quarta-feira, 15 de maio de 2013

Guiné 63/74 - P11569: Álbum fotográfico de Carlos Fraga (ex-alf mil, 3ª CCAÇ / BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1973) (7): Armamento do PAIGC (fotos de Ângelo Gago; legenda de Luís Dias)



Foto nº 1


Foto nº 2 



Foto nº 3


Foto nº 4

Guiné > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 4612/72 (19072/74) > Diverso armamento do PAIGC. Fotos de Ângelo Gago que integram o álbum do Carlos Fraga, na altura alf mil, em estágio operacional em Mansoa, e depois cap mil em Moçambique, em 1974.


Fotos: © Ângelo Gago / Carlos Alberto Fraga (2013). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


1. Mensagem do Carlos Fraga, com data de 27 de abril último:

Caro Luís:

Fui ao almoço da CCS/BCAÇ 4612/72.

Conheci um ex-soldado condutor auto que me disse que foi a ele a quem adquiri as fotos a preto e branco do armamento apreendido ao PAIGC e apenas essas e que foi ele que as tirou. Terá sido armamento apreendido pelas NT de Mansoa e, posteriormente, enviado para Bissau.

Chama-se Angelo Gago.

Portanto nessas podes pôr que foram cedidas por mim mas tiradas pelo Angelo Gago (o seu a seu dono).

Conheci também lá um Sr. chamado João Catarino Teodósio que me disse que era fotógrafo militar em Mansoa e que tem uma carrada de fotos de lá,  inclusive (estas vi algumas) do início das conversações das NT com o PAIGC. Disse-lhe que te ia passar a informação.Abraço
C. Fraga.

2. Pedido de colaboração ao Luís Dias, em 12 do corrente:

Tu que és o nosso especialista de armamento, vais-me identificar e descrever sumariamente este material, apreendido ao PAIGC em 1973, por malta de Mansoa... Preciso da tua ajuda antes de publicar... Um abraço. Luis Graça

PS - O Carlços Fraga e o Jorge Canhão (3ª C/BCAÇ 4612/72) também podem dar uma ajuda. Fotos adquiridas pelo Carlos Fraga, na 2º metade de 1973, em Mansoa. Fazem parte do álbum dele


3. Imediata resposta do Luís Dias [, ex-alf mil at inf, CCAÇ 3491/BCAÇ 3872, Dulombi e Galomaro, 1971/74; foto à direita]

Caríssimo Luís Graça:

Em relação à 1ª Foto:

São reconhecíveis as empenas de granadas de RPG-7 (as maiores-encostadas à parede e no centro) e as empenas das granadas de RPG-2 (as mais pequenas espalhadas no chão), todas deflagradas. 

Os restos maiores parecem-me ser de granadas do canhão sem recuo russo B-10, de 82 mm (2 cartuchos do propelante e uma cabeça de granada).

Na 2ª Foto

consigo identificar da esquerda  para a direita:

 Um RPG-2 + 1 Granada de RPG-2 intacta+ 1 Espingarda de Assalto Kalashnikov Modelo Ak-47 + 3 carregadores para esta arma (sendo o do meio - tipo liso - dos primórdios deste tipo de arma). 

Na frente e também da esquerda pata a direita,  temos uma mina anti-carro Russa, modelo TM46 ou TMN46 (depende se tem possibilidades de ser armadilhada lateralmente e na base ou sem essa possibilidade), de caixa metálica, contendo 5,7 Kg de TNT, e sendo activada com uma pressão a partir dos 180 Kg e ainda uma mina antipessoal Russa modelo PMD-6, de caixa de madeira, contendo 200g de TNT. Estas minas eram dos modelos  que mais frequentemente o PAIGC utilizava contra as nossas forças.

Na 3ª Foto:

 encontram-se as minas já acima referenciadas, embora na ordem inversa.


Na 4ª e última foto;

está uma metralhadora ligeira Dectyarev, de origem Russa, no modelo RPD, em calibre 7,62 X 39mm M43, com capacidade de disparar 650 tpm. 

A arma falta-lhe o tambor (com capacidade para 100 cartuchos), que é colocado por debaixo da área de alimentação da arma e onde é enrolada a fita com as munições, de forma a evitar o contacto com terra e poeiras. 

A curiosidade da arma - que originalmente é de 1944 - entrando ao serviço no princípio dos anos 1950 nas forças soviéticas - é que só faz rajada e com o pormenor de as fitas metálicas serem envernizadas para melhor correrem na arma, mas é uma óptima metralhadora, relativamente leve (7,4 Kg) e muito equilibrada. 

Possuo um tambor e uma fita completa, que apreendemos num contaco com o IN mas, por azar, nunca apanhei nenhuma (senão tê-la-ia usado no meu Gr Comb).

Em relação a duas granadas visíveis na foto 2 e 3, não sei se serão de artilharia???

Se precisares de elementos técnicos mais específicos do material, posso fornecer.

Um abraço para toda a equipa de editores do blogue e para todos os camaradas que o leem e colaboram.

Luís Dias

4. Já antes o Carlos Fraga me tinha mandado um esboço de legenda:

Caro Luís

A 1.ª é uma grande confusão. São restos de um rocket, restos de RPG e o resto não sei.
A 2ª é uma mina anti-pessoal, uma mina anti-carro e uma bomba da FAP não detonada que eles acoplavam a minas anti-carro,
A 3.ª são iguais mais um RPG e uma Kalashnikov.
A 4ª creio ser uma PPSH (?) [vd. poste de Luís Dias, P5736, de 31/1/2010]

Talvez um especialista em armaneto te elucide melhor. Abraço
_________________

Nota do editor:

Último poste da série > 6 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11535: Álbum fotográfico de Carlos Fraga (ex-alf mil, 3ª CCAÇ / BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1973) (6): Testando armamento (HK 21 e morteiro 60) na berma da estrada, na ausência de carreiro de tiro...

terça-feira, 14 de maio de 2013

Guiné 63/74 - P11568: Bom ou mau tempo na bolanha (9): No "mato" (Tony Borié)





Nono episódio da série do nosso camarada Tony Borié (ex-1.º Cabo Operador Cripto do Cmd Agru 16, Mansoa, 1964/66) Bom ou mau tempo na bolanha.



Andamos todos, ou quase todos fartos de falar em guerra, todos os antigos combatentes, que andaram pelo cenário de conflito, lá, no meio do que diziam ser “o mato”, a uma certa altura, como quase todos compreendessem, até diziam:
- Vou para “o mato”, estou “no mato”, nunca mais saío “do mato”, aquele meu companheiro morreu “no mato”, os guerrilheiros estão “no mato”, aquela emboscada foi “no mato”, amanhã vamos sair para ”o mato”, aquele gajo vem todo fod... “do mato”, parte do aquartelamento está situado no “mato”, os da capital, os “Cifras” e toda aquela cambada de malandros, estão nos gabinetes e não sabem o que é “o mato”, aquele gajo é maluco, foi “no mato”!


