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Nota do editor
Último poste da série de 24 de Fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14292: Convívios (652): Encontro do pessoal do Batalhão de Cavalaria 3846 (Companhia Independente), dia 15 de Março de 2015, na Batalha (Delfim Rodrigues)
Blogue coletivo, criado e editado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra col0onial, em geral, e da Guiné, em particular (1961/74). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que sáo, tratam-se por tu, e gostam de dizer: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
Guiné 63/74 - P14293: Agenda cultural (379): Lançamento do livro "Dez Décadas de Força Aérea", dia 4 de Março de 2015, às 17h30, no Auditório do Estado Maior da Força Aérea, Av. Leite de Vasconcelos, 4 - Lisboa
Lançamento do livro "Dez Décadas de Força Aérea", dia 4 de Março de 2015, às 17h30, no Auditório do Estado Maior da Força Aérea, Av. Leite de Vasconcelos, 4 - Lisboa
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Nota do editor
Último poste da série de 23 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14288: Agenda cultural (382): Acaba de sair o livro de Sofia Branco, "As mulheres e a guerra colonial" (A Esfera dos Livros, 2015, 384 pp.)... Lançamento a 26 de fevereiro, na Póvoa do Varzim (Correntes d'Escritas) e 4 de março em Lisboa (A25A)
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Nota do editor
Último poste da série de 23 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14288: Agenda cultural (382): Acaba de sair o livro de Sofia Branco, "As mulheres e a guerra colonial" (A Esfera dos Livros, 2015, 384 pp.)... Lançamento a 26 de fevereiro, na Póvoa do Varzim (Correntes d'Escritas) e 4 de março em Lisboa (A25A)
Guiné 63/74 - P14292: Convívios (652): Encontro do pessoal do Batalhão de Cavalaria 3846 (Companhia Independente), dia 15 de Março de 2015, na Batalha (Delfim Rodrigues)
Pede-nos o nosso camarada Delfim Rodrigues (ex-1.º Cabo Auxiliar de Enfermagem da CCAV 3366/BCAV 3846, Suzana e Varela, 1971/73) para publicarmos a alteração do Restaurante onde vai ser servido o almoço do Convívio publicado no Poste 14266*:
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Notas do editor
(*) Vd. poste de 16 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14266: Convívios (650): Encontro do pessoal do Batalhão de Cavalaria 3846 (Companhia Independente), dia 15 de Março de 2015, na Batalha (Delfim Rodrigues)
Vd. último poste da série de 20 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14278: Convívios (651): IX Encontro dos Combatentes do Ultramar do Concelho de Matosinhos, dia 7 de Março de 2014, em Leça da Palmeira (Carlos Vinhal)
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Notas do editor
(*) Vd. poste de 16 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14266: Convívios (650): Encontro do pessoal do Batalhão de Cavalaria 3846 (Companhia Independente), dia 15 de Março de 2015, na Batalha (Delfim Rodrigues)
Vd. último poste da série de 20 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14278: Convívios (651): IX Encontro dos Combatentes do Ultramar do Concelho de Matosinhos, dia 7 de Março de 2014, em Leça da Palmeira (Carlos Vinhal)
Guiné 63/74 - P14291: Fotos à procura de... uma legenda (53): Os "Unidos de Mampadá", à despedida, em Nhala, em agosto de 1974... (António Murta / António Carvalho / José Manuel Lopes)
Foto 1A
Foto 1B
Foto 2A
Foto 2B
Guiné > Região de Tombali > Nhala (a nordeste de Buba) > 1974 > Agosto de 1974 > Os "Unidos de Mampatá", em final de comissão, foram despedir-se dos "periquitos" de Nhala (2ª CCAÇ/BCAÇ 4513)... Recorde-se que a CART 6250 foi mobilizada, pelo RAP 2, partiu para o TO da Guiné em 27/6/1972 e regressou em 24/8/1974. Esteve em Mampatá e Ilondé.Comandante: cav mil inf Luís de Jesus Ferreira Marcelino, nosso grã-tabanqueiro.
Fotos (e legenda): © António Murta (2015). Todos os direitos reservados [Edição: LG]
1. Comentário do António Murta (*) [ex-alf mil inf , Minas e Armadilhas, 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513. Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973/74]
Olá, José Carlos [Gabriel]. Então não te lembras do rapazinho do saco da TAP? Era o Alf Capelão e chegou a ir várias vezes a Nhala em diligências do seu ofício, sujeitando-se às partidas escabrosas dos alferes anfitriões.
Não recordo o nome dele, nem da maioria dos que aparecem nas fotos, embora me lembre de todos. Agora sei os nomes do António Carvalho (camisa aberta, cinturão, cigarro na boca), e do José Manuel Lopes (à esquerda, camisola azul, bigodinho), porque os encontrei aqui na Tabanca Grande.
Já quanto ao Alf Carlos Farinha, (por trás à esquerda, de óculos escuros, a esconder-se do fotógrafo, aliás, todos os alferes ficaram na parte de trás do grupo), quanto a ele, dizia, nunca me esqueci do seu nome nem do seu rosto, porque chegámos a ser parceiros de "quarto", aquando da minha estadia em Mampatá com o meu Grupo de Combate.
O Capelão, confesso, não sei se pertencia à CART 6250 de Mampatá. Que eram todos camaradas magníficos, não tenho dúvidas, Cap Luís Marcelino incluído, também ele camarada tabanqueiro.
António Murta (ou só Murta, para os conhecidos!)
António Murta (ou só Murta, para os conhecidos!)
2. Comentário do António Carvalho (*) [ex-Fur Mil Enf da CART 6250/72, Mampatá, 1972/74]
Com referência à 2ª foto [2A e 2B]
Na cabine do Unimog: o Zé Manel, da Régua, na frente, de calções às riscas; e, por trás, o Nina (Mecânico). [Foto 2A]
Entre as Bandeiras: na frente o levanta-minas (Vilas Boas) , de óculos, sentado [Foto 2A]; por trás, o Vieira da Madeira, de cigarro na boca e bandeira na mâo; por trás deste, o Carlos Farinha (só se lhe vê a cabeça) era o Alferes que substituía o Capitão [Foto 2A].
À direita das bandeiras ( da esquerda para a direita): Quarto da frente, Rato (de camisola vermelha), eu (de camisa camuflada, calças nº 1 e chinelos de dedo), o capelão do Batalhão e o Simões (professor da companhia) [Foto 2B].
Na cabine do Unimog: o Zé Manel, da Régua, na frente, de calções às riscas; e, por trás, o Nina (Mecânico). [Foto 2A]
Entre as Bandeiras: na frente o levanta-minas (Vilas Boas) , de óculos, sentado [Foto 2A]; por trás, o Vieira da Madeira, de cigarro na boca e bandeira na mâo; por trás deste, o Carlos Farinha (só se lhe vê a cabeça) era o Alferes que substituía o Capitão [Foto 2A].
À direita das bandeiras ( da esquerda para a direita): Quarto da frente, Rato (de camisola vermelha), eu (de camisa camuflada, calças nº 1 e chinelos de dedo), o capelão do Batalhão e o Simões (professor da companhia) [Foto 2B].
Sete de trás: Benvindo ? Transmissões? Alferes do Pel Caç Nat, Pinto... O rapaz da camisa à Jimmy Hendrix, seria o Murta? Alferes Esteves, de Mirandela e o Fernandes de Lisboa (cigarro na mão esquerda) [Foto 2B] (**)
Carvalho de Mampatá
22 de fevereiro de 2015 às 03:37
3. Poema do Josema [José Manuel Lopes], já aqui publicado há uns largos atrás, e onde se evocam alguns dos supracitados "Unidos de Mampatá" (***)...
[Na altura, em março de 2008, ainda não o conhecia pessoalmente, falávamos ao telefone... Dele escrevi que se tratava de "uma voz muito original, pessoal, uma surpreendente revelação da escrita poética sobre a guerra colonial na Guiné".] (LG]
Calor, cansaço, suor,
saudades de tudo
e de um rio...
mas podia ser pior,
pois há ali o Corubal
com sombras e água boa;
nem tudo é mau, afinal,
não é o Douro, eu sei,
nem o Tejo de Lisboa,
são outros os horizontes,
falta o xisto e o granito,
as encostas e os montes,
mas diga-se, na verdade,
há o Carvalho,
há o Rosa,
há um hino à amizade,
há o Gomes e o Vieira,
a sonhar com a Madeira,
há o Farinha e o Polónia,
gestos [d]e solidariedade,
há o Esteves e o Pinheiro,
amigos e sinceridade,
há o Nina e até amor,
também sofrimento e dor,
há o desejo de voltar
e um apelo à liberdade.
há um hino à amizade,
há o Gomes e o Vieira,
a sonhar com a Madeira,
há o Farinha e o Polónia,
gestos [d]e solidariedade,
há o Esteves e o Pinheiro,
amigos e sinceridade,
há o Nina e até amor,
também sofrimento e dor,
há o desejo de voltar
e um apelo à liberdade.
