segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26165: Notas de leitura (1745): À descoberta do passado de África, por Basil Davidson (3) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 31 de Julho de 2023:

Queridos amigos,
Aqui se versa a história do comércio de escravos, a era colonial e o quadro das independências no continente africano. A par de dados inequivocamente rigorosos, é nítido o desconforto de Basil Davidson a analisar o pacto estabelecido ao longo de séculos pelas chefaturas africanas e os comerciantes de escravos. É fidedigno o relato deste crescendo comercial polarizado para as Américas, tocou o Brasil, o Caríbe e a América Central e uma boa parte do que é hoje os Estados Unidos da América, prende-se com o açúcar, o tabaco, o algodão, a prata e o ouro e os diamantes, o trabalho do engenho, das plantações, das minas, até mesmo como na África do Sul o negro era escravizado ou induzido ao trabalho forçado. Houve escravos que resistiram, foi o caso do Haiti, revoltaram-se e foram massacrados pelos exércitos franceses.. Estes escravos africanos foram pioneiros do Novo Mundo,na Virgínia, Carolinas, na Geórgia, reformularam a estrutura do Brasil. A era colonial que despontou no século XIX entrará no ocaso no fim da Segunda Guerra, dos anos 1960 em diante o quadro político irá transfigurar-se. Desgraçadamente, ainda se pode utilizar o título de uma obra de René Dumont, "A África negra começou mal", este mesmo agrónomo escreverá mais tarde sobre a África estrangulada e o drama dos africanos nordestinos, em particular na região do Sahel.

Um abraço do
Mário



À descoberta do passado de África, por Basil Davidson (3)

Mário Beja Santos

A edição original é de 1978 e a tradução portuguesa de 1981, Sá da Costa Editora, que também produziu uma edição para o Ministério da Educação da República Popular da Angola. Basil Davidson, jornalista e escritor, tem vasto currículo ligado aos movimentos independentistas de língua portuguesa, recordo que foi ele que propiciou a ida de Amílcar Cabral a Londres em 1960, o líder do PAIGC (então PAI) apresentou um significativo documento sobre as colónias portuguesas, deu conferências e conversou com parlamentares, estabeleceu apoios. Este livro é uma introdução à história dos africanos, decorre às vezes numa atmosfera de intenso elogio ao contributo dos africanos para o progresso do Mundo Antigo, enfatizará a ascensão e esplendor de civilizações famosas do vale do Nilo, e iremos ver referências a mercadores e impérios, o Gana, o Mali e o Songai; haverá uma exposição quanto à importância da África Oriental e Central, como é óbvio procuraremos relevar o que ele escreve sobre a África Ocidental. Em tom francamente divulgativo, seguem-se exposições quanto ao modo de vida dos africanos, uma exposição sobre o comércio de escravos e, por fim, um capítulo dedicado ao colonialismo e independência.

Chegou o momento de nos centramos no comércio de escravos, em devido tempo já se observou que Davidson é francamente omisso quanto à natureza do comércio de escravos que se fazia dentro do continente, do Norte de África na bacia do Mediterrâneo e através do Norte de África para a Península Arábica e arredores. Dirá, de raspão, que o comércio de escravos remontava à época romana e que fazia parte importante da vida quotidiana da Europa, fala em escravos europeus, e dirá em dado passo:
“Estados cristãos, especialmente as cidades-Estados da Itália, tais como Génova e Veneza, vendiam muitos escravos europeus para os reis do Egito e Ásia Ocidental. E quando o fornecimento de não-cristãos baixava, eles compravam cristãos e vendiam-nos também.”
Suaviza a vida destes escravos, dizendo que eram muito bem tratados porque eram caros e acrescenta:
“Enquanto o comércio de escravos se confinou à Europa e África pouco mais foi do que um comércio de cervos domésticos e artífices, dado que as condições de vida dos escravos eram muito semelhantes às da maioria da gente pobre desses tempos.”

Há algo de muito cor-de-rosa nesta narrativa, para contrastar com a brutalidade do tráfico negreiro que se processará por europeus de África para as Américas, tráfico que envolveu portugueses, espanhóis, franceses, ingleses, holandeses e dinamarqueses, sobretudo. Tornara-se vital encontra mão de obra para a indústria açucareira, seguir-se-á o cultivo de algodão e a pesquisa de ouro e pedras preciosas. Os chefes africanos entraram no comércio de escravos, fizeram acordos amigáveis, aceitaram auxílio militar ocasional de piratas, ficaram satisfeitos por comprar produtos europeus, venderam ouro, marfim, pimenta e as provisões alimentares às tripulações dos navios europeus. Estes reis, ávidos de riquezas, lançaram-se em guerras para ter mais prisioneiros que seriam feitos escravos. Davidson encontra uma explicação para este comportamento dos chefes africanos: sentiam a atração por possuir esses produtos longínquos e queriam comprar armas, medida que irá merecer a reprovação de muitos, há mesmo testemunhos de quem protestava dizendo que aquela venda de armas era como entregar aos africanos uma faca para cortar os nossos próprios pescoços. Davidson elenca o funcionamento do comércio e depois o seu termo, e as consequências futuras destes africanos que passaram a integrar o destino dos povos americanos. Releva igualmente a importância dos escravos na fase pioneira do Novo Mundo trabalhando como mineiros, agricultores e criadores de gado.

