1. Mensagem de Luís Dias, Alf Mil da CCAÇ 3491/BCAÇ 3872, Dulombi e Galomaro, 1971/74, com data de 13 de Junho de 2009:
Caros Editores Luís, Carlos, Briote e Magalhães
Ainda sobre o ataque a Campata, se tiverem paciência, espaço, botem lá estas anotações sobre o GE do Marcelino da Mata em Galomaro.
Um abraço para todos vós e para os camaradas da nossa já imensa Tabanca Grande.
Luís Dias
Ainda sobre o ataque a Campata e o post 4509 do Juvenal Amado
Caro Juvenal
A guerra não devia ter estas situações, mas elas existiram, a guerra nem sempre é limpa, como a água. Há os que não deixam que estas coisas aconteçam e há os que a aceitam e até acreditam que deve ser assim e há os que assobiam para o lado, vêem, mas não querem ver e por último há os que efectivamente nada viram, não por estarem desatentos, mas porque, simplesmente, não estavam lá.
No dia em que o GE do Marcelino esteve em Galomaro, eu estava com o meu GComb no mato, ainda à procura dos guerrilheiros do PAIGC que tinham feito o ataque e a proteger outras tabancas. Referes no teu “post” que os elementos do GE terão agredido o jovem guerrilheiro capturado em combate. Acredito, porque o dizes, dado que ninguém, na altura, falou nisso. Recordo-te que ele também vinha maltratado aquando da sua captura, porque a milícia até o queria matar por fazer parte do grupo que atacava as populações, mas pareceu-me querer colaborar, voluntariamente, com as nossas tropas, até porque dizia ter sido raptado pelas forças do PAIGC e obrigado a envolver-se nos ataques da nossa zona. Identificou, inclusive, os guerrilheiros mortos e o que representavam na hierarquia do IN.
Como sabes, infelizmente, na nossa zona, era mais fácil para o IN atacar as tabancas, mesmo as indefesas, do que os nossos aquartelamentos. Havia um grande ódio entre os guerrilheiros (normalmente balantas, animistas) e a população da nossa zona, predominantemente fulas, islamizados. Isto reflectia-se na violência dos seus ataques, sem contemplações, menosprezando as vidas, fossem de mulheres ou de crianças. Deves estar lembrado daquele cheiro, quando entrávamos numa tabanca atacada, uma mistura de terra queimada, pólvora, sangue, muitas vezes a mortos e o choro das mulheres, das crianças, por terem perdido algum familiar ou os seus parcos haveres. Era de ficar estarrecido, triste, sentindo a impotência da situação. A raiva e o choro também tomavam conta de nós. O IN não mostrava contemplações pela sua população e também não mostrou respeito pelo camarada da CCAÇ 3489, aprisionado no ataque a Anambé e morto a tiro na retirada, pelos três elementos da população capturados momentos antes do ataque a Dulô Gengele e fuzilados após. A quantidade de ataques a Bangacia, com diversos mortos, normalmente da população e, num desses ataques, colocaram a mina AC na retirada que vitimou um condutor auto da CCS. O próprio ataque a Galomaro, em quem sofreu mais foi a população.
Aquando do ataque à tabanca de Samba Cumbera, o 2.º GC da CCAÇ 3491 (que era o meu) e o 3.º GC, fomos em perseguição dos atacantes. Poderia ter sido mais uma das muitas que fizemos, mas esta foi muito diferente. Diferente porque tínhamos sabido que no ataque o IN havia morto uma mulher e o filho que estavam enfiados numa vala, desarmados, escondidos daquela gente libertadora e que, sem qualquer justificação, os assassinou a sangue frio, e os nossos homens levaram aquilo a peito, como se da sua família fossem aqueles mortos e largaram atrás do grupo com um empenho, com uma gana, em passo de quase corrida. O IN deve-se ter apercebido do perigo, de que vínhamos perto, porque foram largando material, para mais fácil ganharem terreno. Conseguiram chegar primeiro ao Corubalo e atravessá-lo, mas foi por pouco. Às vezes pergunto-me, se os temos agarrado, conseguiria aguentar, conter a violência dos meus soldados. Sei a raiva que levávamos, sei das ínguas de esforço criadas, sei que os homens estoiraram atrás do IN, porque queríamos vingar aquelas mortes. E o regresso foi penoso, num silêncio feito do amargo de não termos sido suficientemente rápidos para os apanhar. Sei que em combate poderíamos ter sido animalescos para com o IN, mas também sei que não faríamos mal a um prisioneiro. Não o fizemos àquele guerrilheiro, como a outros capturados. Aliás enquanto esteve connosco nada se passou, isso eu sei. Mas também sei que em combate seria diferente.
Como refere Torcato Mendonça, no post sobre o ataque do PAIGC a Mussa Iéro: "...sentiram a bestialidade da guerra, a violência gratuita, o ódio fratricida a abater-se sobre eles. Homens, ou simplesmente seres a destilarem ódio, bestas de uma guerra num país que diziam querer libertar, comandados por outros de outras terras ou, se comandados por guineenses, treinados em países longínquos. Só assim se compreende o modo como espalharam o terror, o ódio, a morte e a destruição sobre gente indefesa...", nós também somos gente e sentíamos essa raiva pelo mal que faziam aquelas pobres populações e o que eles lhes faziam não era guerra, perceba-se!!!
Fui um operacional como tu dizes e sei que as operações que fazíamos podiam limitar as acções do IN – conforme informações prestadas por elementos do PAIGC que se entregaram na nossa zona – e tinha, como tu também dizes, responsabilidades pelo meu GComb, muitas vezes por dois GComb, e às vezes pela própria companhia. Mas, essa operacionalidade tinha limites. Tu, também eras operacional e quando conduzias a tua viatura tinhas responsabilidade pelos camaradas que transportavas, pois dependiam de uma condução segura e eficaz. Fazíamos parte de uma máquina de guerra, mesmo contra a vontade. No meu ponto de vista, só havia duas soluções para os que eram contra a guerra: ou desertavam e punham-se a mexer ou então se iam combater, então tinham de cumprir as suas missões com o devido empenhamento e competência, em especial se tinham pessoas na sua dependência, que confiavam neles para, também com alguma sorte, conseguirem voltar a ver os seus entes queridos.
Ainda bem que ninguém, como tu dizes, do BCAÇ 3872 (entenda-se da CCAÇ 3491 e da CCS, que eram as tropas aquarteladas na altura em Galomaro) teve interferência nessa agressão e os fins não podem e não devem justificar os meios. Agora que o ataque do GE do MM à base do PAIGC produziu diversos meses sem quaisquer ataques às tabancas da nossa zona, isso foi um facto. Entre o 16 de Março e meados de Setembro foi a paz e o sossego para todas elas. As armas calaram-se!
Um abraço
Luís Dias
__________
Nota de CV:
Vd. poste de 11 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4509: Estórias do Juvenal Amado (17): Ataque a Campata
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
terça-feira, 30 de junho de 2009
Guiné 63/74 - P4615: Blogpoesia (52): Telejornal... ou uma viagem no tempo, Bafatá, 1969 (Regina Gouveia, novo membro da nossa Tabanca Grande)
Guiné > Zona Leste > Bafatá > 1969 > “…o Mamadu mostrando com orgulho o seu menino…”
Guiné > Zona Leste > Bafatá > 1969 > “…iam buscar o cume no fim da refeição"... O Carlos e o Adrião.
Fotos (e legendas): © Regina Gouveia (20o9). Direitos reservados
1. Mensagem que nos chega através do Fernando Gouveia:
Porto: 23JUN09 (noite de S. João)
Caro Luís:
Aí vai em anexo o primeiro escrito da Regina. A meu ver ela tem estórias interessantes sobre factos passados em Bafatá e não só, mas está um pouco relutante...
Um abraço.
2. Mensagem da Regina Gouveia:
Luís Graça:
Começo por agradecer a forma carinhosa como fui recebida no encontro da Ortigosa, destacando em particular a Dina [esposa do Carlos Vinhal].
Face ao desafio que me colocou, começo por enviar um poema que consta de um livro publicado já em 2002 (Reflexões e Interferências, editora Palavra em Mutação). O título do poema é “Telejornal” mas poderia ser “Memórias de Bafatá”.
Este texto, como disse, já estava escrito. Futuros textos terão que ser ainda pensados e escritos. A ver vamos…
Um abraço
Regina Gouveia
Telejornal
por Regina Gouveia
Vejo o Telejornal no canal dois.
A apresentadora fala da BSE, de clonagem, do Kosovo
e, logo depois, de um acidente no Cais do Sodré e da instabilidade na Guiné.
E eu empreendo no tempo uma viagem...
O Braima, a Binta, o Adrião, onde andarão neste momento?
Conheci-os em Bafatá, há muito tempo, iam buscar o cume no fim da refeição.
Recordo os seus olhos vivos de crianças, pele negra, dentes alvos, sem igual,
os passos apressados quando o vento anunciava em breve um temporal.
Eu era aluna e eles mestres do crioulo de que mal guardo lembranças.
Das mulheres, recordo as suas vestes, fossem mulheres grandes ou bajudas
no tronco, eram em geral desnudas,
presos na cinta panos coloridos que, de compridos, chegavam quase ao chão.
Algumas eram de tal modo belas que pareciam extraídas de telas.
Recordo, servindo-me o café, o Infali com aquele seu olhar tão doce e triste,
talvez o ar mais triste que eu já vi. Será que o café ainda existe?
Recordo aquele condutor, o Mamadu, mostrando com orgulho o seu menino.
Que terá feito deles o destino?
Recordo os passeios na estrada do Gabu, os mangueiros, os troncos de poilão,
a mesquita, o mercado, a sensação de paz que tudo irradiava,
apesar do obus de Piche que atroava, apesar da maldição da guerra
cujo espectro por cima pairava.
Recordo ainda o cheiro e a cor da terra,
o Colufe e o Geba sinuosos onde canoas esguias deslizavam,
recordo macaquitos numerosos que entre os ramos das árvores saltavam
enquanto que lagartos, preguiçosos, ao sol, pelos caminhos se espraiavam
e uma miríade de insectos buliçosos ao nosso redor sempre volteavam.
Recordo o batuque daquele casamento.
Na foto ficou bem impresso o momento em que o dançarino fazia um mortal
numa fantástica expressão corporal.
Foi lá na Ponte Nova, naquela tabanca onde de azul se coloriam panos
que as mulheres usavam em volta da anca e que desciam quase até ao chão.
Tudo isto se passou há muitos anos.
A apresentadora fala agora em danos causados por uma longa estiagem
e mostra uma desértica paisagem.
Eu regresso da minha viagem e tento organizar o pensamento.
O telejornal está quase no final. Deve seguir-se a previsão do tempo.
Regina Gouveia
Quinta do Paul, Ortigosa, Monte Real, Leiria > IV Encontro Nacional do nosso blogue > 20 de Junho de 2009 > Os novos membros da nossa Tabanca Grande, Regina e Fernando Gouveia, um adorável casal, transmontano, do Porto, que fez uma comissão na Guiné (Bafatá, 1968/70). O Fernando foi Alf Mil Pel Rec Inf, Comando de Agrupamento 2957, Bafatá (1968/70) na altura em que era comandado pelo Cor Hélio Felgas, já falecido.
Foto (e legenda): © Luís Graça (2009). Direitos reservados.
3. Comentário de L.G.:
Durante o nosso encontro, na Ortigosa, tive a oportunidade de falar um pouco com o Fernando Gouveia (ex-arquitecto na Câmara Municipal do Porto), e pô-lo em contacto com a malta de Bambadinca do seu tempo (caso do Fernando Calado e do Ismael Augusto, da CCS do BCAÇ 2852, 1968/70)...
Foto (e legenda): © Luís Graça (2009). Direitos reservados.
3. Comentário de L.G.:
Durante o nosso encontro, na Ortigosa, tive a oportunidade de falar um pouco com o Fernando Gouveia (ex-arquitecto na Câmara Municipal do Porto), e pô-lo em contacto com a malta de Bambadinca do seu tempo (caso do Fernando Calado e do Ismael Augusto, da CCS do BCAÇ 2852, 1968/70)...
Falei também com a simpatiquíssima esposa, Regina, que me disse já conhecer-me, das minhas blogpoesias... Fiquei agradavelmente surpreendido... Desafiei a Regina, que viveu em Bafatá ao lado do seu marido (1968/70), a escrever, para o nosso blogue, histórias desse tempo... Respondeu-me que sim, mas... Não sabia, todavia, que ela era uma escritora com obra feita e publicada (!)...
Recordo o que aqui escreveu o Fernando, no seu poste de apresentação:
"Começo por dizer que, tendo em conta tudo quanto vi, ouvi e me foi relatado por outros e, independentemente dos seus defeitos (quem os não tem?), se tivesse que escolher com quem trabalhar não teria dúvidas nas escolhas. Para meu comandante chefe não hesitava, escolheria o Gen Spínola e para meu comandante directo escolheria o Cor Felgas. Acrescento ainda que, como alferes miliciano que fui, gostaria de ter trabalhado ao lado do Beja Santos, pelos motivos que mais tarde explanarei"...
O Fernando chegou a Bafatá em 18 de Julho de 1968 (não tenho a certeza se já casado com - e acompanhado de - a Regina). Bafatá era uma bonita vila colonial (será elevada a cidade mais tarde, em Março de 1970), sendo a periferia indígena constituída por três tabancas: Ponte Nova, Rocha e Nema.
O Fernando chegou a Bafatá em 18 de Julho de 1968 (não tenho a certeza se já casado com - e acompanhado de - a Regina). Bafatá era uma bonita vila colonial (será elevada a cidade mais tarde, em Março de 1970), sendo a periferia indígena constituída por três tabancas: Ponte Nova, Rocha e Nema.