Josema
Mampatá, 1974
[fixação de texto: LG]
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 20 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14277: A minha homenagem aos "Unidos de Mampatá" (CART 6250, Mampatá, 1972/74), António Carvalho, José Manuel Lopes (Josema) e Carlos Farinha... (António Murta, ex-alf mil inf, 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513, Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973/74)
(*) Vd. poste de 20 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14277: A minha homenagem aos "Unidos de Mampatá" (CART 6250, Mampatá, 1972/74), António Carvalho, José Manuel Lopes (Josema) e Carlos Farinha... (António Murta, ex-alf mil inf, 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513, Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973/74)
(**) Último poste da série > 15 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14261: Fotos à procura de... uma legenda (52): a boeira, de Candoz, também conhecida por alvéola ou lavandisca, noutros sítios (Luís Graça)
(***) Vd. poste de 28 de março de 2008 > Guiné 63/74 - P2694: Poemário do José Manuel (5): Não é o Douro, nem o Tejo, é o Corubal... Nem tudo é mau afinal.... Há o Carvalho, há o Rosa...
Para ter acesso à maioria dos poemas publicados (série "Poemário do José Manuel"), vd poste de 29 de setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5033: Poemário do José Manuel (30): O sol queima em Colibuia...
Vd. ainda poste de 27 de fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2585: Blogpoesia (8): Viagem sem regresso (José Manuel, Fur Mil Op Esp, CART 6250, Mampatá, 1972/74)
Guiné 63/74 - P14290: Parabéns a você (866): António Cunha, ex-1.º Cabo da CCAÇ 763 (Guiné, 1965/66) e Manuel Henrique Quintas de Pinho, ex-Marinheiro Radiotelegrafista das LDM 301 e LDM 107 (Guiné, 1971/73)
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Nota do editor
Último poste da série de 23 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14285: Parabéns a você (865): José Carlos Pimentel, ex-Soldado TRMS da CCAÇ 2401 (Guiné, 1968/70) e José Maria Claro, ex-Soldado Radiotelegrafista (DFA) da CCAÇ 2464 (Guiné, 1969)
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
Guiné 63/74 - P14289: Pensamento do dia (18): A guerra (colonial) e as nossas mulheres (Tony Borié / António Graça de Abreu)
Foto (e lgenda): © António Graça de Abreu (2015). Todos os direitos reservados
Dizes, meu caro amigo: A dedicada esposa, assim que houve falar em guerra, logo nos diz, “please, stop fighting with your thought”, que quer dizer mais ou menos, “por favor, parem de lutar com o vosso pensamento”.
Meu caro camarada, como eu conheço estes entendimentos e palavras, mas em chinês, por parte da minha mulher chinesa que abomina a guerra e as sequelas da guerra, e passa a vida a dar-me na cabeça por causa da Guiné.
Quanto ao Museu Dali de S. Petersburgo, na Florida, tive a sorte, e um desbragado prazer de o visitar, há menos de um ano, em Março de 2014. Aluguei um carro em Miami, viajei pela Florida durante seis dias(Everglades, crocodilos, astronautas, Cape Canaveral, Ferraris aos montes), a descoberta do universo, a ostentação dos ricos, made in America, o equilibrio dos pobres, made in Mexico. E mais os outros todos. America, fascínios do mundo.
um museu encantatório e mágico.
O que é que isto tem a ver com a nossa Guiné? Tudo, porque estamos vivos, trazemos dentro de nós uma guerra que jamais esquecemos, mas somos cidadãos (os melhores!) do mundo.
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Notas do editor:
(*) Vd. psote de 22 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14283: Libertando-me (Tony Borié) (5): 50 anos depois
(...) Neste começo de ano as coisas estão a parecer-nos um pouco diferentes, pois por alguns momentos vamos retornar à personagem “Cifra” e, aquela personagem, que naquele tempo se chamava “Zargo”, hoje é o nosso amigo Jorge, que está a viver por aqui, na Florida, pelo menos uns meses, portanto encontramo-nos, falando também de guerra, mas raras vezes, pois a sua dedicada esposa, assim que houve falar em guerra, logo nos diz, “please, stop fighting with your thought”, que quer dizer mais ou menos, “por favor, parem de lutar com o vosso pensamento”. (...)
(**) Último poste da série > 31 de dezembro de 2009 >Guiné 63/74 - P5572: Pensamento do dia (17): A guerra colonial e o sentido da História (José Brás)
Guiné 63/74 - P14288: Agenda cultural (378): Acaba de sair o livro de Sofia Branco, "As mulheres e a guerra colonial" (A Esfera dos Livros, 2015, 384 pp.)... Lançamento a 26 de fevereiro, na Póvoa do Varzim (Correntes d'Escritas) e 4 de março em Lisboa (A25A)
O nosso blogue colaborou com a autora fornecendo ideias e contactos de camaradas nossos e de amigas nossas (mães, filhas, mulheres, namoradas, madrinhas de guerra de camaradas nossos) que a autora entrevistou. Sofia Branco é jornalista de profissão e presidente do Sindicato dos Jornalistas.
Sobre ela já aqui em tempos referimo-la como um exemplo, feminino, pioneiro, na abordagem da Mutilação Genital Feminina:
"A Sofia Branco tem-se destacado, nos últimos anos, como jornalista, competente, corajosa, lúcida e empenhada, na investigação e divulgação do problema da Mutilação Genital Feminina na Guiné-Bissau"...
Vd. poste de 15 de setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3208: Pensamento do dia (16): E não se pode exterminá-la ?... A epidemia de cólera em Bissau (Sofia Branco,Público)
Sobre ela já aqui em tempos referimo-la como um exemplo, feminino, pioneiro, na abordagem da Mutilação Genital Feminina:
"A Sofia Branco tem-se destacado, nos últimos anos, como jornalista, competente, corajosa, lúcida e empenhada, na investigação e divulgação do problema da Mutilação Genital Feminina na Guiné-Bissau"...
Vd. poste de 15 de setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3208: Pensamento do dia (16): E não se pode exterminá-la ?... A epidemia de cólera em Bissau (Sofia Branco,Público)
Sobre ela escreveu também o Jorge Cabral:
(...) Creio que o impacto dos artigos da Sofia Branco, publicados no Jornal Público em 2002, se deve principalmente à informação de que a Mutilação Genital Feminina ocorreria em Portugal. Também pela Europa as preocupações aumentaram com a possibilidade da prática ser cá efectuada, dada a corrente migratória. Julgo, porém, que toda a Mutilação Genital Feminina é igualmente grave, devendo ser denunciada e combatida, independentemente do lugar onde seja efectuada. A universalidade dos Direitos Humanos impõe-nos que sintamos toda a sua violação, como violação dos nossos direitos. A mutilação de uma menina no Sudão constitui uma ofensa à minha condição de homem livre, até porque a minha liberdade só pode ser assumida em plenitude, num Mundo de Homens e Mulheres Livres. (...)
Vd. também:
25 de setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2131: Mutilação Genital Feminina: É crime, diz explicitamente o novo Código Penal (A. Marques Lopes / Luís Graça)
31 de janeiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9426: (In)citações (38): Mutilação Genital Feminina: As Mães africanas não são malfeitoras! (Jorge Cabral)
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Nota do editor:
Guiné 63/74 - P14287: Agenda cultural (377): Está de novo à venda o livro "Nós Enfermeiras Paraquedistas", que tem apresentações marcadas em Aveiro, no dia 26 de Março, e no Porto, no dia 9 de Abril
Com a devida vénia à Tabanca do Centro, transcrevemos a seguinte notícia ali publicada:
“NÓS, ENFERMEIRAS PARAQUEDISTAS”
A Tabanca do Centro fez em devido tempo (NOV2014) a divulgação da apresentação do livro "Nós, Enfermeiras Paraquedistas".
Estamos agora em condições de informar que o livro já está à venda nas grandes superfícies (Bertrand, FNAC, etc.) a um preço que rondará os 19,00 €. Deverá ser num desses locais que os interessados deverão fazer a sua aquisição.
Aproveitamos ainda para informar que estão já previstas duas apresentações do referido livro:
A primeira em Aveiro, pelas 18H00 de 26 de Março, no Centro de Congressos de Aveiro Cais da Fonte Nova, contará com a presença do Senhor Professor Adriano Moreira.
A segunda pelas 15H00 de 9 de Abril, na Messe de Oficiais da Batalha, no Porto, com o apoio do Núcleo da Liga dos Combatentes.
A informação sobre estas duas apresentações foi-nos transmitida por um responsável pela Editora "Fronteira do Caos", que publicou o livro, podendo ainda ser passível de pequenas correcções.
Divulgaremos mais pormenores quando deles tivermos conhecimento.
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Nota do editor
Último poste da série de 16 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14269: Agenda cultural (380): Sessão de apresentação do Projecto "MGF, NÃO", dia 19 de Fevereiro de 2015, a partir das 14h20, no Edifício Municipal, Campo Grande n.º 25, Lisboa (Beja Santos)
“NÓS, ENFERMEIRAS PARAQUEDISTAS”
A Tabanca do Centro fez em devido tempo (NOV2014) a divulgação da apresentação do livro "Nós, Enfermeiras Paraquedistas".
Estamos agora em condições de informar que o livro já está à venda nas grandes superfícies (Bertrand, FNAC, etc.) a um preço que rondará os 19,00 €. Deverá ser num desses locais que os interessados deverão fazer a sua aquisição.
Aproveitamos ainda para informar que estão já previstas duas apresentações do referido livro:
A primeira em Aveiro, pelas 18H00 de 26 de Março, no Centro de Congressos de Aveiro Cais da Fonte Nova, contará com a presença do Senhor Professor Adriano Moreira.
A segunda pelas 15H00 de 9 de Abril, na Messe de Oficiais da Batalha, no Porto, com o apoio do Núcleo da Liga dos Combatentes.
A informação sobre estas duas apresentações foi-nos transmitida por um responsável pela Editora "Fronteira do Caos", que publicou o livro, podendo ainda ser passível de pequenas correcções.