E assim chegámos ao último capítulo da obra, caminha-se para a África moderna, entre a era colonial e a África de Estados independentes. Enumeram-se as razões que conduziram povos europeus ao colonialismo africano e não se esconde que os africanos pagaram um preço extra pelo envolvimento dos seus reis e mercadores no comércio de escravos. Este processo colonialista fez-se acompanhar, obviamente, de uma lógica de extração de riqueza, depois da Conferência de Berlim as potências coloniais foram implicadas na ocupação efetiva do território e Davidson faz uma súmula de quatro períodos principais:
“Como funcionou o sistema colonial? Qual o seu significado para a África? As respostas a estas perguntam podem achar-se se observarmos o que aconteceu entre cerca de 1880 e 1960. Podemos distinguir quatro períodos principais.
Primeiro, o período de invasão e conquista anterior e posterior à Conferência de Berlim de 1884-1885. Durou até cerca de 1900
Segundo, o período de montagem do sistema colonial e de destruição dos últimos remanescentes da resistência armada africana. Este prolongou-se até 1920, ou mais tarde em algumas colónias.
Terceiro, o período central do domínio colonial. Na maioria dos casos, este estendeu-se de cerca de 1920 até cerca de 1950, embora também com exceções.
Quarto, o período em que uma nova e sempre bem-sucedida forma de resistência política africana contra o domínio estrangeiro ocupou o centro do palco. Isto começou a acontecer cerca de 1950. A nova forma de resistência política chamou-se nacionalismo. Era um nacionalismo orientado, não para a conquista de outros, mas para a recuperação da independência africana adentro das fronteiras coloniais, que os africanos agora aceitavam como sendo as fronteiras das novas nações independentes que queriam construir.”

Conhecemos bem as guerras que ocorreram dentro deste quarto de período. O autor procura fazer uma reflexão sobre os insucessos africanos, é o caso do baixo nível tecnológico, a desunião no interior dos Estados africanos, a propagação de tribalismo, as debilidades da educação colonial (que refletiam atitudes das classes dominantes da Europa). Conta-se sumariamente a história das vias de resistência africana, a importância que teve a Segunda Guerra Mundial na desarticulação dos ideais imperiais, a alvorada da liberdade política e os casos de luta armada.

Os graves problemas não desapareceram com as independências, é o caso das fronteiras. “A ideia europeia de Estado, legado aos africanos, é que ele deve consistir numa única nação, com uma fronteira a limitá-lo. Para além da fronteira ficam outras nações diferentes. Contudo, esta asseada ideia de que devia ser um Estado não foi a ideia que os europeus efetivamente aplicaram em África. Eles retalharam a África em cinquenta colónias, ao sabor dos puxões e empurrões dos interesses e rivalidades europeus, e de maneira nenhuma de acordo com os interesses dos povos cujos países invadiram.
Muitas vezes os europeus limitaram-se a traçar linhas em mapas, mesmo quando tinham apenas uma vaga noção acerca dos povos e dos países através dos quais as linhas passavam. O resultado foi que poucas das fronteiras coloniais faziam qualquer sentido para a gente que vivia lá dentro.”

O Congo é um exemplo flagrante.

Subsistem os perigos da herança colonial e de um nacionalismo estreito. O fim da Guerra Fria parecia anunciar a retoma da via democrática, em muitos casos estes países imobilizaram-se e aguardam vias para o desenvolvimento, isto a despeito da ajuda da cooperação internacional se fazer com inegáveis benefícios, como é flagrante a gradual descida da mortalidade infantil e de doenças devastadoras.

Basil Davidson (1914-2010)
Mercado de escravos na região do atual Senegal
Aguarela sobre papel "Engenho manual que faz caldo de cana", Jean-Baptiste Debret, 1822
Divisão de África, finais do século XIX
Grupo ligado à Casa de Estudantes do Império, Amílcar Cabral é o segundo de pé à direita
Nelson Mandela
_____________

Notas do editor

Post anterior de 11 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26141: Notas de leitura (1743): À descoberta do passado de África, por Basil Davidson (2) (Mário Beja Santos)