Enfim, até parecia que “o mato” era a coisa mais importante da guerra, e talvez até fosse, mas o agora Tony, ao abrir o seu diário, que por sinal até é um rascunho muito mal feito de algumas peripécias, com algumas datas, onde vem sempre à frente, a descrição de mais um ataque ao aquartelamento, ou de um pedido de reforços, principalmente para os destacamentos de Encheia, Cutia ou na ponte que existia no “carreiro” para Porto Gole, onde uns tantos militares viviam acantonados em miseráveis abrigos, que mais não eram do valas abertas no chão, algumas cobertas com troncos de palmeiras, onde alguns diziam que quando morrerem já sabiam o que era ser enterrado debaixo de “sete palmos de terra”, ou de uns guerrilheiros que um grupo de combate trouxe para o aquartelamento, onde às vezes eram espancados pelos milícias que diziam para os capturarem pois eram homens que tinham ido “no mato”, portanto pertenciam ao grupo organizado, que lutava pela libertação do território. Surgiu uma pequena nota, que não fala de guerra, nem do que se passou “no mato”, que diz assim:

1965, Outubro, dia 30
- Fomos invadidos pela maior praga de mosquitos de que há memória até à data, pelo menos no parecer dos habitantes da vila de Mansoa. Não se podia sair à rua e falar, pois logo se introduziam na boca, nas orelhas, no nariz, nos olhos, eram milhões, que encobriam a luz do dia, zuniam, voavam, poisavam em tudo, ao caminhar, traziamos uma nuvem de mosquitos junto ao nosso corpo, não se vê ninguém na rua, quase todos os militares estão dentro dos mosquiteiros. Neste dia não ouve patrulhas nem qualquer movimento de tropas, simplesmente todos andavam aflitos e tentavam sobreviver.


Ao outro dia pela manhã, estava o tempo limpo, só com uma pequena brisa, não havia qualquer vestígio de mosquitos vivos, só se notava que tinham passado por ali, porque havia alguns, já mortos, no chão ou colados ao mosquiteiros.

O Cifra, foi à aldeia com casas cobertas de colmo que existia próximo do aquartelamento e perguntou se tinha havido mosquitos no dia anterior, responderam-lhe que sim, mas fogo e mésinho, fez sair mosquito.

O Cifra, ainda com algumas marcas, principalmente na cara, nos braços e nas pernas, marcas essas com um tom rosado, onde a pele aumentava um pouco o seu volume, ficou surpreendido e era obrigado a admirar este povo que tinha os seus remédios primitivos, que podiam ser de boa ou má qualidade, mas não eram feitos em laboratórios. Resistiam ao clima e às anomalias da natureza nessa Guiné africana, onde os europeus se viam aflitos para os suportarem.

Estavam e conheciam o seu continente.
____________

Nota do editor

Último poste da série de 4 DE MAIO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11527: Bom ou mau tempo na bolanha (8): Os primeiros contactos e empregos (Tony Borié)

Guiné 63/74 - P11567: Furriel enfermeiro, ribatejano e fadista (Armando Pires) (6): Léopold Senghor, o poeta, ou lembranças da Ala dos Namorados

1. Mensagem de Armando Pires [ex-fur mil enf, CCS/BCAÇ 2861, Bula e Bissorã, 1969/70]

Data: 12 de Maio de 2013, 18:06

Assunto: Reenvio

Meu caro Luís Graça. Camarada.


Ontem, 11 de Maio, em Paredes, foi o almoço da minha companhia.

Palavra puxa palavra e fui buscar um meu portátil para, como imaginas, tirar dúvidas que a memória acentua. As conversas são como as cerejas, e "vejam lá como se entra e se fazem buscas no blogue do Luís Graça".

E veio-me de novo à ideia: "mas que raio se passará com a história que eu enviei no 26 de Abril"?

Dizia assim o texto do e-mail:  "Meu Caro Luís Graça. Camaradas Editores. Blog Amigo. Perdoa que tardiamente te felicite pelo teu nono aniversário. Leva-o à conta de prementes afazeres, que não de menos cuidado por quem, na sua ainda que curta existência, tem sabido ser o ombro disponível a acolher gente caturra, em acertos de contas com a memória.

Deixa-me recompensar-te da falha, remetendo para teu acervo o 6º episódio da série que acolhes como "Furriel enfermeiro, ribatejano e fadista".

Não sei se aprecias o estilo, mas quero aproveitar para fazer homenagem ao Manuel Joaquim, ex-furriel miliciano da CCAÇ 1419, que numa solitária demonstração de despojamento intimista, connosco tem partilhado as suas Cartas de Amor e Guerra. Vai com abraços."

E seguia em anexo o texto que também aqui vai anexado. Vais desculpar, meu Caro Luís, mas cheira-me que o e-mail passou à peluda antes de cumprir o tempo de serviço.

Toma lá um abraço e não te zangues comigo. Armando Pires


2. Furriel enfermeiro, ribatejano e fadista (Armando Pires) (6) >  Léopold Senghor, o poeta, ou lembranças da Ala dos Namorados 

por Armando Pires


Raios te partam, Manel Jaquim, que as tuas Cartas de Amor e Guerra incendeiam-me a memória na razão directa do respeito que me provocam.

Começo pelo fim, em que sou mais breve, para dizer de quanta admiração sinto por essa cumplicidade entre ti e a Dionilde, tua mulher, nascida no tempo do amor e dos segredos, trazida pela vida fora, chegando hoje à comum aceitação da partilha dessas palavras escritas, tão intensas de paixão e raiva, que só os amantes sabem dizer.

Faz tempo que andava para te o dizer, para te escrever.

Chegou a hora, sacudido pela inspiração desse teu Tombe la Pluie (poste P11263, de 16 de março de 2013), versos que bem podias ter deixado ao cuidado do teu soldado Lavinas, aquele que se perdeu pelo cheiro à terra e aos amores de Bissorã, e por lá ficou em negócio de restauração, para que deles, os versos, me fizesse entrega, que boa figura me teriam dado fazer, como adiante saberás.

Daqueles tempos, desses tempos, não tenho uma carta que seja.  Perderam-se nos vendavais da vida. Delas resta a memória do que quiseram dizer.

O rapaz do SPM tinha muito pouco trabalho comigo. Eu que escolhi a escrita como modo de vida, era espaçado e breve nos parágrafos em que alinhava, “por cá vou indo bem, felizmente”.  (Ó minha mãe, a paixão das nossas palavras são segredos indizíveis)

Parti sem deixar alma à minha espera. Amizades, sim, romances, também, mas a vida em que cedo fui esculpido não comportava melancólicas saudades. Agarro-me a gestos e afectos para me sentir nos lugares onde quero estar.

Foi assim que lá na Guiné venci o tempo, protegido por objectos de virtude, talismãs, ícones ou fetiches, figuras a que quiseram atribuir poderes tão sobrenaturais, que fossem capazes de me proteger e trazer de volta, são e salvo.

E porque assim deve ter sido, porque não sendo crente quero crer que o tenha sido, continuaram pela vida fora ao meu lado, e aqui perduram, na que já disse chamar-se a minha caixa dos segredos (poste P10629, de 7 de novembro de 2012 ), e para dentro da qual gosto, de quando em vez, de olhar e sorrir.