Divulgaremos mais pormenores quando deles tivermos conhecimento.
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Nota do editor
Último poste da série de 16 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14269: Agenda cultural (380): Sessão de apresentação do Projecto "MGF, NÃO", dia 19 de Fevereiro de 2015, a partir das 14h20, no Edifício Municipal, Campo Grande n.º 25, Lisboa (Beja Santos)
Guiné 63/74 - P14286: Notas de leitura (684): “Crónica do descobrimento e conquista da Guiné”, por Gomes Eanes da Zurara, adaptação de Frederico Alves, edição da Agência Geral das Colónias (1) (Mário Beja Santos)
1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 15 de Maio de 2014:
Queridos amigos,
A crónica de Zurara é um documento histórico-cultural ímpar em Portugal e na Guiné-Bissau. Trata-se de um panegírico, é verdade, este Infante D. Henrique é imaculado e intocável. Mas Zurara teve acesso aos eventos e falou com muitos dos protagonistas, escreveu com brilho e vibração, há para ali páginas que são gemas literárias, como a chegada dos cativos a Lagos, transmite ao leitor todo o sofrimento de quem se vê apartado da mulher, do filho ou do irmão.
Esta edição destinada a rapazes é uma originalidade e pergunta-se mesmo se não merecia a apropriada reedição, para proveito luso-guineense.
Um abraço do
Mário
O romance da conquista da Guiné contado a rapazes (1)
Beja Santos
Vai para 70 anos que a Agência Geral das Colónias publicou um documento assaz curioso, que vale a pena conhecer e, vamos lá, até se justifica uma reedição luso-guineense para um dos documentos matriciais da historiografia dos Descobrimentos. A adaptação, para rapazes, da “Crónica do descobrimento e conquista da Guiné”, por Gomes Eanes da Zurara. A adaptação pertence a Frederico Alves que justifica a adaptação com os seguintes dizeres:
“Os rapazes mostram, em geral, relutância pelas obras antigas. O jovem estudante (mesmo estudioso), de quinze, dezasseis, dezassete anos, fatigar-se-á, porventura, através das páginas quantas vezes deliciosas – mas para ele menos interessantes – de qualquer clássico.
Estes oferecem, na verdade, enigmas complicados; às vezes, mesmo, enigmas insolúveis, e, quando tal não aconteça, a linguagem que nós achamos tão bela, tão expressiva, tão rica, tão profunda, acham-na eles (…) Tentei dar aos rapazes uma Crónica da Guiné que seja como um texto antigo a vir ao encontro do adolescente moderno.
A Guiné, de que trata a crónica de Zurara, não equivale, apenas, à moderna Guiné portuguesa. Refere-se a um território muito mais vasto que se estendia ao longo da costa atlântica da África. Os heróis desta verídica história movem-se e atuam numa extensão que vai desde os Açores ao Cabo da Boa Esperança. Porém, insistem, numa faixa de costa mais reduzida, que termina, aproximadamente, por alturas do grande rio Níger.
Junto da Guiné vinha confundir-se a Etiópia, designação vaga dada a um território do Sul do Egipto que morria na costa do Atlântico”.
A crónica da Guiné, importa não esquecer, é um panegírico ao Infante D. Henrique, e daí começar pelo seu retrato: “A sua estatura era de bom tamanho, a sua carnadura grossa, os membros largos e fortes e a cabeleira levantada. A pele foi branca primeiro; porém, o sol do Algarve acabou por queimá-la. A sua presença, à primeira vista, amedrontava os tímidos. Rara lucidez de espírito e teimosia incomparável”.
Fala-se do empreendimento de Ceuta, depois de Tanger, a seguir da vila que o Infante mandou levantar no Cabo de São Vicente, Sagres. As caravelas vinham aportar a Lagos, daqui partiam para descer ao longo do continente africano. Zurara fala das razões que impeliram os descobrimentos henriquinos: o querer devassar o ministério do oceano, podia bem ser que, entre terras e povos desconhecidos, os mareantes achassem bons portos e excelentes mercadorias; importava conhecer até onde chegaria o poderio dos mouros nesta parte da África; pretendia saber se existiriam príncipes cristãos dispostos a arriscar a vida pela Fé; o desejo de chamar a Jesus todas as almas que se quisessem salvar.
Em 1433, Gil Eanes, escudeiro do Infante, foi até à Ilha Canária e no ano seguinte o mesmo Gil Eanes procurou dobrar o Bojador, e teve sucesso, trouxe-lhe rosas de Santa Maria. Escreve Zurara:
“Não tinham secado ainda as rosas de Santa Maria e já o Infante mandara armar um barinel, confiando-o a Gonçalves Baldaia, seu copeiro, ordenou-lhe que navegasse na esteira da barca de Gil Eanes. Chegado ao cabo, Baldaia mandou desembarcar dois mancebos de 17 anos, determinou que se internassem pela terra, descobriram gente, pelejaram e regressaram ao navio. No dia seguinte, os moços cavalgaram pela margem do rio, encontraram focas e carregaram as peles para a embarcação. Mas Baldaia queria à viva força cativar indígenas. E chegaram ao lugar a que se pôs o nome Porto da Galé.
Os anos seguintes foram dominados por questiúnculas pela regência do reino. Em 1441, o Infante designou Antão Gonçalves para armar um navio, tinha a incumbência de trazer a courama de lobos-marinhos. Tudo levava a crer que não trariam cativos. Mas surgiu uma surpresa, ancorou à vista de Antão Gonçalves uma caravela capitaneada por Nuno Tristão, trazia armas e ordem de passar para além do Porto da Galé. Foi assim que se veio a terra, voltou-se a pelejar e surgiu o primeiro cativo. Nuno Tristão armou Antão Gonçalves como o primeiro cavaleiro naquelas paragens. Por isso o lugar ficou conhecido por Porto do Cavaleiro.
Nuno Tristão singrou para diante, aportou no Cabo Branco e Antão Gonçalves rumou para Portugal. Quando o Infante viu o primeiro cativo encheu-se de júbilo. O cativo, de nome Adahu prometia dar em troca meia dúzia de negros se o enviassem para donde viera. E fez-se nova expedição, a caravela subiu pelo Rio do Ouro, aqui perto deu-se a troca".
A crónica de Zurara data os acontecimentos e precisa os intervenientes. Em 1943, Nuno Tristão vai numa caravela quer aproou ao Cabo Branco e depois se descobriu uma ilha, a Ilha das Garças. As operações sucedem-se e os mouros cativos vão chegar a Lagos e Zurara escreve páginas sublimes sobre o sofrimento dos escravos:
“Pai Celestial! Tu, com a tua mão omnipotente, governas os astros! Que as lágrimas vertidas não sejam em dano da minha consciência, mas o certo é que a triste condição dos prisioneiros me obriga, a mim, que sou homem, a chorar o seu destino! Pois se as próprias feras, por serem feras, não deixam, Senhor, de entender o sofrimento alheio, que hei de fazer eu, humano, ao recordar-me que todos somos filhos de Adão!?
Ao amanhecer do outro dia, o oitavo de agosto, os mestres das caravelas levaram os mouros que eram duzentos e mais trinta e cinco, ao campo de fora da vila. Antes disso, porém, conduziram-nos quase todos à pia batismal, e um menino, que depois se tornou franciscano, o remeteram a São Vicente do Cabo onde ficou assistindo na lei do Senhor.
Os outros juntaram-se no campo, coisa maravilhosa de ver, pois eram uns de alvura sem mácula e formosos, outros de cor parda, e outros, ainda negros como a noite, feios e mal-ajeitados de corpo. Meu Deus! E qual coração, por mais empedernido, se não comovera diante daquele triste rebanho?
Uns, de rostos baixos, lavavam as faces com pranto, outros trocavam olhares angustiados; gemiam alguns, dolorosamente, fitando as alturas do céu, gritando de rijo, como se rogassem ajuda ao Pai da Natureza; outros rasgavam com as unhas a pele da cara e arremessavam-se ao chão; outros, ainda, soltavam do peito um coro de lamentações à maneira dos cânticos da sua terra distante. E se os nossos não compreendiam as palavras, entendiam, ao menos, o grau de tamanha de tristeza!
E como se não bastasse a condição de escravos, aproximaram-se, então, os da partilha, que, para ajustarem os quinhões, muitas vezes tiveram de separar os filhos dos pais, e as mulheres dos maridos, e os irmãos entre si. O coração não mandava, mandava a sorte.
Oh! Fortuna cujas rodas andam e desandam e governam o mundo como lhes apraz! Mal apartavam um filho do seu pai, ambos se erguiam, terríveis, atirando-se aos braços um do outro; as mães apertavam ao peito os meninos, deitavam-se de bruços, por terra, com eles, e para que lhos não arrebatassem preferiam arriscar a carne do seu corpo.
Em volta do campo, comprimiam-se os vilãos e os homens dos lugares e comarcas dos arredores que, nesse dia, tinham deixado as terras desertas e as ferramentas abandonadas para virem contemplar, de perto, aquela novidade. E, entre eles, muitos de coração macio – choravam!”.
(Continua)
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Nota do editor
Último poste da série de 20 de Fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14276: Notas de leitura (683): “De Passo Trocado ASP”, por Carlos Vale Ferraz, Bertrand Editora, Fevereiro de 1985 (Mário Beja Santos)
Queridos amigos,
A crónica de Zurara é um documento histórico-cultural ímpar em Portugal e na Guiné-Bissau. Trata-se de um panegírico, é verdade, este Infante D. Henrique é imaculado e intocável. Mas Zurara teve acesso aos eventos e falou com muitos dos protagonistas, escreveu com brilho e vibração, há para ali páginas que são gemas literárias, como a chegada dos cativos a Lagos, transmite ao leitor todo o sofrimento de quem se vê apartado da mulher, do filho ou do irmão.