Último post da série de 15 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26158: Notas de leitura (1744): O Arquivo Histórico Ultramarino em contraponto ao Boletim Official, até ao virar do século (2) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P26164: Lembrete (48): Termina âs 12h00 de amanhã, 3ª feira, o prazo para a inscrição no 58º Convívio / Almoço de Natal, da Magnífica Tabanca da Linha, em Algés, 5º feira, dia 21... Há já 54 inscrições (Manuel Resende)

 


Algés > Restaurante Caravela d'Ouro > 24 de janeiro de 2019 > 9º aniversário > Foto de grupo... Sob a proteção tutelar do saudoso "régulo" Jorge  Rosales (1939-2019), cofundador e líder desta tertúlia de antigos combatentes da Guiné (efígie à esquerda,  ao alto). Foto: Manuel Resende (2019)



Lista (provisória) dos inscritos  no 58º Convívio da Magnífica Tabanca da Linha ( simultaneamente Almoço de Natal 2024). Há, para já, 7 "magníficos" que vêm pela primeira vez.


MAGNÍFICA TABANCA DA LINHA

58º Convívio / Almoço de Natal'24 

Data - Quinta, 21 de novembro de 2024


Local - RESTAURANTE: CARAVELA DE OURO (Algés)

Morada: Alameda Hermano Patrone, 1495 Algés |

Telefone: 214 118 350

Estacionamento em frente tem sistema de "Via Verde Estacionar"


INSCRIÇÕES

Inscrições até ao meio dia de terça,  19/11/ 202 | 
Manuel Resende: Tel - 919 458 210 | email: manuel.resende8@gmail.com 


PREÇO POR PESSOA ... 25.00€
 
Peço que tragam a quantia certa para evitar trocos:  25 Euros. (Quem quiser pagar por Multibanco, vá ao Rés-do-Chão e, ao entrar para a sala, apresente o duplicado.)

E M E N T A 
 
12h30 > APERITIVOS DIVERSOS

  • Bolinhos de bacalhau - Croquetes de vitela - Rissóis de camarão - Tapas de queijo e presunto 
  • Martini tinto e branco - Porto seco - Moscatel.

13h00 > ALMOÇO
  • SOPAS > Canja de galinha ou Creme de Marisco
  • PRATO PRINCIPAL > Bacalhau à Caravela de Ouro (parecido com bacalhau à minhota)
  • SOBREMESA > Salada de fruta ou Pudim | Café
  • BEBIDAS INCLUIDAS > Vinho branco e tinto “Ladeiras de Santa Comba" |  Águas - Sumos - Cerveja
_________________

Nota do editor

Último poste da série > 8 de outubro de 2024 > Guiné 61/74 - P26022: Lembrete (47): Sessão de apresentação do livro "O (Ainda) Enigma da Vida Intelectual e Científica de João Barreto", de Mário Beja Santos, a ter lugar no próximo dia 10 de Outubro de 2024, quinta-feira, pelas 16h00, na Sociedade de Geografia de Lisboa

Guiné 61/74 - P26163: Fotos à procura de... uma legenda (186): O "gavião" que perdeu, não a "pena", mas... as legendas das fotos nº 23 e 25 do seu álbum... Ele pergunta se será Catió (...falamos do cor art ref Morais Silva)

 
~
Foto nº 23A

Foto nº 23B

Foto nº 23C

Foto nº 23D

Foto nº 23E

Foto nº 23

 
Foto nº 25A


Foto nº 25B

Foto nº 25C


Foto nº 25

Fotos nºs 23 e 25 > Guiné > Região de Tombali > Setor S3 (Catió) >  1971 > Vista aérea de uma guarnição militar no sul > Seria Catió ? >

 Fotos (e legendas) : © Morais da Silva (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Cor art ref Morais da Silva: (i) cadete-aluno nº 45/63 do Corpo de Alunos da Academia Militar e depois professor de investigação operacional na AM, durante cerca de 2 décadas; (ii) no CTIG, foi instrutor da 1ª CCmds Africanos, em Fá Mandinga, adjunto do COP 6, em Mansabá, e comandante da CCAÇ 2796, em Gadamael, entre 1970 e 1972; (iii) fez parte do Grupo L34, na Op Viragem Histórica, no 25 de Abril de 1974; (iv) membro da nossa Tabanca Grande, com 146 referências no blogue:



1.  São fotos obtidas, "by air", pelo nosso grão tabanqueiro cor art ref Morais da Silva,  quando ainda era jovem capitão, cmdt da CCAÇ 2796, os "Gaviões"  (Gadamael, jan 1971 / out 72). 

O "gavião" Morais Silva anda  "arrumar" os seus "slides" da Guiné.. E tem uns tantos de que perdeu as legendas (Fotos nºs 23, 25, 29 e 30) (*).

A memória já não era o que era e depois já se passaram 53 anos desde que ele os tirou, numa viagem de Bedanda a Catió, quando foi fazer uma visita a um seu camarada e amigo, e igualmenmte beirão, como ele, o  Augusto José Monteiro Valente (1944-2012), cap inf, cmdt da CCAÇ 2792 (que também tinha um destacamento em Cabedú).