Porque lá dentro estão, a Maria da Luz, de trouxa às costas para me acudir nas aflições, mais aquela rapariga sardenta da Nazaré, que me julgava um lobo do mar, vê lá tu, eu que enjoo só de o ver, está também a versão francesa de “Le Petit Prince” [, o Princepezinho, criação de Saint Exupéry], aquele rapazinho que a Anne-Marie, lá porque ele andava sempre de chache-nez ao pescoço, teimava que era parecido com o fadista que eu era, e o corno do Aleixo, que me foi dado pela Odete. 







Guiné > Região de Cacheu > Bula > 1969 > CCS/BCAÇ 2861 (Buila e Biossrã, 1969/71) > Relíquias, ícones, fétiches, e talismãs… e a Maria da Luz, a Sardenta, Le Petite Prince, o cinto do “Rapina” mais o corno do Aleixo...

Foto (e legenda): © Armando Pires (2013). Todos os direitos reservados. [Edição: LG].



O Aleixo não era corno. O Aleixo tinha um corno que pertenceu a um toiro que numa praça de Espanha o ia varando num sitio que, vida fora, lhe faria imensa falta. Recuperou da colhida e o corno, que trouxe de lá para por atrás da porta do bar da Odete, para que dela e da casa desviasse o mau olhado.

A Odete, namorada do Aleixo, uma “balzaquiana” bem apessoada, que tinha um pequeno bar, já o disse, ali às Amoreiras, em Lisboa, frequentado por gente tão apessoada quanto ela, não sendo eu apessoado quanto eles, dedicava-me gosto e estima, porque eu tinha o que eles não tinham mas gostavam de ter tido: Voz e jeito para cantar o fado.

Sucede que aquele bar de muitas vezes passou a ser o bar de todas as vezes quando, terminado o curso de enfermeiro, no Hospital Militar Principal, fui colocado no seu Anexo, antigas instalações militares que ocupavam quase todo o quarteirão da Rua de Artilharia 1. Do Anexo ao bar da Odete não se corria mais de duzentos metros.

Naquela espécie de depósito de doentes em geral, fui metido em serviço na Medicina 3, onde cabia gente que se declarava demente para fugir à tropa, até tipos no seu mais perfeito juízo que apenas esperavam que viesse a funcionar a cunha que o sr. de patente, ou de posição, amigo do pai, metera ao médico da junta médica militar.

E havia, também, embora esporadicamente, uma outra clientela que fazia todo o meu enlevo. Eram os velhos veteranos da primeira guerra mundial, que esperavam pelo fim dos seus dias no Lar Militar de Runa, próximo de Torres Vedras, e ali iam recuperar dos achaques próprios da idade e, sobretudo, da tragédia em que os mandaram envolver-se.

Via e respeitava neles a figura do meu avô João, meu ídolo, boieiro nos campos do Ribatejo. Ninguém lhes tocava. Só eu cuidava deles. E as manhãs começavam com o banho em que, se não morriam afogados, quase morriam de riso com os disparates que eu lançava às suas inertes partes pudengas.

E havia ternura nos olhos quando, à hora da despedida, diziam, “obrigado, nosso cabo miliciano, e até qualquer dia”.

Ao lado do meu Serviço havia um outro que exigia forças mentais tão poderosas que quase se tornavam incompatíveis com as nossas imberbes e frágeis idades. O Serviço 5, onde os mutilados de guerra e paraplégicos cumpriam a “última etapa” da sua recuperação, antes de serem lançados para os braços de uma sociedade e de famílias a mais das vezes impreparadas para os receber.

À tarde, quando o sol iniciava o seu declínio para ocidente, sentava-me à porta com eles em conversas de amigos. À noite, no imenso espaço que era aquela espécie de parada do Anexo, à vez, um havia que me emprestava a sua cadeira de rodas para disputadas gincanas que tinham como prémio uma cervejinha no bar que fechava às dez.

Ganhava quase sempre um transmontano a quem uma mina anti-carro levara as duas pernas, conhecido pelo “Rapina”, porque depois de embalar a cadeira à força de pulso, fazia o percurso curvado para diante e de braços abertos, imitando o voo das águias que caçavam nos alcantilados do Marão.

Caramba, Manel, que lições de vida e humanidade eu ganhei naquele Anexo!

Às vezes, muitas vezes, eu saía com um deles, empurrando-lhe a cadeira até ao bar da Odete (é aqui que volta a entrar a Odete), que não só lhes franqueava a porta como nada lhes cobrava pelo jantar e, o melhor de tudo, lhes dava “à morte” companhia feminina até antes das seis, que era o prazo máximo combinado com o homem da porta de armas para nos deixar passar.

Em Setembro de 1968, após seis meses a prestar serviço no Anexo, já promovido por antiguidade a Furriel Miliciano, chegou a ordem de me apresentar em Chaves para formar Batalhão com destino à Guiné. Foi então, na hora da despedida, que a Odete me entregou o corno do Aleixo para que de mim afastasse o perigo, e o “Rapina” me desse o seu cinto militar porque já não precisava dele para segurar a farda.

Certa manhã de Abril de 1969, lá em Bula, foi à enfermaria ter comigo o rapaz do SPM.
- Furriel, tem aqui uma encomenda para si.

A letra firme, imensa e bem desenhada do endereço, bem que dispensava o selo para que eu reconhecesse a sua origem. Do norte de França, da Bretanha, da cidade costeira de Sainte-Marine, a Anne-Marie, minha namorada de então e minha muito amiga de hoje, enviava-me um novo livro.

Era uma biografia e um estudo sobre a obra poética de Léopold Sédar Senghor, de autoria de Armand Guibert, poeta ele também, que traduziu para francês obras do nosso Fernando Pessoa. Em dedicatória, a entre capa do livro recomendava que era “para ler nas noites azuis, nas noites sem guerra”.

Não esperei tanto. Sentei-me à porta da enfermaria e logo ali comecei a ler

La faiblesse du coeur est saint…
Ah! Tu crois que je ne l’ai pas aimée
Ma négresse blond d’huile de palme à la taille de plume
Cuisses de loutre en surprise et de neige du Kilimandjaro…



Dos lados da sala de operações surgiu o major Candeias. Fechei o livro entre o polegar e o dedo médio, deixando o indicador marcar a página onde seguia, e levantei-me para o cumprimentar.
- Então o que estás a ler, perguntou-me.

Exibi-lhe a capa e indiquei-lhe tratar-se de um poeta.
- Olha lá, rapaz, tu achas que isso são leituras para aqui?

Respondi-lhe: “ó meu major, poesia é para ler em qualquer lado”.

O Candeias fitou-me por brevíssimos segundos, fiquei sem saber se quis ou não quis dizer-me mais alguma coisa, se ficou a pensar se era eu que era parvo ou se o estava a fazer passar a ele por estúpido, e partiu sem resolver tão grande equação. Não sei por onde anda, meu major, mas talvez eu vá ainda a tempo de dizer-lhe que nem uma coisa nem outra.




