gandembel, pelos bravos da CART 2339.
Fotos: © Carlos Marques Santos (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados
1. Comentário de L.G. ao poste P7401:
Meu caro Torcato:
Tu podes e sabes dar valor ao esforço que tanto vocês (Mansambo, Xitole, Saltinho) como nós (a CCAÇ 12, os Pel Caç Nat, os Pel Rec Daimler...) tínhamos de despender para levar a bianda e o material de guerra, a partir de Bambadinca para as vossas unidades de quadrícula...
Gostava de poder saber quanto consumia o ventre da guerra na zona leste que no meu tempo estava dividido em 5 sectores: Bambadinca, Bafatá, Geba, Galomaro e Nova Lamego, se não erro. Grosso modo, a cada sector correspondia um batalhão (4 companhias) mais umas tantas subunidades (companhias independentes, pelotões de morteiros, pelotões de artilharia, pelotões de reconhecimento, pelotões de caçadores nativos, etc.)... A partir do eixo Xime-Bambadinca abastecia-se todo o leste, muitos milhares de homens, muito mais bocas (se incluirmos os familiares dos nossos camaradas guineenses, das milícias, dos guias e picadores, tec.)
Infelizmente não tenho grandes fotos das colunas logísticas no tempo das chuvas... Vou repescar as tuas fotos falantes...
Gostava que aparecessem vaguemestres e malta da intendência para falar da carga que a gente levava... e que às vezes ficava, alguma, pelo caminho... por causas das minas,. atascanços, destruição das viaturas e... alguns roubos.
Quantas caixas de cerveja, por exemplo, levávamos para a CART 2339, a tua companhia, em Mansambo ?... Essas coisas não sei... Sei que cada militar tinha direito a 24$50 por dia para comer... Duzentas bocas eram 5 contos, por dia, 150 por mês... Muita guita...
2. Comentário de Torcato Mendonça:
Meu Caro:
Há, de certeza, fotos de buracos de minas e do estado da picada. Aparecem GMC e Unimog. Não sei onde estão. Melhor estão nos álbuns, slides e, se digitalizadas, no Disco Externo e em teu poder.
O ninho de metralhadora não seria na Ponte do Pulom ??
Galomaro no meu tempo não era Sector. Devido ao abandono da margem direita do Corubal (Boé etc.), essa zona foi reforçada, logicamente. Eu trabalhei lá ,COP 7, dependente da CCAÇ 2405, Sector L1.
Escreves tu: Essas coisas não sei... Sei que cada militar tinha direito a 24$50 por dia para comer... Duzentas bocas eram 5 contos, por dia, 150 por mês... Muita guita... Não entres aí. É terreno com mais buracos ou minas e armadilhas do que as picadas de que estamos a falar....
Cá, na Metrópole havia custos diferentes para: Cães, Oficiais, Sargentos e Praças....
Fico-me... AB do T
__________
Nota de L.G.:
Último poste desta série > 7 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7396: (Ex)citações (117): Transição da Soberania da Guiné, Idiotas e Ressabiados (José Brás)
Guiné 63/74 – P7406: Parabéns a você (183): Amílcar Ventura, ex-Fur Mil do BCAV 8323 e Armandino Alves, ex-1.º Cabo Aux Enf da CCAÇ 1589 (Tertúlia e Editores)
1. Neste dia 9 de Dezembro, mês que para a Tabanca Grande foi muito produtivo em nascimentos, estão de parabéns os nossos camarigos tertulianos Amílcar Ventura (ex-Fur Mil da 1.ª CCAV/BCAV 8323/73, Bajocunda, 1973/74) e Armandino Alves (ex-1.º Cabo Auxiliar de Enfermagem da CCAÇ 1589, Beli, Fá Mandinga e Madina do Boé, 1966/68).
É pois com enorme prazer que vimos junto destes nossos camaradas desejar-lhes um dia alegre, porque festivo. Que se sintam rodeados pelo maior número possível de familiares e amigos e que, mesmo à distância, sintam o calor da nossa amizade.
Votos de uma vida plena de saúde, tão longa quanto possível, na certeza de que têm aqui, companheiros de jornada e camaradas de sofrimento que jamais os esquecerão.
Em nome da Tertúlia e dos Editores, vai um grande abraço de parabéns.
__________
Notas de CV:
9 de Dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5430: Parabéns a você (50): Amílcar Ventura, ex-Fur Mil da 1.ª CCAV do BCAV 8323, Bajocunda, 1973/74 (Editores)
9 de Dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5429: Parabéns a você (49): Armandino Alves, ex-1.º Cabo Auxiliar de Enfermagem, da CCAÇ 1589, Guiné, 1966/68 (Editores)
Vd. último poste da série de 8 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 – P7402: Parabéns a você (182): Jorge Teixeira (Portojo), ex-Fur Mil do Pel Canhões S/R 2054 (Miguel Pessoa/Editores)
É pois com enorme prazer que vimos junto destes nossos camaradas desejar-lhes um dia alegre, porque festivo. Que se sintam rodeados pelo maior número possível de familiares e amigos e que, mesmo à distância, sintam o calor da nossa amizade.
Votos de uma vida plena de saúde, tão longa quanto possível, na certeza de que têm aqui, companheiros de jornada e camaradas de sofrimento que jamais os esquecerão.
Em nome da Tertúlia e dos Editores, vai um grande abraço de parabéns.