As fotos de hoje que andam à procura de uma legenda,  são as nº 23 e nº 25.  O Morais Silva pergunta se serão de Catió... 

Eu confesso que nunca lá estive (andei lá perto, em março de 2008) mas não tenho quaisquer dúvidas quanto à resposta certa... Temos bastantes fotos desta localidade e aquartelemento da zona sul, no nosso blogue, embora sem a qualdidade e o pormenores destas duas (nºs 23 e 25)... 

Quem acertar, estará mais perto de poder ganhar o Euromilhões desta semana... Fica aqui o desafio aos nossos leitores...

A foto nº 30 do álbum da Guiné, do nosso camarada, já está mais do que identificada (**)... É Cacine, pois, claro... Obrigado ao Valdemar Queiroz e ao António J. Pereira da Costa (Tó Zé para os amigos, PK para os camaradas da Academia Militar) (**)
 

 E sobre Cabedú  temos 103 referências (ver também a carta de Cacine (Escala 1/50 mil)-

Guiné 61/74 - P26162: Elementos para a História dos Pel Art - Parte I: Manuel Friaças, ex-fur mil art. 1º Pel Art (14 cm) (Cameconde e Cacine, 1971/73); vive em Aljustrel




Foto nº 1 e 1A > Guiné > Região de Tombali > Cameconde > 1º Pel Art > 1972 (?)






Foto nº 2 e 2A > Guiné > Região de Tombali > Cacine > 1º Pel Art > 1973


Foto nº 3  > Guiné > Região de Tombali > Cameconde > 1º Pel Art > c. 1971/72



Foito nº 4 > Guiné > Região de Tombali > Cacine > CCAÇ 2520 e  1º Pel Art  / > c. 1972  > Messe de sargentos (?)





Foto nº 5 e 5A > Guiné > Bissau > "Convívio durante um patrulhamento ao arame em Bissau 1973". (Publicado na página "Guiné-Recordações", Grupo Privado, 29 de março de 2022, 15:21)

Fotos (e legendas): © Manuel Friaças (2022). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Há um défice muito grande de informação sobre os Pel Art (Pelotões de Artilharia) que passaram pelo CTIG (integrados no BAC / BAC1 e depois, a partir de 1 de julho de 1970, no GAC1 / GA7).

 No final da guerra, eram mais de 3 dezenas, 34 ao todo... Só temos, no nosso blogue, referências (e para mais sucintas) a dezanove.


O que tem mais referências (=43) é o 23º Pel Art, que esteve em Gadamael, Cacine e Cuntima, graças aos postes de camaradas como, entre outros:

  • Manuel Vaz (Gadamael, 1965/67);
  • Vasco Pires (Gadamael, 1970/72);
  • Tibério Borges (Cacine, Cameconde, Gadamael e Bedanda, 1970/72);
  • Humberto Nunes (Gadamael e Cuntima, 1972/74);
  •  C.Martins (Gadamael, 1973/74)...

Vamos inaugural uma série com o título "Elementos para a História dos Pel Art". E vamos começar  pelo 1º Pel Art (14 cm), de que fez parte o Manuel Friaças, ex-fur mil art. Esteve em Cameconde e Cacine, entre 1971 e 1973. E, por exclusão de partes, só pode ter pertencido ao o 1º Pel Art (que não parece ter existido antes de 1971).

Encontrei, até agora, cinco fotos dele no Facebook. Ele tem uma página mas com uma muita reduzida atividade (não tem nenhuma publicação disponível). 

Também colaborou pontualmente na página  Escola Prática de Artilharia (Grupo Público), com um comentário.  Outra página, a dos Antigos Combatentes da Guiné (Grupo Público) reproduziu, sem qualquer edição, quatro fotos do seu álbum.

Na página da Escola Prática de Artilharia o Manuel Friaças comentou: 

"Estive nesse GI [Grupo de Instrução, da EPA] de abril a junho de 1971 e  [ fui 1º] cabo miliciano na 4ª BBF até setembro de 1971, data da mobilização para a Guiné" (9 de setembro de 2024, 14:24).

Na sua página pessoal, tem escassos elementos sobre si e a sua atividade operacional. Além das fotos que reproduzimos (depois de editadas, e que vinham sem legenda ou escassa informação sobre a data e o local), ficámos a saber que o Manuel Friaças:

(i) é alentejano de Aljustrel, onde de resto vive;

(ii) trabalhou na antiga Direcção Geral das Contribuições e Impostos (DGCI) (hoje Autoridade Tributária);

(iii)  estudou em Universidade de Évora.