Vindo de Tite, chegaria uns dias mais tarde o novo Comandante do futuro Agrupamento 2957, o Cor Hélio Felgas. "Era um verdadeiro militarista e muito duro, só que com ele sabia-se com o que se contava, o que eu achava uma qualidade".
O Cor Felgas esteve à frente do Agrupamento até Outubro de 1969.
O Fernando disse-me que só foi uma vez a Bambadinca, em Junho de 1969, quinze dias do ataque ao aquartelamento, em 28 de Maio de 1969. (A CCAÇ 12 foi colocada em Bambadinca, na 3ª semana de Julho de 1969, depois de mês e meio em Contuboel)... Em contrapartida, conheceu Madina Xaquili uma semana antes de esta ser, para a nossa CCAÇ 12, em farda nº 3 (!), o local do seu baptismo de fogo...
Serve todo este blá-blá para justificar a entrada, por via directa, da Regina Gouveia para a nossa Tabanca Grande. Poucas mulheres acompanharam camaradas nossos na aventura guineense. E, muito menos ainda, nem todas essas mulheres tinham/têm o talento literário e a sensibilidade estética e poética da Regina. Sê bem vinda, amiga, à nossa caserna virtual... Senta-me debaixo do grande poilão que nos dá sombra a todos e cujos irãs nos protegem, e por favor conta-nos as tuas estórias/histórias... Como só tu sabes contar...
PS - Fernando / Regina: Não tenho a certeza de quem são as fotos... De um ou do outro, tanto faz, fica tudo em casa... O que tenho a dizer é que o vosso álbum fotográfico sobre Bafatá (incluindo Madina Xaquili) é simplesmente fabuloso... Obrigado, por quererem partilhá-lo com os Amigos & Camaradas da Guiné...
_____________
Notas de L.G.:
(*) Regina Gouveia:
(i) Nasceu em 1945 (em Santo André, Estado de S. Paulo, Brasil, onde vivei até aos dois anos de idade);
(ii) Passou a sua infância e adolescência no Nordeste Transmontano, em Portugal, de onde tem raízes pelo lado paterno;
(iii) casada com Fernando Gouveia, arquitecto, aposentado da CM Porto; acompanmhou o marido, em Bafatá, durante a sua comissão militar (1968/70);
(iv) É Licenciada em Físico-Químicas (Universidade do Porto) e Mestre em Supervisão (Universidade de Aveiro).
(v) Professora do Ensino Secundário, aposentada, dedicou muito do seu tempo à formação de professores (foi orientadora de estágios durante 22 anos);
(vi) Colaborou com o Ensino Superior, nomeadamente com o Departamento de Física da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
(vii) Actualmente lecciona na Universidade Popular do Porto e colabora, a título voluntário, com a Biblioteca Almeida Garrett no Porto, divulgando a ciência e a poesia, junto dos mais pequenos.
(viii) Em 2005, no âmbito do Ano Internacional da Física, foi agraciada com a comenda da Ordem da Instrução Pública e premiada com o prémio Rómulo de Carvalho.
(ix) É autora do livro de didáctica Se eu não fosse professora de Física. Algumas reflexões sobre práticas lectivas e do livro de ficção Estórias com sabor a Nordeste.
(x) No âmbito da poesia, tem poemas dispersos em algumas publicações,além de prémios; é autora de dois livros de poesia Reflexões e Interferências e Magnetismo Terrestre;
(xi) António Gedeão (pseudónimo lietrário de Rómulo de Carvalho) é um dos seus poetas favoritos. Recorde-se que é o autor do célebre poema Pedra Filosofial (Eles não sabem que o sonho /é uma constante da vida...) , transformado em canção de contestação, na voz de Manuel Freire, e nas vozes de alguns de nós,em Bambadinca (1969/71)...
(xii) Em 2006, publicou o seu primeiro livro para crianças: Era uma vez… ciência e poesia no reino da fantasia...
Título: Era Uma Vez... Ciência e Poesia no Reino da Fantasia
Autor: Regina Gouveia
Ilustração: Nuno Gouveia
Ano de edição: 2006
Páginas: 72
Editor: Campo das Letras
ISBN: 9789896250430
Colecção: Palmo e Meio
(**) Vd. postes de:
27 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4254: A Guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (1): Três oficiais: um General, um Coronel, um Alferes - suas personalidades
28 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4256: A guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia (2): Um alferes desterrado em Madina Xaquili, com um cano de morteiro 60 (I Parte)
8 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4305: A Guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (3): Um alferes desterrado em Madina Xaquili, com um cano de morteiro 60 (II Parte)
21 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4395: A Guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (4): Um alferes desterrado em Madina Xaquili, com um cano de morteiro 60 (III Parte)
28 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4429: A Guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (5): Um alferes desterrado em Madina Xaquili, com um cano de morteiro 60 (IV Parte)
6 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4470: A Guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (6): Um alferes desterrado em Madina Xaquili, com um cano de morteiro 60 (V Parte)
26 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4585: A Guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (7): Um alferes desterrado em Madina Xaquili, com um cano de morteiro (VI Parte)
O Fernando disse-me que só foi uma vez a Bambadinca, em Junho de 1969, quinze dias do ataque ao aquartelamento, em 28 de Maio de 1969. (A CCAÇ 12 foi colocada em Bambadinca, na 3ª semana de Julho de 1969, depois de mês e meio em Contuboel)... Em contrapartida, conheceu Madina Xaquili uma semana antes de esta ser, para a nossa CCAÇ 12, em farda nº 3 (!), o local do seu baptismo de fogo...
Serve todo este blá-blá para justificar a entrada, por via directa, da Regina Gouveia para a nossa Tabanca Grande. Poucas mulheres acompanharam camaradas nossos na aventura guineense. E, muito menos ainda, nem todas essas mulheres tinham/têm o talento literário e a sensibilidade estética e poética da Regina. Sê bem vinda, amiga, à nossa caserna virtual... Senta-me debaixo do grande poilão que nos dá sombra a todos e cujos irãs nos protegem, e por favor conta-nos as tuas estórias/histórias... Como só tu sabes contar...
PS - Fernando / Regina: Não tenho a certeza de quem são as fotos... De um ou do outro, tanto faz, fica tudo em casa... O que tenho a dizer é que o vosso álbum fotográfico sobre Bafatá (incluindo Madina Xaquili) é simplesmente fabuloso... Obrigado, por quererem partilhá-lo com os Amigos & Camaradas da Guiné...
_____________
Notas de L.G.:
(*) Regina Gouveia:
(i) Nasceu em 1945 (em Santo André, Estado de S. Paulo, Brasil, onde vivei até aos dois anos de idade);
(ii) Passou a sua infância e adolescência no Nordeste Transmontano, em Portugal, de onde tem raízes pelo lado paterno;
(iii) casada com Fernando Gouveia, arquitecto, aposentado da CM Porto; acompanmhou o marido, em Bafatá, durante a sua comissão militar (1968/70);
(iv) É Licenciada em Físico-Químicas (Universidade do Porto) e Mestre em Supervisão (Universidade de Aveiro).
(v) Professora do Ensino Secundário, aposentada, dedicou muito do seu tempo à formação de professores (foi orientadora de estágios durante 22 anos);
(vi) Colaborou com o Ensino Superior, nomeadamente com o Departamento de Física da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
(vii) Actualmente lecciona na Universidade Popular do Porto e colabora, a título voluntário, com a Biblioteca Almeida Garrett no Porto, divulgando a ciência e a poesia, junto dos mais pequenos.
(viii) Em 2005, no âmbito do Ano Internacional da Física, foi agraciada com a comenda da Ordem da Instrução Pública e premiada com o prémio Rómulo de Carvalho.
(ix) É autora do livro de didáctica Se eu não fosse professora de Física. Algumas reflexões sobre práticas lectivas e do livro de ficção Estórias com sabor a Nordeste.
(x) No âmbito da poesia, tem poemas dispersos em algumas publicações,além de prémios; é autora de dois livros de poesia Reflexões e Interferências e Magnetismo Terrestre;
(xi) António Gedeão (pseudónimo lietrário de Rómulo de Carvalho) é um dos seus poetas favoritos. Recorde-se que é o autor do célebre poema Pedra Filosofial (Eles não sabem que o sonho /é uma constante da vida...) , transformado em canção de contestação, na voz de Manuel Freire, e nas vozes de alguns de nós,em Bambadinca (1969/71)...
(xii) Em 2006, publicou o seu primeiro livro para crianças: Era uma vez… ciência e poesia no reino da fantasia...
Título: Era Uma Vez... Ciência e Poesia no Reino da Fantasia
Autor: Regina Gouveia
Ilustração: Nuno Gouveia
Ano de edição: 2006
Páginas: 72
Editor: Campo das Letras
ISBN: 9789896250430
Colecção: Palmo e Meio
(**) Vd. postes de:
27 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4254: A Guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (1): Três oficiais: um General, um Coronel, um Alferes - suas personalidades
28 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4256: A guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia (2): Um alferes desterrado em Madina Xaquili, com um cano de morteiro 60 (I Parte)
8 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4305: A Guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (3): Um alferes desterrado em Madina Xaquili, com um cano de morteiro 60 (II Parte)
21 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4395: A Guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (4): Um alferes desterrado em Madina Xaquili, com um cano de morteiro 60 (III Parte)
28 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4429: A Guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (5): Um alferes desterrado em Madina Xaquili, com um cano de morteiro 60 (IV Parte)
6 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4470: A Guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (6): Um alferes desterrado em Madina Xaquili, com um cano de morteiro 60 (V Parte)
26 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4585: A Guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (7): Um alferes desterrado em Madina Xaquili, com um cano de morteiro (VI Parte)
Guiné 63/74 - P4614: Controvérsias (30): Milicianos… eram os peões das nicas! (Jorge Teixeira/Portojo)
1. Mensagem de Jorge Teixeira, ex-Fur Mil do Pelotão de Canhões s/recuo 2054 (Catió, 1968/70), esteve adido aos BARTs 1913 e 2845, com data de 29 de Junho de 2009:
Camaradas,
Duas unidades militares me deixaram boas saudades: A Escola Prática de Cavalaria - EPA - em Vendas Novas, e o GACA 3 em Paramos, Espinho.
Na primeira fiz a chamada especialidade. A camaradagem e convivência entre os futuros aspirantes e cabos milicianos era grande (o curso era simultâneo), e o respeito que nos dedicavam (aos instruendos), os oficiais e sargentos do quadro bem como os já formados aspirantes e cabos milicianos era muito grande.
Dos oficiais fiquei com bastante estima ao Capitão Branco - meu Comandante de Companhia (CSM); capitão Rei - meu Comandante de Companhia (COM) -, que vim a encontrar anos mais tarde na Guiné como Cmdt da CCAÇ 6 em Bula, e Capitão Oliveira, que foi comandante dos COMANDOS, na Amadora, anos depois.
Dois dos aspirantes, andaram simultânea e posteriormente comigo pelas bolanhas. Estes oficiais e pelo curso que me haviam ministrado, mais do que militarmente, formaram a minha mente. Talvez por isso aguentei a comissão na Guiné.
No GACA 3, dizia-se que os comandantes da unidade eram os cabos-milicianos. Deles dependia a unidade. Quem tiver coragem que me desminta.
Fui lá colocado juntamente com outros camaradas do último curso da EPA, bem como os aspirantes. Portanto, todos nos conhecíamos e a camaradagem era muito grande.
Tínhamos direitos escritos nas NEPs, ou lá como se chamava aquela coisa. Por exemplo era-nos permitido sair do quartel sem licença, de fim de semana, à noite, e andar à civil, mesmo dentro da unidade, desde o toque de saída até ao toque de entrada. Tínhamos uma Messe e Bar próprios.
E, claro, também tínhamos tarefas e serviços obrigatórios: Sargento de dia à Companhia, Sargento de Guarda, Sargento de Ronda e todas as outras “sargentadas” que a tropa nos exigia.
Mas já aí não havia serviços - que me lembre -, que envolvesse os sargentos do quadro, com excepção de sargento da companhia, o sargento vague-meste, o sargento da unidade (que era na altura era um sargento-ajudante - se estou errado na patente corrijam-me por favor) belíssima pessoa, que foi quem me deu a notícia em primeira mão da minha mobilização, na véspera de fazer os meus 22 aninhos.
Poderia haver um ou outro serviço que tocasse aos sargentos do quadro, mas tanto quanto me lembro, na generalidade, eram garantidos pelos furriéis milicianos.
Quero eu dizer na minha, que embora o ordenado fantástico de 90 escudos por mês (45 cêntimos na nova moeda), não desse para o tabaco, os 5 meses que passei no GACA 3 como Cabo-Miliciano foram muito bons. Acima de tudo e porque ainda hoje nos juntamos todos como bons amigos para recordarmos esses tempos malucos.
Já agora a talhe de foice, esse grupo chama-se “Bando dos Furriéis” (termo que já existia antes do “outro” chamar Bandos a quase tudo quanto estava na Guiné), que vem desde as Caldas, passou para Vendas Novas, entrou por Paramos/Espinho e, mais tarde, uma parte “desfez-se” com a mobilização.
Mas todos em comum, deram com os costados nas bolanhas da Guiné.
Um abraço para a Tabanca do,
Jorge Teixeira
__________
Notas de M.R.:
Vd. último poste sobre esta matéria em:
26 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4584: Controvérsias (20): Cabo Miliciano: Cabo, Sargento ou Soldado? (Libério Lopes)
Vd. último poste da série em:
Guiné 63/74 - P4613: Histórias de um condutor do HM 241 (António Paiva) (8): Pôr os pontos nos "is"
1. Mensagem de António Paiva, (*), ex-Soldado Condutor no HM 241 de Bissau, 1968/70, com data de 22 de Janeiro de 2009:
Caros Luís, Carlos e Virgínio
Vamos lá pôr os pontos nos iiis. Convém.