Foi assim uma espécie de, “e se fosse à merda e me deixasse ler em paz?”. E pronto, Manel Jaquim, era aqui que eu precisava que tivesses deixado ao Lavinas o teu Tombe la Pluie, para que eu pudesse escrever à Anna-Marie e dizer-lhe

Tombe la pluie 
Et tu es si loin de moi
Tombe la pluie
Et mon couer s’habille de noir
….

Tombe la pluie
Et tu es si loin de moi.
Tombe la pluie
Oh, comme je voudrais te voir! 


Adeus, Manel Jaquim. Obrigado por esta oportunidade.

Até segunda-feira, lá no armazém da Amadora, onde teimamos em não esquecer o futuro daqueles que, lá nas bolanhas que deixámos, o não têm.
__________

Nota do editor:

Último poste da série > 3 de fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11048: Furriel enfermeiro, ribatejano e fadista (Armando Pires) (5): O dia em que a minha mala voou

Guiné 63/74 - P11566: Manuscrito(s) (Luís Graça) (2): Humor com humor se (a)paga: RIP... Requiescat In Pace... Lápides funerárias da minha coleção!

1. Um dia lá teremos de morrer...
E é bom pensar no nosso testamento vital:
por exemplo, se queremos ser cremados,
ou dar o corpinho de pasto aos vermes...
Ficam aqui alguns exemplos de epitáfios, de A a Z, que nos podem ajudar a escolher...

É evidente que o propósito é brincar
com a coisa mais séria da vida
que é a morte...Digamos:
mais do que séria, sisuda...




Brincámos com a morte na Guiné,
durante a guerra colonial,
brincamos com ela todos os dias...
"Olha, o meu amigo X,
mais novo do que eu,
zás, já lá está na terra da verdade"...
"Olha, soube ontem que o meu amigo Y,
aos cinquenta e picos,
no auge da sua carreira de gestor,
teve um ataque cardíaco,
e lá se foi"...
"Olha, a minha amiga Z, poetisa,
que morreu de tristeza e solidão"...

Os cemitérios são agora sítios 
que visitamos mais amiudadas vezes.
Por obrigação e devoção.
Estão lá os nossos avós, pais e irmãos mais velhos,
os nossos maiores,
e já muitos dos nossos amigos e camaradas.

Saibamos olhá-la de frente,
à morte 
e à sua gadanha,
quando ela vier ter connosco...
E se possível saibamos fintá-la...
Ainda por muitos e bons anos.

Alguns dirão que isto é humor negro,
e de mau gosto.
Não, é apenas humor, 
e o humor... com humor se (a)paga...

A morte e os cemitérios são, para sociólogos e antropólogos,
também objeto de estudo,
como a guerra, o poder ou o amor.
Nada do que é humano nos é estranho,
incluindo as mil e maneiras de lidar com a vida e a morte.

Podem achar mórbido,
mas cultivo epitáfios funerários
(não de animais de estimação,
como os cães e os gatos,
mas de seres humanos,
meus irmãos, meus amigos, meus camaradas)....
Quem os escreve são os vivos,
que estão na calha da morte.
Nomeá-la é exorcizá-la.
A morte é o último dos tabus
da nossa civilização.

Mais do que uma coleção,
é um mo(n)struário.
Estes epitáfios estão a preço de saldo.
A maior parte são da minha lavra.
Aceitam-se encomendas e trocas,
críticas e sugestões.

E, no fim, como diriam os antigos romanos,
só desejo que um dia,
quando chegar a nossa vez,
que a terra nos seja leve...

LG

PS - Espero não ferir as suscetibilidades de ninguém, 
seja crente ou não crente.
O humorista não pertence
a nenhuma destas duas categorias.


Alentejano: Eu sou devedor à Terra, / A Terra me ‘stá devendo, / A Terra paga-m’em vida, / Eu pago à terra em morrendo.
Amigo do Peito: À volta cá te espero!
Apaixonado: Voltaria a morrer por ti, meu bem!
Astrónomo: O céu está escuro como breu!
Agnóstico: Não penso, logo não existo.
Agricultor Biológico: Nada se perde, tudo se transforma.
Ateu: Logo eu que nem sequer acredito em Deus!

Banqueiro: Só para a morte não há casa forte.
Barqueiro de Caronte: Viagem sem retorno.
Bombista Suicida (Muçulmano): Virgens, cheguei!
Boticário: Para tudo tive remédio, menos para a morte.

Calceteiro: Erros de médico a terra os cobre!
Caloteiro (1): Deus te pague!
Caloteiro (2): Aqui não se pedem contas.
Cangalheiro: Falido!... Eu que sempre dizia: "Não quero que ninguém morra, só quero que a minha vida corra".
Capitalista: Confesso que vivi bem...no outro mundo! Espero que continue a viver bem, neste!
Católico (praticante): Obrigado, Pai, vou por fim conhecer-Te, pessoalmente!
Católico (rico): Dei aos pobres, emprestei a Deus, vou buscar os dividendos.
Católico (pobre): Trocaria a reino dos céus por um prato de sardinhas e um copo de tinto!
Cientista: Que pena não ter respondido à derradeira pergunta: "Afinal, para que serve a Ciência?!"
Cirurgião: Erros meus a terra os cobre.
Claustrofóbico: Por favor, tirem-me daqui!
Cobarde: Em homem forte não se bate.
Columbófilo: Finalmente, pombinhas minhas, cagai em mim!
Combatentes (Talhão dos): Uma vez camaradas, camaradas para sempre!
Comerciante: Liquidação Total. Preços de saldo. Motivo força maior.
Comodista: O último a morrer que feche a tampa do caixão!
Condeando à morte: Prisão perpétua!
Corajoso: Nada teme quem não teme a morte.
Coveiro: Finalmente reformado! Não aceito mais encomendas!

Desaparecido: Procura-se!
Desempregado de longa duração: Desemprego para a vida, emprego para a morte!
Diabo: Não sou assim tão feio como me pintam.
Doente Que Nunca Mais Morre (ou Crónico): 
Mais vale andar neste mundo em muletas 
do que no outro em carretas.

Ecologista: Espécie extinta!
Economista: Não há vidas grátis!... Nem mortes de borla!...
Egoísta: Finalmente uma cama só pra mim!
Epicurista: Qual o programa das festas ?
Escritor: Ponto final parágrafo. Fim da história.

Fadista: Fado meu!
Fatalista: Morreu quem tinha de morrer.
Folião: A vida foram dois dias, mas o carnaval  foram três!
Forreta: No morrer é que está o ganho!
Filósofo: Morrer ou não morrer, eis a questão.
Fuzilado: Dei o peito às balas!

General: A última batalha de uma guerra perdida!
Gourmet: Acabou-se o que era doce!

Herói: Saltei para o lado errado da barricada!
Hipocondríaco: Eu bem avisei que estava a morrer!
Homem Mais Velho do Mundo: Custou... mas foi!
Homo Sapiens Sapiens: De nada me valeu ser o mais inteligente.
Humorista: Humor com humor se (a)paga!

Informático: Vítima do pior vírus do mundo!
Ingrato: Porra!, não há mais uns anos de borla?!

Jogador de Futebol: Arrumei as botas!