Presume-ser que esteja reformado, sabendo-se que deve ter nascido por volta de 1949. Não temos o seu email. Mas fica desde já convidado a integrar a nossa Tabanca Grande. Tomamos "emprestadas" estas fotos, que são os primeiros elementos que encontramos para a história do 1º Pel Art.  Oxalá apareçam mais, dele e doutros camaradas.

2. Na época em que o nosso camarada Friaças esteve no CTIG, em rendição individual (1971/73), o 1º Pel Art esteve em Cameconde (1971/72) e depois foi transferido para Cacine (1973).


Em 1 de julho de 1971, o dispositivo das NT no subsetor de Cacine  / Setor S3 (BCAÇ 2930, Catió) era o seguinte:

  • CCaç 2726 (-) >  Cacine | 2 Pel  > Cameconde
  • 1º Pel Art (14 cm)  > Cameconde
  • Pel Mil 261/CMil 21 > Cameconde
  • Pel Mil 262/CMil 21 > Cacine
  • Pel Mil 263/CMil 21 > Cacine
Em 1 de julho de 1972, o dispositivo das NT no subsetor de Cacine  / Setor S3 (BCAÇ 2930, Catió) era o seguinte:

  • CCaç 3520 (-) > Cacine | 2 Pel Cameconde
  • 1° Pel Art (14cm) > Cameconde
  • Pel Mil 261 > Cacine (Reordenamento)
  • Pel Mil 262 (-)  > Cacine | 1 Sec > Cacine (Reordenamento)
  • Pel Mil 263 > Cacine

E,m 1 de julho de 1973, o 1º Pel Art (14 cm) estava em Cacine, subsetor de Cacine, COP 5, sendo a companhia de quadrícula a CCAÇ 3520 (com 2 pelotões em Cameconde e 1 no subsetor de Gadamael-Porto). Havia mais as seguintes subunidades no subsetor de Cacine:

  • Pel Mil 261 > Cacine (Reordenamento)
  • Pel Mil 262 (-) > Cacine | 1 Sec Cacine (Reordenamento)
  • GEMil  263  >  Cacine
  • CArt 6552/72 > Cameconde
  • Pel Rec Fox 3115 >  Cacine
Em 10 de abril de 1974, o dispositivo militar era o seguinte ( além do DFE 22. temporariamente em Cacine, e às ordens do Comando do COP 5):
  • CCav 8354/73 > Cacine
  • 1° Pel Art (l4 cm)  > Cacine
  • CArt 6552/72 >  Cameconde
  • Pel  Rec Fox 8871/73 >  Cacine
  • Pel Mil 261 > Cacine (Reordenamento)
  • Pel Mil 262 (-) > Cacine | 1 Sec > Cacine (Reordenamentp)
  • GEMil 263 > Cacine
Fonte: Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 6º volume: aspectos da actividade operaciona. Tomo II: Guiné, Livro III, Lisboa: 2015,  554 pp.

PS - Não encontrámos quaisquer referências ao 1º Pel Art anteriores a 1971, nos livros da CECA, 6º volume (aspectos da actividade operaciona), tomo II (Guiné), Livros I e II. 

3. Fichas de unidade > BAC / BAC1 e GAC7/GA7

3.1. Bateria de Artilharia de Campanha | Bateria de Artilharia de Campanha nº  1

Identificação BAC | BAC 

Cmdt (a): Cap Art António Soares Fernandes | Cap Art Carlos Rodrigues Correia | Cap Art José Júlio Galamba de Castro | Cap Art João Carlos Vale de Brito e Faro |! Cap Art Ernesto Chaves Alves de Sousa | Cap Art José Augusto Moura Soares (a) (Os Cmdts Btr são apenas indicados a partir de 1jan61)

Divisa: "Os Olhos na Pátria e a Pátria no Coração"
Início: Anterior a 1jan61 | Extinção: 30kun70

Síntese da Actividade Operacional

Era uma subunidade da guarnição normal, com existência anterior a 1jan61 e foi constituída por quadros metropolitanos e praças indígenas do recrutamento local, estando enquadrada nas forças do CTIG então existentes.

Inicialmente, destacou efectivos para guarnecer algumas localidades até à chegada de forças de Caçadores, nomeadamente para Bissorã, de finais de abr61 a meados de ag061 para Mansabá, de finais de abr61 a princípios de nov61 e para Enxalé, de princípios de jun61 a princípios de nov61.

Após ter destacado pelotões de material 8,8 cm para Mansabá, a partir de 10ut63, para Bissorã, de 6nov63 a 24dez63, para Olossato, a partir de 24dez63 e para Catió, a partir de 4fev64 - este destacamento, inicialmente, para apoio da operação "Tridente", nas ilhas de Como, Caiar e Catunco, continuou a formar pelotões para atribuição em apoio de fogos a diversas guarnições. 