Depois de ter mandado duas histórias passadas aos Domingos e outra que tenho para mandar também ter sido passada a um domingo, ainda toda esta família vai pensar que fui condutor de fim-de-semana. Mas não!
Estávamos operacionais, se assim se pode dizer, 24 horas por dia, tudo por amor à esmola que o patrão nos pagava.
Como disse no poste 3511, cheguei com um mês e tal de antecedência, como tal, não fui colocado como condutor, mas sim nos serviços de... telefonista, porteiro ou piquete de urgência.
Quando já estava feito aos meios do hospital, dois meses depois, me colocam com serviço definitivo. Pensei que ia ser por uns tempos, mas não, foi até ao fim de comissão.
Entregaram-me um jeep, não armas, nunca as usei, nem de dia nem de noite, nem fora do hospital mesmo com saídas durante a noite para ir buscar médicos ou enfermeiros, e mandaram-me para a Chefia do Serviço de Saúde, que ficava do lado direito do hospital, depois do pavilhão das consultas externas, ficando a fazer parte do Depósito de Material Hospitalar.
A minha colocação não posso dizer que fosse má, tinha um horário das 9 às l8 de segunda a sexta, pois fora desse horário todo o tempo era meu.
Não gostava, posso mesmo dizer que detestava, preferia estar ligado ao Hospital tempo inteiro, por isso só nos fins-de-semana e noites me sentia útil, quando o trabalho apertava ou complicava... eu estava lá. Era o meu mundo!
Onde param os jovens do meu tempo, que juntos partilhámos das mesmas alegrias e tristezas?
Um abraço
António Paiva
__________
Nota de CV:
(*) Vd. último poste da série de 28 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4432: Histórias de um condutor do HM 241 (António Paiva) (7): 4 dias de inferno em Junho de 1969
Caros Luís, Carlos e Virgínio
Vamos lá pôr os pontos nos iiis. Convém.
Depois de ter mandado duas histórias passadas aos Domingos e outra que tenho para mandar também ter sido passada a um domingo, ainda toda esta família vai pensar que fui condutor de fim-de-semana. Mas não!
Estávamos operacionais, se assim se pode dizer, 24 horas por dia, tudo por amor à esmola que o patrão nos pagava.
Como disse no poste 3511, cheguei com um mês e tal de antecedência, como tal, não fui colocado como condutor, mas sim nos serviços de... telefonista, porteiro ou piquete de urgência.
Quando já estava feito aos meios do hospital, dois meses depois, me colocam com serviço definitivo. Pensei que ia ser por uns tempos, mas não, foi até ao fim de comissão.
Entregaram-me um jeep, não armas, nunca as usei, nem de dia nem de noite, nem fora do hospital mesmo com saídas durante a noite para ir buscar médicos ou enfermeiros, e mandaram-me para a Chefia do Serviço de Saúde, que ficava do lado direito do hospital, depois do pavilhão das consultas externas, ficando a fazer parte do Depósito de Material Hospitalar.
A minha colocação não posso dizer que fosse má, tinha um horário das 9 às l8 de segunda a sexta, pois fora desse horário todo o tempo era meu.
Não gostava, posso mesmo dizer que detestava, preferia estar ligado ao Hospital tempo inteiro, por isso só nos fins-de-semana e noites me sentia útil, quando o trabalho apertava ou complicava... eu estava lá. Era o meu mundo!
Onde param os jovens do meu tempo, que juntos partilhámos das mesmas alegrias e tristezas?
Um abraço
António Paiva
__________
Nota de CV:
(*) Vd. último poste da série de 28 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4432: Histórias de um condutor do HM 241 (António Paiva) (7): 4 dias de inferno em Junho de 1969
Guiné 63/74 - P4612: Contraponto (Alberto Branquinho) (2): Não vale a pena chorar
1. Mensagem de Alberto Branquinho, (*), ex-Alf Mil da CArt 1689, Guiné 1967/69, com data de 24 de Maio de 2009:
Meu Editor Carlos Vinhal
Espero que o nosso Editor e os demais co-Editores não fiquem zangados comigo, pois dirijo este mail ao pai dos CONTRAPONTOS, pois sem o estímulo do camarada-Editor Carlos Vinhal, eles não teriam visto a luz do dia (ou da noite, que é quando escrevo).
Aí vai o CONTRAPONTO (2) - "Não vale a pena chorar".
Um abraço para todos
Alberto Branquinho
CONTRAPONTO (2)
NÃO VALE A PENA CHORAR
Teria eu doze ou treze anos e estava em Lamego. Deveria ser Primavera, porque o tempo estava soalheiro, embora instável.
Depois do almoço, o meu Tio disse-me: - Rapaz, se logo à noite estiver bom tempo, vamos ali à Avenida ver a tropa chegar das manobras.
Não chovia. Sob a luz difusa dos candeeiros formavam-se pequenos grupos de pessoas, que, repetidamente, olhavam para o lado de quem vem da Senhora dos Remédios. A ideia que tenho é que não foi uma espera muito longa.
Começou a ouvir-se um sussurro ao longe, lá para o fundo escuro da Avenida. Um barulho surdo e contínuo aproximava-se.
Surgiram os primeiros homens, em formatura, batendo pesada e ritmadamente com as botas no chão, com capacetes na cabeça, armas em bandoleira, vestidos com uns capotes castanhos cor-de-terra quase até aos pés, carregando alforges da mesma cor. E passavam, passavam, passavam, pareciam nunca mais acabar. A imagem que guardo de cada um deles é a mesma da estátua do “Soldado Desconhecido”.
Marchavam com aspecto cansado, como condenados à morte. Mas o espanto maior não foi esse aspecto da formação militar que passava, batendo com as botas no chão. Não! O espanto maior foi porque eles CANTAVAM ao ritmo das passadas. Ainda recordo duas quadras, que o meu Tio me repetiu mais tarde:
Oh Laurinda, oh Laurinda
Não vale a pena chorar
Tu já sabias, Laurinda
Que eu ia p’ra militar.
Que eu ia p’ra militar
Que eu ia p‘ró Regimento
Oh Laurinda, oh Laurinda
Não me sais do pensamento.
E passavam, passavam sempre. E cantavam, cantavam sempre.
Passaram os últimos. Acabou-se o espanto.
A guerra acabou. Voltou o silêncio à Avenida.
Recordei isto dias depois de me obrigarem a ficar no CIOE, em Lamego – para fazer o chamado “Curso de Operações Especiais” (não “Ranger”, porque é marca registada nos Estados Unidos da América).
Não imaginara em criança que um dia seria tropa em Lamego, mas que, no final das manobras, não cantaria à Laurinda para não chorar.
Ora, a finalidade do “Curso de Operações Especiais”, segundo nos transmitiram logo no primeiro dia, era atingir a “DUREZA 11” – portanto um grau acima do diamante! No final do curso era entregue aos instruendos (alferes e furriéis milicianos na mobilização) uma fita escura, levemente arqueada, com as palavras “Operações Especiais”. (Parêntesis: Como haveria só um alferes e um furriel por cada Companhia mobilizada, ver-se-iam, mais tarde, impossibilitados de – somente a dois – fazerem qualquer operação especial).
O uso dessa fita, cosida ao alto da manga (direita ou esquerda?) do uniforme garantia “urbi et orbi” a “Dureza 11” do utente.
Era o mês de Novembro ou Dezembro de 1966
Acabado o curso, houve formatura para entrega das referidas fitas. Foram chamados quatro ou cinco, com ordem para darem um passo em frente. E frente a toda a formatura foi comunicado que, a esses quatro ou cinco, não lhes era atribuída a referida fita. Eu estava entre eles, com fundamento em qualquer coisa como resistência passiva.
Apesar do comportamento que lhe era exigido em formatura, um dos excluídos desatou a chorar lágrima a lágrima e, depois, em choro abundante e notório.
Mais tarde soubemos que a decisão fora reconsiderada e, consequentemente, lhe tinha sido atribuída a almejada fita. Chorando, terá conseguido a “Dureza 11”?
Ao contrário da Laurinda, valeu a pena chorar.
(Se é que valeu a pena fazer uma fita por uma fita).
Alberto Branquinho
__________
Notas de CV:
(*) Alberto Branquinho é o autor do livro "Cambança - Guiné, morte e vida em maré baixa" e da série do nosso Blogue "Não venho falar de mim... nem do meu umbigo", que por sua vez deu lugar à série "Contraponto"
Vd. primeiro poste da série de 18 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4371: Contraponto (Alberto Branquinho) (1): Mudam-se os tempos
Meu Editor Carlos Vinhal
Espero que o nosso Editor e os demais co-Editores não fiquem zangados comigo, pois dirijo este mail ao pai dos CONTRAPONTOS, pois sem o estímulo do camarada-Editor Carlos Vinhal, eles não teriam visto a luz do dia (ou da noite, que é quando escrevo).
Aí vai o CONTRAPONTO (2) - "Não vale a pena chorar".
Um abraço para todos
Alberto Branquinho
CONTRAPONTO (2)
NÃO VALE A PENA CHORAR
Teria eu doze ou treze anos e estava em Lamego. Deveria ser Primavera, porque o tempo estava soalheiro, embora instável.
Depois do almoço, o meu Tio disse-me: - Rapaz, se logo à noite estiver bom tempo, vamos ali à Avenida ver a tropa chegar das manobras.
Não chovia. Sob a luz difusa dos candeeiros formavam-se pequenos grupos de pessoas, que, repetidamente, olhavam para o lado de quem vem da Senhora dos Remédios. A ideia que tenho é que não foi uma espera muito longa.
Começou a ouvir-se um sussurro ao longe, lá para o fundo escuro da Avenida. Um barulho surdo e contínuo aproximava-se.
Surgiram os primeiros homens, em formatura, batendo pesada e ritmadamente com as botas no chão, com capacetes na cabeça, armas em bandoleira, vestidos com uns capotes castanhos cor-de-terra quase até aos pés, carregando alforges da mesma cor. E passavam, passavam, passavam, pareciam nunca mais acabar. A imagem que guardo de cada um deles é a mesma da estátua do “Soldado Desconhecido”.
Marchavam com aspecto cansado, como condenados à morte. Mas o espanto maior não foi esse aspecto da formação militar que passava, batendo com as botas no chão. Não! O espanto maior foi porque eles CANTAVAM ao ritmo das passadas. Ainda recordo duas quadras, que o meu Tio me repetiu mais tarde:
Oh Laurinda, oh Laurinda
Não vale a pena chorar
Tu já sabias, Laurinda
Que eu ia p’ra militar.
Que eu ia p’ra militar
Que eu ia p‘ró Regimento
Oh Laurinda, oh Laurinda
Não me sais do pensamento.
E passavam, passavam sempre. E cantavam, cantavam sempre.
Passaram os últimos. Acabou-se o espanto.
A guerra acabou. Voltou o silêncio à Avenida.
Recordei isto dias depois de me obrigarem a ficar no CIOE, em Lamego – para fazer o chamado “Curso de Operações Especiais” (não “Ranger”, porque é marca registada nos Estados Unidos da América).
Não imaginara em criança que um dia seria tropa em Lamego, mas que, no final das manobras, não cantaria à Laurinda para não chorar.
Ora, a finalidade do “Curso de Operações Especiais”, segundo nos transmitiram logo no primeiro dia, era atingir a “DUREZA 11” – portanto um grau acima do diamante! No final do curso era entregue aos instruendos (alferes e furriéis milicianos na mobilização) uma fita escura, levemente arqueada, com as palavras “Operações Especiais”. (Parêntesis: Como haveria só um alferes e um furriel por cada Companhia mobilizada, ver-se-iam, mais tarde, impossibilitados de – somente a dois – fazerem qualquer operação especial).
O uso dessa fita, cosida ao alto da manga (direita ou esquerda?) do uniforme garantia “urbi et orbi” a “Dureza 11” do utente.
Era o mês de Novembro ou Dezembro de 1966
Acabado o curso, houve formatura para entrega das referidas fitas. Foram chamados quatro ou cinco, com ordem para darem um passo em frente. E frente a toda a formatura foi comunicado que, a esses quatro ou cinco, não lhes era atribuída a referida fita. Eu estava entre eles, com fundamento em qualquer coisa como resistência passiva.
Apesar do comportamento que lhe era exigido em formatura, um dos excluídos desatou a chorar lágrima a lágrima e, depois, em choro abundante e notório.
Mais tarde soubemos que a decisão fora reconsiderada e, consequentemente, lhe tinha sido atribuída a almejada fita. Chorando, terá conseguido a “Dureza 11”?
Ao contrário da Laurinda, valeu a pena chorar.
(Se é que valeu a pena fazer uma fita por uma fita).
Alberto Branquinho
__________
Notas de CV:
(*) Alberto Branquinho é o autor do livro "Cambança - Guiné, morte e vida em maré baixa" e da série do nosso Blogue "Não venho falar de mim... nem do meu umbigo", que por sua vez deu lugar à série "Contraponto"
Vd. primeiro poste da série de 18 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4371: Contraponto (Alberto Branquinho) (1): Mudam-se os tempos
Guiné 63/74 - P4611: Memórias do Chico, menino e moço (Cherno Baldé) (4): O ataque dos meus primos a Cambajú e o meu pai que foi um herói
1. Continuação da publicação das memórias de infância do nosso amigo Cherno Baldé (aqui, na foto, à esquerda, jovem estudante em Kiev, Ucrânia, em finais dos anos 80; e, na outra foto, à direita, o Engº Cherno Baldé, hoje, no seu gabinete de trabalho, no Ministério das Infraestruturas, Transportes e Comunicações onde exerce as funções de director do gabinete de estudos e planeamento).