Latinista:  Memento, homo, quia pulvis es, et in pulveris reverteris! [Lembra-te, ó homem, que és pó e em pó te hás-de tornar!]
Louco: A maior loucura que um homem pode fazer, é deixar-se morrer.

Malcriado: A vida é uma merda!
Marido Fiel: Até que a morte, por fim, nos separou!
Médico: Filhos da p..., o cangalheiro e o coveiro são sempre os últimos a rir!
Metereologista: No inferno deve estar um frio de rachar!
Morto da aldeia da Pena: Coroa de glória: sou o morto que matou dois vivos.


Optimista: Só um momentinho, por favor!

Padre: Meu Deus, mas por que é que fui o Eleito ?
Parteira: Só uma porta a vida tem, enquanto a morte tem cem.
Papa: À morte ninguém escapa, nem o Rei nem o Papa!
Paleontólogo: De fóssil em fóssil, até à escavação final!
Pedófilo: Anjinhos, cheguei!
Pessimista: Nunca mais vou sair daqui!
Poeta: Saudade eterna!
Poeta Bocage: Já Bocage não sou...
Poeta Camões: Apagada e vil tristeza.
Poeta Pessoa: Aqui jaz e apodrece o menino de sua mãe.
Polícia: A esta  ladra [, a morte,] é que eu já não agarro!
Politicamente Correto: Tudo acaba!
Politicamente Incorreto: Não pedi para nascer, não pedi para morrer.
Portuga (Pobre): Nunca mais verei a tal luz ao fundo do túnel!
Portuga (Rico): Uma suite para a eternidade!
Português à Beira Mar Plantado: Mais vale a morte que tal sorte.
Preguiçoso: Descanso eterno!
Promotor de saúde: Ontem com saúde, hoje no ataúde.

Quarteleiro: Acabou-se a guerra... sem quartel!

Reformado (da função pública): O último resistente!
Revolucionário: Os vermes ao poder! A terra a quem a trabalha!
Romancista: Aqui acaba a ficção, e começa a realidade.

Sem abrigo: Morada definitiva.
Sobrevivente: Nunca abuses da sorte!
Sociólogo: Campo da igualdade.
Soldado (1): Levantado do chão.
Soldado (2): Morri pelo rei, nunca mais o verei!
Soldado Desconhecido: Morto duas vezes!
Soldado de transmissões: Foxtrot Oscar Delta India Mike Echos!
Suicida: Quem não se mata, morre.
Suicida Arrependido: Porra, esqueci-me de comprar bilhete de ida e volta!

Toxicodependente: Enfim, meu, és pó e  só pó!

Utente da ServiLusa: Reclamação: tenho o ar condicionado avariado!

Verme: A desgraça de uns é a sorte de outros.
Virgem (Resistente): Maldita terra que me hás de comer!

Zulu: Sempre o último... da turma, do pelotão, da fila, do alfabeto!

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Nota do editor:

Último poste da série > 6 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11350: Manuscrito(s) (Luís Graça) (1): Amigos de infância, camaradas da diáspora: o Zé Pê, que foi para o Canadá

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Guiné 63/74 - P11565: (Ex)citações (220): Cherno Baldé, deixo aqui a minha homenagem à mulher do teu país...(João Martins)



Guiné > Região de Gabu > Piche > Foto nº 112/199 >  1968 > Mulher amamentando uma cabrinha (!)... Um ternura de foto do álbum do João Martins.

Foto: © João José Alves Martins (2012) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados. 


1. Comentário, de 23 do corrente, de João Martins [, ex-Alf Mil Art, BAC1, Bissum, Piche, Bedanda, Gadamael e Guileje, 1967/69,]  ao poste P11369:


Caro Luís Graça & camaradas da Guiné:

O meu caloroso abraço aos meus gloriosos amigos e camaradas de armas,  quer do Continente quer da Guiné.

Ao ler as opiniões do amigo Cherno Baldé que, de modo algum pretendo contrariar e que respeito, recordei aquela frase "Cada um sabe de si e Deus sabe de todos", logo, penso que o Cherno deve ter razões muito pessoais para afirmar o que pensa.

Surge-me também a oportunidade de transmitir o que senti e o que presenciei. Encontrei várias etnias,  de relacionamentos bem distintos, e encontrei reações naturais e espontâneas em que o interesse e a atração do português pela beleza exterior e interior feminina são dificilmente contidos. Daí, a disseminação,.  por todos os continentes,  de descendentes lusos.

Quanto ao sentimento da superioridade dos portugueses relativamente aos nativos e às nativas, e mais uma vez recordo que "Cada um sabe de si e Deus sabe de todos", julgo que esse sentimento,  como regra, e não há regra sem excepção, só existia como fazendo parte da "lavagem ao cérebro da propaganda inimiga" que procurava virar as populações contra nós. 

Sinceramente, foi isto o que senti e o que presenciei. Tal como já li, a amizade e o respeito pela mulher africana sobrepunham-se a outros tipos de relacionamentos. Admito que, contrariamento ao que se pretende transmitir muito democraticamente, todos os homens são diferentes, uns são educados e têm comportamentos de respeito pelo próximo, outros, pelo contrário, comportam-se de modo indigno. 

As generalizações a partir de casos pontuais conduzem a afirmações erróneas e facilitam as teorias niilistas que têm como finalidade não distinguir o bem do mal nem os bons dos maus.

Um grande abraço a todos sem excepção, e até Monte Real, se Deus quiser.

João Martins
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Guiné 63/74 - P11564: Convívios (522): Convívio anual da Companhia de Caçadores n.º 816 (Rui Silva)


1. O nosso camarada Rui Silva (ex-Fur Mil da CCAÇ 816, Bissorã, Olossato, Mansoa, 1965/67), enviou-nos a seguinte mensagem: 

Caros Luís, Vinhal e Magalhães recebam um abração! 
Cumprimentos afetuosos também para toda a Tertúlia. 

Desta feita não há “Páginas negras” nem “Salpicos” mas sim a história breve do como foi o Convívio anual da Companhia de Caçadores n.º 816 que esteve na Guiné em 1965-67 e que se efetuou desta vez em Famalicão no pretérito sábado dia 11. 

Logo que nos vimos livres das G3 ainda em Bissau, propusemos munirmo-nos, em futuro, de faca e garfo e fazer “golpes de mão” a conhecidos (por boas razões) restaurantes do burgo. 

Assim, e uma vez mais, a 816 fez-se ao terreno e desta feita a operação foi feita num restaurante em Esmeriz- Famalicão. Os setentões (meu Deus!) cabelos brancos (aqueles que o tinham - o cabelo -, claro) e barrigudos (quase todos) atacaram, não pela madrugada, mas pela hora convencionada para almoçar e com o grande e habitual êxito. 

Os ex-combatentes da 816, agora fortemente reforçados já com muitos netos, passaram algumas horas de grande confraternização, aonde mais uma vez esteve presente o Comandante da Companhia Capitão Luís Riquito, alguns Oficiais Alferes (2) Furriéis (5) e muitos cabos e soldados. Passados 48 anos da partida para a Guiné, e, melhor dizendo (soa melhor), 46 da chegada. 