Assim, constituiu durante o ano de 1964 mais três pelotões, em 1966 mais seis pelotões, dos quais, três de material 11,4 cm e em 1967 mais três pelotões, estes de material 14 cm.

Em 1abr67, a subunidade passou a designar-se Bateria de Artilharia de
Campanha n.º 1.

A partir de 1968, os pelotões de 8,8 passaram a ser equipados com material de 10,5 cm, tendo ainda sido formados mais 7 pelotões de 10,5 e mais 4 pelotões de 14 cm, um dos quais, por extinção de um pelotão de 11,4 cm.

A localização dos pelotões foi caracterizada fundamentalmente pela capacidade de atuação sobre as linhas de infiltração do inimigo e de reação aos ataques sobre os aquartelamentos fronteiriços, como S. Domingos, Guidage, Cuntima, Buruntuma, Cabuca, Aldeia Formosa, Guileje e Cameconde, entre
outras e para prolongar as acções de fogo sobre as áreas de refúgio tradicionais do Morés, Tiligi, Caboiana, Quínara, Tombali e Cubucaré, entre outras.~

Em 1out70, a subunidade foi extinta e os seus meios foram transferidos para o GAC 7, então criado.
Observações - Não tem História da Unidade.

3.2. Grupo de Artilharia de Campanha nº 7 | Grupo de Artilharia nº 7

Identificação:  GAC 7 | GA 7

Cmdt: TCor Art António Luís Alves Dias Ferreira da Silva | TCor Art António Cirne Correia Pacheco | TCor Art Martinho de Carvalho Leal |! Maj Art José Faia Pires Correia

2.° Cmdt (a): Maj Art João Manuel de Magalhães Melo Mexia Leitão | Maj Art José Joaquim Vilares Gaspar | Maj Art Martinho de Carvalho Leal | Maj Art José Faia Pires Correia | Cap Art Jaime Simões da Silva | (a) só a partir de 27mar71

Divisa:
Início: 1jul70 | Extinção: 140ut74

Síntese da Actividade Operacional

A unidade foi criada em 1jul70, a partir dos meios de Artilharia da BAC 1, os quais já englobavam, na altura, 114 bocas de fogo constituídas em 27 pelotões, dos quais 16 pelotões eram de material 10,5, 2 pelotões de 11,4 e 9 pelotões de 14. 

Posteriormente, foram ainda organizados mais um pelotão de 10,5, em 1972 e mais um pelotão de 8,8, outro de 10,5 e dois pelotões de 14, em 1973.

Na sequência da missão da BAC 1, continuou a exercer o comando e controlo técnico dos diferentes pelotões colocados em apoio de fogos das diversas guarnições do interior, tendo comandado e coordenado diversas acções de fogo sobre bases inimigas situadas junto da fronteira. 

Comandou e coordenou ainda a atividade das subunidades de AA (antiaéreas).

Em 14nov70, passou a designar-se Grupo de Artilharia n.º 7, a fim de harmonizar a sua designação com o comando e controlo de baterias de AA, entretanto colocadas na Guiné, de acordo com despacho ministerial de 11ag070.

Após a recolha dos pelotões existentes, de acordo com o plano de retracção do dispositivo, a Unidade foi desactivada a partir de 2set74, tendo sido posteriormente extinta.

Observações - Não tem História da Unidade.

Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pp. 658/661.

domingo, 17 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26161: Fotos à procura de... uma legenda (185): O fotógrafo, o então cmdt da CCAÇ 2796, "Os Gaviões" (Gadamael, 1970/72), Morais Silva (hoje cor art ref) pergunta se seria Cacine... Vejam se o podem ajudar, que ele quer arrumar os "slides"...






Guiné > Região de Tombali > Gadamael > CCAÇ 2796 (Gadamael, 1970 / 72 ) > Vista aérea de uma guarnição militar no sul 

Foto nº 30 de um álbum do cor art ref Morais da Silva:, ex-cmdt, CCAÇ 2796, os "Gaviões" (Gadamael, 1970/72).


Foto (e legenda) : © Morais da Silva (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Vamos lá ajudar o "gavião" Morais Silva a "arrumar" os seus "slides"... Quem andou por aqui, "por terra, ar e mar" (ou rio), tem de (re)conhecer o sítio... Ele pergunta se seria Cacine... 

Ele tirou esta e outras fotos (*) quando fez uma viagem aérea, de Gadamael a Catió,  para visitar o seu camarada Augusto José Monteiro Valente (1944-2012), cap inf,  que estava então a comandar a CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72).