Ataque ao aquartelamento de Cambaju
Ataque ao aquartelamento de Cambaju
por Cherno Baldé (*)
Ainda hoje, a nossa mãe está convencida que este ataque foi obra dos primos do meu pai que viviam do outro lado da fronteira, não muito longe de Cambajú. (**)
Aconteceu que, no dia anterior ao ataque, o meu pai tinha recebido uma grande quantidade de mercadorias e, por coincidência, no mesmo dia tinha-se despedido uma pessoa que estava hospedada em casa para tratamento e que voltara junto dos tais primos da outra banda.
Assim, nesse dia do ano de 1966, na calada da noite, pouco depois das quatro horas de madrugada, ouvimos tiros. Primeiro os disparos se fizeram ouvir a oeste para os lados do quartel, fazendo pensar que o objectivo era militar, depois se espalharam rapidamente contornando a aldeia.
A primeira reacção do meu pai foi juntar toda a família dentro da casa onde funcionava a loja que, ao menos, por ter uma cobertura de zinco, era mais difícil de fazer pegar fogo, porque uma das tácticas dos homens do mato era precisamente a de fazer arder as concessões para aterrorizar as pessoas e aumentar a confusão.
Pouco a pouco parecia que os atiradores se aproximavam cada vez mais perto da loja onde estávamos escondidos e aí se concentravam as suas forças. O meu pai estava postado na varanda, junto a porta que dava acesso à loja, defendendo-se conforme podia. Ouvíamos o barulho dos tiros que faziam vibrar as chapas de zinco produzindo um eco ensurdecedor e, no meio desse barulho infernal, ouvíamos as vozes de pessoas que falavam, quase gritando, lá fora.
Mais tarde, o meu pai nos contaria que do aquartelamento tinham vindo dois milicianos [milícias] nativos de Farim e que o tinham intimado a deixar o local devido a forte concentração dos atacantes, ao que ele tinha recusado sob pretexto de que não podia abandonar a sua família que estava dentro da loja. Na verdade, também não queria abandonar a loja que lhe tinham confiado.
Consternados e indecisos, sem saber como convencer o meu pai a deixar a loja que, de facto, estava cercado dos três lados, já estavam a deixar o local quando um deles, instintivamente, perguntou a meu pai:
- O Senhor não tem outra arma melhor que esta mauser ? - disse, apontando para a arma que estava nas mãos do meu pai cujo cano estava fumegante e quase vermelho rubro devido ao ritmo acelerado dos tiros da arma de repetição.
- Infelizmente, não, meu irmão, mas tenho granadas que os brancos me deram e as quais não sei usar.
- Muito bem - disse o jovem miliciano [milícia] -, dê-me a tua arma e vai trazer-me essas granadas para limpar o sebo a esses bandidos.
O meu pai voltou com um saco de granadas na mão e entregou ao militar que tentava afastar os assaltantes já muito perto da varanda da casa, parecia mesmo que o principal alvo do ataque era a loja, situada na entrada leste da aldeia.
De seguida, este intimou o meu pai a entrar para dentro, enquanto ele se perdia na escuridão da noite. O meu pai obedeceu à ordem e no instante seguinte a casa tremia com o choque do estrondo da primeira granada e passados alguns segundos rebentou outra.
Lá dentro, apesar do esforço, as crianças e as mulheres penduradas umas nas outras, não conseguiram conter os gritos de medo e de pânico. No entanto, lá fora, não foram precisas mais, os disparos de armas ligeiras cessaram e em seu lugar ouvimos claramente, na noite, gritos e choros em várias línguas de pessoas que fugiam, e mais perto ainda, os gemidos dos que ficaram destroçados pelos estilhaços das terríveis granadas expansíveis (?) [defensivas] que o miliciano [milícia] estratégica e tacticamente tinha sabido lançar mesmo a tempo e no lugar certo e que fizeram estragos irreparáveis no meio dos assaltantes, provocando a debandada geral e fazendo abortar o ataque, certamente preparado com o objectivo de saquear a loja e provavelmente, quem sabe, liquidar os seus ocupantes, entre os quais estava eu, ainda criança com pouco mais de seis anos de idade.
Mas, com o decurso da guerra, eles voltariam mais vezes, e numa dessas incursões, chegaram mesmo a incendiar a aldeia inteira e seria nessa altura que Cambajú beneficiaria de uma reabilitação completa com casas de zinco para todas as famílias vítimas do incêndio, no quadro da política da Guiné Melhor do General Spínola a fim de encorajar os cidadãos a resistir à guerra mesmo em condições difíceis.
Na altura, já nós estávamos na localidade de Fajonquito onde passei toda a minha adolescência e inícios da vida adulta, claro, já em constante vaivém entre esta localidade e as cidades de Bafatá e Bissau.
_________
Notas de L.G.:
(*)Vd. postes anteriores:
18 de Junho de 2009 >Guiné 63/74 - P4550: Tabanca Grande (153): Cherno Baldé (n. 1960), rafeiro de Fajonquito, hoje engenheiro em Bissau...
19 de Junho de 2009 >Guiné 63/74 - P4553: Memórias do Chico, menino e moço (Cherno Baldé) (1): A primeira visão, aterradora, de um helicanhão
24 de Junho de 2009 > Guine 63/74 - P4567: Memórias do Chico, menino e moço (Cherno Baldé) (2): Cambajú, uma janela para o mundo
25 de Junho de 2009 >Guiné 63/74 - P4580: Memórias do Chico, menino e moço (Cherno Baldé) (3): A chegada dos primeiros homens brancos a Cambajú em 1965: terror e fascínio
(**) Dúvida: o pai do Cherno era mandinga ? Parecem ser mandingas os atacantes, do PAIGC, aqui referidos na história... Recorde-se que o pai do Cherno era empregado de uma casa comercial, em Cambajú... Mais tarde a família muda-se para Fajonquito.
Ainda hoje, a nossa mãe está convencida que este ataque foi obra dos primos do meu pai que viviam do outro lado da fronteira, não muito longe de Cambajú. (**)
Aconteceu que, no dia anterior ao ataque, o meu pai tinha recebido uma grande quantidade de mercadorias e, por coincidência, no mesmo dia tinha-se despedido uma pessoa que estava hospedada em casa para tratamento e que voltara junto dos tais primos da outra banda.
Assim, nesse dia do ano de 1966, na calada da noite, pouco depois das quatro horas de madrugada, ouvimos tiros. Primeiro os disparos se fizeram ouvir a oeste para os lados do quartel, fazendo pensar que o objectivo era militar, depois se espalharam rapidamente contornando a aldeia.
A primeira reacção do meu pai foi juntar toda a família dentro da casa onde funcionava a loja que, ao menos, por ter uma cobertura de zinco, era mais difícil de fazer pegar fogo, porque uma das tácticas dos homens do mato era precisamente a de fazer arder as concessões para aterrorizar as pessoas e aumentar a confusão.
Pouco a pouco parecia que os atiradores se aproximavam cada vez mais perto da loja onde estávamos escondidos e aí se concentravam as suas forças. O meu pai estava postado na varanda, junto a porta que dava acesso à loja, defendendo-se conforme podia. Ouvíamos o barulho dos tiros que faziam vibrar as chapas de zinco produzindo um eco ensurdecedor e, no meio desse barulho infernal, ouvíamos as vozes de pessoas que falavam, quase gritando, lá fora.
Mais tarde, o meu pai nos contaria que do aquartelamento tinham vindo dois milicianos [milícias] nativos de Farim e que o tinham intimado a deixar o local devido a forte concentração dos atacantes, ao que ele tinha recusado sob pretexto de que não podia abandonar a sua família que estava dentro da loja. Na verdade, também não queria abandonar a loja que lhe tinham confiado.
Consternados e indecisos, sem saber como convencer o meu pai a deixar a loja que, de facto, estava cercado dos três lados, já estavam a deixar o local quando um deles, instintivamente, perguntou a meu pai:
- O Senhor não tem outra arma melhor que esta mauser ? - disse, apontando para a arma que estava nas mãos do meu pai cujo cano estava fumegante e quase vermelho rubro devido ao ritmo acelerado dos tiros da arma de repetição.
- Infelizmente, não, meu irmão, mas tenho granadas que os brancos me deram e as quais não sei usar.
- Muito bem - disse o jovem miliciano [milícia] -, dê-me a tua arma e vai trazer-me essas granadas para limpar o sebo a esses bandidos.
O meu pai voltou com um saco de granadas na mão e entregou ao militar que tentava afastar os assaltantes já muito perto da varanda da casa, parecia mesmo que o principal alvo do ataque era a loja, situada na entrada leste da aldeia.
De seguida, este intimou o meu pai a entrar para dentro, enquanto ele se perdia na escuridão da noite. O meu pai obedeceu à ordem e no instante seguinte a casa tremia com o choque do estrondo da primeira granada e passados alguns segundos rebentou outra.
Lá dentro, apesar do esforço, as crianças e as mulheres penduradas umas nas outras, não conseguiram conter os gritos de medo e de pânico. No entanto, lá fora, não foram precisas mais, os disparos de armas ligeiras cessaram e em seu lugar ouvimos claramente, na noite, gritos e choros em várias línguas de pessoas que fugiam, e mais perto ainda, os gemidos dos que ficaram destroçados pelos estilhaços das terríveis granadas expansíveis (?) [defensivas] que o miliciano [milícia] estratégica e tacticamente tinha sabido lançar mesmo a tempo e no lugar certo e que fizeram estragos irreparáveis no meio dos assaltantes, provocando a debandada geral e fazendo abortar o ataque, certamente preparado com o objectivo de saquear a loja e provavelmente, quem sabe, liquidar os seus ocupantes, entre os quais estava eu, ainda criança com pouco mais de seis anos de idade.
Mas, com o decurso da guerra, eles voltariam mais vezes, e numa dessas incursões, chegaram mesmo a incendiar a aldeia inteira e seria nessa altura que Cambajú beneficiaria de uma reabilitação completa com casas de zinco para todas as famílias vítimas do incêndio, no quadro da política da Guiné Melhor do General Spínola a fim de encorajar os cidadãos a resistir à guerra mesmo em condições difíceis.
Na altura, já nós estávamos na localidade de Fajonquito onde passei toda a minha adolescência e inícios da vida adulta, claro, já em constante vaivém entre esta localidade e as cidades de Bafatá e Bissau.
_________
Notas de L.G.:
(*)Vd. postes anteriores:
18 de Junho de 2009 >Guiné 63/74 - P4550: Tabanca Grande (153): Cherno Baldé (n. 1960), rafeiro de Fajonquito, hoje engenheiro em Bissau...
19 de Junho de 2009 >Guiné 63/74 - P4553: Memórias do Chico, menino e moço (Cherno Baldé) (1): A primeira visão, aterradora, de um helicanhão
24 de Junho de 2009 > Guine 63/74 - P4567: Memórias do Chico, menino e moço (Cherno Baldé) (2): Cambajú, uma janela para o mundo
25 de Junho de 2009 >Guiné 63/74 - P4580: Memórias do Chico, menino e moço (Cherno Baldé) (3): A chegada dos primeiros homens brancos a Cambajú em 1965: terror e fascínio
(**) Dúvida: o pai do Cherno era mandinga ? Parecem ser mandingas os atacantes, do PAIGC, aqui referidos na história... Recorde-se que o pai do Cherno era empregado de uma casa comercial, em Cambajú... Mais tarde a família muda-se para Fajonquito.
Guiné 63/74 - P4610: Blogpoesia (51): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (VII Parte): De Pombal (1755) até ao regente D. Miguel (1828)
Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cantanhez > Cafal Balanta > Destacamento da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (1972/74) > O Manuel Maia, na kitchnet do seu apartamento Tê-Zero, no resort turístico do Cantanhez... Preparando uma refeição ecológica...
Foto: © Manuel Maia (2009). Direitos reservados.
VII parte da História de Portugal em Sextilhas, escritas pelo Manuel Maia, licenciado em História (ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74). Texto enviado em 14 de Maio último (*).
Como o Manuel Maia faz hoje 59 anos, é também uma forma de os editores do blogue lhe prestarem uma singela homenagem e manifestarem o seu apreço pelo seu talento e pela sua colaboração, reforçando as palavras que já lhe dirigiu hoje o Carlos Vinhal. A História de Portugal em Sextilhas já tem muitos fãs, entre os leitores do nosso blogue, e esperemos que venha a encontrar, em breve, um editor à altura do autor e da sua obra... O Maia é membro da nossa Tabanca Grande desde 13 de Fevereiro último (***).
IV Dinastia (Brigantina): De Pombal ao liberalismo
201-Pombal chama arquitectos, decidido,
e um rectilíneo traço é exigido
que Eugénio Santos com Mardel cumpriu.
Manuel da Maia é outro responsável
da planta geométrica agradável,
que aos lisboetas olhos se erigiu...
202-Após duzentos anos em funções
de ensino e de igreja,nas missões,
Pombal aos Jesuítas dá expulsão.
Pretensa ligação ao atentado
(que contra D.José foi perpretado)
permite-lhe as reformas de então.
203-Primário ensino,cria,oficial
como Aula do Comércio em Portugal,
poder da Inquisição reduz enfim.
Reorganiza exército e marinha,
fomenta as pescas,incrementa a vinha
por cá à escravatura vai pôr fim.
Portrait of José I, king of Portugal. Data: c. 1773.
Fonte: Museu Hermitage, São Petersburgo, Rússia.
Autor: Miguel António do Amaral.
Imagem do domínio público.
Cortesia de Wikipédia.
