Fernando de Sousa Ribeiro. Vive no Porto. Mss também gosta de Lisboa onde viveu e trabalhou Term página no Facebook |
Obrihgado, Luís, pelos votos e pelo vídeo.
Alguma coisa tem vindo a mudar em Angola desde que João Lourenço assumiu a presidência. Este vídeo [, em que o comandantenacional da política denuncia, publicamente, a corrupção na instituição e expulsa das suas suas fileiras alguns dos seus mais elementos] é uma demonstração real disso.
Mas as dificuldades que o João Lourenço está a enfrentar são provavelmente maiores do que as que ele esperava encontrar, sobretudo no que ao repatriamento de capitais desviados para os paraísos fiscais diz respeito.
Até agora, ele só tem ouvido palavras aparentemente muito simpáticas de vários governos e entidades internacionais, mas sem consequências práticas. O Reino Unido, então, já recusou repatriar os 500 Milhões de dólares desviados do Fundo Soberano de Angola pelo filho mais novo do José Eduardo dos Santos, José Filomeno dos Santos, e sua quadrilha. É a pérfida Albion no seu "melhor".
De qualquer modo, o tempo parece estar a jogar a favor de João Lourenço, que vai consolidando o seu poder, mas também joga contra ele, porque a economia angolana não parece estar a "levantar voo", nem pouco mais ou menos. Espera-se que este ano a economia do país entre em recessão, o que é muito mau.
Esperemos para ver, desejando que as coisas melhorem, para bem de um povo que eu aprendi a amar, graças aos maravilhosos subordinados angolanos que tive o supremo privilégio de comandar e pelos quais choro copiosas lágrimas de saudade.
A este respeito, permito-me reproduzir as seguintes palavras que lhes dediquei no meu livro inédito de memórias da guerra, a que dei o título de "Dignidade e Ignomínia":
Sinto um orgulho enorme nos subordinados [portugueses e angolanos] que me coube comandar.
(...) Posso (...) afirmar categoricamente que fui um privilegiado por ter tido a meu lado companheiros dotados de uma tal fibra.
Fui ainda mais privilegiado porque entre eles havia angolanos, que foram das pessoas mais extraordinárias que conheci. Não há dinheiro no mundo que pague toda a sua sabedoria, toda a sua generosidade e toda a sua sensibilidade. Depois de os ter conhecido, nunca mais fui o mesmo.
Tenho os seus nomes escritos em letras de ouro no meu coração: Domingos Amado Neto, Silva Alfredo dos Santos, Domingos Cangúia, Diogo Manuel, Ramiro Elias da Silva, Domingos Jonas, Mateus Tchingúri, Jonas Vitorino, Lucas Quinta, Henrique Luneva, Raimundo Nunulo, Domingos Dala, Fortunato Francisco João Diogo e Simão João Leitão Cavaleiro. Nunca os esquecerei.
Os nossos camaradas angolanos eram filhos do povo. Do admirável e sofrido povo de Angola. Quer isto dizer que, para a esmagadora maioria deles, foi só quando passaram a fazer parte da nossa companhia que eles puderam, pela primeira vez nas suas vidas, relacionar-se com brancos de igual para igual. Olhos nos olhos, ombro com ombro, de homem para homem. E eles foram insuperáveis no companheirismo e na dignidade com que se relacionaram connosco, os europeus da companhia.
Encontrando-se na mesma situação que nós, os nossos camaradas angolanos não se limitaram a partilhar as suas vidas connosco no seio da companhia; eles fizeram parte integrante de nós mesmos, tanto quanto isto foi possível.
Eles travaram os mesmos combates que nós.
Eles caíram nas mesmas emboscadas que nós.
Eles enfrentaram as mesmas minas que nós.
Eles contornaram as mesmas "bocas‑de‑lobo" que nós.
Eles suaram os mesmos cansaços que nós.
Eles enjoaram as mesmas rações de combate que nós.
Eles dormiram debaixo da mesma chuva que nós.
Eles tremeram os mesmos medos que nós.
Eles riram as mesmas alegrias que nós.
Eles choraram as mesmas saudades que nós.
Eles acalentaram as mesmas esperanças que nós.
Eles foram nós. Todos fomos nós." (...)(**)
Um abraço
Fernando de Sousa Ribeiro
Fernando de Sousa Ribeiro
Porto, 12 de janeiro de 2019
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 11 de novembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19183: Tabanca Grande (469): Fernando de Sousa Ribeiro, ex-alf mil, CCaç 3535 / BCaç 3880 (Angola, 1972 / 74); nosso grã-tabanqueiro, nº 780.
(**) Último poste da série > 4 de janeiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19360: (Incitações) (123): "Massor av Sol och blå himmel" [Muito Sol e céu azul !]... Votos de Ano Novo , do réguloda Tabanca da Lapónia, José Belo
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 11 de novembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19183: Tabanca Grande (469): Fernando de Sousa Ribeiro, ex-alf mil, CCaç 3535 / BCaç 3880 (Angola, 1972 / 74); nosso grã-tabanqueiro, nº 780.
(**) Último poste da série > 4 de janeiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19360: (Incitações) (123): "Massor av Sol och blå himmel" [Muito Sol e céu azul !]... Votos de Ano Novo , do réguloda Tabanca da Lapónia, José Belo