Esta edição destinada a rapazes é uma originalidade e pergunta-se mesmo se não merecia a apropriada reedição, para proveito luso-guineense.
Um abraço do
Mário
O romance da conquista da Guiné contado a rapazes (1)
Beja Santos
Vai para 70 anos que a Agência Geral das Colónias publicou um documento assaz curioso, que vale a pena conhecer e, vamos lá, até se justifica uma reedição luso-guineense para um dos documentos matriciais da historiografia dos Descobrimentos. A adaptação, para rapazes, da “Crónica do descobrimento e conquista da Guiné”, por Gomes Eanes da Zurara. A adaptação pertence a Frederico Alves que justifica a adaptação com os seguintes dizeres:
“Os rapazes mostram, em geral, relutância pelas obras antigas. O jovem estudante (mesmo estudioso), de quinze, dezasseis, dezassete anos, fatigar-se-á, porventura, através das páginas quantas vezes deliciosas – mas para ele menos interessantes – de qualquer clássico.
Estes oferecem, na verdade, enigmas complicados; às vezes, mesmo, enigmas insolúveis, e, quando tal não aconteça, a linguagem que nós achamos tão bela, tão expressiva, tão rica, tão profunda, acham-na eles (…) Tentei dar aos rapazes uma Crónica da Guiné que seja como um texto antigo a vir ao encontro do adolescente moderno.
A Guiné, de que trata a crónica de Zurara, não equivale, apenas, à moderna Guiné portuguesa. Refere-se a um território muito mais vasto que se estendia ao longo da costa atlântica da África. Os heróis desta verídica história movem-se e atuam numa extensão que vai desde os Açores ao Cabo da Boa Esperança. Porém, insistem, numa faixa de costa mais reduzida, que termina, aproximadamente, por alturas do grande rio Níger.
Junto da Guiné vinha confundir-se a Etiópia, designação vaga dada a um território do Sul do Egipto que morria na costa do Atlântico”.
A crónica da Guiné, importa não esquecer, é um panegírico ao Infante D. Henrique, e daí começar pelo seu retrato: “A sua estatura era de bom tamanho, a sua carnadura grossa, os membros largos e fortes e a cabeleira levantada. A pele foi branca primeiro; porém, o sol do Algarve acabou por queimá-la. A sua presença, à primeira vista, amedrontava os tímidos. Rara lucidez de espírito e teimosia incomparável”.
Fala-se do empreendimento de Ceuta, depois de Tanger, a seguir da vila que o Infante mandou levantar no Cabo de São Vicente, Sagres. As caravelas vinham aportar a Lagos, daqui partiam para descer ao longo do continente africano. Zurara fala das razões que impeliram os descobrimentos henriquinos: o querer devassar o ministério do oceano, podia bem ser que, entre terras e povos desconhecidos, os mareantes achassem bons portos e excelentes mercadorias; importava conhecer até onde chegaria o poderio dos mouros nesta parte da África; pretendia saber se existiriam príncipes cristãos dispostos a arriscar a vida pela Fé; o desejo de chamar a Jesus todas as almas que se quisessem salvar.
Em 1433, Gil Eanes, escudeiro do Infante, foi até à Ilha Canária e no ano seguinte o mesmo Gil Eanes procurou dobrar o Bojador, e teve sucesso, trouxe-lhe rosas de Santa Maria. Escreve Zurara:
“Não tinham secado ainda as rosas de Santa Maria e já o Infante mandara armar um barinel, confiando-o a Gonçalves Baldaia, seu copeiro, ordenou-lhe que navegasse na esteira da barca de Gil Eanes. Chegado ao cabo, Baldaia mandou desembarcar dois mancebos de 17 anos, determinou que se internassem pela terra, descobriram gente, pelejaram e regressaram ao navio. No dia seguinte, os moços cavalgaram pela margem do rio, encontraram focas e carregaram as peles para a embarcação. Mas Baldaia queria à viva força cativar indígenas. E chegaram ao lugar a que se pôs o nome Porto da Galé.
Os anos seguintes foram dominados por questiúnculas pela regência do reino. Em 1441, o Infante designou Antão Gonçalves para armar um navio, tinha a incumbência de trazer a courama de lobos-marinhos. Tudo levava a crer que não trariam cativos. Mas surgiu uma surpresa, ancorou à vista de Antão Gonçalves uma caravela capitaneada por Nuno Tristão, trazia armas e ordem de passar para além do Porto da Galé. Foi assim que se veio a terra, voltou-se a pelejar e surgiu o primeiro cativo. Nuno Tristão armou Antão Gonçalves como o primeiro cavaleiro naquelas paragens. Por isso o lugar ficou conhecido por Porto do Cavaleiro.
Nuno Tristão singrou para diante, aportou no Cabo Branco e Antão Gonçalves rumou para Portugal. Quando o Infante viu o primeiro cativo encheu-se de júbilo. O cativo, de nome Adahu prometia dar em troca meia dúzia de negros se o enviassem para donde viera. E fez-se nova expedição, a caravela subiu pelo Rio do Ouro, aqui perto deu-se a troca".
A crónica de Zurara data os acontecimentos e precisa os intervenientes. Em 1943, Nuno Tristão vai numa caravela quer aproou ao Cabo Branco e depois se descobriu uma ilha, a Ilha das Garças. As operações sucedem-se e os mouros cativos vão chegar a Lagos e Zurara escreve páginas sublimes sobre o sofrimento dos escravos:
“Pai Celestial! Tu, com a tua mão omnipotente, governas os astros! Que as lágrimas vertidas não sejam em dano da minha consciência, mas o certo é que a triste condição dos prisioneiros me obriga, a mim, que sou homem, a chorar o seu destino! Pois se as próprias feras, por serem feras, não deixam, Senhor, de entender o sofrimento alheio, que hei de fazer eu, humano, ao recordar-me que todos somos filhos de Adão!?
Ao amanhecer do outro dia, o oitavo de agosto, os mestres das caravelas levaram os mouros que eram duzentos e mais trinta e cinco, ao campo de fora da vila. Antes disso, porém, conduziram-nos quase todos à pia batismal, e um menino, que depois se tornou franciscano, o remeteram a São Vicente do Cabo onde ficou assistindo na lei do Senhor.
Os outros juntaram-se no campo, coisa maravilhosa de ver, pois eram uns de alvura sem mácula e formosos, outros de cor parda, e outros, ainda negros como a noite, feios e mal-ajeitados de corpo. Meu Deus! E qual coração, por mais empedernido, se não comovera diante daquele triste rebanho?
Uns, de rostos baixos, lavavam as faces com pranto, outros trocavam olhares angustiados; gemiam alguns, dolorosamente, fitando as alturas do céu, gritando de rijo, como se rogassem ajuda ao Pai da Natureza; outros rasgavam com as unhas a pele da cara e arremessavam-se ao chão; outros, ainda, soltavam do peito um coro de lamentações à maneira dos cânticos da sua terra distante. E se os nossos não compreendiam as palavras, entendiam, ao menos, o grau de tamanha de tristeza!
E como se não bastasse a condição de escravos, aproximaram-se, então, os da partilha, que, para ajustarem os quinhões, muitas vezes tiveram de separar os filhos dos pais, e as mulheres dos maridos, e os irmãos entre si. O coração não mandava, mandava a sorte.
Oh! Fortuna cujas rodas andam e desandam e governam o mundo como lhes apraz! Mal apartavam um filho do seu pai, ambos se erguiam, terríveis, atirando-se aos braços um do outro; as mães apertavam ao peito os meninos, deitavam-se de bruços, por terra, com eles, e para que lhos não arrebatassem preferiam arriscar a carne do seu corpo.
Em volta do campo, comprimiam-se os vilãos e os homens dos lugares e comarcas dos arredores que, nesse dia, tinham deixado as terras desertas e as ferramentas abandonadas para virem contemplar, de perto, aquela novidade. E, entre eles, muitos de coração macio – choravam!”.
(Continua)
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Nota do editor
Último poste da série de 20 de Fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14276: Notas de leitura (683): “De Passo Trocado ASP”, por Carlos Vale Ferraz, Bertrand Editora, Fevereiro de 1985 (Mário Beja Santos)
Guiné 63/74 - P14285: Parabéns a você (865): José Carlos Pimentel, ex-Soldado TRMS da CCAÇ 2401 (Guiné, 1968/70) e José Maria Claro, ex-Soldado Radiotelegrafista (DFA) da CCAÇ 2464 (Guiné, 1969)
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Nota do editor
Último poste da série de 21 de Fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14279: Parabéns a você (863): Veríssimo Ferreira, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 1422 (Guiné, 1965/67)
domingo, 22 de fevereiro de 2015
Guiné 63/74 - P14284: Os Nossos Camaradas Guineenses (42): Amadu Bailo Jaló. Desfile realizado em Bissau (1.º de dezembro de 1973?). (Jorge Araújo)
1. O nosso camarada Jorge Araújo (ex-Fur Mil Op Esp / Ranger, CART 3494 do BART 3873, Xime e Mansambo, 1972/1974), enviou-nos a seguinte mensagem:
Caríssimo Camarada Luís.
Os meus melhores cumprimentos.