204-Morrendo D. José, Reformador,
desgraça desabou no seu mentor
a quem Maria Pia elimina.
Rainha solta presos das prisões,
comuta suas penas em perdões,
Pombal tem no desterro a sua sina.
205-Fundando mais escolas de raíz,
promove assim cultura do país
e cria, p´ra Marinha, Academia.
Maria Pia manda construir
teatro de S.Carlos e erigir
Basílica da Estrela e Casa Pia.
206-Bocage, um vate nado junto ao Sado,
com estro de um engenho sublimado,
fez juz ao galarim dos imortais.
De pensamento livre e pena audaz,
por vezes truculento e bem mordaz,
sentiu da Inquisição tratos brutais...
Manuel Maria Barbosa du Bocage, writer from Portugal [1765-1805].
Data: Séc. XIX.
Fonte: História da Literatura, CRUZ, José Marques. ed. Melhoramentos.
Autor: Joaquim Pedro de Souza.
Imagem do domínio público.
Cortesia: Wikipédia.
207-De escritos libertinos acusado,
sediciosos versos inculpado,
vadio, dado à esbórnia,anti-asceta.
Mesquinho, o meio avaro onde vivia
foi incapaz de achar, por atrofia,
grandeza imorredoira do poeta...
208-Em França vai estalar revolução
que leva Portugal ao Rossilhão
na ´sp´rança que a revolta assim se vença.
Espanha, ao mudar suas ideias,
acordo fura às c´roas europeias,
invade Portugal,ROUBA OLIVENÇA.
209-O corso Bonaparte, esmagador,
impondo pela Europa o seu terror,
jurou dobrar p´la fome a Inglaterra.
Bloqueio à ilha foi a forma achada
de ter força inimiga sitiada,
e, a quem não o cumprir,fará a guerra.
210-Pujante a velha inglesa aliança,
pesou bem mais que a acção tida p´la França,
levando Portugal a honrar tratado.
Napoleão acorda com Espanha,
um livre corredor e esta ganha,
quinhão do luso solo ocupado...
211-Prepara-se uma força resistente,
gaulesa invasão está eminente,
surgindo apoio inglês feito a preceito...
Real família p´ro Brasil avança,
Junot invade e perde, sem tardança,
à tropa anglo-lusa coube o feito...
212-Segunda invasão, nova chefia,
desastre p´ra francesa teimosia
e Soult é obrigado a retirar.
Massena, no Buçaco, foi esmagado,
terceira vez o corso é humilhado,
chegava ao fim a Guerra P´ninsular...
213-Regência Beresfordiana em Portugal,
lesiva p´ro interesse nacional,
depressa incendeia os militares.
Rastilho tem por base as promoções,
à tropa lusa negam-se os galões
que dão acesso aos mais altos lugares...
214-El-rei novo estatuto dá ao Brasil
que passa a reino, ganha outro perfil,
etapa para o grito de Ipiranga.
Recife em dezassete deu o mote,
Bahia e Rio apertam o garrote,
D.Pedro,solta amarras,larga a canga...
215-Juntando ao mau estado nossa tropa,
fervilha liberalismo p´la Europa,
levando em dezassete ao conspirar.
Ingleses detectando o movimento,
sustêm logo o golpe no momento
e Gomes Freire Andrade vão matar...
216-Sinédrio portuense,insatisfeito,
visando o fim do caos,leva a efeito,
medidas p´ra adesão da artilharia.
A tropa apoiará os liberais
e, face à evidência dos sinais,
vintistas mostrarão sua alegria...
217-O Porto fez erguer a sua voz
contra a brutalidade do algoz,
revolta mudará tudo, depois.
De Cádiz chega forte inspiração,
p´ra dar poder sob´rano à Nação,
nasceu Constituição de vinte e dois...
Last portrait of the emperor D. Pedro I, whilst in Brazil, with imperial garment. Data; ca. 1830. Fonte: Museu Imperial de Petrópolis. Autor: Simplício Rodrigues de Sá (?-1839).
Imagem do domínio público
(Cortesia de Wikipédia).
218-Decide el-rei, de vez, pôr fim à ausência,
ficou Brasil com Pedro,na regência,
que irá virar depois imperador.
Miguel,o outro filho, absolutista,
gerou Vilafrancada,acção golpista,
regime antigo procura repor...
219-Com Abrilada vem legalidade,
infante paga cara a habilidade,
penoso o seu exílio p´ra Viena.
Morrendo D.João, Miguel regressa,
chamado pelo irmão lhe fez promessa,
e aceita condições que este lhe acena...
220-P´ra minorar tensões entre rivais,
Absolutistas versus Liberais,
proposta,Pedro fez de uma aliança.
Casava filha Glória com Miguel,
irmão passava a genro no papel,
p´ra ser regente enquanto ela criança...
[Continua]
[Fixação / revisão de texto: L.G.]
_______
(*) Vd. postes anteriores desta série:
2 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4274: Blogpoesia (43): A história de Portugal em sextilhas (Manuel Maia)
3 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4278: Blogpoesia (44): A história de Portugal em sextilhas (II Parte) (Manuel Maia)
6 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4290: Blogpoesia (45): História de Portugal em Sextilhas (Manuel Maia) (III Parte): II Dinastia, até ao reinado de D. João II
15 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4351: Blogpoesia (47): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (IV Parte): II Dinastia (De D.Manuel, O Venturoso, até ao fim)
3 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4456: Blogpoesia (48): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (V Parte): III Dinastia (Filipina)
22 de Junho de 2009 >Guiné 63/74 - P4561: Blogpoesia (49): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (VI Parte): IV Dinastia (Brigantina) (até 1755)
(**) Vd. poste de 30 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4607: Parabéns a você (11): Dia 30 de Junho de 2009 - Manuel Maia, ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610
(***) Vd. postes de:
13 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3886: Tabanca Grande (118): Manuel Maia, ex-Fur Mil, o poeta épico da 2ª Companhia do BCAÇ 4610/72 , o Camões do Cantanhez
14 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3890: Tabanca Grande (119): Apresentação de Manuel Maia ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (Guiné, 1972/74)
15 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3896: Do purgatório de Bissum / Nagal ao infermo de Cafal Balanta / Cafine (Manuel Maia, 2ª CCAÇ / BCAÇ 4610, 1972/74)
20 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3915: Cancioneiro do Cantanhez (1): De Cafal Balanta a Cafine, Cobumba, Chugué, Dugal, Fatim... (Manuel Maia)
Foto: © Manuel Maia (2009). Direitos reservados.
VII parte da História de Portugal em Sextilhas, escritas pelo Manuel Maia, licenciado em História (ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74). Texto enviado em 14 de Maio último (*).
Como o Manuel Maia faz hoje 59 anos, é também uma forma de os editores do blogue lhe prestarem uma singela homenagem e manifestarem o seu apreço pelo seu talento e pela sua colaboração, reforçando as palavras que já lhe dirigiu hoje o Carlos Vinhal. A História de Portugal em Sextilhas já tem muitos fãs, entre os leitores do nosso blogue, e esperemos que venha a encontrar, em breve, um editor à altura do autor e da sua obra... O Maia é membro da nossa Tabanca Grande desde 13 de Fevereiro último (***).
IV Dinastia (Brigantina): De Pombal ao liberalismo
201-Pombal chama arquitectos, decidido,
e um rectilíneo traço é exigido
que Eugénio Santos com Mardel cumpriu.
Manuel da Maia é outro responsável
da planta geométrica agradável,
que aos lisboetas olhos se erigiu...
202-Após duzentos anos em funções
de ensino e de igreja,nas missões,
Pombal aos Jesuítas dá expulsão.
Pretensa ligação ao atentado
(que contra D.José foi perpretado)
permite-lhe as reformas de então.
203-Primário ensino,cria,oficial
como Aula do Comércio em Portugal,
poder da Inquisição reduz enfim.
Reorganiza exército e marinha,
fomenta as pescas,incrementa a vinha
por cá à escravatura vai pôr fim.
Portrait of José I, king of Portugal. Data: c. 1773.
Fonte: Museu Hermitage, São Petersburgo, Rússia.
Autor: Miguel António do Amaral.
Imagem do domínio público.
Cortesia de Wikipédia.
204-Morrendo D. José, Reformador,
desgraça desabou no seu mentor
a quem Maria Pia elimina.
Rainha solta presos das prisões,
comuta suas penas em perdões,
Pombal tem no desterro a sua sina.
205-Fundando mais escolas de raíz,
promove assim cultura do país
e cria, p´ra Marinha, Academia.
Maria Pia manda construir
teatro de S.Carlos e erigir
Basílica da Estrela e Casa Pia.
206-Bocage, um vate nado junto ao Sado,
com estro de um engenho sublimado,
fez juz ao galarim dos imortais.
De pensamento livre e pena audaz,
por vezes truculento e bem mordaz,
sentiu da Inquisição tratos brutais...
Manuel Maria Barbosa du Bocage, writer from Portugal [1765-1805].
Data: Séc. XIX.
Fonte: História da Literatura, CRUZ, José Marques. ed. Melhoramentos.
Autor: Joaquim Pedro de Souza.
Imagem do domínio público.
Cortesia: Wikipédia.
207-De escritos libertinos acusado,
sediciosos versos inculpado,
vadio, dado à esbórnia,anti-asceta.
Mesquinho, o meio avaro onde vivia
foi incapaz de achar, por atrofia,
grandeza imorredoira do poeta...
208-Em França vai estalar revolução
que leva Portugal ao Rossilhão
na ´sp´rança que a revolta assim se vença.
Espanha, ao mudar suas ideias,
acordo fura às c´roas europeias,
invade Portugal,ROUBA OLIVENÇA.
209-O corso Bonaparte, esmagador,
impondo pela Europa o seu terror,
jurou dobrar p´la fome a Inglaterra.
Bloqueio à ilha foi a forma achada
de ter força inimiga sitiada,
e, a quem não o cumprir,fará a guerra.
210-Pujante a velha inglesa aliança,
pesou bem mais que a acção tida p´la França,
levando Portugal a honrar tratado.
Napoleão acorda com Espanha,
um livre corredor e esta ganha,
quinhão do luso solo ocupado...
211-Prepara-se uma força resistente,
gaulesa invasão está eminente,
surgindo apoio inglês feito a preceito...
Real família p´ro Brasil avança,
Junot invade e perde, sem tardança,
à tropa anglo-lusa coube o feito...
212-Segunda invasão, nova chefia,
desastre p´ra francesa teimosia
e Soult é obrigado a retirar.
Massena, no Buçaco, foi esmagado,
terceira vez o corso é humilhado,
chegava ao fim a Guerra P´ninsular...
213-Regência Beresfordiana em Portugal,
lesiva p´ro interesse nacional,
depressa incendeia os militares.
Rastilho tem por base as promoções,
à tropa lusa negam-se os galões
que dão acesso aos mais altos lugares...
214-El-rei novo estatuto dá ao Brasil
que passa a reino, ganha outro perfil,
etapa para o grito de Ipiranga.
Recife em dezassete deu o mote,
Bahia e Rio apertam o garrote,
D.Pedro,solta amarras,larga a canga...
215-Juntando ao mau estado nossa tropa,
fervilha liberalismo p´la Europa,
levando em dezassete ao conspirar.
Ingleses detectando o movimento,
sustêm logo o golpe no momento
e Gomes Freire Andrade vão matar...
216-Sinédrio portuense,insatisfeito,
visando o fim do caos,leva a efeito,
medidas p´ra adesão da artilharia.
A tropa apoiará os liberais
e, face à evidência dos sinais,
vintistas mostrarão sua alegria...
217-O Porto fez erguer a sua voz
contra a brutalidade do algoz,
revolta mudará tudo, depois.
De Cádiz chega forte inspiração,
p´ra dar poder sob´rano à Nação,
nasceu Constituição de vinte e dois...
Last portrait of the emperor D. Pedro I, whilst in Brazil, with imperial garment. Data; ca. 1830. Fonte: Museu Imperial de Petrópolis. Autor: Simplício Rodrigues de Sá (?-1839).
Imagem do domínio público
(Cortesia de Wikipédia).
218-Decide el-rei, de vez, pôr fim à ausência,
ficou Brasil com Pedro,na regência,
que irá virar depois imperador.
Miguel,o outro filho, absolutista,
gerou Vilafrancada,acção golpista,
regime antigo procura repor...
219-Com Abrilada vem legalidade,
infante paga cara a habilidade,
penoso o seu exílio p´ra Viena.
Morrendo D.João, Miguel regressa,
chamado pelo irmão lhe fez promessa,
e aceita condições que este lhe acena...
220-P´ra minorar tensões entre rivais,
Absolutistas versus Liberais,
proposta,Pedro fez de uma aliança.
Casava filha Glória com Miguel,
irmão passava a genro no papel,
p´ra ser regente enquanto ela criança...
[Continua]
[Fixação / revisão de texto: L.G.]