__________
Notas de CV:
9 de Dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5430: Parabéns a você (50): Amílcar Ventura, ex-Fur Mil da 1.ª CCAV do BCAV 8323, Bajocunda, 1973/74 (Editores)
9 de Dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5429: Parabéns a você (49): Armandino Alves, ex-1.º Cabo Auxiliar de Enfermagem, da CCAÇ 1589, Guiné, 1966/68 (Editores)
Vd. último poste da série de 8 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 – P7402: Parabéns a você (182): Jorge Teixeira (Portojo), ex-Fur Mil do Pel Canhões S/R 2054 (Miguel Pessoa/Editores)
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Guiné 63/74 – P7405: Controvérsias (114): Os derradeiros dias do Destacamento de Copá (Fernando Henriques)
1. No passado dia 4 de Dezembro de 2010 o nosso Camarada Fernando de Sousa Henriques, autor do livro “No ocaso da guerra do ultramar”, ex-Alf Mil OpEsp/RANGER tendo cumprido a sua comissão em 1972/74, gravou o seguinte comentário no poste P7320, da autoria do nosso Camarada António Rodrigues:
Os derradeiros dias do Destacamento de Copá
Tendo sido alertado por um Camarada amigo para uns comentários à volta do meu Livro “No Ocaso da Guerra do Ultramar”, mais precisamente na parte respeitante ao Capítulo “Os derradeiros dias do Destacamento de Copà”, procurei ver do que se tratava.
Devido a uma série de actividades e a dois trabalhos que estou a ultimar neste momento, só agora passo a responder e de forma sucinta.
Não querendo entrar em diálogo, nem fazer especulações e evitando excessivo protagonismo, tenho de referir:
1 - Jantei com o Camarada António Rodrigues, no Porto, em Julho passado, a convite de um amigo comum;
2 - Aí o conheci, tendo-me este relatado o que se passara do lado dele em Copà, dando-lhe eu a minha ideia daquilo que pensava que se estava a passar;
3 - Entendemo-nos bem, pelo que agora fiquei admirado pela forma como refere sentir-se ofendido, tanto mais que fora eu a despoletar no meu livro a situação de Copà que estava perfeitamente esquecida e que achei não dever passar em claro, pois eram factos que se desenrolaram nas proximidades do meu aquartelamento. Isto em detrimento de mais de cem páginas que deixei ficar de fora devido ao elevado número das mesmas que este já continha (483 pgs.);
4 - Quanto a ter considerado ser um Furriel a comandar Copà é porque só este é que aparecia nas transmissões rádio, aquando dos ataques àquele Destacamento. Pena é o Capitão da minha Companhia ter falecido, porque ele é que se situava no Abrigo das Transmissões, quando decorriam os ataques. Não sabia até que tinham existido dois Alferes em Copà e que os Milícias deles os tinham abandonado.
5 - Não duvido que Copà tenha sido abandonada em 12 de Fevereiro, pois como estávamos sujeitos, igualmente, a intensa acção da Guerrilha, sofrendo fortes ataques de foguetões, de canhão sem recuo e de morteiro 120, não havia disposição “nem aço”, para se assentar datas ou quaisquer dados, pois nem se sabia se se iria sair dali com vida.
Será erro grave a distância que separa o dia 12 da segunda quinzena (15) de Fevereiro? Uma coisa é certa: nesse dia senti-me mais só no Leste, pois aqueles meus Camaradas tinham partido.
6 - Efectivamente supunha que em Copà só existisse ums Secção reforçada e não os tais 40 militares brancos, o que já pressupunha alguma actividade operacional, como aquela que a minha Companhia veio a desenvolver ao longo de toda a sua Comissão, se bem que lá para Fevereiro de 1974 cada Pelotão só contasse com cerca de 12 militares operacionais.
7 - Claro que a referência feita aos desertores nunca foi extensiva aos restantes militares, pois estes até tinham sido abandonados. Só enfia o barrete quem quer!...
Julguei que tudo isto tinha ficado bem claro, na longa conversa que mantive com o Condutor Auto António Rodrigues. No final desta nossa conversa até me disponibilizei para o ajudar a editar o que ele tinha escrito.
Fernando Henriques
2. Já tive o prazer de conviver 3 vezes com o Fernando Henriques, slavo o erro uma vez em Lamego no Encontro/Convívio Anual da Associação de Operações Especiais e duas na Tabanca de Matosinhos, onde o Henriques se deslocou desde os Açores, para estar presente e confraternizar num almoço semanal daquele "quartel" e num almoço de confraternização entre o pessoal que foi à Guiné em 2010.
Quero aproveitar esta oportunidade para, em nome do Luís Graça Editores e demais Camaradas desta Tertúlia bloguista, enviarmos aqui um convite ao Fernando Henriques para aderir à nossa Tabanca Grande.
Como costuma dizer, e bem, o Carlos Vinhal não custa nada. Apenas uma foto actual do tipo passe e pelo menos uma estória com fotografias das “estâncias turísticas” por onde o Henriques andou no leste da Guiné.
__________
Nota de M.R.:
Quero aproveitar esta oportunidade para, em nome do Luís Graça Editores e demais Camaradas desta Tertúlia bloguista, enviarmos aqui um convite ao Fernando Henriques para aderir à nossa Tabanca Grande.
Como costuma dizer, e bem, o Carlos Vinhal não custa nada. Apenas uma foto actual do tipo passe e pelo menos uma estória com fotografias das “estâncias turísticas” por onde o Henriques andou no leste da Guiné.
__________
Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
7 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 – P7394: Controvérsias (112): Direito de resposta ao P7392 (Magalhães Ribeiro)
7 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 – P7394: Controvérsias (112): Direito de resposta ao P7392 (Magalhães Ribeiro)
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