Do evento, envio para o Blogue (não é abuso, pois não?), contando com a paciência e pachorra de alguns, e enviando também diversas fotos do evento. 

Como habitual, houve Ponto de Encontro ou “encontro dos abraços”, missa pelos camaradas falecidos em combate e por aqueles que nos vão deixando com o decorrer dos anos, e já não são poucos, mas que estão todos bem vivos no coração dos ex-militares da 816. 

Aperitivos em zona ajardinada e almoço com discurso final do Capitão e logo a seguir a distribuição fatiada do tradicional bolo 816. 

Mais abraços, agora até com alguma lágrima marota à mistura, e até ao ano se Deus quiser. 

Descrição das fotos: 

Foto 1 – O pessoal da 816 com muitas esposas na missa realizada na bonita igreja de remanescência romana de S. Tiago de Antas em Famalicão. 
Foto 2 – O capitão Luís Riquito teve uma oferta quão inesperada como extraordinária: Um instantâneo, algures no mato do Olossato, da sua pessoa. 
Foto 3 – Eu com os 3 elementos da minha secção então presentes.  
Foto 4 – O então Comandante da Companhia e Capitão, na sua habitual e regeneradora alocução. A seu lado o Fonseca que com o Júlio promoveram o encontro. 
Foto 5 – O tradicional bolo da 816 que remata a festa e para gaudio da tribo. 
Foto 6 - O Capitão contou com a ajuda da neta do Fonseca para dissecar o Bolo 816. 

Rui Silva 
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Nota de M.R.: 

Vd. último poste da série em: 


Guiné 63/74 - P11563: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (47): Respostas (nºs 99/100/101): Delfim Rodrigues (CCAV 3366, Suzana e Varela, 1971/73); Manuel Moreira (CART 1746, Bissorã, Xime e Ponta do Inglês, 1967/69); e Francisco Gomes (CCS/BCAÇ 2834, Buba, Aldeia Formosa e Gadamael, 1968/69)

Mais três camaradas que fazem a "prova de
vida", respondendo amavelmente ao nosso
questionário (*):


Resposta nº 99 > Delfim Rodrigues
(ex-1.º cabo aux enf, CCAV 3366/BCAV 3846, Suzana e Varela, 1971/73),


(1) Quando é que descobriste o blogue ?

Em 2007

(2) Como ou através de quem ? (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada)

Fazendo pesquisa num motor de busca (google?). quando procurava encontrar alguém da minha companhia (CCav 3366) ou do meu batalhão (Bat Cav 38469.

(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia) ? Se sim, desde quando ?

Penso que aderi em 2008 quando fui a Ver a apresentação do filme "As Duas Faces da Guerra".

(4) Com que regularidade visitas o blogue ? (Diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...)

Todos os dias,  mais que uma vez.

(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.) ?

Não gosto muito de escrever por isso a minha participação não tem sido a melhor.

(6) Conheces também a nossa página no Facebook [Tabanca Grande Luís Graça] ?

Sim e sou amigo.

(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue ?

Visito mais vezes o Blogue.

(8/9) O que gostas mais do Blogue ? E do Facebook ? E o que gostas menos num e noutro ?

Não tenho preferência, gosto de tudo.

(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue ? (Tem havido queixas de lentidão no acesso...)

Nunca tive dificuldade de aceder ao Blogue.

(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti ? E a nossa página no Facebook?
Um local onde revejo os tempos passados e que me deu a conhecer uma grande parte da Guiné que, de outra forma, jamais conheceria.

(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais ?

Desde que aderi ainda não faltei a nenhum e espero no futuro continuar a não faltar.

(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real ?
Claro que sim, já estou inscrito.

(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar ?

Acho que ainda muito esta por dizer acho que ainda vai, por muitos anos, ser ponto de visita diário.

(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer.

Nenhumas. O blogue segue uma politica que me agrada, todos podem dizer o que se lembram respeitando todos os outros membros, há coisas de que gosto menos e outras de que gosto mais, mas o respeito pelas ideias dos outros, mesmo quando não concordamos com elas, é o principio da democracia.


Resposta nº 100 > Manuel Moreira [, ex-1.º cabo mec auto, CART 1746 (Bissorã, Xime e Ponta do Inglês, 1967/69]

(1) Descobri o Blogue  mais ou -menos em Agosto de 2008

(2) Através do meu amigo e vizinho Paulo Santiago [, de Aguada de Cima, Águeda].

(3) Sou membro da nossa Tabanca Grande desde Novembro de 2008 (salvo erro).

(4) Visito o Blogue quase todos os dias.

(5) Tenho mandado material para o Blogue : textos , fotos , comentários , etc.

(6) Conheço a página do Facebook.

(7) Não tenho ido à página do Facebook.

(8) Gosto das histórias contadas pelos ex-combatentes.

(9) Não gosto de desonestidades.

(10) Acedo ao Blogue com muita facilidade.

(11) Através do Blogue , revive-se a idade da nossa juventude e representa vivacidade. Vou fazer visitas no Facebook.

(12) Participei no último Encontro Nacional ou seja : VII.

(13) Este ano não vou estar presente no VIII porque vamos ter o da minha C. ART 1746 no mesmo dia.

(14) O Blogue tem ainda muito para dar a todos os que estiverem dispostos a colaborar porque , penso, há muito trabalho armazenado nos Baús discretos.

(15) Não sou de criticar , gosto do que estiver bem feito e o Blogue sempre defendeu a verdade chamando à atenção daqueles que tentam denegrir as boas regras da educação e respeito pelos outros

Luis , sem querer abusar do espaço e justificando a não ida ao VIII Encontro , peço para divulgar o Convívio da CART 1746 que junto envio . Um Grande Abraço e Obrigado


Resposta nº 101 > Francisco Gomes (ex-1.º Cabo Escriturário da CCS/BCAÇ 2834, Buba, Aldeia Formosa e Gadamael, 1968/69):

(1) Quando é que descobriste o blogue ?

Há poucos meses

(2) Como ou através de quem ? (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada):

Sinceramente, não me recordo dado que utilizo muito a Net em pesquisa.

(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia) ? Se sim, desde quando ?

Sim, [desde 30 de agosto de 2012]

(4) Com que regularidade visitas o blogue ? (Diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...):

Quando o tempo me permite.

(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.) ?

Não.

(6) Conheces também a nossa página no Facebook [Tabanca Grande Luís Graça] ?

Não utilizo o Facebook.

(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue ? ~

Blogue.

(8) O que gostas mais do Blogue ? E do Facebook ?

Passo.

(9) O que gostas menos do Blogue ? E do Facebook ?

Passo.

(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue ? (Tem havido queixas de lentidão no acesso...)

Passo.

(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti ? E a nossa página no Facebook ?

Retraio-me a aceder sítios que me recordam tempos negativos e que ainda hoje me afectam.


(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais ?

Não.

(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional,
no dia 8 de junho, em Monte Real ?

 Não tenho qualquer hipótese, quer por motivos económicos, quer por motivos de saúde.

(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar ?