_______
(*) Vd. postes anteriores desta série:
2 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4274: Blogpoesia (43): A história de Portugal em sextilhas (Manuel Maia)
3 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4278: Blogpoesia (44): A história de Portugal em sextilhas (II Parte) (Manuel Maia)
6 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4290: Blogpoesia (45): História de Portugal em Sextilhas (Manuel Maia) (III Parte): II Dinastia, até ao reinado de D. João II
15 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4351: Blogpoesia (47): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (IV Parte): II Dinastia (De D.Manuel, O Venturoso, até ao fim)
3 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4456: Blogpoesia (48): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (V Parte): III Dinastia (Filipina)
22 de Junho de 2009 >Guiné 63/74 - P4561: Blogpoesia (49): História de Portugal em sextilhas (Manuel Maia) (VI Parte): IV Dinastia (Brigantina) (até 1755)
(**) Vd. poste de 30 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4607: Parabéns a você (11): Dia 30 de Junho de 2009 - Manuel Maia, ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610
(***) Vd. postes de:
13 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3886: Tabanca Grande (118): Manuel Maia, ex-Fur Mil, o poeta épico da 2ª Companhia do BCAÇ 4610/72 , o Camões do Cantanhez
14 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3890: Tabanca Grande (119): Apresentação de Manuel Maia ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610 (Guiné, 1972/74)
15 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3896: Do purgatório de Bissum / Nagal ao infermo de Cafal Balanta / Cafine (Manuel Maia, 2ª CCAÇ / BCAÇ 4610, 1972/74)
20 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3915: Cancioneiro do Cantanhez (1): De Cafal Balanta a Cafine, Cobumba, Chugué, Dugal, Fatim... (Manuel Maia)
Guiné 63/74 - P4609: IV Encontro Nacional do Nosso Blogue (17): Comentários para rescaldo (Carlos Vinhal)
Caros companheiros.
Como eu gosto, um pouco à balda, recuperei uns quantos comentários e estou a apresentá-los como rescaldo do nosso IV Encontro.
Devem ter reparado no meu silêncio, apenas ocasional, já que pedi ao Luís dispensa de publicação de postes referentes ao Encontro, para tentar recuperar tempo perdido, desculpem, ganho, a organizar o Encontro.
Aproveito para recusar todas as injustas acusações de que fui alvo, acusado de ter sido o maior responsável pela organização do Encontro. Na verdade, não fosse o Mexia Alves no terreno, bem podíamos ir todos abonados de Ração de Combate, como então se dizia.
Foi bom o Convívio, mas melhor foi no fim receber as vossas amáveis palavras de parabéns. Se com elas queriam dizer, continuem, já que estamos embalados, OK, tudo bem.
Mas atenção, aceitam-se voluntários para a organização do próximo evento, mais ou menos no centro do nosso rectângulo português. Apareçam e façam melhor, é possível.
Sem seguir a cronologia ou a importância dos intervenientes, aqui ficam alguns comentários.
1. Henrique Matos
Caro Luís e co-editores
Ainda o IV Encontro Nacional do Nosso Blog
Regressado à base já tenho em dia o que muito se escreveu no Blog nestes 15 dias de ausência. Sobre o nosso encontro está quase tudo dito, mas falta referir a tertúlia que se formou com os que pernoitaram em Monte Real.
Foi assim que, superiormente comandados pelo camarigo Mexia Alves, nos juntamos numa esplanada e continuamos a conversa por largas horas.
Foi muito agradável conhecer mais de perto os novos nestas andanças, Miguel Pessoa, Giselda e o Jorge Rosales e ter mais à mão o casal Vinhal.
Pena que ninguém se lembrou registar para a posteridade estes resistentes.
Junto uma fotografia de um trio que se entende muito bem. Eu no meio de dois Jorges: Cabral, o maior de Missirá e Rosales, por aquilo que já percebi, o maior de Porto Gole.
Abraço de gratidão aos organizadores e ao pessoal da tabanca.
Henrique Matos
2. Jorge Cabral
Amigos!
Pela quarta vez o nosso Encontro aconteceu. E aconteceu Alegria! Aconteceu Amizade! Aconteceu Magia!
O que nos leva quarenta anos volvidos a comungar este profundo sentimento de Camaradagem? De que temos Saudades?
Não da fome, não da sede, não do medo, nem dos tiros, nem das minas. O que recordamos é um Tempo de Fraternidade, de Partilha, de Solidariedade. Um tempo em que éramos naturalmente Camaradas, Amigos e Irmãos.
Hoje somos todos Homens diferentes. Fizemos os nossos percursos, assumimos opiniões distintas, temos diversas posições políticas. Porém, tudo isso se anula, nestes nossos Encontros Mágicos, porque o que nos separa se transforma em supérfluo, perante o Tudo que nos une. E há, claro... a Guiné, essa terra que primeiro se estranha e depois se entranha para usar o slogan do Poeta.
Amigos!
Obrigado a Todos e juro que o Alfero Cabral comparecerá Sempre, armado de Alegria e com o bornal carregado de Abraços.
Jorge Cabral
Ps.: Fado no Mato Cão? Alinho já!
3. José Manuel Matos Dinis
Camaradas, (de ambos os géneros, na medida em que já há muitas Senhoras a encostar as caras aos maridos em frente dos monitores).
Como refere o Luis, o blogue é grande!
Vejam só: frequentei um colégio que um camarada nosso, mais avançado que eu na idade, também frequentou. Lembro-me dele, de casaco aperaltado e porte elegante.
O seu irmão Zé era da minha turma. Depois, já eu era rapaz para 18/19 anos, ainda jogámos à bola. Ele era craque, tinha pontificado na mais simpática equipe daquele tempo, a Académica. Eu jogava a ponta, que era um sítio de que ninguém se lembrava. Se a bola passava por mim, chutava para onde estava virado. Se a parava e queria fazer um bonito, tropeçava, atrapalhava-me, e os companheiros tratavam-me do piorio.
O Rosales era um Senhor. Grande sentido estratégico, grandes aberturas, noção total do campo, era um doutor no E.P. fino e muito respeitado, com um jogo tranquilo, de quem apreciava a bola e evitava pontapeá-la.
Moramos a dois passos, mas nunca mais o vi, julgo eu.
A Ortigosa proporcionou o encontro. Apesar de umas diferençazitas do ponto de vista estético, ficou combinado aparecermos a treino.
Abraços
J. Dinis
4. Santos Oliveira
Esfumaram-se e desmistificaram-se muitos dos meus mitos. Aqui, foi tudo real.
Encontrei a cumplicidade que vivi nos buracos onde dormi pela Guiné; também dei umas quantas voltas à Sala para testemunhar, a mim mesmo, que era real o que se me apresentava.
Calculo não ter dado uma palavra a cada um (lamento-o) mas as que troquei, foram-me extremamente valiosas e recompensadoras. Encontrei alguém, que como eu, também não tem identidade (militar)e que igualmente tenta sobreviver a essa revolta. Encontrei, encontrei, encontrei...
Emocionei-me, mas vivi este Dia, não como mais um, mas como O DIA.
Parabéns ao Luis, parabéns a toda a Equipa Organizadora... destacando os que assumiram o papel de Judas que arrecadavam a massa.
Bem Hajam!
Santos Oliveira
5. Manuel Amaro
Parabéns aos organizadores.
Parabéns aos músicos e aos cantores.
Obrigado Luís Graça.
Estes convívios, toda esta organização, está muito para além, de todos os ditos, escritos e filmes, sobre a dita guerra 1963/74.
Eu consegui ouvir fado, mesmo com uma sala ruidosa, eu consegui conversar com pessoas que sabia que existiam, mas com quem nunca tinha falado.
Eu realizei duas voltas à sala com o único objectivo de verificar o nível, a intensidade do convívio, bem como o ar de felicidade dos participantes.
Cheguei a emocionar-me.
E depois, além da Guiné, há tantos pontos de contacto... então esse jovem é teu filho?... estiveste nesse casamento?... A Lena foi minha aluna... este Portugal é uma aldeia...
E nós, todos nós, transportamos essa riqueza, que existe sem se ver e que se solta quando menos se espera... nestes convívios.
Um Abraço
Manuel Amaro
6. Torcato Mendonça
Fui ver o poste de cima já com 15 comentários. Safa. Antes de abrir vi a 1.ª foto deste.
É um Hino à Alegria; à boa disposição, à felicidade. É um exemplo a ser seguido num afasta azedumes. O Carlos dá o exemplo e a sua Dina corrobora. Este Editor e os outros parecem ter sido escolhidos a dedo pelo Editor - Mor. Exemplos... que os Ajudantes de ocasião igualam...
O Carlos, sabendo eu ter dito:
- Só ponho ao meu peito a Bandeira do meu País, (o Miguel pessoa enviou os crchats, agradeci e mandei fazer. Coloquei o meu na Ortigosa).
já no decorrer do almoço aparece o Carlos Vinhal junto de mim e diz:
- Como só colocas ao peito a nossa Bandeira mas gostas da Guiné, trouxe-te este novo crachat.
Igual ao anterior só que a bandeira da Guiné fora substituida pelo mapa daquele País. Está guardado junto das recordações agradáveis como o fruto de um Amigo que trata a Vida com amor, alegria e solidariedade. De bem com ela.
É com este espirito que o Blogue tem que continuar. Se um fulano se azeda, olha para a foto do Vinhal que o Luis Graça tirou, pensa na idade de uma das Senhoras que acompanhava o Virgínio Briote ou a boa disposição do MR e, com exemplos destes eu digo:
- Obrigado Camaradas, companheiros que um dia estiveram na Guiné e um dia um de vós - o Luís Graça - fundou um blogue, outros o seguiram e geraram um espaço onde o calor humano, a amizade têm lugar, além dos eteceteras que só os Homens, certos homens, conhecem... o menos bom bate na parede com o efeito do Lion Brand da indiferença e estrebucha até se finar...
Obrigado a Vocês e um abraço do Torcato.
7. Luís Graça
Ah! Grande Pira de Mansoa! Grande Eduardo! Grande MR! Grande Amigo e Camarada! Grande Co-editor!... E, por que não? Grande Ranger!
Gostei tanto da prosa como do verso. Vejo que estiveste inspirado e transpirado na escrita, possivelmente com uma ajudinha do São João que no Porto tem outro encanto.
Pois é, meu querido amigo e camarada, nunca é fácil falarmos de nós, das nossas emoções, sentimentos, atitudes, comportamentos!... Mas tu ousaste e conseguiste-o... Gostei muito do teu poste, da tua crónica... Para além de outras qualidade e atributos que possuis, és um bom observador... Está lá tudo, ou quase tudo, no teu texto sobre a Operção Ortigosa.
No sábado, fiquei logo esperançado que voltasses à escrita poética, quando te vi com o Cancioneiro de Mansoa na mão, distribuindo cópias em papel aos camaradas presentes!...
No meio deste tabancal imenso, faltou-nos tempo para dar um pouco mais de atenção a todos e cada um dos nossos amigos e camaradas... Contigo falei dois ou três minutos, com a tua Fernanda, que conheci ali mesmo, até menos do que isso... É indecente. Mas espero que ambos me perdoem.... 130 criaturas de Deus a divir por seis horas e picos, dá 20 cabeças por hora, 3 minutos per capita... Por muito boa vontade, que tu, eu, o Virgínio, o Carlos, o Joaquim e o Miguel tivessem não chegávamos para todas as encomendas...
O mais importante foi sentir que toda (ou quase toda) a gente se sentiu em casa... É o melhor elogio que se pode fazer desta ideia de Tabanca Grande, sem portas nem janelas, sem barreiras arquitectónicas e outras (sociais, políticas, ideológicas, culturais, étnicas, psicológicas, etc.).
Obrigado pelo teu contributo, obrigado pelo que sacrificaste do teu tempo em prol do bem comum... Obrigado por compreendares e concretizares o espírito do blogue...
Luís
8. António G. Matos
Chegou a altura não dos arrependimentos, tão pouco de frustações mas a altura de dirigir umas palavras a todos aqueles que, pela organização ou pela mera presença, levaram ao sucesso o Encontro Nacional do Nosso Blog, edição 2009.
Só fazem falta os que estão presente, diz-se, e nesse sentido constato que a minha vida, não me permitindo estar fisicamente na Ortigosa, não me possibilitou o contacto directo, cara-a-cara, com os 129 camaradas que não conheço.
Não, não é engano! Dos 130 presentes, eu conheço o Raul Albino ...
A vida é mesmo assim e um compromisso que me deveria ocupar até à 1 da tarde, de atraso em atraso, libertou-me cerca das 18 horas inviabilizando de todo a minha deslocação ao evento.
Fiquei-me pelo telefonema que consegui com o Mexia Alves, transmitindo-lhe um abraço extensivo a todos os outros.
António Matos
9. Carlos Valentim
Ainda não tinha expressado, aqui, o meu sincero e fraterno agradecimento pela forma como fui recebido, juntamente com a minha companheira, no Vosso IV Encontro Nacional. Não conseguirei expressar a minha dívida de gratidão, e o meu agradecimento profundo pela forma como nos acolheram. Muito Obrigado!!!
Hoje vou inaugurar um novo espaço museológico na Escola Naval, do qual sou director. A porta está aberta a todos!
Após este período, em que tenho que lançar notas finais dos alunos, e "limpar" o que falta para findar mais um Ano Lectivo, espero enviar a breve trecho um pequeno artigo sobre Teixeira da Mota e a Guiné dos "loucos" anos de 1969 e 1970, para o vosso, nosso blog, que não pára de aumentar em visitantes e factos interessantes.
Parabéns a todos, que todos os dias, a cada instante, realizam e fazem este espaço de amizade, com muita luz e côr.
Um abraço amigo,
Com amizade,
Carlos Valentim
10. Houve ainda camaradas que no decorrer do Convívio se nos dirigiram.
A mim directamente por telefone ou mensagem: Luís Borrego, Hélder Sousa, Paulo Santiago e Luís Faria, que deixaram um abraço para todos os presentes e a certeza de que tudo fariam para estarem presentes no próximo Encontro.