O marcador "Cacine" tem 128 referências no nosso blogue. Temos também a carta de Cacine (Escala 1/50 mil)-

___________

Nota do editor:

sábado, 16 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26160: Os nossos seres, saberes e lazeres (654): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (179): Regresso aos Açores, às ilhas do grupo oriental (8) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 31 de Julho de 2024:

Queridos amigos,
Com uma certa inquietação quanto ao rigor dos itinerários que acompanham a sucessão das imagens, negligenciado o uso de anotações do caderninho do viajante, sinto que é um certo destempero entre o que se passou neste segundo dia e a fixação das imagens, paciência. Olhando para o mapa, sei que andei pela costa sul, que estive no Farol da Maia, que passei pelo Santo Espírito, ali funciona a outra parte do Museu Municipal, estava encerrado, o passeio progrediu por Sta. Bárbara e S Pedro, com regresso a Vila do Porto. À tarde, o meu querido amigo José Braga Chaves levou-me à baía de S. Lourenço, estivémos no miradouro dos Picos, mas sei também que estive no Pico Alto, não me aparece no encadeamento das imagens, logo se verá, e depois fomos aos Anjos, costa norte, um mar soberbo, conheci uma parte da sua família, jantei em sua casa, um dia e tanto, deve ser da idade, emociono-me muito, parece que foi há bem pouco que lhe dei a recruta no quartel a 7 km de Ponta Delgada.

Um abraço do
Mário



Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (179):
Regresso aos Açores, às ilhas do grupo oriental – 8


Mário Beja Santos

No fim do primeiro dia tão emocionante em Sta. Maria, procurei pôr as leituras em dia, o mesmo é dizer que dei toda a atenção ao livro Ilha de Gonçalo Velho, de Jaime de Figueiredo, teve a sua 1.ª edição em 1954, esta 2.ª edição que manuseio é de 1990. Registo alguns aspetos que me chamaram à atenção: que nos anos em chove a tempo, caindo boas aguinhas, poderá haver bom trigo de caldeação, nas terras de sequeiro, milhos nas leiras do interior, cevadas para torrefação, batatas, nabiças, inhames, vários legumes, e entre eles a lentilha chamada bonita ou veniaga; fruta, pouca, mas nas fajãs da beira-mar apanham-se uvas excelentes: isabela, verdelho, diagalves, bastardo, sabrainho, mourisco, alicante e moscatel.

Dirá o leitor que isto são insignificâncias para o roteiro da viagem, faço o possível para entender a natureza do meio, é esta que dinamiza a pessoa de quem procura entender-me. Continuando, fico a saber que se explora a pedra de cal e o almagre, para tingir as louças grosseiras (deve ser coisa do passado); as madeiras são a acácia e o viático, para a marcenaria; a giesteira e o eucalipto, para a tanoaria; o pinheiro e a criptoméria para as construções; a pescaria é rica, tem bonitos e cavalas, badejos e garoupas, abróteas, chernes, polvos, lapas e búzios e muito mais. Talvez influenciado pelo que vi na rota das olarias, vejo que os marienses exportavam barro em bolas, possuíam a melhor argila. Seguramente que aquilo que o autor escreveu em 1954 já foi eliminado pela sociedade de consumo:
“A indústria fazia-se por processos rotineiros: nas tendas de oleiros e telheiros, e nos fornos primitivos; ao ar livre, batem-se as bolas de argila, que se contam nas medidas de talhas e caminhos; nos teares rústicos, tecem-se as mantas e colchas, quando há sombra, a dona da casa leva a cardar, a fiar e a fazer obra de lã – meiotes e camisolas para os embarcadiços; no zagões, em dias de chuva, com a trança de palha e vimes, armam-se chapéus e maletas, cestas e baleios, açafates e canastras; e mói-se o cereal, em farinha ou em carolo, nas azenhas, ao longo das ribeiras; nas atafonas, puxadas por jumentos; e nos moinhos, bracejando os velames enfunados…”

Gosto destas imagens do passado, as festas em Espírito Santo, o casario em Valverde, uma imagem de O Figueiral, o Farol de Gonçalo Velho que alguém me disse que é o Farol da Maia, ali perto está o ilhéu do Romeiro, as fotografias do aeroporto, o bairro residencial, que irei visitar mais tarde, o Forte de S. Brás. O dia começa com nova emoção, desta feita enquanto tomo o pequeno-almoço aproxima-se um homem da minha idade, quase ciciando, pedindo licença pela intrusão, pergunta-me se eu conheço um blogue chamado Luís Graça, que ele acompanha religiosamente lá nas Américas onde vive. O episódio já está contado no blogue, irei acompanhar a mulher que me quer mostrar a casa onde viveu na infância.

E vai começar a minha manhã de viajante.