Para os efeitos que julgares conveniente, anexo uma foto de um desfile militar realizado em Bissau (creio que se trata do 1.º de Dezembro de 1973) com a CCmds Africanos em movimento, a que pertenceu o nosso camarada Amadu Bailo Jaló (1940-2015).
Presto, desta forma simples, a minha homenagem a este nosso camarada guineense que nos deixou, na qual incluo, neste contexto, todos os outros que serviram o Exército Português.
Um abraço,
Jorge Araújo
Fur Mil Op Esp / Ranger, CART 3494
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Nota de M.R.:
Vd. Também o último poste desta série em:
Guiné 63/74 - P14283: Libertando-me (Tony Borié) (5): 50 anos depois
Quinto episódio da série "Libertando-me" do nosso camarada Tony Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGR 16, Mansoa, 1964/66.
Desde o tempo em que lutámos na Guiné, quase todos os dias sentimos um certo tipo de “arrepio” a picar-nos a pele, por vezes passamos dias de reflexão e pensamentos dos amigos que por lá caíram. Homens como o “Zargo”, o “Curvas, alto e refilão”, ou o “Bóia”, como carinhosamente o chamávamos, que foi morto por uma maldita carga explosiva, numa ponte armadilhada que existia para os lados de Porto Gole.
Lembramo-nos daquele tempo escuro, mesmo depois da guerra, que para nós durou vários anos, a nossa alma parecia que tinha sido baleada, pelas coisas que vimos, pelas coisas que cheirávamos, pelo isolamento forçado e angustioso, pelas coisas que fizemos e pelas coisas que nunca tivemos oportunidade de fazer, mas que deviam ser feitas naquela idade tão jovem. Lembramo-nos de como a vida se tornava de alguma forma menor, à medida que nos isolávamos sistematicamente daqueles que nós amávamos. Enfim, “lembranças” de irmãos de guerra, que agora, anos mais tarde, o nosso pensamento encontra todos os dias. Há dias, o companheiro Hélder dizia que estas memórias não são já do "Cifra", é verdade, pois do “Cifra” já só resta talvez o pensamento, algum espírito aventureiro e o “C” do “mister “C”, que é como aqui chamamos à doença “cancêr”, pois somos um dos felizmente muitos sobreviventes dessa maldita doença, que há uns anos contraímos e que depois de um rigoroso tratamento, recuperámos, vencemos e ainda por cá andamos.
Neste começo de ano as coisas estão a parecer-nos um pouco diferentes, pois por alguns momentos vamos retornar à personagem “Cifra” e, aquela personagem, que naquele tempo se chamava “Zargo”, hoje é o nosso amigo Jorge, que está a viver por aqui, na Florida, pelo menos uns meses, portanto encontramo-nos, falando também de guerra, mas raras vezes, pois a sua dedicada esposa, assim que houve falar em guerra, logo nos diz, “please, stop fighting with your thought”, que quer dizer mais ou menos, “por favor, parem de lutar com o vosso pensamento”.
Mas vamos à história, porque se não, o dedicado do Carlos Vinhal, ainda vai dizer que o texto é longo. Portanto cá vai.
Era manhã, havia que colocar um leve casaco nos ombros, pois a temperatura assim o recomendava, estávamos do outro lado da Flórida, na parte oeste, no Golfo do México.
A “Europa” andava por lá, aliás, por aqui, de uma maneira ou de outra, tudo nos mostra que as raízes vieram da “Europa” e, as pessoas responsáveis pelos municípios continuam a ter orgulho nessas raízes, admiram e fazem de algumas personagens europeias, os seus heróis.
Em 1982, um armazém de marinha no centro da cidade marítima de St. Petersburg, no estado da Florida, foi reabilitado e um museu foi inaugurado. Eram umas instalações frequentemente sujeitas a furacões de um clima tropical, mas no ano de 2008, depois de uma chamada de atenção quase a nível nacional, Salvador Domingo Felipe Jacinto Dali i Domènech, 1.º Marquês de Dalí de Púbol, conhecido no mundo das artes, apenas como Salvador Dalí, que foi um importante pintor catalão, conhecido pelo seu trabalho “surrealista”, tinha finalmente o seu museu.
Mais de cinquenta anos depois, o “Zargo”, nome de guerra do nosso companheiro de luta na Guiné, quando nós éramos única e simplesmente o “Cifra”, dizia-me: “Estas instalações são comparáveis a um forte antigo, mas com linhas modernas e, algo surrealistas”.
Foi construído na margem da baía, próximo do Teatro Mahaffey, na parte baixa da cidade, numa estrutura que apresenta uma grande porta de entrada em vidro em forma de triângulos, que por sua vez formam círculos por onde entra a luz natural, feito de vidro de 1,5 polegadas de espessura, a que deram o nome de "Enigma", pois esta porta de entrada de vidro tem 75 metros de altura que engloba uma escada em espiral, que nos conduz ao tal “enigma”.
As restantes paredes são compostas de concreto de espessura de 18 polegadas, projectado para proteger esta valiosa colecção dos frequentes furacões que assolam a baía, onde se inclui 96 pinturas a óleo, mais de 100 aguarelas e desenhos, 1300 ilustrações, fotografias, esculturas e objectos de arte, e uma extensa biblioteca de arquivo.
Entre outras pinturas, está “The Hallucinogenic Toreador”, que é uma pintura a óleo que Salvador Dalí em 1970, seguindo os cânones da sua interpretação particular de pensamento surrealista, transmite o desagrado de sua esposa para as touradas, através da combinação de simbolismo com ilusões de ótica e alienando ainda motivos familiares, ele cria a sua própria linguagem visual, está lá a aplicação do método paranóico-crítico, dentro desta pintura combina as imagens versáteis como um exemplo elucidativo da sua criação artística, onde uma poça de sangue se transforma numa baía abrigada, na qual uma figura humana é uma jangada amarela, vista no horizonte.
O “Zargo”, ria-se ao ouvir alguém ao nosso lado comentar, “a lot of drugs”, que quer dizer mais ou menos “muita droga”!.
As pinturas de Dalí chamam a atenção pela incrível combinação de imagens bizarras, com excelente qualidade artística e, tanto para nós, que era o “Cifra”, ou para o Jorge, que era o “Zargo”, que muitas vezes estávamos sobre influência em cenário de guerra, talvez “deambulando” por outros horizontes, que nos ajudava a viver aquela terrível guerra, apreciamos a arte de Dalí, que dizem que foi influenciado pelos “mestres do Renascimento”.
Dalí insistia na sua "linhagem árabe", alegando que os seus antepassados eram descendentes de mouros, que ocuparam parte da Península Ibérica por quase 800 anos, afinal, tal como um qualquer “Zargo” ou “Cifra” e, atribuía isso ao seu amor por tudo o que é desejado com alguma fantasia, também tal como nós, que vivemos uma guerra em África, fugindo depois para o continente Americano, na procura do desejado, que muitos de nós nunca encontrámos.
Voltando à guerra que nós vivemos, torna-se um pouco claro que o seu custo é ainda maior do que nós possamos imaginar, porque a guerra tem um apetite insaciável pela morte, que ainda hoje, continua a matar, não só a quem nela participou activamente, pois as pessoas começam com sentimentos de confusão, depois move-as um longo pensamento de raiva e, finalmente, vem a indiferença. Mas aquele esgotamento escuro e emocional ainda se encontra de pé, mesmo à beira de um abismo, convidando-nos a saltar, pensando que com essa estúpida atitude, todos os sentimentos vão acabar.
Já chega de guerra e de confusões, vamos fazer como o Dalí, “viver o nosso mundo surrealista”. Quero lembrar que, com a excepção do Teatro-Museu Dalí, criado pelo próprio Dalí na sua cidade natal de Figueres, Catalunha, Espanha, o “Dalí Museum”, na cidade de St. Petersburg, é no estado da Florida que estão as maiores coleções do mundo, de Salvador Dalí.
Tony Borie, Fevereiro de 2015
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Nota do editor
Último poste da série de 15 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14259: Libertando-me (Tony Borié) (4): ...e o Lisboa rasgou o cartão
Desde o tempo em que lutámos na Guiné, quase todos os dias sentimos um certo tipo de “arrepio” a picar-nos a pele, por vezes passamos dias de reflexão e pensamentos dos amigos que por lá caíram. Homens como o “Zargo”, o “Curvas, alto e refilão”, ou o “Bóia”, como carinhosamente o chamávamos, que foi morto por uma maldita carga explosiva, numa ponte armadilhada que existia para os lados de Porto Gole.
Lembramo-nos daquele tempo escuro, mesmo depois da guerra, que para nós durou vários anos, a nossa alma parecia que tinha sido baleada, pelas coisas que vimos, pelas coisas que cheirávamos, pelo isolamento forçado e angustioso, pelas coisas que fizemos e pelas coisas que nunca tivemos oportunidade de fazer, mas que deviam ser feitas naquela idade tão jovem. Lembramo-nos de como a vida se tornava de alguma forma menor, à medida que nos isolávamos sistematicamente daqueles que nós amávamos. Enfim, “lembranças” de irmãos de guerra, que agora, anos mais tarde, o nosso pensamento encontra todos os dias. Há dias, o companheiro Hélder dizia que estas memórias não são já do "Cifra", é verdade, pois do “Cifra” já só resta talvez o pensamento, algum espírito aventureiro e o “C” do “mister “C”, que é como aqui chamamos à doença “cancêr”, pois somos um dos felizmente muitos sobreviventes dessa maldita doença, que há uns anos contraímos e que depois de um rigoroso tratamento, recuperámos, vencemos e ainda por cá andamos.