11. Aproveito para deixar mais umas fotos ainda não vistas
Germana, esposa do Carlos Silva, fardada a preceito
Belarmino Sardinha e Torcato Mendonça posam para a câmara
Casal Lígia Maria e David Guimarães sempre presentes nos nossos Encontros
Outro casal que nunca diz não aos nossos Convívios, Fernando Franco e Margarida. Alheia ao fotógrafo, Graciela, esposa do camarada António Santos
Um abraço sentido entrs os camaradas Graça de Abreu e Juvenal Amado
Magalhães Ribeiro, Vasgo da Gama e Santos Oliveira, unidos por um abraço
O nosso camarada Torcato Mendonça acompanhado de sua esposa Ana de Lourdes
Nesta foto, um casal de operacionais. Isabel acompanhou o marido António José Pereira da Costa por terras da Guiné, tendo estado inclusive em Mansabá
Jorge Cabral, uns dos camaradas mais carismáticos da nossa Tertúlia, autor da série Estórias Cabralianas
Juvenal Amado, um camarada com quem tive oportunidade de ter uma longa conversa.
José Carlos Neves, Fernando Oliveira e esposa Maria Manuela. O primeiro meu companheiro de trabalho e o segundo meu vizinho dos tempos de juventude.
José Eduardo Alves, esposa Maria da Conceição; Elisabete e marido Ribeiro Agostinho; dois casais idos de Leça da Palmeira.
__________
Nota de CV:
Vd. último poste da série de 30 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4607: III e IV Encontro Nacional do Nosso Blogue (16): Micro-filme com imagens de Monte Real (dias 17Maio2008 e 6Junho2009)
Como eu gosto, um pouco à balda, recuperei uns quantos comentários e estou a apresentá-los como rescaldo do nosso IV Encontro.
Devem ter reparado no meu silêncio, apenas ocasional, já que pedi ao Luís dispensa de publicação de postes referentes ao Encontro, para tentar recuperar tempo perdido, desculpem, ganho, a organizar o Encontro.
Aproveito para recusar todas as injustas acusações de que fui alvo, acusado de ter sido o maior responsável pela organização do Encontro. Na verdade, não fosse o Mexia Alves no terreno, bem podíamos ir todos abonados de Ração de Combate, como então se dizia.
Foi bom o Convívio, mas melhor foi no fim receber as vossas amáveis palavras de parabéns. Se com elas queriam dizer, continuem, já que estamos embalados, OK, tudo bem.
Mas atenção, aceitam-se voluntários para a organização do próximo evento, mais ou menos no centro do nosso rectângulo português. Apareçam e façam melhor, é possível.
Sem seguir a cronologia ou a importância dos intervenientes, aqui ficam alguns comentários.
1. Henrique Matos
Caro Luís e co-editores
Ainda o IV Encontro Nacional do Nosso Blog
Regressado à base já tenho em dia o que muito se escreveu no Blog nestes 15 dias de ausência. Sobre o nosso encontro está quase tudo dito, mas falta referir a tertúlia que se formou com os que pernoitaram em Monte Real.
Foi assim que, superiormente comandados pelo camarigo Mexia Alves, nos juntamos numa esplanada e continuamos a conversa por largas horas.
Foi muito agradável conhecer mais de perto os novos nestas andanças, Miguel Pessoa, Giselda e o Jorge Rosales e ter mais à mão o casal Vinhal.
Pena que ninguém se lembrou registar para a posteridade estes resistentes.
Junto uma fotografia de um trio que se entende muito bem. Eu no meio de dois Jorges: Cabral, o maior de Missirá e Rosales, por aquilo que já percebi, o maior de Porto Gole.
Abraço de gratidão aos organizadores e ao pessoal da tabanca.
Henrique Matos
2. Jorge Cabral
Amigos!
Pela quarta vez o nosso Encontro aconteceu. E aconteceu Alegria! Aconteceu Amizade! Aconteceu Magia!
O que nos leva quarenta anos volvidos a comungar este profundo sentimento de Camaradagem? De que temos Saudades?
Não da fome, não da sede, não do medo, nem dos tiros, nem das minas. O que recordamos é um Tempo de Fraternidade, de Partilha, de Solidariedade. Um tempo em que éramos naturalmente Camaradas, Amigos e Irmãos.
Hoje somos todos Homens diferentes. Fizemos os nossos percursos, assumimos opiniões distintas, temos diversas posições políticas. Porém, tudo isso se anula, nestes nossos Encontros Mágicos, porque o que nos separa se transforma em supérfluo, perante o Tudo que nos une. E há, claro... a Guiné, essa terra que primeiro se estranha e depois se entranha para usar o slogan do Poeta.
Amigos!
Obrigado a Todos e juro que o Alfero Cabral comparecerá Sempre, armado de Alegria e com o bornal carregado de Abraços.
Jorge Cabral
Ps.: Fado no Mato Cão? Alinho já!
3. José Manuel Matos Dinis
Camaradas, (de ambos os géneros, na medida em que já há muitas Senhoras a encostar as caras aos maridos em frente dos monitores).
Como refere o Luis, o blogue é grande!
Vejam só: frequentei um colégio que um camarada nosso, mais avançado que eu na idade, também frequentou. Lembro-me dele, de casaco aperaltado e porte elegante.
O seu irmão Zé era da minha turma. Depois, já eu era rapaz para 18/19 anos, ainda jogámos à bola. Ele era craque, tinha pontificado na mais simpática equipe daquele tempo, a Académica. Eu jogava a ponta, que era um sítio de que ninguém se lembrava. Se a bola passava por mim, chutava para onde estava virado. Se a parava e queria fazer um bonito, tropeçava, atrapalhava-me, e os companheiros tratavam-me do piorio.
O Rosales era um Senhor. Grande sentido estratégico, grandes aberturas, noção total do campo, era um doutor no E.P. fino e muito respeitado, com um jogo tranquilo, de quem apreciava a bola e evitava pontapeá-la.
Moramos a dois passos, mas nunca mais o vi, julgo eu.
A Ortigosa proporcionou o encontro. Apesar de umas diferençazitas do ponto de vista estético, ficou combinado aparecermos a treino.
Abraços
J. Dinis
4. Santos Oliveira
Esfumaram-se e desmistificaram-se muitos dos meus mitos. Aqui, foi tudo real.
Encontrei a cumplicidade que vivi nos buracos onde dormi pela Guiné; também dei umas quantas voltas à Sala para testemunhar, a mim mesmo, que era real o que se me apresentava.
Calculo não ter dado uma palavra a cada um (lamento-o) mas as que troquei, foram-me extremamente valiosas e recompensadoras. Encontrei alguém, que como eu, também não tem identidade (militar)e que igualmente tenta sobreviver a essa revolta. Encontrei, encontrei, encontrei...
Emocionei-me, mas vivi este Dia, não como mais um, mas como O DIA.
Parabéns ao Luis, parabéns a toda a Equipa Organizadora... destacando os que assumiram o papel de Judas que arrecadavam a massa.
Bem Hajam!
Santos Oliveira
5. Manuel Amaro
Parabéns aos organizadores.
Parabéns aos músicos e aos cantores.
Obrigado Luís Graça.
Estes convívios, toda esta organização, está muito para além, de todos os ditos, escritos e filmes, sobre a dita guerra 1963/74.
Eu consegui ouvir fado, mesmo com uma sala ruidosa, eu consegui conversar com pessoas que sabia que existiam, mas com quem nunca tinha falado.
Eu realizei duas voltas à sala com o único objectivo de verificar o nível, a intensidade do convívio, bem como o ar de felicidade dos participantes.
Cheguei a emocionar-me.
E depois, além da Guiné, há tantos pontos de contacto... então esse jovem é teu filho?... estiveste nesse casamento?... A Lena foi minha aluna... este Portugal é uma aldeia...
E nós, todos nós, transportamos essa riqueza, que existe sem se ver e que se solta quando menos se espera... nestes convívios.
Um Abraço
Manuel Amaro
6. Torcato Mendonça
Fui ver o poste de cima já com 15 comentários. Safa. Antes de abrir vi a 1.ª foto deste.
É um Hino à Alegria; à boa disposição, à felicidade. É um exemplo a ser seguido num afasta azedumes. O Carlos dá o exemplo e a sua Dina corrobora. Este Editor e os outros parecem ter sido escolhidos a dedo pelo Editor - Mor. Exemplos... que os Ajudantes de ocasião igualam...
O Carlos, sabendo eu ter dito:
- Só ponho ao meu peito a Bandeira do meu País, (o Miguel pessoa enviou os crchats, agradeci e mandei fazer. Coloquei o meu na Ortigosa).
já no decorrer do almoço aparece o Carlos Vinhal junto de mim e diz:
- Como só colocas ao peito a nossa Bandeira mas gostas da Guiné, trouxe-te este novo crachat.
Igual ao anterior só que a bandeira da Guiné fora substituida pelo mapa daquele País. Está guardado junto das recordações agradáveis como o fruto de um Amigo que trata a Vida com amor, alegria e solidariedade. De bem com ela.
É com este espirito que o Blogue tem que continuar. Se um fulano se azeda, olha para a foto do Vinhal que o Luis Graça tirou, pensa na idade de uma das Senhoras que acompanhava o Virgínio Briote ou a boa disposição do MR e, com exemplos destes eu digo:
- Obrigado Camaradas, companheiros que um dia estiveram na Guiné e um dia um de vós - o Luís Graça - fundou um blogue, outros o seguiram e geraram um espaço onde o calor humano, a amizade têm lugar, além dos eteceteras que só os Homens, certos homens, conhecem... o menos bom bate na parede com o efeito do Lion Brand da indiferença e estrebucha até se finar...
Obrigado a Vocês e um abraço do Torcato.
7. Luís Graça
Ah! Grande Pira de Mansoa! Grande Eduardo! Grande MR! Grande Amigo e Camarada! Grande Co-editor!... E, por que não? Grande Ranger!
Gostei tanto da prosa como do verso. Vejo que estiveste inspirado e transpirado na escrita, possivelmente com uma ajudinha do São João que no Porto tem outro encanto.
Pois é, meu querido amigo e camarada, nunca é fácil falarmos de nós, das nossas emoções, sentimentos, atitudes, comportamentos!... Mas tu ousaste e conseguiste-o... Gostei muito do teu poste, da tua crónica... Para além de outras qualidade e atributos que possuis, és um bom observador... Está lá tudo, ou quase tudo, no teu texto sobre a Operção Ortigosa.
No sábado, fiquei logo esperançado que voltasses à escrita poética, quando te vi com o Cancioneiro de Mansoa na mão, distribuindo cópias em papel aos camaradas presentes!...
No meio deste tabancal imenso, faltou-nos tempo para dar um pouco mais de atenção a todos e cada um dos nossos amigos e camaradas... Contigo falei dois ou três minutos, com a tua Fernanda, que conheci ali mesmo, até menos do que isso... É indecente. Mas espero que ambos me perdoem.... 130 criaturas de Deus a divir por seis horas e picos, dá 20 cabeças por hora, 3 minutos per capita... Por muito boa vontade, que tu, eu, o Virgínio, o Carlos, o Joaquim e o Miguel tivessem não chegávamos para todas as encomendas...
O mais importante foi sentir que toda (ou quase toda) a gente se sentiu em casa... É o melhor elogio que se pode fazer desta ideia de Tabanca Grande, sem portas nem janelas, sem barreiras arquitectónicas e outras (sociais, políticas, ideológicas, culturais, étnicas, psicológicas, etc.).
Obrigado pelo teu contributo, obrigado pelo que sacrificaste do teu tempo em prol do bem comum... Obrigado por compreendares e concretizares o espírito do blogue...
Luís
8. António G. Matos
Chegou a altura não dos arrependimentos, tão pouco de frustações mas a altura de dirigir umas palavras a todos aqueles que, pela organização ou pela mera presença, levaram ao sucesso o Encontro Nacional do Nosso Blog, edição 2009.
Só fazem falta os que estão presente, diz-se, e nesse sentido constato que a minha vida, não me permitindo estar fisicamente na Ortigosa, não me possibilitou o contacto directo, cara-a-cara, com os 129 camaradas que não conheço.
Não, não é engano! Dos 130 presentes, eu conheço o Raul Albino ...
A vida é mesmo assim e um compromisso que me deveria ocupar até à 1 da tarde, de atraso em atraso, libertou-me cerca das 18 horas inviabilizando de todo a minha deslocação ao evento.
Fiquei-me pelo telefonema que consegui com o Mexia Alves, transmitindo-lhe um abraço extensivo a todos os outros.
António Matos
9. Carlos Valentim
Ainda não tinha expressado, aqui, o meu sincero e fraterno agradecimento pela forma como fui recebido, juntamente com a minha companheira, no Vosso IV Encontro Nacional. Não conseguirei expressar a minha dívida de gratidão, e o meu agradecimento profundo pela forma como nos acolheram. Muito Obrigado!!!
Hoje vou inaugurar um novo espaço museológico na Escola Naval, do qual sou director. A porta está aberta a todos!
Após este período, em que tenho que lançar notas finais dos alunos, e "limpar" o que falta para findar mais um Ano Lectivo, espero enviar a breve trecho um pequeno artigo sobre Teixeira da Mota e a Guiné dos "loucos" anos de 1969 e 1970, para o vosso, nosso blog, que não pára de aumentar em visitantes e factos interessantes.
Parabéns a todos, que todos os dias, a cada instante, realizam e fazem este espaço de amizade, com muita luz e côr.
Um abraço amigo,
Com amizade,
Carlos Valentim
10. Houve ainda camaradas que no decorrer do Convívio se nos dirigiram.
A mim directamente por telefone ou mensagem: Luís Borrego, Hélder Sousa, Paulo Santiago e Luís Faria, que deixaram um abraço para todos os presentes e a certeza de que tudo fariam para estarem presentes no próximo Encontro.