Penso que devem continuar.

(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer.

Passo.
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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 13 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11561: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (46): Respostas (nºs 96/97/98): José Eduardo Oliveira (JERO) (CCAÇ 675, Quinhamel, Binta e Farim, 1964/66), João Paulo Diniz (PIFAS - Programa das Forças Armadas, Bissau, 1971/72); Fernando Macedo (5º Pel Art, Cabedu, 1971/72)

Guiné 63/74 - P11562: Notas de leitura (480): Os Portugueses nos Rios da Guiné (1500-1900), por António Carreira (1) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 30 de Janeiro de 2013:

Estimados amigos,
Se há peça sobre a história da Guiné que devia ser reeditada e anotada à luz dos conhecimentos atuais, é este surpreendente e luminoso livro de António Carreira, um investigador com grandes e justificados pergaminhos.
Consultou as melhores fontes e tece considerações que são as tais verdades como punhos que muitos teimam em ignorar.
Os familiares de António Carreira deviam ser incentivados a permitir a republicação do livro, dada a sua importância para conhecer a fundo a Guiné, é tão atual que permite abrir pistas de trabalho na investigação dos dois países, dá estimulo a percorrer a papelada do Arquivo Histórico Ultramarino.

Um abraço do
Mário


Os portugueses nos rios da Guiné (1500-1900), por António Carreira (1)

Beja Santos

Trata-se de uma edição de autor, escassas centenas de exemplares, de 1984, hoje uma raridade, não está ao alcance de qualquer um. E no entanto é uma resenha histórica de altíssima qualidade, atrevo-me a dizer que é imperdoável não se procurar uma reedição de um livro que compendia o essencial do passado longínquo da Guiné que vai ganhar os seus contornos na viragem para o século XX.

O investigador dá-nos a finalidade do seu trabalho:
“Procurei pôr à disposição do leitor um punhado de informações que podem auxiliar a ajuizar e a esclarecer:

1. As principais causas da perda pelos portugueses das posições que pretendiam assegurar, nos alvores da expansão;

2. As fraquezas, as misérias e as incúrias que concorreram para o fracasso do empreendimento; 

3. As razões porque os portugueses tiveram de se contentar com o pequeno “naco” de território compreendido entre o Cabo Roxo e a Ponta Cajé; 

4. O esbarrondar da “teoria” de um “colonialismo” imposto durante cinco séculos, que tomou foros de verdade inatacável, mercê do mito da “conquista” de uma área que nunca foi conquistada e cuja posse efetiva durou pouco mais de 60 anos”.

Depois de discretear sobre os povos da região, recorda que Guiné foi o topónimo menos usado até ao segundo quartel do século XIX. Na maior parte da documentação oficial, durante séculos, foi usada preferencialmente a expressão “rios de Guiné” ou “rios de Guiné de Cabo Verde” para identificar o setor costeiro. Em meados do século XVIII, houve tentativas para designar a área por “costa da Guiné”. Nalgumas descrições do século XIX apareceu também o topónimo Senegâmbia que em relação à parte sul do Casamansa tomou a forma de Senegâmbia meridional. Só de depois do acordo luso-francês de 1886 é que se difunde exclusivamente a designação Guiné.

Numa tentativa de explicar algumas das causas do fracasso da ocupação dos rios da Guiné pelos portugueses, Carreira refere que houve duas fases no decurso dos descobrimentos: a primeira, constituída por frotas régias com o encargo da descoberta e conquista de novas terras, com interesses comerciais, mas também o desejo de saber qual o poderio dos povos africanos e procurando igualmente conhecer a existência de algum reino cristão; a segunda, a fase de armadores e negociantes privados, caminharam no rasto das frotas régias, foi uma fase que se iniciou pelo arrendamento das áreas de tratos e resgates.

Como não se descobriu o ouro nestas paragens, o comércio português assentou no tráfico de escravos, pelo arrendamento de áreas onde apareceram pontas e fazendo igualmente os resgates através dos rios, por isso se criaram praças, presídios e postos. Aqui pontificavam capitães-mores, feitores ou provedores da fazenda, e o dispositivo militar eram pequenas guarnições, sempre mal apetrechadas, todos os centros de comércio fundados na região localizaram-se nas margens dos rios, estavam protegidos por paliçada de estacaria de madeira. Foi assim que se ocupou o território entre o rio Casamansa até ao rio Componi. O domínio dos portugueses, diga-se sem ambiguidades, estava circunscrito às praças e presídios, era um domínio permanentemente contestados e a ameaçados pelos chefes tradicionais.

António Carreira chama a atenção que se a presença portuguesa até à Restauração era débil, logo a seguir à Restauração, devido às más relações entre Portugal e Espanha, os castelhanos, no intuito de manter o fornecimento regular de escravos às suas possessões nas Antilhas e na América Central, tentaram assenhorear-se dos rios da Guiné, da área da Gâmbia ao estuário do Geba. Estes interesses espanhóis apoiavam-se também nos negociantes portugueses residentes em Sevilha que por sua vez possuíam agentes de confiança em Cacheu, chegaram a enviar embarcações para o rio Gâmbia com frades, sob o pretexto de difundir a Cristandade. Os frades desembarcaram no rio Gâmbia e dali dirigiram-se a Cacheu. O capitão-mor desta praça, prevenido pelos seus espias da Gâmbia, prendeu os negociantes portugueses implicados na manobra.

A partir de 1676, o rio Cacheu passou a estar dominado pela companhia de Cacheu, rios e comércio da Guiné. O investigador faz um ponto de situação sobre os presídios localizados nos rios de Cacheu e Casamansa – Ziguinchor e Farim – e prossegue para os de Bissau e Geba, Ilhas dos Bijagós e Rio Grande de Buba, em finais do século XVII. É uma enumeração do maior interesse. Ficamos a saber que Ziguinchor é um presídio fundado por Gonçalo de Gamboa d’Ayala, aquando da Restauração. Era um presídio protegido por uma tabanca, devidamente artilhada, e dispunha de igreja. A partir das primeiras décadas do século XIX, quando se intensificou a atividade política e comercial da região é que se começou a ter uma noção da importância estratégica da bacia do Casamansa. Era, porém, demasiado tarde, os interesses franceses tudo fizeram para erradicar a presença portuguesa, que se tornou um facto em 1886. Há inúmeros e eloquentes testemunhos de que a maior parte desta população estava disposta a continuar portuguesa. A feitoria de Farim era a designação dada ao grande regulado cujo território se estendia de Farim a Cabu. Geba era a terceira posição portuguesa na Guiné. Como alguém escreveu, “era de maior trato de todas quantas havia em Guiné, era aqui que se vendia a cola e muito ferro, a troco de cera”. Perdeu importância com a transferência da população para Farim. A praça de Bissau ganhou interesse em finais do século XVII, aqui se construiu fortaleza e a presença portuguesa foi sempre periclitante até aos tempos da pacificação. A presença portuguesa nos Bijagós foi sempre ténue devido à agressividade dos autóctones, haja em vista os assaltos que faziam às populações do continente. Quanto ao Rio Grande de Buba, há registos desde o século XVI que falam na presença de várias dezenas de navios que aqui vinham para o tráfico de escravos e daí se mencionar que no Porto havia cerca de “50 casas de brancos”.