Neste começo de ano as coisas estão a parecer-nos um pouco diferentes, pois por alguns momentos vamos retornar à personagem “Cifra” e, aquela personagem, que naquele tempo se chamava “Zargo”, hoje é o nosso amigo Jorge, que está a viver por aqui, na Florida, pelo menos uns meses, portanto encontramo-nos, falando também de guerra, mas raras vezes, pois a sua dedicada esposa, assim que houve falar em guerra, logo nos diz, “please, stop fighting with your thought”, que quer dizer mais ou menos, “por favor, parem de lutar com o vosso pensamento”.
Mas vamos à história, porque se não, o dedicado do Carlos Vinhal, ainda vai dizer que o texto é longo. Portanto cá vai.
Era manhã, havia que colocar um leve casaco nos ombros, pois a temperatura assim o recomendava, estávamos do outro lado da Flórida, na parte oeste, no Golfo do México.
A “Europa” andava por lá, aliás, por aqui, de uma maneira ou de outra, tudo nos mostra que as raízes vieram da “Europa” e, as pessoas responsáveis pelos municípios continuam a ter orgulho nessas raízes, admiram e fazem de algumas personagens europeias, os seus heróis.
Em 1982, um armazém de marinha no centro da cidade marítima de St. Petersburg, no estado da Florida, foi reabilitado e um museu foi inaugurado. Eram umas instalações frequentemente sujeitas a furacões de um clima tropical, mas no ano de 2008, depois de uma chamada de atenção quase a nível nacional, Salvador Domingo Felipe Jacinto Dali i Domènech, 1.º Marquês de Dalí de Púbol, conhecido no mundo das artes, apenas como Salvador Dalí, que foi um importante pintor catalão, conhecido pelo seu trabalho “surrealista”, tinha finalmente o seu museu.
Mais de cinquenta anos depois, o “Zargo”, nome de guerra do nosso companheiro de luta na Guiné, quando nós éramos única e simplesmente o “Cifra”, dizia-me: “Estas instalações são comparáveis a um forte antigo, mas com linhas modernas e, algo surrealistas”.
Foi construído na margem da baía, próximo do Teatro Mahaffey, na parte baixa da cidade, numa estrutura que apresenta uma grande porta de entrada em vidro em forma de triângulos, que por sua vez formam círculos por onde entra a luz natural, feito de vidro de 1,5 polegadas de espessura, a que deram o nome de "Enigma", pois esta porta de entrada de vidro tem 75 metros de altura que engloba uma escada em espiral, que nos conduz ao tal “enigma”.
As restantes paredes são compostas de concreto de espessura de 18 polegadas, projectado para proteger esta valiosa colecção dos frequentes furacões que assolam a baía, onde se inclui 96 pinturas a óleo, mais de 100 aguarelas e desenhos, 1300 ilustrações, fotografias, esculturas e objectos de arte, e uma extensa biblioteca de arquivo.
Entre outras pinturas, está “The Hallucinogenic Toreador”, que é uma pintura a óleo que Salvador Dalí em 1970, seguindo os cânones da sua interpretação particular de pensamento surrealista, transmite o desagrado de sua esposa para as touradas, através da combinação de simbolismo com ilusões de ótica e alienando ainda motivos familiares, ele cria a sua própria linguagem visual, está lá a aplicação do método paranóico-crítico, dentro desta pintura combina as imagens versáteis como um exemplo elucidativo da sua criação artística, onde uma poça de sangue se transforma numa baía abrigada, na qual uma figura humana é uma jangada amarela, vista no horizonte.
O “Zargo”, ria-se ao ouvir alguém ao nosso lado comentar, “a lot of drugs”, que quer dizer mais ou menos “muita droga”!.
As pinturas de Dalí chamam a atenção pela incrível combinação de imagens bizarras, com excelente qualidade artística e, tanto para nós, que era o “Cifra”, ou para o Jorge, que era o “Zargo”, que muitas vezes estávamos sobre influência em cenário de guerra, talvez “deambulando” por outros horizontes, que nos ajudava a viver aquela terrível guerra, apreciamos a arte de Dalí, que dizem que foi influenciado pelos “mestres do Renascimento”.
Dalí insistia na sua "linhagem árabe", alegando que os seus antepassados eram descendentes de mouros, que ocuparam parte da Península Ibérica por quase 800 anos, afinal, tal como um qualquer “Zargo” ou “Cifra” e, atribuía isso ao seu amor por tudo o que é desejado com alguma fantasia, também tal como nós, que vivemos uma guerra em África, fugindo depois para o continente Americano, na procura do desejado, que muitos de nós nunca encontrámos.
Voltando à guerra que nós vivemos, torna-se um pouco claro que o seu custo é ainda maior do que nós possamos imaginar, porque a guerra tem um apetite insaciável pela morte, que ainda hoje, continua a matar, não só a quem nela participou activamente, pois as pessoas começam com sentimentos de confusão, depois move-as um longo pensamento de raiva e, finalmente, vem a indiferença. Mas aquele esgotamento escuro e emocional ainda se encontra de pé, mesmo à beira de um abismo, convidando-nos a saltar, pensando que com essa estúpida atitude, todos os sentimentos vão acabar.
Já chega de guerra e de confusões, vamos fazer como o Dalí, “viver o nosso mundo surrealista”. Quero lembrar que, com a excepção do Teatro-Museu Dalí, criado pelo próprio Dalí na sua cidade natal de Figueres, Catalunha, Espanha, o “Dalí Museum”, na cidade de St. Petersburg, é no estado da Florida que estão as maiores coleções do mundo, de Salvador Dalí.
Tony Borie, Fevereiro de 2015
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Nota do editor
Último poste da série de 15 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14259: Libertando-me (Tony Borié) (4): ...e o Lisboa rasgou o cartão
Guiné 63/74 - P14282: Os Nossos Camaradas Guineenses (41): Amadu Bailo Jaló (Bafatá, 14/11/1940- Lisboa, 15/2/2015): 13 anos ao serviço do exército português (1962-1975), "em perigos e guerras esforçado mais do que prometia a força humana" (Virgínio Briote)
Guiné > Bafatá > 1968 > Guiné > Bafatá > 1968> Foto do ex-furriel mil radiomontador Jorge Tavares, CCS/ BCAÇ 2856 (Bafatá, 1968/70).
Reconstituição feita pelo ex-fur mil op esp Humberto Reis, da CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71): esta é(era) rua principal (alcatroada, como todas as demais) da doce e tranquila Bafatá, com as suas casas de arquitectura tipicamente colonial; ao fundo era o mercado e cortava-se à direita, para a piscina; na primeira à direita, ficava o restaurante A Transmontana; dDo lado esquerdo, no início da foto, ficava a casa do Administrador e os CTT; a meio, a rua era cortada pela estrada que ligava a Geba.
Legenda do Amadu Bailo Jaló: Rua de Bafatá. Do lado direito, junto ao carro estacionado, era a casa do Chico Paulo, um comerciante europeu; a casa a seguir, pintada de branco, era de um libanês, Assad, one trabalhava o meu pai (in: Amadu Bailo Jaló - p. 17)
Foto: © Jorge Tavares (2005) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados
Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > 15 de Dezembro de 2009 > 17h543 > Um das nossas conhecidas ruas de Bafatá, já ao entardecer...Foto do João Graça, músico e médico, 40 anos depois do foto da mesma artéria tirada pelo Jorge Tavares.