11. Aproveito para deixar mais umas fotos ainda não vistas
Germana, esposa do Carlos Silva, fardada a preceito
Belarmino Sardinha e Torcato Mendonça posam para a câmara
Casal Lígia Maria e David Guimarães sempre presentes nos nossos Encontros
Outro casal que nunca diz não aos nossos Convívios, Fernando Franco e Margarida. Alheia ao fotógrafo, Graciela, esposa do camarada António Santos
Um abraço sentido entrs os camaradas Graça de Abreu e Juvenal Amado
Magalhães Ribeiro, Vasgo da Gama e Santos Oliveira, unidos por um abraço
O nosso camarada Torcato Mendonça acompanhado de sua esposa Ana de Lourdes
Nesta foto, um casal de operacionais. Isabel acompanhou o marido António José Pereira da Costa por terras da Guiné, tendo estado inclusive em Mansabá
Jorge Cabral, uns dos camaradas mais carismáticos da nossa Tertúlia, autor da série Estórias Cabralianas
Juvenal Amado, um camarada com quem tive oportunidade de ter uma longa conversa.
José Carlos Neves, Fernando Oliveira e esposa Maria Manuela. O primeiro meu companheiro de trabalho e o segundo meu vizinho dos tempos de juventude.
José Eduardo Alves, esposa Maria da Conceição; Elisabete e marido Ribeiro Agostinho; dois casais idos de Leça da Palmeira.
__________
Nota de CV:
Vd. último poste da série de 30 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4607: III e IV Encontro Nacional do Nosso Blogue (16): Micro-filme com imagens de Monte Real (dias 17Maio2008 e 6Junho2009)
Guiné 63/74 - P4608: Eu e o João Bacar Jaló, em Catió, em finais de 1964 (Santos Oliveira)
Quinta do Paul, Ortigosa, Monte Real, Leiria > IV Encontro Nacional do nosso blogue > 20 de Junho de 2009 > Da esquerda para a direita, o Carlos Silva, o Santos Oliveira e o José Rocha.
Foto: © Santos Oliveira (2009). Direitos reservados.
1. Mensagem enviada ao nosso co-editor, em 22 de Fevereiro de 2008, pelo Santos Oliveira (*), e que nunca chegou a ser publicado no nosso blogue... Porque ele ontem fez anos, achámos oportuno repescar este texto em que, ao evocar a figura do João Bacar Jaló que ele conheceu em finais de 1964, em Catió, o próprio Santos Oliveira acaba também por revelar facetas da sua personalidade de grande homem, militar e português, a sua nobreza de carácter e o seu sentido de justiça.
Recorde-se que o nosso camarada Santos Oliveira, ex-2.º Sarg Mil Armas Pesadas Inf, estve no Pel Mort 912, Como, Cufar e Tite, 1964/66 (**)...
Caro Briote,
Saudações fraternais
Em 29 de Janeiro [de 2008], escrevi-te:
Caro Briote:
Obrigado pela tua consideração para comigo. Eu ajudo qualquer um de nós, porque um Ranger com preparação especial para ser infiltrado sozinho, é sempre um Homem solitário.
E se isso parece não me ter perturbado (pela preparação que então tive), com o passar dos anos vai-se tornando um enorme e gigantesco problema psicológico em que o pivot principal é a solidão.
Disso, creio, não me livro mais. É demasiado profundo. Portanto só resta abrir um pouco a mente e tentar ser o Eu original (sensível, atento, prestável, etc.).
Fiquei em sentido (e com as lágrimas nos olhos) com a continência que me fizeste.
Fizeste-me lembrar um episódio que se passou em Catió, em finais de 1964, quando aí me desloquei para assistência Médica mais especializada (urinava sangue, porque apenas bebia água, a qual era transportada em pipos de tinto e que a tinto sabia e cheirava).
Estava encostado ao muro da Messe de Sargentos e vejo, vindo desde o Quartel, um Militar Nativo, que, uns dez passos antes, se perfila e me faz continência, conforme os Regulamentos.
Olhei para um lado e para o outro, não vejo ninguém ali perto, correspondi à mesma e só então reparei que era um Alferes (segundo os galões que ostentava). Hesitei, mas acabei por ganhar coragem e chamei:
- Oh, meu Alferes! Por favor. Eu sou quem tem de lhe fazer continência.
Atrás de mim uma risada colectiva de vários camaradas.
-Ele não te conhece e por isso é que te fez continência.
-Porquê ? - perguntei.
-É que ele é Alferes de Segunda Classe.
-Segunda Classe? O que é isso? - retorqui.
-Os nativos, quando comandam tropas, são uma espécie de Graduados, mas são sempre inferiores - esta doeu-me e ainda me dói - aos brancos.
Eu, nunca havia ouvido tal e fiquei escandalizado. Voltei-me para o meu Alferes (de 2ª) e disse:
-Meu Alferes, quando se cruzar comigo, sou eu quem lhe deve continência. Está bem?
-Sim, meu Furrié.
Ali, fiquei a saber (o que era normal em Portugal, mas não desta forma) que havia, classificados, Portugueses de primeira e de segunda.
Foi deste modo que conheci, pessoalmente, o saudoso João Bacar Djaló, a quem, postumamente, homenageio.”
Agora, no Post de 21 de Fevereiro [de 2008] (***), informas que:
Há qualquer coisa que não bate certo. Na altura, finais de 1964, o nosso João Bacar Djaló já usava os galões de Alferes e era filho do Régulo. Tive mesmo uma “competição curiosa” (apostas de Furriéis), num dos dias seguintes ao meu 1º encontro com ele, que me custou uma data de cervejas, apenas porque o mítico Djaló disparou, com a sua velha Mauser, não só mais rapidamente que eu com a G3 em semiautomático, como acertou 4 e eu apenas 3, em cinco tiros. Senti-me envergonhado e nunca, na vida, vou esquecer o seu valor.
É, também por este episódio, que estou seguro que o Alf João Bacar Djaló já usava os galões de Alferes, que, aliás, eram de inteiro mérito, ante o que ouvia ter ele feito pelos nossos.
Sem polémicas, admirável amigo. Não quero, mesmo, polémicas. Já tenho, só pelo que se passou comigo, erros e polémicas Administrativas a mais.
Grato por me leres.
Aquele enorme abraço, do Santos Oliveira
__________
Notas de L.G.:
(*) 24 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2301: Tabanca Grande (41): Santos Oliveira, 2.º Sarg Mil de Armas Pesadas Inf (Como, Cufar e Tite, 1964/66)
(**) Vd. postes da série Álbum Fotográfico de Santos Oliveira:
15 de Outubro de 2008 Guiné 63/74 - P3318: Album fotográfico de Santos Oliveira (1): Tite
6 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3416: Album fotográfico de Santos Oliveira (2): Tite, Tempestade tropical
10 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3434: Album fotográfico de Santos Oliveira (3): Tite, dia de ronco
15 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3458: Album fotográfico de Santos Oliveira (4): Tite
23 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3505: Album fotográfico de Santos Oliveira (5): Tite, Outubro de 1965
6 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3577: Album fotográfico de Santos Oliveira (6): Tite e Enxudé
24 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2301: Tabanca Grande (41): Santos Oliveira, 2.º Sarg Mil de Armas Pesadas Inf (Como, Cufar e Tite, 1964/66)
(***) Vd. poste de 20 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2569: Tugas - Quem é quem (3): João Bacar Djaló (1929/71) (Virgínio Briote)
Vd. também:
2 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 – P4275: Tugas - Quem é quem (4): João Bacar Djaló (1929/71) (Magalhães Ribeiro)
9 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 – P4313: Tugas - Quem é quem (5): João Bacar Jaló (1929-1971) (Benito Neves, Mário Fitas e João Parreira)
Foto: © Santos Oliveira (2009). Direitos reservados.
1. Mensagem enviada ao nosso co-editor, em 22 de Fevereiro de 2008, pelo Santos Oliveira (*), e que nunca chegou a ser publicado no nosso blogue... Porque ele ontem fez anos, achámos oportuno repescar este texto em que, ao evocar a figura do João Bacar Jaló que ele conheceu em finais de 1964, em Catió, o próprio Santos Oliveira acaba também por revelar facetas da sua personalidade de grande homem, militar e português, a sua nobreza de carácter e o seu sentido de justiça.
Recorde-se que o nosso camarada Santos Oliveira, ex-2.º Sarg Mil Armas Pesadas Inf, estve no Pel Mort 912, Como, Cufar e Tite, 1964/66 (**)...
Caro Briote,
Saudações fraternais
Em 29 de Janeiro [de 2008], escrevi-te:
Caro Briote:
Obrigado pela tua consideração para comigo. Eu ajudo qualquer um de nós, porque um Ranger com preparação especial para ser infiltrado sozinho, é sempre um Homem solitário.
E se isso parece não me ter perturbado (pela preparação que então tive), com o passar dos anos vai-se tornando um enorme e gigantesco problema psicológico em que o pivot principal é a solidão.
Disso, creio, não me livro mais. É demasiado profundo. Portanto só resta abrir um pouco a mente e tentar ser o Eu original (sensível, atento, prestável, etc.).
Fiquei em sentido (e com as lágrimas nos olhos) com a continência que me fizeste.
Fizeste-me lembrar um episódio que se passou em Catió, em finais de 1964, quando aí me desloquei para assistência Médica mais especializada (urinava sangue, porque apenas bebia água, a qual era transportada em pipos de tinto e que a tinto sabia e cheirava).
Estava encostado ao muro da Messe de Sargentos e vejo, vindo desde o Quartel, um Militar Nativo, que, uns dez passos antes, se perfila e me faz continência, conforme os Regulamentos.
Olhei para um lado e para o outro, não vejo ninguém ali perto, correspondi à mesma e só então reparei que era um Alferes (segundo os galões que ostentava). Hesitei, mas acabei por ganhar coragem e chamei:
- Oh, meu Alferes! Por favor. Eu sou quem tem de lhe fazer continência.
Atrás de mim uma risada colectiva de vários camaradas.
-Ele não te conhece e por isso é que te fez continência.
-Porquê ? - perguntei.
-É que ele é Alferes de Segunda Classe.
-Segunda Classe? O que é isso? - retorqui.
-Os nativos, quando comandam tropas, são uma espécie de Graduados, mas são sempre inferiores - esta doeu-me e ainda me dói - aos brancos.
Eu, nunca havia ouvido tal e fiquei escandalizado. Voltei-me para o meu Alferes (de 2ª) e disse:
-Meu Alferes, quando se cruzar comigo, sou eu quem lhe deve continência. Está bem?
-Sim, meu Furrié.
Ali, fiquei a saber (o que era normal em Portugal, mas não desta forma) que havia, classificados, Portugueses de primeira e de segunda.
Foi deste modo que conheci, pessoalmente, o saudoso João Bacar Djaló, a quem, postumamente, homenageio.”
Agora, no Post de 21 de Fevereiro [de 2008] (***), informas que:
Há qualquer coisa que não bate certo. Na altura, finais de 1964, o nosso João Bacar Djaló já usava os galões de Alferes e era filho do Régulo. Tive mesmo uma “competição curiosa” (apostas de Furriéis), num dos dias seguintes ao meu 1º encontro com ele, que me custou uma data de cervejas, apenas porque o mítico Djaló disparou, com a sua velha Mauser, não só mais rapidamente que eu com a G3 em semiautomático, como acertou 4 e eu apenas 3, em cinco tiros. Senti-me envergonhado e nunca, na vida, vou esquecer o seu valor.
É, também por este episódio, que estou seguro que o Alf João Bacar Djaló já usava os galões de Alferes, que, aliás, eram de inteiro mérito, ante o que ouvia ter ele feito pelos nossos.
Sem polémicas, admirável amigo. Não quero, mesmo, polémicas. Já tenho, só pelo que se passou comigo, erros e polémicas Administrativas a mais.
Grato por me leres.
Aquele enorme abraço, do Santos Oliveira
__________
Notas de L.G.:
(*) 24 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2301: Tabanca Grande (41): Santos Oliveira, 2.º Sarg Mil de Armas Pesadas Inf (Como, Cufar e Tite, 1964/66)
(**) Vd. postes da série Álbum Fotográfico de Santos Oliveira:
15 de Outubro de 2008 Guiné 63/74 - P3318: Album fotográfico de Santos Oliveira (1): Tite
6 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3416: Album fotográfico de Santos Oliveira (2): Tite, Tempestade tropical
10 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3434: Album fotográfico de Santos Oliveira (3): Tite, dia de ronco
15 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3458: Album fotográfico de Santos Oliveira (4): Tite
23 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3505: Album fotográfico de Santos Oliveira (5): Tite, Outubro de 1965
6 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3577: Album fotográfico de Santos Oliveira (6): Tite e Enxudé
24 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2301: Tabanca Grande (41): Santos Oliveira, 2.º Sarg Mil de Armas Pesadas Inf (Como, Cufar e Tite, 1964/66)
(***) Vd. poste de 20 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2569: Tugas - Quem é quem (3): João Bacar Djaló (1929/71) (Virgínio Briote)
Vd. também:
2 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 – P4275: Tugas - Quem é quem (4): João Bacar Djaló (1929/71) (Magalhães Ribeiro)
9 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 – P4313: Tugas - Quem é quem (5): João Bacar Jaló (1929-1971) (Benito Neves, Mário Fitas e João Parreira)
Guiné 63/74 - P4607: III e IV Encontro Nacional do Nosso Blogue (16): Micro-filme com imagens de Monte Real (dias 17Maio2008 e 6Junho2009)
1. O nosso Camarada Jorge Canhão, que foi Fur Mil da 3ª Cia do BCAÇ 4612/72, Mansoa 1972/74, enviou-nos um filme, sem mais palavras mas com muitas imagens, que dedica a todos os Tertulianos, que estiveram presentes nas 2 últimas confraternizações anuais do pessoal “bloguista”, que decorreram na bonita e acolhedora Quinta do Paúl, em Ortigosa, Monte Real.
Um abraço,
Jorge Canhão
_________
Notas de M.R.:
(*) Vd. último poste desta série em:
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