A propensão habitual é de captar imagens de cima para baixo, o desfrute da amplidão da panorâmica, onde não falta aquele azul-marinho que me recorda a Grécia. Pedi licença para sair da viatura e fixar esta imagem, sempre me impressionou o céu nublado, esta preocupação de plantar nas bermas, fixo-me no céu e à minha maneira sai-me uma reza de gratidão por estes privilégios de que sou cumulado.
Poderá ser uma banalidade, nas ilhas, é do senso comum, há estes rochedos abruptos, parece que toda esta costa alinhada se agiganta como uma fortaleza inexpugnável, mas o que verdadeiramente me sensibiliza é o contraste da massa rochosa a abraçar este oceano que nesta costa tem ondulação serena.
No livro de Jaime de Figueiredo ele fala no Farol de Gonçalo Velho, quem me acompanha chamou-lhe Farol da Maia, a perspetiva é impressionante, mas um pouco mais adiante pedi para voltar a sair do carro, maravilha-me o trabalho do homem a esquadrinhar, uma terra que se pensava ser estéril, é uma encosta vinhateira que nos encanta.
O Barreiro da Faneca, conhecido por “deserto vermelho”, enfeitiça o visitante com a sua superfície ondulante e suave, com tonalidades várias consoante a hora do dia. Em toda a região açoriana não há um deserto como este.

Eu quero confessar ao leitor que saboreio estas impressionantes paisagens, ando um tanto à deriva, confiando numa memória que já não funciona como dantes, já não sei se estou em Santo Espírito, em Santa Bárbara ou S. Pedro, não para de farejar com este fenómeno para mim insólito desta ilha que tem 17 km de maior extensão e uma superfície de 97 km2 ter tal e tanta profusão de paisagem, é claro que no primeiro e neste segundo dia ando por lugares acidentados, a planura ficará para quando visitar toda a região do aeroporto, não foi por acaso que o ali o instalaram e fizeram em tempo prodigioso aquela pista que tanto serviu no fim da guerra como depois importante aeródromo civil.

Uma vista do miradouro dos Picos
Baía de S. Lourenço

Em outubro de 1967, o navio Carvalho Araújo aqui aportou para largar mercadoria, ainda fomos a terra, tudo me encantou, disse para mim que um dia havia de voltar e pela gravura junta se pode perceber como este panorama está na lista dos mais famosos que a ilha de Sta. Maria oferece, as diferenças em mais de meio século são enormes. Não retive a informação da infraestrutura portuária, agora é estância turística e não me posso esquecer que havia ali uma caixinha com oferta de livros e encontrei um livro de Georges Simenon que não conhecia, um policial imaginativo que devorei até Lisboa.
Aeroporto de Sta. Maria, a torre de controlo moderna e a do antigamente. Volto à leitura de Jaime Figueiredo, ele fala do movimento ininterrupto nas pistas dos quadrimotores, bimotores e aviões de caça. “Quando da evacuação dos exércitos até do Extremo Oriente, ali vinha pousar todos os dias, num meio de barulho ensurdecedor, mais de uma centena de aparelhos, de regresso aos EUA. A parte central do campo de aviação ocupa uma área de cerca de 6 km2, sendo 2 de largura e 3 de comprimento.” E o publicista recordará que finda a guerra a ilha era a placa giratória entre a América, África e Europa, aviões que ligavam as maiores capitais: Nova Iorque, México, Havana, Caracas, Lisboa, Madrid, Paris, Roma e Londres. “Em 1948, no pleno auge do aeroporto, era espantoso e esmagador o novo tráfego comercial, que chegava a parecer inverosímil! Alguns números bastam para o afirmar de modo eloquente: 330 embarcações, 2168 aeronaves; 61.958 passageiros.”
Uma recordatória da ANA alusiva aos 65 anos do aeroporto. Em 1968, quando convidei a minha mãe a visitar S. Miguel, com o apoio de amigas que a acolheram, ela viajou de Lisboa para Sta. Maria e daqui para o chamado Aerovacas, não sei precisar o local, talvez na freguesia da Maia, era uma boa planura, dado o sinal da hora de chegada, as vacas eram meticulosamente afastadas para que o bimotor aterrasse em segurança.
Pormenor das pistas do aeroporto de Santa Maria
Ermida de Nossa Senhora dos Anjos, na freguesia do mesmo nome

A Ermida de Nossa Senhora dos Anjos está localizada à entrada da povoação de Anjos, na paroquia de São Pedro da Ilha de Santa Maria, Açores, Portugal. Esta modesta ermida do século XIX está carregada de história, pois junto a ela permanece em pé um arco da primitiva capela em que Cristóvão Colombo rezou, após largar âncoras na baía do Cré, no ano 1493 no seu regresso da sua viagem de descoberta da América. A igreja original foi construída em madeira e com teto de palha, e reconstruída em alvenaria de pedra entre 1460 e 1474. Em finais do século XIX sofreu obras de restauração que resultaram na sua imagem atual.
Imagem tirada perto da Praia Formosa

(continua)
_____________

Nota do editor

Último post da série de 9 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26131: Os nossos seres, saberes e lazeres (653): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (178): Regresso aos Açores, às ilhas do grupo oriental (7) (Mário Beja Santos)