Foto: © Jorge Tavares (2005) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados
Foto: © João Graça (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados
Amadu Bailo Jaló (1940-2015):
(i) fula, nasceu em Bafatá, em 10 de novembro de 1940;
(ii) filho de Cherno Iaia Tata Jaló, nascido em 1895, e de Ana Condé, nascida em Boké, Guiné-Conacri, em 1904; o pai era empregado de balcão do comerciante libanês Assad, sendo natural de Fulamorie, também Guiné-Conacri:
(iii) os pais matricularam,-no na escola do Alcorão, que frequentou durante 3 anos; em 1948, fez a circuncisão (festa do fanado); dois meses depois, frequentava uma escola católica, dos missionários iatalianos de Bafatá; esteve lá dois anos e gostava de jogar futebol;
(iv) aos 14 anos, em 1954, o irmão mais velho levou-o para Boké, para casa de um tio, de onde era natural a mãe; viagem de nove dias, a pé, que o marcou na sua adolescência; o irmão levava uma série de carregadores com mercadorias (roupas) para vender em Boké; a distância hoje é de c. 150 km;
(iv) aos 14 anos, em 1954, o irmão mais velho levou-o para Boké, para casa de um tio, de onde era natural a mãe; viagem de nove dias, a pé, que o marcou na sua adolescência; o irmão levava uma série de carregadores com mercadorias (roupas) para vender em Boké; a distância hoje é de c. 150 km;
(v) um ano depois, em novembro de 1955, regressa a Bafatá, numa viagem longa, também a pé;
(vi) aos 16 anos conheceu, pela primeira vez, Bissau e um ano depois Bolama;
(vii) desde muito jovem quis ganhar dinheiro e ser independente; começou por organizar bailes e festas, juntamente com um primo, para a juventude de Bafatá, a quem cobrava as entradas; as meninas de então chamavam ao Amadu o Mari Velo;
(viii) enquanto não foi incorporado, foi trabalhando na construção civil, primeiro no Gabu, como capataz, um pouco mais tarde em Bafatá; estávamos em 1958;
(ix) nos princípios de janeiro do ano seguinte, regressou a Bafatá; como sabia ler e escrever, foi para a campanha da mancarra;
(x) aos 20 anos quis dar um salto, tornar-se verdadeiramente independente; conseguiu abrir uma banca para negociar no Mercado de Bafatá;
(xi) mas a incorporação estava à porta; recenseado pelo concelho de Bafatá, sob o nº 21 em 1962, foi alistado em 04Jan62, como voluntário, no Centro de Instrução Militar;
(xii) depois da recruta em Bolama, seguiu-se o CICA/BAC, em Bissau, depois Bedanda na 4ª CCaç, a 1ª CCaç em Farim;
(xiii) regressou à CCS/QG, depois os Comandos de 1964 a 1966, voltou à CCS/QG, depois o BCav 757, BCac 1877, BCav 1905 e BCac 2856, todos sediados em Bafatá;
(xiv) em meados de julho de 1969, é transferido para a 15ª CCmds, seguindo-se então a 1ª CCmds Africanos, o BCmds da Guiné e a CCaç 21 (base em Bambadinca) até ao 25 de Abril de 1974;
(xv) foi promovido a 1º cabo em 1 de janeiro de 1966 e louvado pelas atuações em operações no ano de 1966;
(xvi) novamente louvado em 1967, em Ordem de Serviço (OS) do BCaç 1877, de 30 de setembro de 1967, pelo seu comportamento em ações de combate durante o ano de 1967 (7 de janeiro /24 de setembro);
(xvii) foi graduado em furriel em 6 de fevereiro de 1970 e em 2º sargento em 7 de novembro de 1971, tendo sido louvado pelas ações em que participou durante o ano de 1972;
(xviii) condecorado com a Medalha de Cruz de Guerra de 3ª Classe em 1973;
(xix) foi novamente graduado em alferes em 28 de junho de 1973; pela sua atuação nas operações durante o ano de 1973 recebeu novo louvor;
(xx) passou à disponibilidade em 1 dce janeiro de 1975, devido à independência do território da Guiné:
(xxi) em 1986 veio para Lisboa (, depois se ter refugiado no Senegal, até onde se estabeleceu como comerciante):;
(xxii) morreu em 15 de fevereiro de 2015, em Lisboa, no hospital militar, com 74 anos.
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(xvi) novamente louvado em 1967, em Ordem de Serviço (OS) do BCaç 1877, de 30 de setembro de 1967, pelo seu comportamento em ações de combate durante o ano de 1967 (7 de janeiro /24 de setembro);
(xvii) foi graduado em furriel em 6 de fevereiro de 1970 e em 2º sargento em 7 de novembro de 1971, tendo sido louvado pelas ações em que participou durante o ano de 1972;
(xviii) condecorado com a Medalha de Cruz de Guerra de 3ª Classe em 1973;
(xix) foi novamente graduado em alferes em 28 de junho de 1973; pela sua atuação nas operações durante o ano de 1973 recebeu novo louvor;
(xx) passou à disponibilidade em 1 dce janeiro de 1975, devido à independência do território da Guiné:
(xxi) em 1986 veio para Lisboa (, depois se ter refugiado no Senegal, até onde se estabeleceu como comerciante):;
(xxii) morreu em 15 de fevereiro de 2015, em Lisboa, no hospital militar, com 74 anos.
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Nota do editor:
Último poste da série > 31 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14102: Os Nossos Camaradas Guineenses (40): O alf cmd graduado Braima Baldé, da 1ª CCmds Africanos, natural de Bambadinca, e que depois da independência trabalhou para o PAIGC, pode ainda estar vivo... e ser o meu tio (Aladje Mustafá Baldé, estudante guineense no Brasil)
sábado, 21 de fevereiro de 2015
Guiné 63/74 - P14281: In memoriam (220): O último adeus ao Amadu Bailo Jaló (1940-2015), na presença de filhos, neta, sobrinho e camaradas, ontem na mesquita de Lisboa (Virgínio Briote)
Mesquita de Lisboa > 20 de fevereiro de 2015 > O último adeus ao Amadu Bailo Jalo > Da esquerda para a direita, (i) Cor Ferreira A A Silva, (ii) sobrinho e (iii) filho do Amadú [que vive em Londres], (iv) José António A Pereira (da 38ª CCmds), (v) filho mais do Amadú [que vive em Lérida, Espanha], (vi) neta do Amadu, (vii) Saiegh (do BCCmds Africanos), (viii) Mário Dias, (ix) Virgínio Briote e (x) um outro guineense não identificado.
Foto (e legenda): © Giselda Pessoa (2015). Todos os direitos reservados.
Mesquita de Lisboa > 20 de fevereiro de 2015 > O último adeus ao Amadu Bailo Jalo > > Da esquerda para a direita, Jaquité (fur cmd BCmd), cor cmd Rual Folques, Amílcar Mendes e José António Pereira, ambos da 38ª CCmds, Virgínio Briote.
Foto (e legendagem): © José Colaço (2015). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]
1. Mensagem, mais recente, do Virgínio Briote:
Data: 21 de fevereiro de 2015 às 14:52
Assunto: Amadú bailo Jaló
Caros Camaradas,
Devido aos problemas que se levantaram em relação ao transporte dos restos mortais do Amadú para a Guiné-Bissau, só ultrapassados, aliás, na véspera do embarque, não foi possível prestar as honras militares que lhe estavam preparadas pela Associação de Comandos, que, de resto, apenas teve conhecimento do ocorrido quando eu já regressava da Mesquita. Enfim, problemas que ocorrem e que escapam por vezes ao nosso controle. (*)
Data: 21 de fevereiro de 2015 às 14:52
Assunto: Amadú bailo Jaló
Caros Camaradas,
Devido aos problemas que se levantaram em relação ao transporte dos restos mortais do Amadú para a Guiné-Bissau, só ultrapassados, aliás, na véspera do embarque, não foi possível prestar as honras militares que lhe estavam preparadas pela Associação de Comandos, que, de resto, apenas teve conhecimento do ocorrido quando eu já regressava da Mesquita. Enfim, problemas que ocorrem e que escapam por vezes ao nosso controle. (*)
Anexo duas fotos, uma tirada pelo José Colaço e outra pela nossa querida camarada Giselda [Pessoa] que se manteve firme as duas horas que nos permitiram estar até se darem início aos preparativos para o encerramento do caixão.
Ainda assim, conseguiram estar presentes, além da Giselda Pessoa, o Cor Folques, Cmdt do BCmds da Guiné, o Jaquité e o Saiegh do mesmo Batalhão, o Mário Dias e o João Parreira, o Amílcar Mendes e o José António Pereira, ambos da 38ª CCmds que fez várias operações com o BCmds da Guiné, e os dois filhos do Amadú, um a trabalhar em Londres, e o mais velho em Lérida (que ainda não viu despachado o seu pedido de naturalização, apesar de o ter metido há mais de um ano) que se fez acompanhar de uma filha, um sobrinho, já meu conhecido, a trabalhar neste momento em Angola e outras pessoas naturais da Guiné.
Abraço do V Briote
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Ainda assim, conseguiram estar presentes, além da Giselda Pessoa, o Cor Folques, Cmdt do BCmds da Guiné, o Jaquité e o Saiegh do mesmo Batalhão, o Mário Dias e o João Parreira, o Amílcar Mendes e o José António Pereira, ambos da 38ª CCmds que fez várias operações com o BCmds da Guiné, e os dois filhos do Amadú, um a trabalhar em Londres, e o mais velho em Lérida (que ainda não viu despachado o seu pedido de naturalização, apesar de o ter metido há mais de um ano) que se fez acompanhar de uma filha, um sobrinho, já meu conhecido, a trabalhar neste momento em Angola e outras pessoas naturais da Guiné.
Abraço do V Briote
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Nota do editor:
(*) Vd. último poste da série > 21 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14280: In memoriam (219): Finalmente seguiu para Bafatá, onde vai ficar ao lado do seu pai, o corpo do Amadu Bailo Jaló, "guineense, comando, português" (Virgínio Briote)
Guiné 63/74 - P14280: In memoriam (219): Finalmente seguiu para Bafatá, onde vai ficar ao lado do seu pai, o corpo do Amadu Bailo Jaló, "guineense, comando, português" (Virgínio Briote)
Lisboa > 2009 > O Amadu Djaló no cais do Sodré.
Monte Real > Encontro Nacional da Tabanca Grande > 2009 > O Amadu com o Luís Rainha, o seu 2º Comandante de grupo dos comandos do CTIG (1966)
Lisboa > 2009 > Da esquerda para a direita, o coronel comando ref Raul Folques e o ten general ref Almeida Bruno (os dois primeiros Comandantes do Batalhão de Comandos Africanos da Guiné) e o Amadu Jaló.
Guiné > Bolama > 1962 > O Amadu DEjaló na escola de recutas
Fotos (e legendas): © Virgínio Briote (2015). Todos os direitos reservados.
1. Informação de há dois dias, do Virgínio Briote:
Caros Camaradas
Apenas para informação e a quem, eventualmente, interesse: o corpo do Amadú vai amanhã [, dia 20, 6ª feira,] estar às 10h00 na Mesquita de Lisboa (Pr. Espanha), de onde partirá para o aeroporto de Lisboa, rumo à Guiné e à sua Bafatá.