Carreira apresenta uma súmula da situação geral até finais de 1600: concorrência estrangeira e agressividade dos autóctones; dificuldade na manutenção de alguns pontos de fixação; comércio baseados na compra de escravos, cera, cola e algum marfim e na venda de tecidos, ferro, adornos e aguardente. O principal interesse de quase todos os negociantes estava centrado nos escravos. Estes foram encaminhados, pelo menos de 1468 a 1647 para a ilha de Santiago (o grande “depósito” de exportação) e dali com destino a Portugal, Cádis, Sevilha, Sanlúcar de Barrameda, Canárias, Índias de Castela, Antilhas.

(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de Guiné 63/74 - P11550: Notas de leitura (479): A História do BCAÇ 2845 em verso, por Albino Silva, e A política da luta armada - Libertação nacional nas colónias africanas de Portugal, por Basil Davidson (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P11561: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (46): Respostas (nºs 96/97/98): José Eduardo Oliveira (JERO) (CCAÇ 675, Quinhamel, Binta e Farim, 1964/66), João Paulo Diniz (PIFAS - Programa das Forças Armadas, Bissau, 1971/72); Fernando Macedo (5º Pel Art, Cabedu, 1971/72)


Resposta nº 96 > José Eduardo Oliveira (JERO) [ex-fur mil enf, CCAÇ 675, Quinhamel, Binta e Farim, 1964/66]

1) Quando é que descobriste o blogue ?

Agosto de 2009.

(2) Como ou através de quem ? (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada):

Pesquisa na Net, e posterior contacto pessoal com o co-editor Eduardo J. Magalhães Ribeiro.

(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia)
? Se sim, desde quando ?

Sou membro desde 2009. [14 de julho de 2009].

(4) Com que regularidade visitas o blogue ? (Diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...)

Ultimamente tenho visitado pouco, essencialmente por falta de tempo, mas já fui um leitor quase diário.

(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.).

Já enviei mais de 100 artigos para o Blogue. [ Tem 115 referências, vd. na coluna do lado esquerdo: marcadores/descritores]


(6) Conheces também a nossa página no Facebook [Tabanca Grande Luís Graça] ?

Sim.

(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue ?

Ao blogue.

(8/9) O que gostas mais (e menos) do Blogue ? E do Facebook ?

Gosto das histórias de vida escritas com pragmatismo e sem serem demasiadas longas. Consulto muito pouco o facebok. 

(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue ? (Tem havido queixas de lentidão no acesso...).

Não.

(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti ? E a nossa página no Facebook?

Uma ligação ao passado e a possibilidade de conhecer camaradas de diversas idades e tempos em relação à passagem pela Guiné. 

(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais ?

Desde 2009 participei em todos os encontros nacionais.

(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real ?

Conto ir. 

(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra.para continuar ?

Acho que tem todas as condições para continuar.

(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer:

Longa vida para o Luís Graça e seus co-editores. Um abraço.



Resposta nº 97 >  João Paulo Diniz [, ex-locutor do PFA - Programa das Forças Armadas, mais popularmente conheccido como o PIFAS; pertenceu originalmente ao BENG 447, 1970/72; foi  responsável do programa "Emoções", na Antena 1, cuja última emissão passou a 29/12/2012]

(1) Quando é que descobriste o blogue ?

Há uns 3 anos, creio...

(2) Como ou através de quem (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada) ?

Não me recordo.

(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia) ? Se sim, desde quando ?

... [Está convidado desde 23 de março de 2012... A resposta a este questionário é interpretada como um sim... A partir de hoje].

(4) Com que regularidade visitas o blogue (Diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...) ?

Semanalmente.

(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.) ?

Creio que nunca mandei.

(6) Conheces também a nossa página no Facebook
[Tabanca Grande Luís Graça] ?

Não :(

(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue ?

Receio que sim.

(8) O que gostas mais do Blogue ? E do Facebook ?

Variedade de infos. FB: é um universo bem diferente.

(9) O que gostas menos do Blogue ? E do Facebook ?
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(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue ? (Tem havido queixas de lentidão no acesso...)

Não.

(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti ? E a nossa página no Facebook ?

Uma aproximação entre o 'pessoal' que esteve na Guiné-Bissau.

(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais ?

Sim.

(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real ?

Não.

(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar ?

Só pode... :)

(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer.

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Resposta  nº 98 > Fernando Macedo [, ex-1º cabo de artilharia pesada, 5º *el Art, Cabedú,  1971/1972]

 Olá, camarada, desculpa só agora responder.

Na verdade já descobri o blogue há uns anos (1), embora só tenha escrito há relativamente pouco tempo (3). [Sou membro da Tabanca Grande, desde 4 de março de 2013].

Também acompanho no facebook. gostando de ambos os espaços (6,7,8).

Por norma não tenho dificuldade em aceder ao blogue (10).

O blogue representa o relembrar de uma fase muito importante da minha vida (11).

Nunca participei de nenhum encontro da Tabanca Grande e também não vai ser este ano, talvez

quando for mais próximo da cidade do Porto. (12/13).

Espero que continue sim estamos cada vez mais velhos mas ainda somos muitos. (14).

Obrigado sempre ao dispor Fernando Macedo Ex. 1º cabo de artilharia pesada, Cabedú, Guiné Bissau. 1971/1972.
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Nota do editor:

Último poste da série > 11 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11555: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (45): Respostas (nºs 93/94/95): Paulo Salgado (CCAV 2721,Olossato e Nhacra, 1970/72 ); António Manuel Sucena Rodrigues (CCAÇ 12, Xime, 1972/74) ; José Santos (CCAÇ 3326, Mampatá e Quinhamel, 1971/73)

domingo, 12 de maio de 2013

Guiné 63/74 - P11560: Uma visão alargada do ataque a Gadamael - Dos antecedentes às consequências (2): A fronteira sul na mira de Amílcar Cabral (Manuel Vaz)

1. Segunda parte do trabalho elaborado e enviado, para publicação no nosso Blogue, pelo nosso camarada Manuel Vaz (ex-Alf Mil da CCAÇ 798, Gadamael Porto, 1965/67). 

Dizia o nosso camarada na mensagem de apresentação:
Este trabalho que vai ser publicado em 6 Postes, correspondentes a outros tantos subtítulos, foi concebido como "peça única". Posteriormente foi seccionado e ilustrado, sem perder as caraterísticas iniciais.

Um abraço
Manuel Vaz  


UMA VISÃO ALARGADA DO ATAQUE A GADAMAEL

DOS ANTECEDENTES ÀS CONSEQUÊNCIAS

2 - A FRONTEIRA SUL NA MIRA DE AMÍLCAR CABRAL



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Nota do editor

Vd. primeiro poste da série de 26 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11477: Uma visão alargada do ataque a Gadamael - Dos antecedentes às consequências (1): Ofensiva do PAIGC na ZA de Gadamael até 22MAI73 (Manuel Vaz)