Abraço
Vb
2. Comentário do editor L.G:
O Virgínio foi mais do que um amigo e um camarada do Amadu... Gastou seguramente um ano a ajudar o Amadu a escrever e a publicar o seu livro de memórias... Por outro lado, procurou estar sempre ao lado do Amadu nos momentos de maior dificuldade, e nomeadamente quando surgiram os seus frequentes e graves problemas de saúde... Sempre discreto, solícito, solidário, e fora das luzes da ribalta, nada pedindo em troca... Esteve no hospital militar ao lado do Amadu, tal como outros camaradas dos comandos (, caoso do João Parreira e do cor Folques), mas o Amadu já não reconheceu o amigo "tuga"... Acrescente-se por outro que o Amadu gozava de imenso prestígio entre a comunidade guineense, e em particular fula, residente na área da grande Lisboa.
Enfim, cumpriu-se finalmente a sua última vontade. O seu corpo viajou até à sua terra querida, Bafatá, onde repousam os restos mortais do seu pai.
Descansa em paz, Amadu, guineense, comando, português!
PS - O 1º volume do livro de memórias do Amadu está esgotado. E há camaradas que o gostaria de o ler. O Virgínio vai fazer esforços para fazer uma reedição. Incentivei, por outro lado, o Virgínio a publicar, com a autorização da família, o resto das memórias (incompletas) do Amadu, material que deveria fazer parte do II volume, a publicar pela Associação de Comandos, Esse projeto, por várias razões (incluindo os problemas de saúde do Amadu e do próprio Virgínio) não chegou a bom termo. Mas sabemos que o Amadu tem algumas dezenas de páginas onde relata a sua amarga experiência de exílio. Tanto quanto sei, ele viveu no Senegal, em Portugal e na Inglaterra, depois da indepenência da Guiné-Bissau. Uma parte dos seus filhos vive hoje em Inglaterra. A sua família, esposa e filhos, é credora do nosso apreço e admiração.
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Nota do editor:
Último poste da série > 15 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14262: In memoriam (218): morreu um "homem grande", o nosso camarada Amadú Bailo Jaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), que fez parte do Batalhão de Comandos Africanos e da CCAÇ 21, um combatente valoroso e um homem de valores (Virgínio Briote)
Caros Camaradas
Apenas para informação e a quem, eventualmente, interesse: o corpo do Amadú vai amanhã [, dia 20, 6ª feira,] estar às 10h00 na Mesquita de Lisboa (Pr. Espanha), de onde partirá para o aeroporto de Lisboa, rumo à Guiné e à sua Bafatá.
Abraço
Vb
2. Comentário do editor L.G:
O Virgínio foi mais do que um amigo e um camarada do Amadu... Gastou seguramente um ano a ajudar o Amadu a escrever e a publicar o seu livro de memórias... Por outro lado, procurou estar sempre ao lado do Amadu nos momentos de maior dificuldade, e nomeadamente quando surgiram os seus frequentes e graves problemas de saúde... Sempre discreto, solícito, solidário, e fora das luzes da ribalta, nada pedindo em troca... Esteve no hospital militar ao lado do Amadu, tal como outros camaradas dos comandos (, caoso do João Parreira e do cor Folques), mas o Amadu já não reconheceu o amigo "tuga"... Acrescente-se por outro que o Amadu gozava de imenso prestígio entre a comunidade guineense, e em particular fula, residente na área da grande Lisboa.
Enfim, cumpriu-se finalmente a sua última vontade. O seu corpo viajou até à sua terra querida, Bafatá, onde repousam os restos mortais do seu pai.
Descansa em paz, Amadu, guineense, comando, português!
PS - O 1º volume do livro de memórias do Amadu está esgotado. E há camaradas que o gostaria de o ler. O Virgínio vai fazer esforços para fazer uma reedição. Incentivei, por outro lado, o Virgínio a publicar, com a autorização da família, o resto das memórias (incompletas) do Amadu, material que deveria fazer parte do II volume, a publicar pela Associação de Comandos, Esse projeto, por várias razões (incluindo os problemas de saúde do Amadu e do próprio Virgínio) não chegou a bom termo. Mas sabemos que o Amadu tem algumas dezenas de páginas onde relata a sua amarga experiência de exílio. Tanto quanto sei, ele viveu no Senegal, em Portugal e na Inglaterra, depois da indepenência da Guiné-Bissau. Uma parte dos seus filhos vive hoje em Inglaterra. A sua família, esposa e filhos, é credora do nosso apreço e admiração.
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Nota do editor:
Último poste da série > 15 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14262: In memoriam (218): morreu um "homem grande", o nosso camarada Amadú Bailo Jaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), que fez parte do Batalhão de Comandos Africanos e da CCAÇ 21, um combatente valoroso e um homem de valores (Virgínio Briote)
Guiné 63/74 - P14279: Parabéns a você (863): Veríssimo Ferreira, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 1422 (Guiné, 1965/67)
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Nota do editor
Último poste da série de 17 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14270: Parabéns a você (862): António Carvalho, ex-Fur Mil Enf da CART 6250 (Guiné, 1972/74) e Fernando Chapouto, ex-Fur Mil Op Esp da CCAÇ 1426 (Guiné, 1965/67)
Nota do editor
Último poste da série de 17 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14270: Parabéns a você (862): António Carvalho, ex-Fur Mil Enf da CART 6250 (Guiné, 1972/74) e Fernando Chapouto, ex-Fur Mil Op Esp da CCAÇ 1426 (Guiné, 1965/67)
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
Guiné 63/74 - P14278: Convívios (651): IX Encontro dos Combatentes do Ultramar do Concelho de Matosinhos, dia 7 de Março de 2015, em Leça da Palmeira (Carlos Vinhal)
No próximo dia 7 de Março 2015, como vem acontecendo desde 2007, vai ser levado a efeito mais um Encontro/Convívio dos Combatentes do Ultramar do Concelho de Matosinhos, e seus familiares, aberto aos camaradas do Grande Porto que connosco queiram confraternizar.
Este ano o Almoço vai ter lugar no Tryp Porto Expo Hotel, sito na Rotunda da Exponor. Vai ser uma experiência nova que não acarreta mais custos, já que conseguimos manter o preço do ano passado, 19€.
A Ementa, quanto a nós melhorada em relação aos anos anteriores, é a seguinte:
Buffet de Entradas
Creme de Legumes
Bacalhau com Broa
Bifinhos de Vitela com Porto
Buffet de Sobremesas
Vinhos da Casa, água, cerveja e refrigerantes
Café
Bolo comemorativo e uma taça de espumante
O programa do dia, que se desenrolará em Leça da Palmeira, terá o seguinte alinhamento:
11h00 - Missa de Sufrágio pelos camaradas caídos em campanha e pelos entretanto falecidos, na Capela do Sagrado Coração de Jesus, mais conhecida por Capela do Ruas, sita na Rua António Nobre.
No fim da Missa - Concentração na Marginal da Praia de Leça, frente ao Largo António Nobre (Antigo Restaurante Garrafão) para a habitual foto de família.
12h30 - Almoço/Convívio no Tryp Porto Expo Hotel, sito junto à Rotunda da Exponor
Durante a tarde convívio e animação
Passa palavra, comparece e traz um camarada
Inscrições aceites até ao dia 4 de Março para os telefones dos organizadores do Convívio:
Abel Santos - 919 253 200
António Maria - 938 492 478
Carlos Vinhal - 916 032 220
Francisco Oliveira - 917 898 944
Ribeiro Agostinho - 969 023 731
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Nota do editor
Último poste da série de 16 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14266: Convívios (650): Encontro do pessoal do Batalhão de Cavalaria 3846 (Companhia Independente), dia 15 de Março de 2015, na Batalha (Delfim Rodrigues)
Guiné 63/74 - P14277: A minha homenagem aos "Unidos de Mampatá" (CART 6250/72, Mampatá, 1972/74), António Carvalho, José Manuel Lopes (Josema) e Carlos Farinha... (António Murta, ex-alf mil inf, 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513, Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973/74)
Guiné > Região de Tombali > Nhala > 1974 > Os "Unidos de Mampatá", em final de comissão, foram despedir-se dos "periquitos" de Nhala...
1. Mensagem do António Murta [ex-alf mil inf , Minas e Armadilhas, 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513. Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973/74] [, foto atual à esquerda]
Data: 17 de fevereiro de 2015 às 01:25
Assunto: Aniversário do António Carvalho
Camaradas Luís Graça e Carlos Vinhal.
Data: 17 de fevereiro de 2015 às 01:25
Assunto: Aniversário do António Carvalho
Camaradas Luís Graça e Carlos Vinhal.
Vi há instantes que um dos aniversariantes de hoje, é o António Carvalho, de Mampatá. (*)
Tenho duas fotografias, que anexo, de um momento importante da sua comissão na Guiné e que é, precisamente, o fim dela (comissão). Os rapazinhos estão de malas feitas e vão para a peluda. Foram a Nhala despedir-se e atazanar os periquitos locais.
Podem reconhecer-se também nas fotos o nosso poeta de Mampatá, José Manuel Lopes [, Josema,] e o Alfero Carlos Farinha, todos Grã-Tabanqueiros.
Tão jeitosos que eles eram!
A qualidade destas reproduções de slides, já de si fracotes, é baixa, mas dá para ver.
A qualidade destas reproduções de slides, já de si fracotes, é baixa, mas dá para ver.
Se houvesse oportunidade e espaço, era um momento bonito para as publicar e eu ficava muito agradecido. Se não, ficam para quando der jeito. (Ai, se o dia tivesse 28 horas!).
Um abração para vocês,
Um abração para vocês,
António Murta
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Nota do editor:
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